Defesa de dissertação no dia 22 de julho

Discente: José Augusto Martins Roxinol

Título da dissertação: Influência do habitat na distribuição e seleção morfológica em aranhas de solo de florestas tropicais

Orientador: Prof. Carlos Frankl Sperber

Data: 22/07/2016 (sexta-feira)

Horário: 8h30min

Local: Sala ECS 206

Mestrando da UFS destaca diversidade e aplicação direta da pesquisa na UFV

Após finalizar as disciplinas e os experimentos da dissertação, o mestrando da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Abraão Almeida Santos, passou quatro meses em Viçosa (MG) com o objetivo de ampliar a sua formação. “Na UFV, a diversidade da pesquisa e a sua aplicação direta é o que mais me chamam a atenção. Pela manhã você está em campo junto ao produtor e à tarde, no laboratório junto ao professor. Isso reflete em um aprendizado teórico e prático muito grande” – destaca o estudante do mestrado em Agricultura e Biodiversidade, que retornou a Sergipe no dia 4 de julho.

Nos últimos meses, Abraão integrou a equipe do professor Marcelo Coutinho Picanço e teve a oportunidade de auxiliar estudantes de mestrado e doutorado em seus experimentos. “Também aprendi a criar diversas espécies de insetos e desde que cheguei, uma dessas criações esteve sob a minha responsabilidade. Todas essas atividades contribuíram para a minha formação acadêmica, pessoal e profissional” – acrescenta.Foto Larine Paiva

Além do estágio no laboratório de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o mestrando cursou a disciplina Fisiologia de Insetos. “Na 4ª avaliação da disciplina, nós tivemos que criar um evento sobre os insetos que levasse informações para a comunidade, tendo como base a sua fisiologia. Isso é um desafio ao estudante porque, além do seu conhecimento sobre o assunto, ele deve fazer uma ponte entre o conhecimento científico e a sua divulgação para a comunidade. Acredito que essa experiência foi umas das mais marcantes no meu mestrado” – avalia.

Com defesa de dissertação marcada para o dia 25 de julho, Abraão conta que no mestrado pesquisou a toxicidade e os efeitos subletais de óleos essenciais e seus constituintes (mono e sesquiterpenos) sobre duas espécies de cupins-praga: Cryptotermes brevis e Nasutitermes corniger. Ele descreve: “Os nossos objetivos foram: i) determinar qual a melhor via de exposição destas substâncias para estas pragas; ii) avaliar as alterações comportamentais das colônias quando parte dos indivíduos são tratados com tais compostos; iii) determinar a resposta locomotora das castas de operários e soldados quando expostas a estes compostos. Acredito que os resultados da dissertação poderão contribuir de alguma forma com as estratégias de controle desses cupins-praga”.

 De Aracajú (SE) para Viçosa (MG)

Não foi a primeira vez que Abraão veio à UFV. Quando era estudante de Agronomia na UFS, ele esteve em Viçosa em duas ocasiões no ano de 2011: no Congresso Brasileiro de Olericultura e no Simpósio de Entomologia. Durante o Simpósio, o estudante teve a oportunidade de conhecer o Departamento de Entomologia e também o professor Marcelo Picanço. Três anos depois, em março de 2014, Abraão retornou à UFV, onde permaneceu por um mês, estagiando no laboratório de MIP. A proximidade de Abraão com a UFV tem a influência do seu orientador na UFS, o professor Leandro Bacci, que fez a graduação, mestrado e doutorado na UFV.

Mesmo para alguém que já conhece a cidade, Viçosa sempre reserva algumas surpresas. Com Abraão não foi diferente. “Eu não esperava esse frio em Viçosa. No começo foi um pouco difícil, mas nada como um moletom e um cobertor para aliviar” – revela com bom humor. E é bom mesmo que Abraão vá se acostumando com o clima da cidade. Afinal, ele deverá passar pelo menos os próximos quatro invernos em Viçosa, pois ele acaba de ser chamado para o doutorado em Fitotecnia na UFV.

Dia de Campo em Ervália proporciona troca de experiências entre alunos e agricultores

No dia 2 de julho, alunos da disciplina ENT 390 – Receituário Agronômico e Deontologia realizaram um dia de campo no Sítio São Francisco, situado na zona rural de Ervália (MG). Muito além de cumprir as exigências da disciplina, a realização do Dia de Campo Saberes da Terra proporcionou aos estudantes, que estão finalizando a graduação, contato direto com agricultores e com a realidade profissional que eles poderão em breve vivenciar.

O evento foi organizado por 15 estudantes. A estudante do 9º período de Agronomia, Gabriella Cristina Botelho Mageste, integrou o grupo. Prestes a se formar, ela acredita que ter participado da realização desse dia de campo foi uma experiência enriquecedora. “Após quatro anos e meio de ensinamentos em sala e campos de aulas práticas, foi o momento de interagir com o agricultor, o principal responsável por produzir o que tanto estudamos! Foi o momento de trocar experiências, ouvir melhor o lado de quem está constantemente no campo, e poder passar para eles, da forma correta, um pouco de tudo o que aprendi no meu curso” – avalia.

13603674_167272300353642_7929350814384527692_oO Dia de Campo Saberes da Terra reuniu mais de 80 participantes na propriedade da Dona Neuza, que fica na comunidade Ventania, em Ervália. A maioria dos presentes era agricultor familiar, cuja cultura principal é o café, e possui também culturas intercaladas. De acordo com Gabriella, “as estações do evento foram muito dinâmicas, e a participação do público foi ativa e muito gratificante. Apesar de abordarmos temas que muitos deles já conheciam, a maneira como dinamizamos os assuntos fez com que todos se interessassem e participassem, com perguntas, opiniões e relatos de experiências vividas”.

Foram abordados os seguintes temas: Manejo Fitossanitário do cafeeiro; Certificação SAT (Sem Agrotóxico), práticas e produtos alternativos à Agricultura Convencional, Agricultura Familiar e Administração Rural. Além de participarem do planejamento e execução do Dia de Campo, todos os alunos da ENT 390 também foram palestrantes do evento, que ainda contou com a participação de um convidado do Programa de Pós-graduação em Economia Aplicada, que fez parte da roda de conversa sobre Administração Rural.

Dia de Campo Ervalia_5Gabriella conta que o planejamento do Dia de Campo teve início no mês de maio, quando os alunos de dividiram em equipes para facilitar a organização do evento. “Foram três idas a Ervália fora dos horários de aula, a fim de firmar patrocínios e parcerias com empresas privadas e o poder público municipal. Conseguimos patrocínio financeiro com uma empresa de georreferenciamento, brindes com o comércio da cidade e apoio no credenciamento no dia do evento da empresa júnior de Agronomia – AgroPlan-UFV. E a prefeitura de Ervália custeou a preparação de caldos servidos no final do Dia de Campo” – descreve.

Para divulgar o evento, os estudantes utilizaram a rádio local com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura, enviaram e-mail a órgãos de apoio e convidados, e deixaram convites impressos no escritório local da Emater e com os agricultores atendidos. Para Gabriella, a maior dificuldade na realização do Dia de Campo foi o deslocamento até Ervália: “Como tivemos um número reduzido de viagens, em razão de feriados e chuvas fortes nos dias previstos, não pudemos fazer uma divulgação mais ativa como queríamos. Além disso, a distância e a falta de recursos dificultam para irmos à cidade do evento com a frequência que gostaríamos”.

IMG-20160703-WA0057  Receituário Agronômico e Deontologia

O Dia de Campo Saberes da Terra integrou as atividades da disciplina ENT 390 – Receituário Agronômico e Deontologia, optativa aos alunos dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal que já cursaram mais de 2500 horas de disciplinas. Ofertada no primeiro semestre de cada ano, a disciplina é coordenada pelo professor Angelo Pallinni, que neste ano está nos Estados Unidos. Com isso, a coordenação ficou a cargo do professor Eugenio Eduardo de Oliveira.

Segundo Gabriella, que em breve estará no mercado de trabalho, “a importância de cursar ENT 390 está em aprender uma realidade que não é ensinada por fotos, slides ou aulas no campo experimental da Universidade. É chegada a hora do aluno se portar como profissional, assumir a responsabilidade de realizar um projeto para melhorar a vida de agricultores e dividir com eles seus conhecimentos, além de levar para si muito do que o homem do campo tem a ensinar para quem está prestes a ser um engenheiro agrônomo”.

 Veja mais fotos do Dia de Campo Saberes da Terra :

 

 

 

I Mostra Científica Insetos em Cena atrai pessoas de todas as idades

Você apostaria as suas fichas numa barata corredora? Um grupo de alunos da disciplina ENT 662 apostou, não apenas em uma, mas em várias baratas, e foi sucesso absoluto durante a I Mostra Científica da Entomologia UFV: Insetos em Cena. A mostra realizada no dia 25 de junho levou várias curiosidades sobre o mundo dos insetos para a feira livre de Viçosa, atraindo pessoas de todas as idades.

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“Moça, eu tenho 74 anos e aprendi muitas coisas com vocês hoje, coisas que eu nem pensava que existiam. Vocês já pararam para pensar no tanto de gente que morre sem essas informações? Muito obrigado”. Essa foi a mensagem de agradecimento que a estudante do mestrado em Entomologia, Elem Fialho Martins, ouviu de um senhor que visitou os estandes da mostra. Para a mestranda, ouvir isso foi muito gratificante: “A fala desse senhor me proporcionou tamanha felicidade e me fez sentir uma sensação de dever cumprido, pois esse era o nosso objetivo, levar um pouquinho do nosso trabalho feito dentro de sala de aula para as pessoas leigas no assunto e que têm sede de conhecimento”.

E pelo visto não faltaram aos frequentadores da feira curiosidades a serem exploradas. Toda a programação foi pensada e organizada pelos estudantes da disciplina ENT 662 – Fisiologia de Insetos, ministrada pelo professor Eugenio Eduardo de Oliveira. No início do semestre o professor Eugenio propôs o desafio, e os estudantes se empenharam para cumpri-lo. Eles abusaram da criatividade e garantiram uma programação com vários atrativos.

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Cada grupo de estudantes abordou um tema. O grupo Insetos na mídia fez jogos, vídeos e pôsteres para desmistificar algumas peculiaridades sobre insetos. Já o grupo Insetos pragas agrícolas levou insetos vivos, ressaltando a importância do controle natural dessas pragas, e mostrou alguns exemplos de inimigos naturais. Larva de Tenebrio com chocoO grupo Insetos na alimentação destacou a importância dos insetos como produtores de mel e até ofereceu aos visitantes da mostra um prato exótico: larvas de tenébrio (inseto da Ordem Coleoptera) fritas com chocolate. O grupo Aedes aegypti compartilhou informações sobre esse mosquito vetor de várias doenças, apresentou o seu ciclo de vida e também ensinou ao público presente como fazer repelentes naturais em casa para combater esse vetor. O grupo Comunicação dos Insetos contou com a participação ativa do público ao abordar as diversas formas de comunicação dos insetos. Por fim, o grupo Locomoção dos insetos organizou uma corrida de baratas, onde as pessoas fizeram as suas apostas para ver qual barata chegaria primeiro na linha de chegada.

A estudante Elem Fialho destaca que “todos os grupos fizeram sucesso. Mas o Locomoção dos insetos prendeu a atenção das pessoas com a animada corrida de baratas. Os integrantes do grupo eram muito divertidos, chamando o público a todo o momento e interagindo com ele”.

Corrida de baratasPara a mestranda, a experiência de levar conhecimento sobre o mundo dos insetos para fora da UFV foi um desafio, que envolveu atividades para pessoas de todas as idades. “Isso é muito interessante, uma vez que a família como um todo era o nosso público-alvo. A maioria das pessoas que visitaram os nossos estandes eram fregueses da feira com seus filhos, e alguns professores e alunos da UFV. Tanto os adultos como as crianças se envolveram nas atividades propostas” – destaca.

Insetos em CenaEssa foi a primeira mostra sobre fisiologia de insetos realizada fora da UFV. No ano passado, os alunos da disciplina ministrada pelo professor Eugenio também realizaram uma exposição de trabalhos sobre o tema, mas dentro do Campus, no hall do prédio da Biologia. O sucesso da exposição do ano passado, que surpreendeu até mesmo alunos e professores acostumados com pesquisa científica, foi um incentivo a mais para a mostra deste ano.

Desta vez, a mostra não teria local melhor para acontecer: a feira livre de Viçosa! Além do tradicional pastel com caldo de cana, frutas e verduras fresquinhas, o espaço onde se encontra velhos e novos conhecidos também proporcionou aprendizado. A realização da I Mostra Insetos em Cena demonstrou que além da sabedoria popular, a feira também é local para compartilhar conhecimento científico.

Confira mais momentos da  I Mostra Científica da Entomologia UFV: Insetos em Cena:

 

Estudos para controle biológico de Helicoverpa armigera avançam com colaboração científica internacional

Pesquisadores do Brasil e do Reino Unido confirmaram, através de ferramentas moleculares, que Helicoverpa armigera está espalhada pelo estado de Minas Gerais. A presença da lagarta foi confirmada em diferentes culturas, como milho, soja e algodão. Os pesquisadores também identificaram simbiontes que poderão ser utilizados no controle biológico dessa praga. Esses são os principais resultados encontrados no âmbito do projeto “Impact and biological control of a new invasive global crop pest in Brazil”, financiado pela Newton Fund, uma iniciativa do governo britânico.

O projeto foi encerrado no mês de maio. O doutorando em Entomologia, Fábio de Assis Pinto, participou dos estudos e explica: “pudemos identificar a presença no campo de simbiontes de suma importância no futuro do controle biológico, como Baculovírus, Densovírus e Wolbachia. De modo especial, pudemos identificar que existem três linhagens distintas de Wolbachia em H. armigera, sendo que algumas dessas linhagens possuem uma série de características interessantes para utilização no controle biológico, algo que já é explorado em outras pragas”.

De acordo com o doutorando, “H. armigera é uma das pragas de maior importância no mundo. Anualmente, são gastos milhões de dólares para o seu controle e recentemente, populações dessa espécie apresentaram resistência a vários pesticidas químicos, inclusive, em plantas geneticamente modificadas (Bt). Com a entrada dessa praga no Brasil, estudos visando o seu monitoramento no campo tornam-se extremamente importante. Além disso, estudos propondo novas estratégias de controle, por exemplo, vírus e outros simbiontes, podem ser uma excelente aposta para o seu controle em longo prazo”.

Amostras H Armigera

Dentre as atividades do projeto, os pesquisadores coletaram amostras de H. armigera e outras pragas de importância econômica no país em culturas de milho, algodão e soja, em regiões das cidades de Patos de Minas, Rio Paranaíba e Viçosa (MG). Fábio explica que “as amostras coletadas foram utilizadas principalmente para estudos moleculares visando à confirmação da presença de H. armigera no estado de Minas Gerais, bem como avaliações de presença, prevalência e diversidade genética de simbiontes relevantes no controle biológico, como a bactéria Wolbachia, por exemplo”.

Durante as visitas de campo, realizadas no mês de março, a equipe da UFV contou com a participação do professor da Lancaster University, Dr. Ken Wilson, que esteve no Brasil por duas semanas para desenvolver atividades do projeto, do qual ele é coordenador ao lado professor da UFV, Simon Luke Elliot. Também integram a equipe da colaboração científica: David Grzywacz (University of Greenwich), Robert Graham (Harper-Adams University), Fernando Valicente (Embrapa) e Eliseu José Guedes Pereira (UFV).

Coleta em campo

Um dos principais objetivos desse projeto foi a criação de um grupo de pesquisa dedicado ao controle e monitoramento de H. armigera no Brasil, bem como auxiliar na conscientização dos produtores sobre essa praga. “Durante esse ano focamos em três principais grupos de interesse: pesquisadores de universidades, interessados principalmente nos mecanismos ecológicos por trás de pragas e seus simbiontes; pesquisadores de instituições de pesquisa como a Embrapa, que focam principalmente em aspectos relacionados à aplicação prática dos conhecimentos obtidos no campo; e por fim, empresas de controle biológico, interessadas no desenvolvimento de novos métodos de controle com base nos conhecimentos adquiridos na pesquisa” – explica Fábio, cuja tese será dedicada ao tema do projeto.

O projeto financiado pela Newton Fund foi encerrado, mas o grupo de pesquisa dará prosseguimento aos estudos. “Nosso plano é dar continuidade a essa parceria promovendo a união de profissionais de diferentes universidades e instituições de pesquisa, tanto do Brasil como do Reino Unido. Há uma possibilidade de extensão desse projeto através do financiamento do Reino Unido, o qual possivelmente nós iremos pleitear. Mesmo com tempo limitado, na verdade menos de um ano, para a execução das atividades, pudemos obter informações iniciais que se mostram promissoras para o futuro de estudos relacionados ao controle biológico de H. armigera no Brasil” – destaca o estudante da Entomologia.

 Newton Fund

A Newton Fund é uma iniciativa do governo britânico que visa promover o desenvolvimento social e econômico de 15 países parceiros, por meio de pesquisa, ciência e da tecnologia. O Brasil é um desses países que participa de parcerias e colaborações em pesquisa e inovação com o Reino Unido. Saiba mais: www.newtonfund.ac.uk