Entomologia confirma 38 inscrições para mestrado e doutorado 

O Programa de Pós -Graduação em Entomologia recebeu 24 inscrições para o mestrado e outras 14 para o doutorado no primeiro processo seletivo de 2021. Ao todo, 38 inscritos disputam as vagas para ingresso no primeiro semestre letivo deste ano. O prazo para inscrições se encerrou no último dia 12. 

Veja aqui a lista das inscrições confirmadas.

Os candidatos farão prova escrita no dia 22 de janeiro. A prova será realizada através do aplicativo Google Forms, e instruções mais detalhadas serão enviadas aos candidatos que tiveram sua inscrição confirmada. A partir da confirmação das inscrições, será feita também análise de currículo dos candidatos. 

No caso do mestrado, o resultado final será publicado a partir do dia 29 de janeiro. Os candidatos ao doutorado que forem aprovados na prova escrita participarão ainda de uma arguição oral, também realizada online, em 05 de fevereiro. O resultado final do doutorado será conhecido a partir do dia 15 de fevereiro. 

Joop van Lenteren, da Wageningen University, abre WebTalks de 2021

O professor Joop van Lenteren, da Wageningen University, na Holanda, é o primeiro convidado do ano nos WebTalks promovidos pelo Grupo de Estudos de Entomologia Insectum em parceria com a disciplina Controle Biológico. Ele fala às 14h da próxima segunda-feira, dia 18 de janeiro, sobre a escolha de predadores para o controle biológico de pestes – “From playing roulette to a serious research approach: how to select promising candidates for biological pest control”. 

O evento será todo conduzido em inglês e transmitido no canal do Insectum no Youtube, neste link, onde o público poderá enviar suas perguntas via chat e interagir com os convidados. As palestras são abertas a todos os interessados. Para assistir, será necessário clicar no link disponibilizado acima e preencher uma lista de presença, para posterior emissão de certificado.

Joop van Lenteren é professor emérito de Entomologia da Wageningen University e membro da Royal Netherlands Academy of Sciences and Arts. Suas principais áreas de atuação são ecologia comportamental, controle biológico de pestes e agricultura sustentável. 

Doutoranda publica alternativa para controle de praga que ataca plantações de citros

A revista Biocontrol publicou artigo da doutoranda Milena Kalile, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, apresentando o ácaro Amblyseius herbicolus como alternativa para o controle do vetor do greening, doença que atinge plantações de citros em vários países, inclusive no Brasil. A doença é causada por uma bactéria transmitida pelo psilídeo-asiático-dos-citros (Diaphorina citri), inseto frequentemente encontrado nos pomares brasileiros, e é capaz de comprometer a planta de forma irreversível. 

Atualmente, o controle do psilídeo é feito por meio de inseticidas, de forte impacto ambiental, com fungo ou com uso da vespa Tamarixia radiata, inimiga natural do psilídeo, capaz de parasitar as fases finais de ninfa, antes de virar adulto. O trabalho desenvolvido por Milena ao longo de seu mestrado e aprofundado agora no curso do doutorado acompanha a ação do ácaro no controle dos ovos e da primeira ninfa do psilídeo, indicando uma alternativa sustentável, capaz de atuar inclusive preventivamente, e mais barata, uma vez que o ácaro é de fácil criação em laboratório. “Quando ele se alimenta do ovo, ele está eliminando a praga em um estágio em que ela não consegue ainda passar a doença para a planta, essa é uma vantagem. Outra vantagem é o fato de ser possível criá-lo, em grande quantidade, usando pólen de flor, sem precisar ter a praga em laboratório”, explica a doutoranda.

Trabalho de Milena sugere uma redução de até 85% na infestação de psilídeos

As observações de Milena, ainda em laboratório, sugerem que o ácaro pode reduzir em até 85% a infestação de psilídeos em plantas. “Fizemos testes com a praga que coletamos de plantas no campus da UFV, e com plantas infestadas em laboratório. Quando pegamos esses ovos das minhas plantas do laboratório e damos pro ácaro, ele come uma quantidade menor do que quando pegamos os ovos de uma planta do campus, provavelmente porque as plantas têm qualidades diferentes – e quanto mais baixa a qualidade da planta, maior a quantidade de ovos que o ácaro consome”, acrescenta Milena. A expectativa, portanto, é que o ácaro consuma um volume ainda maior de ovos nas plantações atingidas, dadas as perdas de qualidade que o greening impõe às plantas. “A doença diminui a qualidade da planta. Então, provavelmente, o inseto que está se alimentando de uma planta doente, que ainda não foi identificada e eliminada do pomar, vai colocar ovos de baixa qualidade também, e é natural que esse ácaro vá comer mais ainda. A gente espera que no campo ele se alimente ainda mais do que no laboratório”.  

O greening chegou às plantações brasileiras – especialmente da laranja-pêra – em 2004, e já provocou prejuízos milionários aos produtores. Somente no estado de São Paulo, grande produtor nacional, já foram eliminados mais de 55 milhões de pés de laranja contaminados pela doença. O uso de inseticidas, além de provocar prejuízos ao meio ambiente, pode causar problemas à saúde dos aplicadores e compromete os acordos de exportação, especialmente para países europeus. “Existem muitos trabalhos hoje atestando a eficiência do controle biológico, inclusive de forma preventiva. Se você já tiver o ácaro na cultura antes da praga chegar, o uso de inseticidas talvez possa ser evitado”, diz Milena, destacando que é possível inclusive que o ácaro e a vespa tenham atuação conjunta.

A próxima etapa do trabalho de Milena deve ser a liberação dos ácaros em campo, promovendo um monitoramento de longo prazo. O artigo publicado em outubro pela Biocontrol tem por base o trabalho realizado pela estudante durante o mestrado, com orientação de Arne Janssen, professor da Universidade de Amsterdã e professor colaborador da UFV. Também colaboraram no artigo os professores Angelo Pallini e Simon Elliot (PPGEnt), as doutoras Verônica Fialho e Morgana Fonseca, o discente André Cardoso do doutorado (PPGEnt) e Tércio Carvalho da graduação em Agronomia (UFV).

Fotos: Milena Kalile e Rodrigo Carvalho

Mestrado e doutorado têm inscrições abertas até dia 12

Estão abertas até o próximo dia 12 de janeiro, terça-feira, as inscrições para o processo seletivo do  Programa de Pós-Graduação em Entomologia (PPGENT) da Universidade Federal de Viçosa, para Mestrado Acadêmico e Doutorado. As vagas são para ingresso no primeiro semestre letivo de 2021. 

Não há ainda definição sobre o número de vagas. Os estudantes serão aceitos no Programa de acordo com o número de bolsas disponíveis. A quantidade de bolsas dependerá da liberação pelas agências de fomento (CAPES, CNPq e FAPEMIG), em seus respectivos sistemas. 

Todas as condições e orientações para inscrição dos interessados estão disponíveis no edital, publicado aqui. O documento também traz detalhes sobre o processo seletivo e sugestão de leitura. As inscrições podem ser feitas por meio deste link.

A lista dos candidatos que tiveram a inscrição confirmada será disponibilizada a partir do dia 15 de janeiro. A realização da prova escrita está agendada para o dia 22 de janeiro. Também será feita análise de currículo. Os candidatos a uma vaga no Doutorado precisam passar ainda por uma arguição oral, no dia 05 de fevereiro. A matrícula dos aprovados deverá ser feita no dia 5 de março, e as aulas iniciadas no dia 15 do mesmo mês. 

Livro traz reedição ampliada de pesquisa sobre as pragas da pimenta

Será lançada nesta quinta-feira, dia 17, a segunda edição do livro “Identificação e manejo ecológico de pragas da pimenta“, de autoria da professora Madelaine Venzon e dos ex-alunos do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Pedro Henrique Brum Togni, Dany Silvio Amaral, André Perez, Fredy Cruz e Rafael de Oliveira, além da professora do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal, Veridiana Junqueira de Melo. O trabalho foi inicialmente publicado em 2011 e está disponibilizado agora em reedição revista e ampliada. “O livro traz informações técnicas e é ricamente ilustrado. Serve não somente para o cultivo de pimenta, mas para o de várias outras hortaliças com grupos de pragas e inimigos naturais semelhantes”, conta Madelaine. 

“Atualizamos as informações sobre os insetos e ácaros descritos no livro, e trouxemos novos resultados de pesquisas e tecnologias sustentáveis para o manejo de pragas que foram desenvolvidas entre a edição anterior e essa’, explica Pedro, doutor pelo PPGEnt em 2014 e hoje professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB). A publicação, ele conta, surgiu da necessidade de aproximar a pesquisa científica da sociedade, considerando, neste caso, de modo especial os agricultores familiares, personagens centrais da pesquisa realizada pelo grupo. 

O texto, segundo Pedro, representa um esforço coletivo de diversos pesquisadores que trabalharam no tema, desde 2010. No trabalho, estão apresentados, em linguagem simples, os principais insetos e ácaros presentes em cultivos de pimenta, especialmente na Zona da Mata Mineira. “Para o uso da biodiversidade de insetos e ácaros benéficos em estratégias de controle biológico conservativo (nossa área principal de pesquisa), é necessário que antes as espécies que fazem o controle biológico sejam conhecidas pelo agricultor. Apenas dessa forma eles poderão favorecer que essas espécies desempenhem suas funções na lavoura, como o controle biológico de pragas”, diz Pedro. Também são explorados caminhos para reconhecer as principais pragas e os principais inimigos naturais de cada uma delas. “Isso permitirá traçar estratégias de manejo fundamentadas no conhecimento da biodiversidade de insetos e ácaros benéficos, ao invés do uso, por exemplo, de inseticidas químicos.”

A primeira edição do livro, distribuída em 2011, teve grande impacto, conforme conta Dany Silvio Amaral, que também cursou mestrado e doutorado no PPGEnt e hoje é engenheiro da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte. Para ele, a combinação da linguagem acessível ao vasto acervo fotográfico – também atualizado para esta segunda edição -, tornou o material uma importante ferramenta de apoio ao produtor. “O material é uma referência que pode ajudar no manejo eficiente, evitando prejuízos (no caso de identificação de pragas), e pode auxiliar no aumento da proteção das plantas por meio da identificação dos inimigos naturais, sejam eles predadores ou parasitóides”, avalia. 

A reedição, lançada às 18h50 em evento on-line nesta quinta, foi possível por meio do Programa de Pesquisa em Agroecologia da Epamig. “É um trabalho especial por se tratar de uma obra de divulgação científica, eficiente na difusão do conhecimento acumulado nos processos de pesquisa, e também um resgate do saber tradicional das agricultoras e dos agricultores”, diz Dany.  O livro será utilizado em eventos de popularização de práticas agroecológicas da Epamig, que contam com a parceria da UFV – por meio dos orientandos da professora Madelaine – e também distribuído nas instituições e empresas dos demais autores.

(Fotos: Divulgação)