Entomologia divulga resultado da prova escrita do processo seletivo 2015/1

A Comissão Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia divulgou o resultado da prova escrita ao mestrado e ao doutorado. Confira:

  Resultado da prova escrita ao Mestrado

 Resultado da prova escrita ao Doutorado

Para o doutorado, a prova escrita é eliminatória e o ponto de corte foi 5. Os classificados estão convocados para a arguição oral, etapa exclusiva ao doutorado. A arguição oral será realizada no dia 1º de dezembro (segunda-feira), a partir das 8h, no Departamento de Entomologia. Vale lembrar aos candidatos de outras cidades que a arguição oral poderá ser realizada via Skype. Para isso, o candidato deve confirmar o procedimento na Secretaria do Programa de Pós-Graduação, com antecedência de 10 dias.

A divulgação do resultado final do processo seletivo ao mestrado e ao doutorado será feita a partir do dia 10 de dezembro.

Estudante compartilha experiência de levar a família para o exterior durante doutorado sanduíche

A decisão de fazer doutorado sanduíche no exterior, apesar de promissora para o estudante, pode trazer vários desafios, sobretudo, se envolver a participação direta da família. E a situação não foi diferente com o casal Hudson Ventura e Cristina Lelis, que passaram um ano nos Estados Unidos. O doutorando em Entomologia desenvolveu parte da sua pesquisa com abelhas na Universidade da Flórida, como bolsista da Capes, e a sua esposa o acompanhou durante a estadia na cidade de Gainesville.

A mudança, ainda que temporária, não foi nada fácil. Natural de Viçosa, Cristina nunca havia morado sequer em outra cidade. Ficar longe da família, fechar a sua casa recém-montada, abandonar o emprego e encarar uma nova cultura foram alguns dos pontos que pesaram na decisão sobre acompanhar o marido no intercâmbio. Mas o receio inicial não impediu que ela embarcasse para a Flórida em julho de 2013. Isso, após vencer toda a burocracia que envolve para comprovar a capacidade de arcar com as despesas para permanência no país. O casal não contou com o auxílio cônjuge da Capes, apenas com a bolsa conferida ao estudante e com as economias que reservaram para a viagem.

Cristina conta que o primeiro mês foi de total dependência em relação ao marido, pois ela não dominava o idioma. Mas com presença assídua no curso de inglês desde o início e contando com a companhia de outras pessoas em situação semelhante à sua, a vivência em Gainesville foi se tornando cada vez mais agradável. Ir sozinha ao supermercado e lojas de departamento, e passeios com as colegas do curso de inglês passaram a ser frequentes. Dominar a língua e perceber que outros acompanhantes, de várias nacionalidades, viviam situação parecida com a sua foram fundamentais e deram mais tranquilidade à Cristina para seguir a vida no país.

Para Hudson, poder contar com a companhia da esposa foi imprescindível para que ele desenvolvesse um bom trabalho no Departamento de Entomologia e Nematologia, da Universidade da Flórida. De acordo com o estudante, “foram dias de muito trabalho, criando abelhas operárias in vitro. Incrementei a metodologia de criação e consegui 100% de sobrevivência, algo que nunca ninguém tinha conseguido. E ter a minha esposa por perto foi muito bom para poder me dedicar ao trabalho. Sem contar o apoio na organização, ela que cuidava da parte financeira já que recebia da Capes a cada três meses e tínhamos que nos organizar bem para cobrir todas as despesas”.

O casal retornou ao Brasil no mês de julho. Atualmente, Hudson prepara a sua tese para defesa e Cristina, que é mestre em Economia Doméstica, acaba de conquistar uma vaga de emprego, para a qual o domínio de inglês era pré-requisito. Enquanto isso, Hudson avalia o convite feito pelo Dr. Jamie Ellis, seu orientador na Universidade da Flórida, para que ele dê continuidade às pesquisas com abelhas num pós-doc em Gainesville. Caso o estudante decida por ir, com certeza, o que não vai lhe faltar é o incentivo e tão pouco a companhia da esposa.

Cristina está otimista com a possibilidade de voltar aos Estados Unidos. Aberta a oportunidades, ela não descarta embarcar para uma nova temporada no exterior em 2015. “Sair para mim foi uma mudança completa. Hoje eu sei que eu posso ir para outros lugares e conhecer outras culturas” – afirma Cristina, que com a experiência percebeu que pode ser muito além de apenas acompanhante. Ela deseja ir para aperfeiçoar o idioma, trabalhar, conhecer outras pessoas e visitar lugares que não explorou da primeira vez.

Comissão organizadora lança site do V Simpósio de Entomologia da UFV nas versões português, inglês e espanhol

A quinta edição do Simpósio de Entomologia da UFV promete várias novidades, e a principal delas é a sua abrangência internacional. Visando manter um canal de comunicação direto com os participantes, do Brasil e de outros países, a comissão organizadora do V Simpósio acaba de lançar o site oficial do evento, nas versões português, inglês e espanhol. O site conta com layout inovador que já reflete um pouco da qualidade da programação que está por vir. Ficou curioso? Confira como ficou o novo site.

O V Simpósio [Internacional] de Entomologia será realizado em agosto de 2015, no campus da UFV, em Viçosa (MG). De acordo com a comissão organizadora, “o objetivo principal é promover a divulgação científica da Entomologia, através da apresentação e discussão de temas emergentes, juntamente com o andamento de pesquisas em áreas clássicas no país, propiciando o intercâmbio de informações das diversas áreas da Entomologia”.

Aluno da UFV, bolsista do Ciência sem Fronteiras, realiza revisão taxonômica de grupo de formigas na Austrália

O estudante do curso de Ciências Biológicas da UFV, Júlio Cézar Mário Chaul, passou um ano na Austrália pelo programa Ciência sem Fronteiras. Durante o estágio que fez na agência de pesquisa australiana CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), na cidade de Darwin, sob a orientação do Dr. Alan Andersen, o estudante realizou a revisão taxonômica das formigas pertencentes ao grupo emmae do gênero Strumigenys. Júlio chegou ao Brasil no mês de agosto e trouxe na bagagem muitos dados a serem trabalhados e também uma rica experiência em pesquisa científica.

Desde antes de ir para a Austrália, Júlio já tinha familiaridade com formigas do gênero Strumigenys. Na UFV, ele integra a equipe do Laboratório de Ecologia de Comunidades, coordenado pelo professor José Henrique Schoereder. A princípio, o estudante foi para a Austrália cursar disciplinas na Universidade de Adelaide, no sul do país, onde passou quatro meses. Logo em seguida, durante o estágio de verão, ele foi para o extremo oposto do país, na cidade de Darwin, capital do Território do Norte. O estágio era para ser de apenas três meses, mas diante das possibilidades que Júlio visualizou na CSIRO, ele resolveu pedir autorização ao CNPq e estender a sua permanência em Darwin. A CSIRO detém a maior coleção do mundo de formigas australianas, com cerca de 6 mil espécies nativas, a grande maioria ainda não descrita.

Após conseguir a autorização para permanecer em Darwin, Júlio desenvolveu um projeto de Taxonomia para traçar a identidade biológica de espécies de formigas nativas. Para isso, ele realizou muitas visitas a museus. “A maioria dos espécimes que eu estudei não foi coletada por mim, foram espécimes de museu. Muitas vezes, os espécimes estavam depositados há mais de 40 anos nas coleções entomológicas” – descreve. Após intensa pesquisa, muitas fotos de automontagem, produção de chaves dicotômicas e mapas de distribuição, treze novas espécies serão descritas. De acordo com o estudante, como já tinha experiência com formigas do mesmo gênero, o seu olhar treinado o auxiliou na revisão.

Sobre o êxito obtido no trabalho, Júlio destaca que foi fundamental a liberdade que o seu orientador na CSIRO lhe concedeu. “Apesar da linha de pesquisa principal do Dr. Andersen não ser a Taxonomia, ele deu condições e liberdade para eu trabalhar na coleção dele, que tinha muito material cuidadosamente guardado durante anos de coletas realizadas em várias partes da Austrália. Além disso, o seu profundo conhecimento sobre a fauna de formigas australianas foi fundamental para a interpretação dos limites das espécies, principalmente, nos casos onde a morfologia era mais desafiadora”.

O estudante ainda destaca que no Brasil, o seu orientador, o professor José Henrique Schoereder, também oferece total liberdade à sua equipe de trabalho. “Uma das qualidades de um bom orientador é dar-nos liberdade para arriscar alguns estudos que saiam um pouco da linha de pesquisa principal que seguem, valorizando os interesses dos alunos. Dessas experimentações podem surgir bons resultados.” – afirma o estudante que, agora, prestes a concluir o curso de Ciências Biológicas, escreve sua monografia, cujo tema envolve formigas, contudo, desta vez, o objeto de estudo é a fauna de fragmentos florestais da região de Viçosa.

Abrir o próprio negócio pode ser uma boa oportunidade para colocar em prática o conhecimento adquirido na academia

No decorrer do mestrado ou do doutorado, é comum entre os estudantes o pensamento de que, ao terminar a pós-graduação, se conquiste um bom emprego que garanta estabilidade, no serviço público ou numa grande empresa privada. O empreendedorismo surge quase como uma exceção no meio acadêmico. Poucos são aqueles que arriscam abrir o próprio negócio. Mas essa iniciativa pode ser uma boa oportunidade para colocar em prática o conhecimento adquirido na universidade. Quem garante isso é a diretora da Agropec ConsultoriaRegina Sugayama. Desde 2002, ela está à frente da empresa, que é especializada na área de Defesa Agropecuária.

Bióloga, com mestrado em Genética e doutora em Ciências pela USP, Regina conta que ao terminar o doutorado queria ter o seu próprio negócio. Como tinha experiência com mosca-das-frutas, decidiu aproveitar o conhecimento que adquiriu durante os oitos anos que integrou a equipe do  professor Aldo Malavasi Filho, na USP. E impulsionando ainda mais o seu desejo de empreender, Regina ficou sabendo que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) credencia empresas para fazer uma série de trabalhos. Ela não pensou duas vezes.

Em 2004, a Agropec foi credenciada pelo MAPA como centro colaborador para realização de Análise de Risco de Pragas (ARP). A ARP é um procedimento necessário para estabelecer os requisitos fitossanitários para trânsito internacional de produtos vegetais. Com a ARP busca-se evitar a entrada de pragas quarentenárias de risco para a agricultura nacional. A Agropec já realizou mais de 30 processos de ARP para produtos originários de mais de 20 países. Regina destaca que “a cada projeto novo, você aprende sobre um país e sobre uma cultura que, muitas vezes, nem imaginava que existia. É um aprendizado constante”.

Sobre essa fatia de mercado, ela garante que a concorrência não é problema. De acordo com a diretora da Agropec, a sua empresa tem grande demanda de serviços: “existe uma oportunidade grande na área. É preciso preencher esse espaço. Hoje, existem apenas duas empresas credenciadas pelo MAPA como centro colaborador para ARP, a Agropec e uma empresa de Piracicaba (SP)”.

Os centros colaboradores são encarregados pela parte científica das ARPs. Eles realizam pesquisa bibliográfica sobre pragas existentes no país de origem e preparam um relatório para ser encaminhado ao MAPA. A agrônoma da Agropec, Andrea Stancioli, que atualmente cursa o mestrado profissional em Defesa Sanitária Vegetal na UFV, destaca que o trabalho de um centro colaborador é de grande responsabilidade. “O laudo emitido vai embasar a tomada de decisão do MAPA sobre os requisitos que serão estabelecidos para importação” – explica.

Diante da importância do trabalho que desenvolve, para se credenciar, um centro colaborador deve cumprir algumas exigências. A empresa deve estar adequadamente equipada para a realização das atividades e contar com a responsabilidade técnica de um engenheiro agrônomo com registro no CREA. Para dar entrada ao processo de solicitação de credenciamento, o interessado deve apresentar alguns documentos que comprovem a sua habilitação. Uma vez obtido, o credenciamento tem duração de dois anos. Transcorrido esse período, o centro colaborador deve solicitar a sua renovação.

Além de centros colaboradores para ARP, o MAPA credencia instituições privadas para uma série de outras atividades desenvolvidas por profissionais da área de Entomologia, tais como: laboratórios de diagnóstico fitossanitário, ensaios de eficácia agronômica de agrotóxicos e estações quarentenária. Para saber mais, visite o site do Ministério da Agricultura.