Abrir o próprio negócio pode ser uma boa oportunidade para colocar em prática o conhecimento adquirido na academia

No decorrer do mestrado ou do doutorado, é comum entre os estudantes o pensamento de que, ao terminar a pós-graduação, se conquiste um bom emprego que garanta estabilidade, no serviço público ou numa grande empresa privada. O empreendedorismo surge quase como uma exceção no meio acadêmico. Poucos são aqueles que arriscam abrir o próprio negócio. Mas essa iniciativa pode ser uma boa oportunidade para colocar em prática o conhecimento adquirido na universidade. Quem garante isso é a diretora da Agropec ConsultoriaRegina Sugayama. Desde 2002, ela está à frente da empresa, que é especializada na área de Defesa Agropecuária.

Bióloga, com mestrado em Genética e doutora em Ciências pela USP, Regina conta que ao terminar o doutorado queria ter o seu próprio negócio. Como tinha experiência com mosca-das-frutas, decidiu aproveitar o conhecimento que adquiriu durante os oitos anos que integrou a equipe do  professor Aldo Malavasi Filho, na USP. E impulsionando ainda mais o seu desejo de empreender, Regina ficou sabendo que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) credencia empresas para fazer uma série de trabalhos. Ela não pensou duas vezes.

Em 2004, a Agropec foi credenciada pelo MAPA como centro colaborador para realização de Análise de Risco de Pragas (ARP). A ARP é um procedimento necessário para estabelecer os requisitos fitossanitários para trânsito internacional de produtos vegetais. Com a ARP busca-se evitar a entrada de pragas quarentenárias de risco para a agricultura nacional. A Agropec já realizou mais de 30 processos de ARP para produtos originários de mais de 20 países. Regina destaca que “a cada projeto novo, você aprende sobre um país e sobre uma cultura que, muitas vezes, nem imaginava que existia. É um aprendizado constante”.

Sobre essa fatia de mercado, ela garante que a concorrência não é problema. De acordo com a diretora da Agropec, a sua empresa tem grande demanda de serviços: “existe uma oportunidade grande na área. É preciso preencher esse espaço. Hoje, existem apenas duas empresas credenciadas pelo MAPA como centro colaborador para ARP, a Agropec e uma empresa de Piracicaba (SP)”.

Os centros colaboradores são encarregados pela parte científica das ARPs. Eles realizam pesquisa bibliográfica sobre pragas existentes no país de origem e preparam um relatório para ser encaminhado ao MAPA. A agrônoma da Agropec, Andrea Stancioli, que atualmente cursa o mestrado profissional em Defesa Sanitária Vegetal na UFV, destaca que o trabalho de um centro colaborador é de grande responsabilidade. “O laudo emitido vai embasar a tomada de decisão do MAPA sobre os requisitos que serão estabelecidos para importação” – explica.

Diante da importância do trabalho que desenvolve, para se credenciar, um centro colaborador deve cumprir algumas exigências. A empresa deve estar adequadamente equipada para a realização das atividades e contar com a responsabilidade técnica de um engenheiro agrônomo com registro no CREA. Para dar entrada ao processo de solicitação de credenciamento, o interessado deve apresentar alguns documentos que comprovem a sua habilitação. Uma vez obtido, o credenciamento tem duração de dois anos. Transcorrido esse período, o centro colaborador deve solicitar a sua renovação.

Além de centros colaboradores para ARP, o MAPA credencia instituições privadas para uma série de outras atividades desenvolvidas por profissionais da área de Entomologia, tais como: laboratórios de diagnóstico fitossanitário, ensaios de eficácia agronômica de agrotóxicos e estações quarentenária. Para saber mais, visite o site do Ministério da Agricultura.

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