Viçosa recebe Congresso Brasileiro de Fitossanidade a partir de 21 de agosto

Será em Viçosa, entre os dias 21 e 23 de agosto, o VII Congresso Brasileiro de Fitossanidade (CONBRAF). A edição deste ano é presidida pelo orientador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Eugenio Oliveira, e conta com a participação dos professores Angelo Pallini e Elizeu Pereira, e do mestrando Leonardo Francesco, além de muitos outros membros da comunidade científica da UFV. A expectativa é de que o Congresso reúna cerca de 500 pesquisadores no Auditório Fernando Sabino.
“Viçosa é pioneira nos estudos de fitossanidade, e já era hora de trazermos o evento para cá”, diz Eugenio, que participou da edição passada como palestrante e tomou a iniciativa de trazer esta edição para a UFV. Este ano, o tema central do evento é Sustentabilidade e Fitossanidade 4.0. Entre os enfoques programados estão ciência dos dados como aliada da fitossanidade e sustentabilidade; Tecnologia de aplicação no contexto da agricultura 4.0; Insumos Biorracionais e Biotecnologia; e Fitossanidade e técnicas de rastreabilidade da produção agrícola.
A programação é composta por plenárias, sessões e mesas redondas, além de palestras e discussões. Os inscritos também terão acesso on-line aos Anais das palestras e aos Resumos. “Aqui em Viçosa somos quatro departamentos (Entomologia, Fitopatologia, Agronomia e Engenharia Agrícola) atuando de maneira conjunta para a gente cobrir todos os campos que envolvem o tema, como entomologia, fitopatologia, fitossanidades e também tecnologia de aplicação de pesticidas”, conta Eugenio.
Como resultado, o Congresso tem foco não apenas na parte acadêmica, mas também na visão técnico-profissional. “Estamos aqui congregando conhecimentos contemporâneos e desafios futuros. Nós queremos contemplar a questão da fitossanidade e da sustentabilidade, mas levando em consideração as oportunidades e os desafios decorrentes da automação da tomada de decisão e desse universo 4.0. Teremos então muita coisa interessante que vai dar ao profissional que atua na ponta, que está no mercado de trabalho, condições de se qualificar e ficar na vanguarda desse conhecimento.”
A programação completa do evento pode ser vista neste link.
As inscrições ainda estão abertas, e podem ser feitas aqui.
Técnica do PPG Entomologia vai à França para capacitação em línguas românicas

A servidora Eliane de Castro Silva, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, esteve entre os dias 24 e 28 de junho na Université Savoie Mont Blanc, em Chambéry, na França, para o curso de capacitação “Intercompréhension entre langues romanes”, parte do “Summer Modules for Intercultural and Language Education (SMILE)”. Eliane foi contemplada pelo programa Erasmus+USMB, que selecionou técnicos e professores para o encontro na França, seja para participar do treinamento ou para ministrar cursos.

O curso escolhido por Eliane visa capacitar profissionais para uma melhor comunicação entre falantes de línguas românicas, com foco nas semelhanças entre os idiomas. “A intercompreensão de línguas românicas aprimora a minha capacidade de interação com estudantes e pesquisadores internacionais, facilitando a comunicação e a colaboração no ambiente acadêmico. Este aprendizado permitirá um suporte mais inclusivo e eficiente aos alunos estrangeiros do Programa, contribuindo para uma experiência acadêmica mais rica e satisfatória”, avalia.
Eliane já tinha tido um primeiro contato com o conteúdo do curso, em uma visita realizada por professores estrangeiros à UFV, mas destaca os benefícios de ter se aprofundado no assunto, especialmente como parte de um grupo de alunos de diversas nacionalidades, se colocando inclusive no papel de aluna fora de seu país de origem. “Com certeza o olhar muda! Eu sempre busquei receber bem as pessoas, mas agora aumentou a minha capacidade de entender o que as pessoas estão precisando.”
Além disso, ela conta que a experiência a possibilitou adquirir uma visão mais ampla sobre práticas de internacionalização, que ela pretende aplicar na gestão e organização do Programa. “A capacidade de enfrentar desafios e adaptar-se a novas situações será um diferencial na administração das atividades diárias do programa, promovendo um ambiente mais dinâmico e acolhedor para todos os envolvidos.”
Professor Frederico Salles é eleito presidente do Comitê Internacional de Ephemeroptera

O professor orientador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Frederico Salles foi anunciado, na última semana, como novo presidente do Comitê Internacional Permanente de Ephemeroptera. A novidade foi divulgada durante a edição 2024 da International Joint Meeting on Ephemeroptera and Plecoptera, que reuniu os maiores especialistas nas duas ordens em Turim, na Itália, entre os dias 21 e 26 de julho. O professor e sua equipe de pesquisa no Brasil também participaram do evento com apresentação oral de trabalhos e pôsteres.
“Foi uma experiência extremamente enriquecedora para todos nós, proporcionando vivências importantes e marcantes”, conta Frederico, que participa do evento desde a edição de 2008. “Esse encontro é um evento relativamente pequeno, com cerca de cem participantes, mas é muito grandioso em importância, uma vez que reúne especialistas na área de todo o mundo, e nos permite uma convivência muito próxima com os demais colegas.”
A escolha do pesquisador brasileiro para o posto de presidente do comitê aconteceu no final do ano passado, por meio de uma eleição feita pelos demais membros, mas só foi anunciada em Turim. “Foi um momento muito importante pra mim, um reconhecimento muito grande e uma honra enorme”, diz o professor, que trabalha com Ephemeroptera desde o curso de graduação, há quase 30 anos. “É um caminho de pesquisa longo, mas só entrei para o comitê há seis anos. É muito significativo que tenham desejado a minha presidência apesar desse pouco tempo.”
As principais incumbências do comitê, criado na década de 1970, são garantir a continuidade dos encontros internacionais e financiar, nesses encontros, a presença de estudantes. Para os próximos anos, a expectativa de Frederico é potencializar essa capacidade financiadora, dando oportunidade a mais estudantes de todo o mundo. “Eu gostaria muito de ver esse comitê se transformar em uma sociedade, para que tenhamos mais fontes de recursos para ajudar os estudantes. Atualmente, nossos recursos provêm exclusivamente da conferência, mas acredito que teremos mais alternativas ao nos tornarmos uma sociedade. E é justamente esse um dos grandes propósitos desses eventos, trazer os estudantes para o convívio com os pesquisadores mais experientes.”

Doutorandas
A doutoranda Mellis Layra Soares Rippel viajou graças a uma combinação entre uma bolsa oferecida pela Sociedade Internacional de Plecoptera e o financiamento que ela recebe, do CNPq, para sua pesquisa. “Foi simplesmente uma experiência incrível, em todos os aspectos. Conhecer as maiores autoridades da minha área de estudo, conversar com essas pessoas que somente conhecia pela literatura, trocar experiências com aqueles que, como eu, estão ainda no início de carreira, é algo que vou levar pra vida toda. Aprendi e experienciei muita coisa neste simpósio.” A pesquisadora levou dois trabalhos para Turim, um pôster e uma apresentação oral. “No pôster havia alguns resultados preliminares sobre meu estudo com morfologia externa e histologia do aparelho reprodutor de Tupiperla (Gripopterygidae:Plecoptera). Ao apresentar, me deram algumas ideias de como continuar com o trabalho, além de convites de parceria para mais estudos neste tema. A apresentação oral foi bem legal também. Apresentei o meu primeiro capítulo da tese, a revisão do gênero Guaranyperla (Gripopterygidae: Plecoptera).”
Para a doutoranda Isabel Cristina Hernández Cortes, o ponto forte do evento é a diversidade e a qualidade das apresentações e palestras. “Participar de um evento internacional é crucial para mim por várias razões. Além de amadurecimento pessoal e profissional, é uma chance de compartilhar meu trabalho e receber feedback construtivo.” Ela apresentou o trabalho “Species delimitation and the shape of the wings of Massartella Lestage (Ephemeroptera, Leptophlebiidae): an approach using geometric morphometrics”, parte de sua pesquisa que está sendo desenvolvida com bolsas de fomento da CAPES e a partir de um edital Universal da FAPEMIG. “Este trabalho aborda a aplicação da morfometria geométrica na delimitação de espécies do gênero Massartella. Tradicionalmente, a identificação das espécies baseava-se em características morfológicas sutis, que não diferenciavam claramente a variação intra e interespecífica. Ao analisar 26 marcos na asa anterior de exemplares, a pesquisa identificou diferenças significativas no tamanho e na forma das asas entre machos e fêmeas, e entre algumas espécies, utilizando a Análise de Componentes Principais (PCA) e a Análise Discriminante Linear (LDA). Esses métodos permitiram distinguir novas espécies.”
O professor Frederico Salles e as doutorandas Isabel Cortes e Mellis Ripel tiveram os custos de participação no evento financiados pelo CNPq e pela FAPEMIG.
Foto no alto da página: Arnold Staniczek
Orientadora Madelaine Venzon integra Comitê de Assessoramento de Agronomia do CNPq

A orientadora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e pesquisadora da Epamig Madelaine Venzon é, a partir de agora, parte integrante do Comitê de Assessoramento de Agronomia do CNPq. Com um grupo de outros 12 pesquisadores ligados a universidades e institutos de pesquisa brasileiros, Madelaine terá, entre outras funções, a missão de julgar as propostas de apoio à pesquisa e de formação de recursos humanos na área no Brasil.
A pesquisadora ocupa uma vaga de titular, e fica no cargo até junho de 2027. “Fiquei muito feliz com a indicação e com o reconhecimento da minha trajetória de pesquisadora. Estar em um comitê nacional para analisar propostas de outros pesquisadores é uma honra para mim”, diz Madelaine. que entre as experiências acumuladas ao longo de sua carreira, já foi membro de uma das câmara de assessoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
Para ela, é a variedade de experiências acumuladas ao longo do tempo que a possibilita compor o comitê, junto a colegas com perfis tão variados. “Somos um grupo com diferentes especialidades. Eu creio que eu possa contribuir muito, também porque tenho uma vivência prática de pesquisadora e não somente acadêmica.”
Os Comitês de Assessoramento (CAs) do CNPq reúnem mais de 300 pesquisadores, entre titulares e suplentes, selecionados de acordo com sua área de atuação e conhecimento. Eles são escolhidos periodicamente, com base em consulta feita à comunidade científico-tecnológica nacional.
Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves
Orientadores da Entomologia integram missão da UFV na Austrália e Nova Zelândia

Os orientadores do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Maria Augusta Lima Siqueira e Raul Narciso Carvalho Guedes, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), estiveram com uma comitiva de professores da UFV em missão na Oceania. A viagem foi feita entre os dias 11 e 26 de maio, por meio do programa Capes Print, com o intuito de prospectar possíveis parcerias em países estratégicos. A comitiva integrada por pesquisadores de diversas áreas visitou, pela primeira vez, três universidades na Austrália e duas na Nova Zelândia.
“Esses destinos têm uma característica interessante, porque as universidades são muito boas, com recursos e poucos alunos, principalmente na pós-graduação, uma vez que o mercado costuma contratar os estudantes antes mesmo de concluírem a graduação. Os colegas com quem estivemos foram, de uma forma geral, muito receptivos ao nosso grupo”, conta Raul.

A primeira parada da delegação foi em Perth, na Austrália, onde visitou a Murdoch University, que já é parceira da UFV, e a University of Western Australia. Ainda na Austrália, em Brisbane, a comitiva esteve na University of Queensland, com quem também os brasileiros já tinham contato prévio. “Para a entomologia, eu destacaria o potencial da Murdoch University, que tem um entomologista, professor Wei Xu, muito simpático, que nos recebeu bem. A Murdoch tem as áreas agrária e ambiental fortes, os professores demonstraram interesse pela nossa pesquisa e já existe uma prospecção de parceria em andamento. Acredito que isso facilitará os caminhos daqui pra frente”, avalia Raul.
Na Nova Zelândia, foram duas as universidades visitadas pela comitiva: a Massey University, na cidade de Palmerston North, e a Lincoln University, já parceira da UFV, em Lincoln. “Eu particularmente tive uma experiência muito positiva na Massey. Conversei com dois professores que me receberam muito bem”, conta Maria Augusta. “A Lincoln University também tem dois pesquisadores na área da entomologia, com um viés bem taxonômico, e devem contratar mais um, com viés mais aplicado à agricultura. E a informação é que estão dispostos a trabalhar junto conosco, com parcerias”, completa Raul.
A expectativa dos professores é que as visitas rendam pesquisas desenvolvidas em conjunto, visitas ao Brasil e oportunidades de estudo para os alunos brasileiros interessados em uma temporada fora do país. “Acho que temos muito boas perspectivas”, avalia Maria Augusta. “As universidades têm bem estabelecidas linhas de pesquisa que têm interseção com coisas que a gente faz aqui, como o trabalho que eles fazem na Costa Leste da Austrália com as abelhas sem ferrão. É um trabalho muito reconhecido e são poucos os grupos que trabalham com essas abelhas, porque embora elas tenham distribuição global, em clima tropical, são poucos os países que têm financiamento para essas pesquisas. Por outro lado, as parcerias trarão também novas possibilidades. A Nova Zelândia, por ser uma ilha, traz questões biogeográficas que são muito interessantes para quem trabalha com entomologia mais básica, e que tem pouco na nossa instituição. Então, vejo que a gente tem como enriquecer pesquisas com as quais a gente já trabalha, ao mesmo tempo que poderíamos acrescentar estudos que exploramos pouco”. A experiência da Austrália e Nova Zelândia com sistemas quarentenários e espécies invasoras é outro destaque a ser considerado, que propicia bons pontos de interação com os grupos de pesquisa da UFV.