Inscrições para processo seletivo da Entomologia terminam no dia 10 de outubro

No dia 10 de outubro encerra-se o período de inscrições para o Processo Seletivo 2015/I da Entomologia. Estão previstas 14 vagas para o mestrado e quatro para o doutorado. Mas esse número pode ser alterado de acordo com a disponibilidade de bolsas.

As etapas da seleção para o mestrado compreendem prova escrita classificatória e análise de currículo. Para o doutorado, a prova escrita é eliminatória e os candidatos passam por análise de currículo e  arguição oral. A prova escrita será realizada em Viçosa, no dia 7 de novembro, das 8 às 11h30min (horário local).

Visando facilitar a participação, a Entomologia oferece ao candidato a possibilidade de fazer a prova escrita em outra cidade. Contudo, isso não se configura como direito adquirido do candidato. Para os candidatos que desejarem fazer a prova fora de Viçosa, é necessário informar no momento da inscrição, o local pretendido para realização da prova. O candidato precisa também contatar previamente um pesquisador ou professor que se disponha a aplicar a prova numa instituição sediada no local escolhido.

Além disso, os interessados em fazer a prova fora de Viçosa devem entrar em contato com a secretaria do PPG em Entomologia, pelo e-mail ent@ufv.br, até o penúltimo dia de inscrições e informar sobre o local onde deseja fazer a prova e o nome do possível aplicador.

A arguição oral, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado, também poderá ser realizada via Skype para residentes em outras cidades, desde que os candidatos avisem previamente à Secretaria da Pós-Graduação em Entomologia.

As inscrições ao Processo Seletivo são feitas apenas pela internet, acesse a página de inscrições. Para mais informações, leia os Critérios para a seleção de candidatos 2015/I.

Doutorando em Entomologia recebe prêmio pelo melhor pôster apresentado em Simpósio na Bélgica

O doutorando Wagner Faria Barbosa recebeu o prêmio de melhor pôster durante o XII International Symposium Hazards of Pesticides to Bees, realizado na cidade de Ghent, na Bélgica, no período de 15 a 17 de setembro. Wagner apresentou o trabalho “Reduced-risk insecticides in Neotropical stingless bees species: impact on survival and activity”, que aborda alguns dos possíveis impactos de inseticidas considerados de baixo risco em abelhas sem ferrão, nativas de regiões neotropicais.

O trabalho, desenvolvido com a orientação do professor Raul Narciso Carvalho Guedes, considera também o impacto de bioinseticidas de origem natural (como Nim e Spinosad) que frequentemente são percebidos como seguros para organismos benéficos, tais como as abelhas. O doutorando explica que tal percepção tem sido atribuída simplesmente à origem do bioinseticida sem, no entanto, considerar estudos ecotoxicológicos e de avaliações de risco.

Wagner acredita que ter seu trabalho reconhecido em um evento internacional abre a possibilidade para novas colaborações científicas. “Tivemos um pouco mais de atenção para os impactos que o uso de pesticidas na agricultura pode causar em abelhas que são nativas de regiões tropicais como o Brasil. Para mim,  os olhos mais atentos daqueles que mais entendem e estudam sobre o assunto podem gerar futuras colaborações para investigar mais de perto os impactos do uso de pesticidas em abelhas sob nossas condições regionais, que são diferentes das europeias e americanas, e que abrangem espécies com características singulares” – avalia.

Certificado Wagner F Barbosa

Preparativos para V Simpósio de Entomologia estão a todo vapor

A comissão organizadora do V Simpósio de Entomologia já está trabalhando intensamente para que o evento, que será realizado em agosto de 2015, seja um sucesso como nas edições anteriores. Os organizadores aproveitaram o espaço do XXV Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado em Goiânia na semana passada, para divulgar o Simpósio. O evento, que será sediado na UFV, no próximo ano terá abrangência internacional. Além dos palestrantes nacionais, o V Simpósio contará também com palestrantes de outros países.

Para aquecer os participantes enquanto o Simpósio não chega, os membros da comissão organizadora propuseram um desafio na página do evento no Facebook. Lá são lançadas perguntas relacionadas à área de Entomologia e o primeiro internauta que responder corretamente recebe um brinde.

Não é apenas no Facebook que o V Simpósio promete interação. A integrante da comissão social, Milaine Fernandes, conta que na próxima edição poderá ter um quiz. Entretanto, como a programação ainda não foi fechada e pode sofrer alterações, não dá para adiantar muitas informações. Mas é garantido que, como no ano passado, a quinta edição terá concurso de fotografias e premiação para apresentações de trabalhos.

O Simpósio acontece a cada dois anos e é uma iniciativa dos estudantes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV, com o apoio dos professores. Em 2013, o evento reuniu 500 participantes de vários estados brasileiros e de outros países. A expectativa é que em 2015, 700 participantes venham a Viçosa discutir temas emergentes da Entomologia, promovendo a troca de experiência entre os pesquisadores.

Para ficar por dentro de todas as informações, curta a página do V Simpósio de Entomologia no Facebook.

Pesquisador da Universidade de Western Ontario visita a Entomologia

O especialista em comportamento e ecologia química de insetos, Jeremy McNeil, da University of Western Ontario, visitou a Entomologia no mês de agosto, quando ministrou um curso de Semioquímicos e iniciou as atividades do projeto “Are refuge areas effective as a Bt resistance management strategy when using transgenic plants? Pheromone ecology of Spodoptera frugiperda in Brazil”, coordenado pelo professor Eraldo Lima e com participação do professor Eliseu José Guedes Pereira.

Durante três anos, o pesquisador da universidade canadense desenvolverá pesquisas em parceria com os professores da Entomologia, com o objetivo de verificar a compatibilidade reprodutiva da lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) oriunda de cultivo convencional e transgênico (cultivo Bt – Bacillus thuringiensis).

O professor Eraldo explica que “no Brasil, grande área de milho cultivada é de milho Bt, que provoca resistência nos insetos sobreviventes, no caso específico, na lagarta-do-cartucho. E adotam-se áreas contíguas de milho transgênico e milho não transgênico, para que seja fonte de insetos susceptíveis. Assim, queremos saber se os insetos das duas áreas mantêm o mesmo nível de comunicação química para reprodução. Além disso, sabemos da existência de duas raças de S. frugiperda no Brasil e queremos investigar a comunicação entre elas com o fator resistência e susceptibilidade envolvidos no sistema”.

As estudantes Fernanda Freitas e Nataly de la Pava também participam do projeto. Sob a orientação do professor Eliseu, Fernanda está pesquisando o comportamento de emissão do feromônio sexual em populações de S. frugiperda resistentes e susceptíveis. Já Nataly, orientada do professor Eraldo, está estudando a resposta dos machos ao feromônio sexual das populações resistentes e susceptíveis de S. frugiperda em túnel de vento. De acordo com o professor Eraldo, em 2015, um pós-doc irá para o Canadá desenvolver parte dos trabalhos do projeto no laboratório coordenado pelo professor McNeil, na Universidade de Western Ontario.

Antes do projeto atual,  Jeremy já havia desenvolvido vários trabalhos com o professor Eraldo. O professor da Entomologia conta que “a pareceria nasceu pelo interesse mútuo em estudar ecologia comportamental associada à comunicação por feromônios em insetos”. Atualmente, o professor Jeremy McNeil é Pesquisador Visitante Especial, do programa Ciência sem Fronteiras.

Jeremy McNeil e Eraldo Lima

Além do pesquisador da University of Western Ontario, a Entomologia contará com a colaboração de mais quatro pesquisadores visitantes especiais, em projetos com outros professores do Programa de Pós-Graduação. Os visitantes virão da University of British Columbia, da Dalhousie University, da Kansas State University e da University of Southampton. Saiba mais

Perfil: José Eduardo Serrão

Com mais de 300 trabalhos publicados ao longo dos 17 anos de carreira, o professor do Departamento de Biologia Geral, José Eduardo Serrão, recebeu da UFV a Medalha de Ouro Peter H. Rolfs do Mérito em Pesquisa. O pesquisador garante que o reconhecimento é fruto de um trabalho coletivo: “Sozinho eu não conseguiria fazer tudo isso. O esforço existe, mas há uma rede de colaboradores por trás. Pesquisadores da UFV e de outras instituições nacionais e internacionais, estudantes de iniciação científica e pós-graduação contribuem muito”.

Entre os programas de pós-graduação em  Entomologia e Biologia Celular e Estrutural da UFV, o professor Serrão já contribuiu para a formação de 16 doutores, 21 mestres, oito pós-docs. e 32 estudantes de iniciação científica. Para ele, sem dúvida alguma, os seus orientandos são a principal razão para todo o esforço empreendido. “Quando orienta, você costuma ter muita cobrança, você tem que ser a fonte de inspiração e de relacionamento. Os alunos são o fim. Na verdade, o mais gratificante é formar recursos humanos” – afirma.

Formado em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Zoologia, o professor Serrão ingressou na UFV como docente em 1997. Um ano depois ele já era orientador no Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Ele conta que por ser bastante ampla, a formação em Zoologia lhe permitiu trabalhar com a morfologia de insetos em geral, associada à taxonomia, sistemática, evolução, comportamento e fisiologia. “Desde o início, comecei a colaborar com muitos orientadores, por isso que a produção científica cresceu bastante” – conta sorrindo.

Com uma média de 20 artigos publicados por ano, o professor Serrão revela que nunca teve uma meta de publicações e que a sua produção científica foi crescendo naturalmente. “Na verdade, um artigo científico publicado é um indicador do que foi produzido com tudo aquilo que foi investido na sua pesquisa. É uma forma de divulgação. Se você não publicar ninguém vai saber. Então, qual seria  a sua contribuição para a ciência?” – indaga.

Entre os trabalhos, nem venha lhe perguntar qual é o mais importante, porque ele já adianta: “Não tem trabalho mais importante, todos são. E começa a ser importante quando começa a ser lido e citado”. O professor Serrão encara a necessidade de publicar como algo bem simples e conta que antes mesmo de ter a exigência por parte das agências financiadoras, publicar já era um exercício por ele praticado: “Tive muita influência da minha orientadora durante o doutorado, na USP. Naquela época, em 1995, os pesquisadores brasileiros não tinham essa necessidade de publicação que se tem hoje. Eles não tinham o hábito de publicar. Você tinha pesquisadores muito bons e a produção era relativamente baixa. Mas a minha orientadora já era muito produtiva. Então, isso acabou passando para a gente, ela sempre incentivou os orientados a publicarem”.

O pesquisador defende que pesquisa e ensino estão diretamente associados: “Para mim, publicar faz parte do ensino. Quando eu converso com os meus orientados, de certa forma estou ensinando, tentando estimulá-los a buscar  conhecimento. É uma forma de me manter atualizado também para atuar em sala de aula. E hoje, com a internet e a velocidade da informação, isso é uma coisa brutal, fica até difícil às vezes, acompanhar o avanço do conhecimento”.

Com vários anos ainda pela frente para continuar se dedicando à pesquisa e ao ensino, o professor Serrão conta que achou “estranho” ser homenageado pela UFV em pleno auge da sua carreira. Ele não imaginava receber uma homenagem por agora, talvez quando fosse se aposentar. Mas o recebimento da medalha do mérito em pesquisa foi encarado como um incentivo: “É gostoso, um estímulo para continuar no caminho certo” – resume.

Equipe Laboratório de Morfologia Interna de Insetos