“I Bar com Ciência” propõe happy hour diferente na próxima quinta-feira

I BAR COM CIÊNCIA FINAL

Além do clima de confraternização, comidas e bebidas, o happy hour da próxima quinta-feira vai ser temperado com uma boa dose de ciência. Isso mesmo! Na quinta-feira, dia 17, acontecerá o I Bar com Ciência, uma iniciativa idealizada pelo professor Paulo Sérgio Fiuza e prontamente abraçada pelos alunos da disciplina ENT 666 – Taxonomia de Insetos Adultos.

Aliando conhecimento e descontração, o objetivo é levar à cidade “uma mostra dos trabalhos que se desenvolvem no interior das Quatro Pilastras”. O professor Fiuza nos dá um aperitivo do que está sendo preparado: “Trata-se de uma atividade de seminário programado no sistema de avaliação da disciplina ENT 666, oferecida para alunos de mestrado e doutorado, em Entomologia e Biologia Animal. Os pós-graduandos vão apresentar em forma de Datashow as suas experiências na identificação e aspectos da biologia dos insetos observados na natureza. Esse é um assunto de grande valor científico e que desperta a curiosidade das pessoas leigas e que achamos apropriado para levar um pouco da ciência dos insetos ao conhecimento do povo de Viçosa”.

E você, vai ficar de fora dessa? Programe-se!

Entomologia seleciona dois bolsistas para pós-doutorado

A Entomologia está selecionando dois candidatos para pós-doutorado, com bolsa financiada pela CAPES, através do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD). Os interessados devem se inscrever por e-mail, no período de 12 a 22 de novembro de 2016.

O candidato pode se inscrever em uma das seguintes modalidades:

  • a) brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil portador de visto temporário, sem vínculo empregatício;
  • b) estrangeiro residente no exterior, sem vínculo empregatício.

A bolsa terá duração de 12 meses, compreendendo o período de dezembro de 2016 a novembro de 2017.

 Para mais informações, leia o Edital 02/2016 de Seleção de Bolsista PNPD/CAPES.

Foto: Daniel Albeny

Comunicado urgente aos candidatos que farão prova em Viçosa

O local da prova de seleção da Entomologia de hoje, dia 11/11, foi transferido. Mais informações na Secretaria da Pós-Graduação.

UFV recebe estudantes de outras universidades brasileiras para intercâmbio

Viver um pouco a rotina em outra universidade durante a graduação é uma experiência enriquecedora que tem trazido estudantes de outras regiões do país à UFV. Esse é o caso dos estudantes Linda Inês Silveira e Diego Souza, que vieram respectivamente da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), para cursarem um semestre na UFV. Durante o período em Viçosa, eles também estão estagiando no Laboratório de Semioquímicos, coordenado pelo professor Eraldo Rodrigues de Lima.

 UFRB

Diego Souza é aluno do 5° período do curso de Engenharia Agronômica na UFRB, e afirma que desejava muito estudar na UFV: “Eu sempre vislumbrava a UFV como uma universidade onde fosse possível expandir meus horizontes e adquirir conhecimentos que serão importantes para minha carreira, principalmente na área que pretendo seguir, que é a entomologia. Eu via no intercâmbio (nacional ou não) uma oportunidade de crescer como ser humano, conhecer pessoas e novas culturas. Partindo disso, decidi me inscrever no Programa de Mobilidade Acadêmica da Andifes e fui selecionado para realizar o intercâmbio nacional. Escolhi então a UFV por ser uma das mais conceituadas universidades do país em Agronomia e por ter um dos mais respeitados programas de pós-graduação em Entomologia. Pretendo aproveitar o máximo do que estou vivendo aqui para que ao retornar à minha universidade, eu possa passar adiante novas ideias e conceitos e pôr em prática futuros projetos, e também tentar construir pontes para parcerias futuras”.

Integrando a equipe do professor Eraldo durante a sua estadia na UFV, Diego participa de pesquisas com Spodoptera frugiperda, popularmente conhecida como lagarta do cartucho. “No Laboratório de Semioquímicos, fazemos pesquisas relacionadas à atratividade sexual, extração de feromônios e glândulas de feromônios, dentre outros estudos. Eu estou avaliando diferenças no cruzamento e atratividade dos casais de insetos formados por macho e fêmea da raça resistente, formados por macho e fêmea da raça susceptível e pela mesclagem entre as duas raças. O objetivo da pesquisa é avaliar a viabilidade da implantação das áreas de refúgio nas plantações como um manejo efetivo ou não da resistência desse inseto. Também estamos realizando genotipagem de alguns casais para tentarmos encontrar dentro da criação que temos no laboratório duas raças distintas: ‘raça corn’ e ‘raça rice’, aumentando assim as possibilidades em pesquisas”.

UNIFAP

Assim como Diego, a aluna do 4º período do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UNIFAP, Linda Inês Silveira, também está fazendo estágio no Laboratório de Semioquímicos. “No momento estou acompanhando a mestranda Amália Ceballos González. Estamos testando a localização da vespa Cotesia flavipes em seu hospedeiro: a vespa parasitóide localiza seu hospedeiro (lagarta da Diatraea saccharalis) através de voláteis liberados pela cana quando infestada e pela própria lagarta. O experimento está sendo testado para saber se a vespa prefere parasitar a lagarta na cana suscetível ou resistente à mesma. Para isso, cultivamos os dois tipos de cana e criamos as vespas e as lagartas. Tudo com muito cuidado e precisão”.

Linda, que veio do campus Binacional, no município de Oiapoque, conta que a ideia de passar um período na UFV surgiu do seu orientador na UNIFAP, o professor Hilton Aguiar, que conhece bem a UFV, onde ele cursou da graduação ao doutorado. Linda avalia que “a estadia está sendo ótima. Todas as pessoas foram muito receptivas, atenciosas, preocupadas em me ajudar. Estou adorando a cidade”.

UFRN

Quem também viveu uma experiência parecida, foi o estudante do 10º período do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Leoclécio Paiva. Por indicação do seu orientador, o professor Gerbson de Azevedo Mendonça, após encerrar as disciplinas do seu curso, Leoclécio veio para Viçosa, onde permaneceu entre os meses de julho e setembro deste ano.

Nesse período, ele estagiou no Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados, coordenado pelo professor Eugenio Eduardo de Oliveira. O estudante da UFRN teve a oportunidade de acompanhar criações de Euschistus heros, Sitophilus spp., Podisus nigrispinu e Rhopalosiphum maidis, e de participar de alguns experimentos.

A experiência foi tão enriquecedora que Leoclécio, agora formando, pretende retornar em breve à UFV: “Irei tentar o processo seletivo do mestrado no PPG em Entomologia. Meus planos são seguir na área acadêmica, realizando pesquisas na área que tenho maior interesse, que é a entomologia. Ou caso não consiga ingressar na área acadêmica, pretendo produzir no campo”.

Para aqueles estudantes que desejam passar por um período de mobilidade acadêmica e que possam ter dúvidas se vale a pena ou não vir para a UFV, Leoclécio garante que a sua estadia por aqui foi excelente: “A cidade de Viçosa é extremamente agradável, muito boa para morar devido à tranquilidade e ao fácil acesso a supermercados, padarias, restaurantes, lanchonetes, etc.. E a UFV é uma universidade de excelência, referência em todo Brasil”.

LeoclécioO estudante do 10º período do curso de Engenharia Agronômica da UFRN, Leoclécio Paiva, passou três meses na UFV.

Doutorando realiza treinamento no USDA sobre técnica EPG

O estudante Edmar Tuelher está prestes a concluir o seu período de doutorado sanduíche no United States Department of Agriculture (USDA), mais precisamente no San Joaquin Valley Agricultural Sciences Center, que fica na cidade de Parlier, no estado americano da Califórnia. Edmar foi para os Estados Unidos no mês de janeiro deste ano, com o objetivo de aprofundar o seu conhecimento sobre a técnica Electrical Penetration Graph (EPG), utilizada em estudos do comportamento alimentar de insetos.

O doutorando em Entomologia explica que “EPG, também conhecida como Electropenetrography, é uma técnica muito importante para o estudo do comportamento alimentar de percevejos fitossuccívoros, pois por esses insetos terem um aparelho bucal do tipo picador-sugador, não é possível visualizar com precisão o início e o fim da alimentação dentro da planta, além de não se identificar o local de alimentação desses percevejos. Outros insetos em que esta técnica tem sido muito utilizada para estudo de comportamento alimentar são os afídeos (pulgões), mosca-branca, cigarrinhas, tripes e psilídeos”.

Além de permitir descrever e identificar fases do comportamento alimentar dos insetos, EPG tem outras aplicações importantes, como “estudar mecanismos de transmissão de doenças de plantas por insetos vetores, possibilita comparar hospedeiros resistentes e suscetíveis a determinado inseto ou doença e ainda auxilia em estudos de efeitos de moléculas inseticidas”.

workshop- ao lado da minha orientadoraNos Estados Unidos, Edmar conta com a orientação da Dra. Elaine Backus, pesquisadora que trabalha com EPG há mais de 20 anos. “O equipamento utilizado na minha pesquisa foi desenvolvido por ela e foi recentemente patenteado. A Dra. Elaine é especialista na área de insetos vetores de doenças de plantas, e a utilização da técnica de EPG tem a auxiliado desvendar algumas particularidades da transmissão de doenças”.

Com bolsa financiada pela Fapemig, a previsão é que Edmar encerre o seu período de treinamento no USDA no fim deste mês e retorne ao Brasil. Dentre as experiências que vivenciou durante esses meses nos Estados Unidos, o doutorando destaca dois eventos: “A participação no ICE 2016 – XXV International Congress of Entomology e no International Electropenetrography (EPG) Conference foi o ponto máximo durante este período de doutorado sanduíche, pois permitiu inúmeros contatos profissionais e intercâmbio de informações a respeito da técnica de EPG. Todas as despesas durante estes eventos foram custeadas totalmente pelo USDA-ARS-SJVASC, na forma de recursos diretos da instituição ou via projeto de pesquisa da Dra. Elaine Backus”.

 Participação em eventos

Durante o ICE 2016, realizado em Orlando, Edmar apresentou de forma oral o trabalho “Feeding behavior of the stink bug Bagrada hilaris is changed by the electrical signals applied during EPG recordings”, que faz parte da pesquisa que desenvolve no doutorado sanduíche. “O inseto objeto deste estudo, ‘painted bug’ Bagrada hilaris, é a principal praga das culturas das Brássicas na Califórnia e no Arizona, causando prejuízos de milhões de dólares anualmente. Além disso, este inseto pode causar prejuízos a outras culturas importantes, como milho, algodão, soja e girassol”.

O objetivo desse estudo foi verificar possíveis alterações no comportamento alimentar do percevejo B. hilaris ao ser submetido a diferentes tipos de sinais elétricos (AC ou corrente alternada e DC ou corrente direta), diferentes voltagens aplicadas à planta e diferentes intensidades de amplificação do sinal. “Os resultados obtidos permitirão que futuros estudos de EPG em B. hiliaris sejam realizados de maneira que se minimizem as interferências dos sinais elétricos no comportamento alimentar dos insetos sob investigação. Isso porque, ao contrário do que se esperava e difundido na literatura atual, os percevejos tiveram seus comportamentos afetados pelo tipo de sinal aplicado, pela intensidade de voltagem e ainda pela resistência do amplificador. Estudos em andamento e futuros irão detalhar melhor as estratégias de alimentação desta espécie, sendo que este é o primeiro percevejo Heteroptera da América do Norte a ter seu comportamento alimentar estudado via EPG”.Oral presentation ICE (2)

Além do ICE 2016, Edmar também participou recentemente da International Electropenetrography (EPG) Conference, realizada na cidade de Winter Haven. Os participantes aprenderam os fundamentos da técnica EPG e foram treinados tanto para a fixação do fio de ouro em diferentes tipos de insetos sugadores como na operação dos equipamentos, coleta e análises de dados. “Esta conferência contou com a participação de 25 inscritos de diversos países, como Argentina, Brasil, Espanha, Hungria, Índia, Japão e Uruguai, além dos EUA. Foi uma oportunidade única de interação entre diferentes grupos de pesquisa consolidados que fazem o uso constante da técnica, como também de jovens pesquisadores quem têm intenção de iniciar o uso da técnica em suas pesquisas”.

Já na reta final de sua permanência nos Estados Unidos, Edmar avalia que até então tem valido muito a pena o período de treinamento. “O desafio que foi se adaptar a um novo ambiente de trabalho tem sido recompensado pela infraestrutura disponível para a realização das minhas pesquisas e pelos resultados obtidos até o momento. Os estudos desenvolvidos com o uso de EPG envolveram duas espécies de percevejos pragas de importância econômica nos EUA e estão em fase final de execução, e já com previsão de publicação dos resultados em artigos em periódicos indexados”.

 Electropenetrography

De acordo com Edmar Tuelher, esta técnica é utilizada de maneira que um inseto passe a fazer parte de um circuito elétrico. Um equipamento conhecido como AC-DC Monitor aplica uma pequena corrente elétrica no solo onde está a planta hospedeira do inseto, tornando-a eletrificada. Do outro lado tem-se o inseto, que por meio de um fio de ouro colado ao pronoto por uma cola de prata condutiva, é conectado a um amplificador de sinais elétricos. Esse amplificador é ligado a um conversor de sinal analógico para digital e ligado a um computador.

Neste sistema, quando o inseto penetra seus estiletes na planta eletrificada, o circuito elétrico é completado e então a corrente elétrica flui da planta eletrificada para o inseto, passa pelo amplificador e em seguida é convertida em sinal digital que, por meio de um software apropriado, registra as variações de voltagem e resistência à passagem da corrente elétrica na interface planta-inseto. Essas variações são identificadas na forma de ondas (waveforms), e essas ondas podem ser correlacionadas com o tipo de comportamento que o inseto possa estar executando. Por exemplo, pode-se identificar qual o tipo de tecido que o inseto está se alimentando, qual tempo de alimentação nesse tecido, quantas vezes o inseto teve esse comportamento específico, entre outros.