Perfil: Obiratanea da Silva Queiroz

“A melhor saída para nós jovens é estudar. Não apenas para conseguir um emprego, mas para ser capaz de mudar a própria história de vida”. Com essa convicção, a estudante Obiratanea da Silva Queiroz, filha de pai agricultor e mãe doméstica, vai reescrevendo a sua história. Natural da pequena Estrela do Norte, no estado de Goiás, ela está prestes a se mudar para a cidade de Saint Paul, capital do estado de Minnesota, nos Estados Unidos. Obiratanea foi aprovada para o mestrado na University of Minnesota com bolsa de lá. A formanda do curso de Agronomia da UFV começará os estudos no dia 17 de janeiro na universidade americana, onde vai trabalhar com Manejo Integrado de Pragas (MIP).

O MIP a acompanha desde o início da graduação na UFV. Mas até chegar à UFV em 2011 não foi nada fácil. Tão pouco foi fácil nos anos subsequentes. Antes de ingressar na Universidade, Obiratanea fez o curso técnico em Agropecuária, paralelo ao ensino médio, no Instituto Federal Goiano (IFG). Assim, aos 14 anos, ela dava os primeiros passos rumo à realização de um sonho. “Sempre fui apaixonada por plantas, principalmente, por causa do meu pai que sempre produziu uma variedade de culturas na nossa pequena propriedade, e essa foi a razão que me motivou a fazer o curso técnico em Agropecuária e, posteriormente, Agronomia”.

Para estudar no IFG Campus Ceres, Obiratanea saiu da casa dos pais e foi morar com uma amiga da sua mãe. Ela perdeu a convivência diária com os seus familiares, mas ganhou uma segunda mãe e uma irmã de coração. Por incentivo de um professor do IFG, egresso da UFV, Obiratanea decidiu tentar o vestibular para Agronomia em Viçosa. “O IFG cedeu o ônibus para que pudéssemos fazer o vestibular em Uberlândia. Tenho imensa gratidão a todos os amigos e professores do IFG campus Ceres por todo o incentivo e conhecimento comigo dividido”.

Na UFV, logo no primeiro período da graduação, Obiratanea entrou para o Laboratório de MIP, coordenado pelo professor Marcelo Picanço. “Durante quatro anos no laboratório de MIP, eu tive a oportunidade de conviver com pessoas excelentes, que sempre me ajudaram e me incentivaram a aprender coisas novas. Tive a oportunidade de trabalhar com os mais variados assuntos de entomologia e ainda participar da Semana do Fazendeiro (meu evento favorito) como ministrante de vários cursos. O professor Marcelo teve grande contribuição para eu chegar até aqui, pois ele pagou inglês para mim enquanto eu não tinha bolsa e sempre me incentivou muito a estudar inglês, ler vários livros e me dedicar o máximo possível. Além disso, ele me emprestou o dinheiro necessário para o intercâmbio. Ele é uma pessoa que eu admiro muito e tenho muito a agradecer”.

O intercâmbio ao qual ela se refere foi em 2015, quando Obiratanea passou um ano nos Estados Unidos, através do programa MAST International. Por sete meses ela trabalhou na produção de flores numa greenhouse e nos outros quatro meses cursou duas disciplinas e estagiou no laboratório de milho, do departamento de Fitotecnia, na University of Minnesota. Esse período foi fundamental para que o sonho de dar continuidade aos seus estudos se tornasse cada vez mais real: “Na universidade de Minnesota visitei o departamento de Entomologia e, apesar de não ter estagiado lá, tive a oportunidade de conversar com o professor Robert Koch, manifestando a minha vontade de fazer mestrado lá”.

 Retorno

De volta ao Brasil em dezembro de 2015, Obiratanea iniciou um novo estágio, dessa vez, no Laboratório de Interação Inseto-Planta da UFV, sob a orientação do professor Eliseu Guedes Pereira. “Tem sido uma excelente experiência. Tive a oportunidade de aprender sobre uma nova área, trabalhando com plantas transgênicas e com a principal praga do milho, Spodoptera frugiperda, além de conhecer pessoas excelentes que se tornaram meus amigos” – comenta.

No mês de agosto deste ano, Obiratanea começou a organizar a documentação necessária para tentar o mestrado na área de Entomologia na University of Minnesota. “Inicialmente eu fiz o Toefl e GRE (Graduate Record Examination). Depois, fiz a inscrição online onde precisei de três cartas de recomendação, uma autobiografia e o meu currículo vitae. Três semanas após, o professor Robert Koch me mandou e-mail dizendo que eu havia sido selecionada para o mestrado. O próximo passo foi esperar a carta de aceite do escritório de pós-graduação. Eu fui aceita, mas tive que fazer outro Toefl iBT porque tirei três pontos a menos do que o mínimo exigido no Writing. Então, estudei bastante e contei muito com ajuda de vários amigos, em especial da Mirian, Iza e Jaciara. Fiz a prova e, graças a Deus, consegui a nota que precisava. No final, consegui o mestrado no departamento de Entomologia com bolsa de lá”.

Agora, sem esconder a felicidade de retornar aos Estados Unidos, onde também mora o seu namorado, que tem origem americana, Obiratanea fala sobre os seus planos: “Vou trabalhar na área que eu gosto – Manejo Integrado de Pragas, provavelmente com o pulgão da soja, que causa grande problema nos cultivos de soja nos EUA. Espero trabalhar testes toxicológicos ou com monitoramento de pragas nas lavouras. Gosto muito de trabalho de campo, pois me permite ver a aplicabilidade do que eu estou fazendo. Eu estou muito empolgada para essa nova fase porque eu acredito que será um excelente desafio, me fará crescer como pessoa e como profissional, e ainda terei a chance de ficar próxima do meu namorado. Espero fazer um bom trabalho e deixar as portas abertas para outros que, assim como eu, possam precisar. Sempre sonhei em fazer doutorado. Então, espero que após o mestrado, eu também consiga o meu doutorado lá”.

Olhando para trás, não restam dúvidas de que todo o seu esforço valeu a pena e de que lhe sobram garra e incentivo para ir ainda mais longe: “Como eu vim de família humilde, sempre tive a consciência de que mesmo a UFV sendo uma universidade pública, a sociedade está pagando para que eu possa estudar. Então, o mínimo que eu posso fazer é me dedicar e tentar superar minhas limitações. Enfrentei várias dificuldades financeiras, mas meus pais sempre me ajudaram na medida do possível. Valeu a pena, será mais um sonho realizado. Este sempre foi o sonho da minha mãe: ver as suas filhas formadas. Minha família é meu xodó, são eles que me motivam a continuar lutando cada dia e a nunca desistir. O que eu digo a qualquer um é: faça sempre o seu melhor e se dedique porque nunca se sabe aonde a oportunidade vai aparecer; estude inglês; faça estágio, pois o estágio te dá muitas possibilidades de crescimento; valorize o esforço dos seus pais que dedicam todo o amor e carinho a você; tenha amigos, pois os amigos fazem a graduação ser inesquecível; busque a Deus porque o resto vem com o tempo; e nunca desista dos seus sonhos, mesmo que, às vezes, todas as chances estejam contra você”.

Resultado da seleção para pós-doutorado é retificado

Considerando recurso interposto, o resultado da seleção de dois candidatos para pós-doutorado foi retificado.

 Veja como ficou o Resultado Final PNPD/CAPES

Entomologia divulga resultado final do Processo Seletivo 2017/1

Saiu o resultado final do Processo Seletivo 2017/1, ao mestrado e ao doutorado. Veja:

 Resultado final Mestrado

 Resultado final Doutorado

Entomologia divulga horários da arguição oral

Na próxima sexta-feira, dia 2 de dezembro, será realizada a arguição oral do Processo Seletivo 2017/1, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado. A arguição oral será realizada no Departamento de Entomologia.  Confira o horário de cada candidato:

Arguição oral

Quinta-feira é dia de votação para representantes discentes

Uma chapa se inscreveu para a eleição dos representantes discentes na Comissão Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia.  A chapa é composta pelos doutorandos José Augusto Martins Roxinol (efetivo) e Wilson Rodrigues Valbon (suplente).

A votação será realizada na quinta-feira, dia 1º de dezembro, às 17h, no auditório do Bioagro.