Mostra científica no bairro Nova Viçosa permite ver muito além dos insetos

Olhares atentos para não perder nenhum detalhe. Afinal, quando se fala de insetos, a descoberta está nas pequenas particularidades. Poderia ser só mais uma manhã de estudos e pesquisas para os estudantes da pós. Mas desta vez, eles saíram dos laboratórios e salas de aula e foram ao bairro Nova Viçosa, compartilhar um pouco do conhecimento sobre fisiologia de insetos e aprender com a comunidade, por meio da troca de experiências. Na manhã do último sábado, durante o II Insetos em Cena, a comunidade pode ver os insetos sob uma nova ótica e os estudantes puderam ver a cidade sob uma nova perspectiva.

Longe da realidade de muitos estudantes, não apenas pela distância que separa as Quatro Pilastras de um dos bairros mais afastados do centro da cidade, mas distante porque ali, pouco se assemelha ao ambiente acadêmico rotineiro para os estudantes. Para muitos deles, sábado foi a primeira vez que foram ao Nova Viçosa. Numa cidade onde é possível se deslocar com facilidade a pé ou de bicicleta, para chegar ao bairro, saindo da UFV, é preciso recorrer a outros meios de transporte.

Mas o deslocamento vale a pena. No último sábado, os estudantes aprenderam muito mais do que ensinaram. Entre outras coisas, aprenderam que o conhecimento tem muito mais sentido se for partilhado. “Mais que levar ciência para fora da universidade, é poder partilhar o conhecimento produzido! Foi muito gratificante ter a oportunidade de expor o tema para aquela comunidade, principalmente pela participação e interesse que demonstraram. É uma região carente desse tipo de atividade e o retorno foi imediato a cada expressão de curiosidade e surpresa estampada no rosto dos visitantes” – afirma a mestranda Aline Cristine, que sábado conheceu o Nova Viçosa.

Visão dos insetos

Numa mostra que reuniu vários temas relacionados à fisiologia dos insetos, algumas particularidades chamaram a atenção: a visão dos insetos atraiu os olhares dos visitantes. A diferente estrutura dos olhos deu o que falar. Teve gente até lamentando pelos pequenos animais: “Eles enxergam tão mal!”, exclamou uma senhora ao saber como é formada a visão dos insetos.

Integrante do grupo que desenvolveu o tema, Aline conta que o objetivo foi demonstrar, da forma mais fidedigna possível, como os insetos enxergam o ambiente. “Para tentar facilitar o entendimento sobre os mecanismos fisiológicos que envolvem a percepção de luz e imagens pelos insetos, construímos alguns modelos didáticos que pudessem nos auxiliar. Falamos sobre as diferenças existentes entre a visão de insetos noturnos e diurnos e o que isso implica na morfologia dos mesmos, o que hoje tem sido alvo de estudos aplicados à área médica”.

Os estudantes levaram uma grande cabeça de louva-a-deus, em que os visitantes podiam ver a constituição de um olho composto, e uma lupa, que ampliava o olho de diferentes espécies de insetos. Eles exibiram um vídeo e utilizaram um aplicativo que propicia enxergar como um inseto, por meio da câmera do celular. De acordo com a mestranda, “havia também uma placa com a representação de um cérebro típico desses animais, onde as pessoas podiam identificar as regiões responsáveis pela visão, por meio de botões interativos que acendiam as luzes nos locais específicos. Esse contato direto e a manipulação despertavam a curiosidade dos visitantes”.

Pelo visto, curiosidade não faltou a adultos e crianças: “As crianças ficaram admiradas com a diversidade de olhos compostos e como variam entre as espécies, ao olharem pela lupa. Mais admiradas ainda, no caso decepcionadas, as pessoas ficavam quando ‘enxergavam com os olhos dos insetos’. Afinal, a nossa visão nos permite bastante acuidade na percepção da imagem, o que não ocorre com esses seres” – comenta Aline.

ENT 662

Sob a coordenação do professor Eugenio Oliveira, 22 alunos da disciplina ENT 662 participaram da organização do II Insetos em Cena. Além da visão, eles apresentaram vários outros temas. O grupo Etnoentomologia mostrou a importância dos insetos na perceptiva de diferentes culturas e regiões. O grupo Muda de Inseto exibiu insetos holometábolos vivos em diferentes estágios de desenvolvimento e uma pequena coleção entomológica. Os estudantes explicaram as diferenças e o papel do exoesqueleto em insetos jovens e adultos, a importância da muda e metamorfose no desenvolvimento dos insetos e a influência de fatores ambientais nesses processos.

Já o grupo Louco…moção mostrou os tipos de caminhamento e estratégias que os insetos usam para otimizar o processo de locomoção. Também mostrou os diversos tipos de pernas que os insetos podem ter e as suas respectivas funções. O grupo ainda realizou a brincadeira “Corrida de baratas” que, por sinal, na disputa para atrair a atenção dos visitantes, também teve um ótimo desempenho. Por fim, o grupo UFC dos Insetos abordou as relações que existem entre os insetos na natureza, mostrando como eles se comportam tanto em relações intra como interespecíficas.

A estudante Bárbara Lima conta que o título “UFC dos Insetos” foi adotado para tornar o tema mais atraente e destaca: “Foi muito interessante levar para o público temas que envolvem insetos porque é sempre algo que passa despercebido para muitos. Tanto crianças quanto adultos mostraram interesse em tudo que apresentamos. Foi incrível ver que muitas crianças já sabiam de alguma coisa que falávamos, enquanto tudo era novidade para alguns adultos”.

Bárbara ainda ressalta o desejo de participar de mais iniciativas como essa. “Às vezes, na pós-graduação, ficamos distantes de atividades assim e depois de participar, vi o quanto é importante para nós. Temos contato constante com pesquisa e conhecimento e muitas vezes isso não é passado a ninguém. Poder levar isso para um público tão carente, é muito gratificante. Com certeza foi uma experiência muito enriquecedora”.

O mestrando Pedro Toledo participou do grupo sobre locomoção dos insetos. Ele, que mora na cidade há sete anos, foi ao Nova Viçosa pela segunda vez. A primeira vez foi durante uma aula prática do curso de Agronomia. Mas no último sábado foi diferente: “Como aluno do mestrado em Entomologia, foi superinteressante participar do evento como ministrante, visto que eu adoro interagir com o público, especialmente crianças, e também por ter tido o treinamento de me preparar para passar, de forma simples, um pouco do que fazemos dentro da academia para o público que está fora deste nosso mundo” – destaca o estudante que, além de organizar o II Insetos em Cena, faz parte da Rede CsF – Núcleo Viçosa.

Ciência na Praça

O Insetos em Cena deste ano integrou um evento maior, o Ciência na Praça, um projeto organizado pela Rede CsF – Núcleo Viçosa, cujo objetivo é discutir ciência em espaços públicos, integrando a UFV e a comunidade viçosense.

Realizado na manhã do último sábado, dia 3 de junho, o Ciência na Praça recebeu cerca de 250 pessoas, que foram conferir a exposição de trabalhos dos departamentos de Administração, Biologia Geral, Entomologia, Microbiologia e Tecnologia de Alimentos.

Além do Insetos em Cena, a Entomologia foi responsável pelo estande Conhecendo as formigas de nosso quintal, organizado pelo mestrando Felipe Nery.

Veja como foi a segunda edição do Ciência na Praça, no vídeo produzido pela Diretoria de Comunicação Institucional da UFV.

Relembre como foi o I Insetos em Cena, realizado no dia 25 de junho de 2016.

Fotos: Lorena Lelis

Entomologia seleciona bolsista para pós-doutorado

A Entomologia está selecionando um candidato para pós-doutorado, com bolsa financiada pela CAPES, através do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD). Os interessados devem se inscrever por e-mail, até o dia 16 de junho.

O candidato pode se inscrever em uma das seguintes modalidades:

a) brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil portador de visto temporário, sem vínculo empregatício;

b) estrangeiro residente no exterior, sem vínculo empregatício.

A bolsa terá duração de 12 meses, compreendendo o período de julho de 2017 a junho de 2018.

Para mais informações, leia o Edital 01/2017 de Seleção de Bolsista PNPD/CAPES.

Foto: Daniel Albeny

Seminário sobre nanoestruturas nesta quinta-feira

A estudante Karen Salazar apresenta nesta quinta-feira, dia 1º de junho,  o seminário “Nanoestruturas de asas de borboletas”. Será às 17h, no auditório do Bioagro. Participe!

Sábado é dia de “Ciência na Praça”, no bairro Nova Viçosa

No dia 3 de junho, o bairro Nova Viçosa receberá a segunda edição do “Ciência na Praça”, um projeto que tem como objetivo discutir ciência em espaços públicos, integrando a UFV e a comunidade viçosense. A Entomologia participará do “Ciência na Praça” com os estandes Conhecendo as formigas de nosso quintal, organizado pelo mestrando Felipe Nery, e Insetos em Cena, organizado pelos alunos da disciplina  ENT 662 – Fisiologia de Insetos.

Temas como: a importância dos insetos na perceptiva de diferentes culturas e regiões, lutas entre os insetos, como seria enxergar através dos olhos dos insetos, diferentes aspectos relacionados à locomoção e diferenças entre os padrões de crescimento e desenvolvimento dos insetos poderão ser explorados pela comunidade no estande Insetos em Cena – adiantam os estudantes da ENT 662.

De acordo com o estudante Felipe Nery, o estande Conhecendo as formigas de nosso quintal mostrará a diversidade de formigas da região. “Como nós do Laboratório de Ecologia de Comunidades estamos trabalhando na identificação das formigas de Viçosa, vimos a necessidade de levar esse conhecimento para fora da academia”. Os visitantes poderão visualizar pela lupa as características de diferentes espécies de formigas, ver fotos feitas por alunos do PPG em Entomologia e ainda saber curiosidades sobre as espécies.

Além da Entomologia, os departamentos de Biologia Geral, Microbiologia, Tecnologia de Alimentos e Administração também vão expor trabalhos durante o “Ciência na Praça”, nos seguintes estandes:

  • Biologia e reprodução do mosquito da dengue
  • Vírus: os vilões causadores de doença ou os heróis na luta contra bactérias?
  • Extração caseira natural do maracujá para produção de geleias caseiras
  • Educação Previdenciária

Como se pode ver, a programação está imperdível. Então, programe-se para não ficar de fora: o “Ciência na Praça” será no próximo sábado, das 9 às 11h30min, na APOV (Associação Assistencial e Promocional da Pastoral da Oração de Viçosa), no bairro Nova Viçosa.

O projeto

O projeto “Ciência na Praça” é uma iniciativa do Núcleo Viçosa da Rede CsF. O Núcleo integra uma organização nacional, formada em sua maioria por estudantes que retornaram de intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteiras, cuja missão é usar as experiências de intercâmbio para melhorar o Brasil.

O Núcleo Viçosa iniciou as suas atividades em setembro de 2015, visando ajudar especialmente a comunidade carente da cidade. Atualmente, o Núcleo Viçosa desenvolve vários projetos, como: Universitário por um diaRede Idiomas, Ciência na Praça, entre outros.

O projeto Ciência na Praça “visa estimular uma maior articulação entre a Universidade Federal de Viçosa e a comunidade viçosense, através de exposições públicas de trabalhos científicos desenvolvidos dentro da UFV, que promovam a troca de saberes e experiência”.  A primeira edição do projeto foi realizada em dezembro do ano passado, na Escola Estadual Santa Rita de Cássia, no bairro de Fátima. Veja como foi.

Entomologia divulga resultado final da seleção ao Doutorado

A comissão de avaliação divulgou nesta segunda-feira, dia 29, o resultado final do Processo Seletivo 2017/2, ao Doutorado. Foram aprovados seis candidatos.

Resultado final DS

O resultado final da seleção ao Mestrado foi divulgado no dia 11 de maio.