Entomologia promove mesas redondas e mini curso no SIA 2021

Três mesas redondas e um mini-curso que fazem parte da programação do Simpósio de Integração Acadêmica (SIA) da UFV serão oferecidos por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Este ano, mais uma vez, o evento será realizado online, entre os dias 05 e 07 de outubro. Desta vez, o tema central de discussões é “A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta“.
O Laboratório de Interações Inseto-microrganismo apresenta no dia 07, das 10h às 12h, o minicurso “Fungos no controle de Insetos – da Biologia à prática“, ministrado pelos pesquisadores Eduardo Costantin, Keminy Ribett e Elenir Queiroz. Todas as 25 vagas foram preenchidas poucas horas depois de abertas as inscrições. “Nossa expectativa é a melhor possível. O controle biológico é um tema relativamente pouco debatido entre os alunos da graduação, e certamente o curso será uma oportunidade muito boa também para a nossa formação profissional”, avalia Keminy.
O Grupo de Estudos em Entomologia Insectum, que organiza três mesas redondas, foi convidado a integrar o SIA, este ano, depois da boa repercussão de sua participação na edição de 2020. “Nossa expectativa é altíssima, considerando que a experiência do ano passado foi excelente. Tivemos uma expressiva participação ao vivo e os vídeos, que ficam disponíveis depois em nosso canal, têm visualizações até hoje”, conta Jéssica Martins, coordenadora de divulgação do grupo.
No primeiro dia de evento, a mesa tem como tema “Tecnologia no estudo da entomologia forense“, às 9h30. No dia 6, o assunto é “Tecnologia e novas ferramentas taxonômicas“, às 8h, e, no dia 7, às 18h, o tema em debate será “Tecnologia aliada à ecologia“. Os convidados são pesquisadores da UFV, da Unicamp e da Fiocruz. “Para nós, organizar essas mesas é uma ótima oportunidade de capacitação e aprendizado, além de uma chance fantástica de nos aproximar de especialistas que admiramos muito”, diz Jéssica.
A programação geral do SIA pode ser consultada neste link. As inscrições devem ser feitas até segunda-feira, dia 04.
Foto: Vipin Baliga
Workshop reúne especialistas em controle de pragas em outubro

Os professores Ângelo Pallini e Madelaine Venzon, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, coordenam o V Workshop Controle Alternativo de Pragas e Doenças, que acontece entre os dias 26 e 28 de outubro. O evento é uma parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), por meio do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal. O Workshop vai acontecer totalmente online e reunirá especialistas de diversas universidades do Brasil e do mundo.
A programação geral do evento, que pode ser conferida aqui, inclui palestras, debates e minicursos. A principal meta do evento é promover o debate e a atualização técnica de estudantes e profissionais das áreas de ciências agrárias e biológicas. “Teremos a participação de pesquisadores de 22 instituições públicas e privadas, nas palestras e nos cursos, todos com vasta experiência na área”, diz Angelo. De acordo Madelaine, as discussões e práticas no assunto avançaram positivamente desde o primeiro Workshop, realizado há 15 anos. “Nesta quinta edição, as discussões abordarão as tecnologias ditas alternativas, mas que já são uma necessidade hoje, inclusive nos cultivos convencionais”.

Em 2021, o evento está organizado em três painéis, com os temas: “Manejo alternativo de pragas”, “Manejo Alternativo de Doenças” e “Controle biológico à disposição do produtor: o que existe no mercado hoje”. Além de coordenarem o evento, os professores Ângelo e Madelaine participam da mesa de abertura do primeiro painel e formam o grupo de debatedores que encerra o terceiro. Madelaine também fala sobre “Controle Biológico de Pragas na Agricultura Regenerativa”, no primeiro painel, e Ângelo encerra a mesma noite com um debate com o pesquisador Trazilbo José de Paula Júnior, da Epamig.
Em cada um dos três dias de evento também serão oferecidos cursos diversos – veja a lista completa aqui.
Submissão de trabalho
O Workshop recebe inscrições de trabalhos até esta quinta-feira, dia 30 de setembro. Para submeter trabalhos, os interessados devem enviar um resumo simples, que será analisado pela Comissão Científica do Workshop, considerando o mérito e o grau de relevância do trabalho, seus objetivos, seu conteúdo científico e sua originalidade. É fundamental que o trabalho seja submetido pelo primeiro autor do texto, e que o mesmo já tenha feito sua inscrição no evento. Veja todos os detalhes aqui.
As inscrições gerais para o evento podem ser feitas neste link.
Foto: Madelaine Venzon
Og de Souza recebe Medalha de Ouro Peter Henry Rolfs

O professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Og Francisco Fonseca de Souza é um dos agraciados de 2021 com a Medalha de Ouro Peter Henry Rolfs. Concedida pelo Conselho Universitário (Consu) da UFV, a medalha homenageia servidores que tenham se destacado em suas áreas de atuação. Og, que é professor da instituição desde 1993, recebe a medalha do Mérito em Ensino.
“Fiquei muito honrado com este reconhecimento. Desde meus tempos de graduação aqui na UFV eu já admirava o compromisso que alguns professores tinham com a didática e a preocupação que eles tinham em garantir que nós, então estudantes, entendêssemos a matéria. Posteriormente vi alguns desses professores serem agraciados com esta medalha e isso me mostrou que eu não estava errado ao considerá-los bons exemplos. Cá com meus botões, eu pensava: ‘se um dia for professor, vou tentar copiar pelo menos um pouquinho da postura destes gigantes do ensino’ Hoje, ao ser colocado junto a estes gigantes, tenho a sensação de ter sido um bom aprendiz. Tenho a sensação do dever cumprido, de ser um servo que não enterrou o talento…”
A indicação de Og foi uma decisão unânime do colegiado do Departamento de Entomologia da UFV. No documento que oficializa a indicação, o grupo destaca os feitos do professor em suas quase três décadas de dedicação à Entomologia, inclusive a criação, em 1996, do programa de integração entre alunos de graduação e pós-graduação. O sistema, ativo até hoje, dá aos estudantes, por meio da troca com seus colegas, a oportunidade de adquirir conhecimento ativamente, em contraste com os modelos de ensino tradicionais. Anos depois, o programa foi absorvido pela Capes, servindo como base para a criação do Estágio em Ensino da pós-graduação brasileira.
Também foram destacadas as iniciativas de criação do Museu Vivo de Entomologia (ativo desde 2006), que identifica, por meio de placas, eventos relacionados a insetos em todo o campus da UFV, e o site de didática em Entomologia – https://zenodo.org/communities/entomoteaching/ – onde o professor disponibiliza, para acesso geral, idéias e estratégias relacionadas ao ensino. Desde 1993, Og já teve cerca de dez mil alunos na UFV, em mais de oito mil horas-aula.
“A importância deste reconhecimento vem do fato de que somos essencialmente uma universidade de pesquisa que entendeu perfeitamente que não é possível ser bom pesquisador sem ser bom professor. Afinal, a missão do cientista é explicar o mundo, ao invés de simplesmente descobrir coisas novas e guardá-las para si.”
Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves
Lives debatem genômica e abelhas no canal do Insectum

O grupo de estudos Insectum realiza dois encontros online nesta semana, nos dias 21 e 22 de setembro (terça e quarta). Nos dois casos, os links estarão abertos a todos os interessados em participar.
Na terça-feira, quem fala é Erick Cordeiro, com o tema “Genômica de populações – mais um neologismo ou uma oportunidade inovadora para entender processos evolutivos em ambientes tropicais?” Erick possui graduação em Engenharia Agronômica e mestrado em Entomologia pela UFV, doutorado em Entomologia pela Kansas State University e Phd em Entomologia Agrícola pela University of Exeter, na Inglaterra. Atualmente, é cientista associado na empresa Provivi, e desenvolve pesquisa relacionada ao manejo da resistência de insetos. O evento é realizado pelo professor Eliseu Pereira, coordenador do Laboratório de Interação Inseto-Planta, e acontece às 19h, neste link.
Na quarta-feira, o Insectum realiza a segunda etapa dos encontros promovidos em parceria com a professora Mayara Lopes, que ministra a disciplina Entomologia Geral. Desta vez, o tema em debate será “Colapso das abelhas”, com a presença do professor Weyder Cristiano Santana, do Departamento de Entomologia da UFV. O evento começa às 18h, neste link.

Professor lista efemerópteros impactados após desastre ambiental em Mariana

O professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Frederico Salles é um dos autores do “Livro Vermelho da Biota Aquática do Rio Doce Impactada pelo Rompimento da Barragem Minerária de Fundão (Mariana/MG)”, lançado em agosto. A publicação é coordenada pela Fundação Biodiversitas, por meio de um acordo de cooperação técnica firmado com a Fundação Renova, o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O livro apresenta estudo inédito no Brasil acerca dos possíveis impactos do acidente, ocorrido em 2015, indicando como os quatro grupos aquáticos – crustáceos, efemerópteros, odonatos e peixes -, podem ter reagido ao sedimento que atingiu o rio Doce e sua bacia. Frederico é responsável pelo capítulo dedicado aos efemerópteros, em que apresenta o levantamento realizado junto com os discentes Otávio Luiz Fernandes, que concluiu recentemente seu mestrado, e Marcela Miranda de Lima, aluna do doutorado.
“Há cerca de dois anos, fui convidado pela Biodiversitas para o trabalho, e parte do processo era elaborar uma lista com todas as espécies (de Ephemeroptera) que ocorrem na Bacia do Rio Doce. Foi nessa etapa que Otávio e Marcela vieram”, explica o professor, que é o atual coordenador da lista de espécies de Ephemeroptera ameaçadas do Brasil. Depois deste levantamento, feito com base nas coleções de Viçosa e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES – São Mateus), além da literatura da área, o trio passou à definição de quais espécies teriam sua situação atual efetivamente avaliada. A relação de 63 espécies apontadas no livro foi definida, por fim, após as etapas de avaliação de outros especialistas na ordem Ephemeroptera e também de especialistas no método (chamado método IUCN de avaliação de espécies ameaçadas).
“No livro, portanto, apresentamos as espécies que estão sob ameaça na bacia, mas não necessariamente como resultado direto da ação da lama de rejeito”, diz Frederico. A análise leva em conta a distribuição das espécies, as ameaças dentro da bacia, além de sua biologia, como sua forma de alimentação e sua especificidade de habitat, dentre outros fatores. “Assim podemos, por exemplo, saber que, se uma espécie ocorre preferencialmente sobre rochas, e se a lama cobriu toda a região, a espécie naturalmente ficou sem seu micro-habitat.” Na publicação, além de informações gerais e do status de ameaça da espécie para a bacia, o grupo indica também a distribuição geográfica e, por fim, a classificação de risco de extinção da espécie. “Com essas informações, é possível saber quem são e onde estão as espécies sob risco e, assim, definir estratégias de ação”, diz Marcela.
Os dados apresentados embasam agora o Plano de Ação para Recuperação e Conservação da Fauna Aquática da Bacia do Rio Doce, em curso desde junho deste ano. “Nós, que trabalhamos com taxonomia, contribuímos indiretamente com a conservação das espécies, porque, naturalmente, só preservamos o que nós conhecemos. Essa experiência, porém, nos permitiu trabalhar mais diretamente com a conservação da biodiversidade brasileira, e isso é muito gratificante”, avalia Frederico.
Foto: Frederico Salles