Entomologia oferece total de 15 bolsas para mestrado e doutorado

Se você deseja ingressar no mestrado ou no doutorado em Entomologia da UFV, está chegando a hora de se inscrever. As inscrições para o Processo Seletivo 2017/I vão começar na próxima quinta-feira, dia 1º de setembro. Ao todo, são oferecidas 15 vagas, 10 para o mestrado e cinco para o doutorado. Lembrando que o número de vagas pode ser ampliado ou reduzido de acordo com a disponibilidade de bolsas.
Para o mestrado, as etapas da seleção compreendem prova escrita classificatória e análise de currículo. Para o doutorado, a prova escrita é eliminatória. O candidato que não alcançar nota igual ou superior a 5,0 será eliminado. Além da prova escrita, os candidatos ao doutorado passam por análise de currículo e arguição oral. Será eliminado o candidato ao doutorado que não alcançar nota igual ou superior a 5,0 na arguição oral.
A prova escrita consistirá na interpretação de um artigo científico escrito em inglês. A prova será realizada em Viçosa, no dia 11 de novembro, das 8 às 11h30min (horário local). Visando facilitar a participação, o Programa de Pós-Graduação em Entomologia oferece ao candidato a possibilidade de fazer a prova escrita em outros locais do Brasil e exterior. Contudo, isso não se configura como direito adquirido.
Os candidatos que desejarem fazer a prova fora de Viçosa precisam informar no momento da inscrição o local pretendido e devem contatar previamente um pesquisador ou professor que se disponha a aplicar a prova numa instituição sediada na cidade escolhida. Feito isso, é preciso enviar essas informações à secretaria do PPG em Entomologia, através do e-mail ent@ufv.br , com cópia para entomoprova@gmail.com .
A arguição oral, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado, poderá ser realizada via Skype para residentes em outras cidades, desde que os candidatos avisem com antecedência à secretaria do Programa.
Os interessados têm até o dia 17 de outubro para se inscreverem. Para mais informações, acesse o arquivo dos Critérios para a seleção de candidatos 2017/I.
Professor Zanuncio conquista Medalha de Ouro do Mérito em Pesquisa na UFV

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 terminaram e com eles também acabou o sonho de muitos atletas de conquistar uma medalha em casa. Na UFV, o clima não é mesmo de Olimpíadas, mas por aqui tem medalhistas. O clima é de comemorações pelos 90 anos da UFV, hora de reconhecer e premiar aqueles que se destacam, e o professor do Departamento de Entomologia, José Cola Zanuncio, é um deles. No último dia 26, ele foi agraciado com a Medalha de Ouro Peter Henry Rolfs do Mérito em Pesquisa. A homenagem vem coroar uma trajetória de sucesso construída ao longo de 44 anos na instituição. No seu currículo somam mais de 800 artigos e o pioneirismo em contribuir para o desenvolvimento do manejo integrado de pragas florestais.
Atualmente Professor Titular da UFV, Zanuncio ingressou em 1972 como docente da instituição na qual havia concluído a graduação em Engenharia Florestal no ano anterior. “Fui o primeiro engenheiro florestal a lecionar a disciplina entomologia florestal no Brasil e criei esta disciplina em Viçosa” – destaca. E o seu pioneirismo não para por aí. Ele foi o primeiro pesquisador a utilizar percevejos predadores para lagartas pragas em eucalipto. “As pesquisas com percevejos predadores foram iniciadas pelo nosso grupo e, hoje, existem empresas que produzem e comercializam esses inimigos naturais. Além disso, um grande número de universidades federais e estaduais e a Embrapa têm pesquisas com percevejos predadores” – completa.
Outro ponto que chama a atenção na sua carreira é o sucesso com que o pesquisador capixaba, de Castelo (ES), converte os seus trabalhos em publicações. Mas para ele, a alta produtividade não tem segredo: “A chave do sucesso em qualquer área é a dedicação. A escrita científica é muito simples e depende muito de esforço. Costumo comparar a escrita científica com a saúde: todos nós vamos ao médico tentando ter saúde, mas se assumíssemos os sacrifícios necessários, teríamos saúde com poucas visitas ao médico”.
A sua primeira publicação data de 1975. Zanuncio conta que naquela época, para um docente iniciante publicar seus trabalhos, “o grande problema era a falta de literatura para enxergarmos como fazer uma publicação e as possibilidades de que as mesmas tivessem sucesso”. Contrapondo o seu início de carreira com a atualidade, ele destaca que hoje existem “facilidades de captação e desenvolvimento das ideias com uma rede imensa de cooperação”.
Mestre em Entomologia pela Esalq/USP e PhD em Entomologia pela University of British Columbia (Canadá), atualmente, Zanuncio é orientador dos programas de pós-graduação em Entomologia e Fitotecnia da UFV. Ele já orientou mais de 100 estudantes de doutorado e mestrado e mantém trabalhos conjuntos e publicações com a maioria deles. Em breve, Zanuncio poderá expandir ainda mais a sua rede de colaboração: “Estou em fase de análise visando orientar nos programas de pós-graduação em Ciência Florestal da UFV e da Unesp-Botucatu” – informa.
A UFV completou 90 anos no dia 28 de agosto de 2016. Para o docente que vem acompanhando a trajetória da instituição há mais de quatro décadas, “antes, o sentimento de iniciar e terminar a carreira na UFV era muito mais forte que hoje. Acredito que a maioria e, mesmo, todos os professores da UFV jamais pensassem em mudar para outra instituição naquela época. Isto criava um vínculo muito forte e um trabalho incessante para que a nossa universidade fosse cada vez melhor”.
Mesmo com toda a satisfação de ser agraciado agora com a medalha do mérito em pesquisa na UFV, Zanuncio é categórico ao afirmar: “Acredito que não devamos receber homenagens e/ou prêmios, por ser nossa obrigação fazermos o melhor pela UFV sem esperarmos qualquer coisa, além de condições de trabalho e de nosso salário”. Mas ele também ressalta: “Considerando o número imenso de professores merecedores desta medalha, isto nós dá a sensação de termos acertado como pesquisador na UFV”.
Quando o assunto é a pesquisa e a inovação no nosso país, ele pondera: “Precisamos de incentivo e cobrança. A Olimpíada mostrou nossos atletas satisfeitos com resultados ruins, pois muitos respondiam que fizeram o melhor. Fazer o melhor não é suficiente, temos que ser melhores que os melhores em nossas áreas. Infelizmente, como professores, se fizermos o mínimo, somos promovidos. Logo, qual o incentivo em sermos melhores?”
Olhando para o futuro da ciência, o pesquisador defende: “Uma das possibilidades que mais gosto é a criação de planos quinquenais de pesquisa, onde todos os esforços seriam direcionados para um objetivo comum. Por exemplo, a meta seria aumentar a produtividade de uma cultura agrícola em 5%. Neste caso, os pesquisadores identificariam os problemas que impedem que isto ocorra e todos trabalhariam para que o objetivo fosse alcançado”.
E se depender da sua disposição para trabalhar, ele ainda irá contribuir muito com a ciência no Brasil: “Pretendo continuar trabalhando e produzindo tanto quanto meus pares. Só pretendo parar quando não for competitivo e a minha produção científica for menor que a daquela de 50% dos pesquisadores de minha área”.
Veja a seguir alguns momentos da Solenidade Oficial dos 90 anos da UFV, realizada no dia 26 de agosto, que além do professor José Cola Zanuncio, com a Medalha Peter H. Rolfs do Mérito em Pesquisa, também homenageou:
- o professor do Departamento de Biologia Geral, Cosme Damião Cruz, com a Medalha Peter H. Rolfs do Mérito em Ensino;
- a professora do Departamento de Ciências Sociais, Nádia Dutra de Souza, com a Medalha Peter H. Rolfs do Mérito em Extensão;
- e o assessor especial da Pró-reitoria de Ensino, Benício José Almeida Ramalho, com a Medalha Peter H. Rolfs do Mérito Administrativo.
Animal Behaviour publica artigo de autoria de doutor em Entomologia

O doutor em Entomologia Paulo Fellipe Cristaldo acaba de publicar o último capítulo da sua tese na Animal Behaviour. O artigo “Heterospecific detection of host alarm cues by an inquiline termite species (Blattodea: Isoptera: Termitidae)”, publicado nesta quarta-feira, dia 24, trata da detecção dos sinais de alarme do cupim hospedeiro pelo cupim inquilino. De acordo com o autor do estudo, “os inquilinos vivem dentro de ninhos de cupins construídos pela espécie hospedeira. No entanto, os mecanismos que permitem a sobrevivência de duas populações em um único ninho ainda não são bem compreendidos. Neste artigo, nós mostramos que os cupins inquilinos respondem às pistas de alarme do cupim hospedeiro. Ao detectar essas pistas, os inquilinos não participam da defesa do ninho do hospedeiro, mas utilizam essa informação em seu próprio benefício, para escapar do perigo”.
Utilizando bioensaios comportamentais em condições de laboratório, os pesquisadores mostraram que o inquilino obrigatório Inquilinitermes microcerus (Termitidae: Termitinae) responde aos seus sinais de alarme e às pistas de alarme do seu hospedeiro, Constrictotermes cyphergaster (Termitidae: Nasutitermitinae). “Porém, a espécie hospedeira é capaz de perceber apenas o seu próprio sinal de alarme. Apesar de perceber o alarme de seu hospedeiro, os inquilinos nunca foram observados ajudando na defesa do ninho junto com o seu hospedeiro em ninhos experimentalmente danificados no campo” – explica Paulo Cristaldo.
No estudo, os autores argumentam que isso permite que os inquilinos não só minimizem os encontros e, portanto, o conflito com os seus hospedeiros, mas também utilizem a informação de alarme do hospedeiro para escapar de predadores. “De uma maneira geral, nossos resultados mostram um novo benefício que o inquilino ganha do hospedeiro, e discutimos a maneira de vida do inquilino sob uma perspectiva evolutiva, como o resultado de restrições e benefícios impostos por viver no ninho do hospedeiro” – destaca.
O vídeo a seguir mostra o principal resultado do estudo. Confira:
Outros artigos
Este artigo publicado na Animal Behaviour é o último capítulo da tese de Paulo a ser publicado. Outros três capítulos já haviam sido publicados:
- o primeiro na Insectes Sociaux, em 2012: “Termitarium volume as a determinant of invasion by obligatory termitophiles and inquilines in the nests of Constrictotermes cyphergaster (Termitidae, Nasutitermitinae)“;
- o segundo na PLoS One, em 2014: “Mutual Use of Trail-Following Chemical Cues by a Termite Host and Its Inquiline” ;
- e o terceiro capítulo foi publicado na Biology Open, em 2015: “The nature of alarm communication in Constrictotermes cyphergaster (Blattodea: Termitoidea: Termitidae): the integration of chemical and vibroacoustic signals”.
Paulo concluiu o doutorado em Entomologia na UFV em 2014, sob a orientação do professor Og DeSouza. Atualmente, ele é Pesquisador de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) do CNPq, no Departamento de Ecologia, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Na UFS, Paulo desenvolve um projeto sobre o efeito da disponibilidade de recursos no ambiente na percepção dos sinais químicos de trilhas em cupins. No mês de maio deste ano, a Behavioural Ecology and Sociobiology publicou um artigo sobre estudo realizado no âmbito desse projeto.
Executivos de multinacional holandesa visitam a Entomologia

Buscando construir possíveis parcerias, dois executivos da empresa Koppert Biological Systems visitaram nesta semana, o Laboratório de Acaralogia e a Econtrole, empresa criada por egressos da Entomologia. “Estamos procurando parceiros. Nós precisamos um do outro, precisamos da pesquisa acadêmica e de discussões sobre a aplicabilidade da pesquisa. Pensamos que vocês são parceiros muito importantes e com certeza ambos vão ganhar com essa situação” – afirmam o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Koppert, Tom Groot, e o gerente de produção, Peter Couwels, que visitaram o Departamento de Entomologia através de contatos estabelecidos com o professor da Universidade de Amsterdam, Arne Janssen, pesquisador colaborador da UFV.
Os representantes da multinacional destacam que “uma das vantagens da Koppert é a sua vasta rede de colaboração, que permite criar parcerias em qualquer situação, o que é muito importante para continuar inovando. Consideramo-nos líderes em inovação, e para ser isso, é muito importante ter bons relacionamentos com diversos parceiros: acadêmicos, instituições e líderes de indústrias”.
A expectativa deles são as melhores possíveis: “Estamos muito felizes por nos receberem e estávamos animados para essa visita, nossas expectativas foram superadas! Ficaremos surpresos se não houver colaborações futuras. Existem tantas oportunidades, teremos apenas que escolher as melhores. Existem muitas áreas em comum em que ambos podem se beneficiar”.
Aproveitando a visita dos holandeses, o PPG em Entomologia convidou o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Koppert, Tom Groot, para apresentar um seminário sobre um tema dentro da sua área de atuação. Tom já é conhecido por aqui, pois ele fez doutorado sanduíche no Brasil há 12 anos. Na época, Tom passou nove meses na UFV sob a orientação do professor Angelo Pallini. Ele também passou período similar na Esalq.
Tom ministrou o seminário “Possibilites for biocontrol using predatory mites in South America”, na última terça-feira, dia 16. Na ocasião, ele apresentou exemplos de sucesso de controle biológico realizados pela Koppert em países como Espanha, Guatemala, Equador, Colômbia, Honduras e outros. Tom afirmou que o trabalho que a Koppert vem fazendo no Brasil é apenas o começo e indicou várias possibilidades ainda a serem desenvolvidas no país.
Koppert no Brasil
A Koopert é uma empresa de origem holandesa, que atua na área de controle biológico e possui unidades em vários países, entre eles, o Brasil, cuja sede é em Piracicaba (SP). Nesta visita ao país, os membros da sede na Holanda estão investigando como a empresa pode integrar ainda mais as competências que hoje tem em todo o mundo, para desenvolver o mercado brasileiro.
Para eles, existem vários desafios e oportunidades para o crescimento da empresa no Brasil: “Nosso primeiro desafio é determinar as prioridades. A burocracia para importação e registro de produtos é um obstáculo importante. Outro desafio é a logística, o Brasil não é um país, é um continente. Como podemos fazer com que nossos produtos cheguem em bom estado para os produtores? Outra questão é: como podemos oferecer ganhos aos produtores? Existe apenas uma solução, que é o MIP (Manejo Integrado de Pragas). Temos que nos adaptar aos produtores e encontrar uma sinergia entre nossos métodos. Precisamos educar os produtores que já estão acostumados a usarem muitos químicos, para passarem a usar o MIP de forma correta, e isso exige uma outra forma de pensamento, por exemplo, levar em consideração quais são os químicos compatíveis com o controle biológico”.
Por fim, considerando a escala e a diversidade das culturas cultivadas no Brasil, eles indicam outro desafio a ser enfrentado: “Na parte da produção, pesquisa e tecnologia, será que nós teremos que nos reinventar? Porque a escala aqui será bem diferente. Prevemos muita diversão nos anos que estão por vir!”.
Visitante holandês ministra seminário nesta terça-feira

Seminário: “Possibilites for biocontrol using predatory mites in South America”
Palestrante: Dr. Tom Groot, do Departamento de Entomologia da empresa Koppert Biological Systems (Holanda)
Dia: 16/08/2016
Horário: 15 h
Local: auditório do Bioagro