Representantes discentes desempenham papel fundamental na pós-graduação

Na próxima semana, os estudantes do PPG em Entomologia vão eleger seus novos representantes na Comissão Coordenadora, aqueles que vão participar das discussões e decisões de interesse de todos os pós-graduandos. As inscrições de candidatos vão até o dia 12. Mas por que se candidatar à representação discente? “Para tentar aproximar os alunos e mantê-los informados das principais burocracias que temos que enfrentar desde a matrícula até a defesa, uma vez que os estudantes oriundos de outras instituições podem ficar perdidos quando ingressam numa nova instituição. Além disso, o treinamento de integrar a equipe de coordenação de um programa de pós-graduação vai além da formação comum. Com certeza traz muito amadurecimento profissional para nós discentes” – quem afirma são os atuais representantes, os doutorandos José Augusto Roxinol e Wilson Rodrigues Valbon.

Ambos cursaram a graduação na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e vieram fazer mestrado em Entomologia, na UFV. Assim, eles decidiram auxiliar outros estudantes que também chegam à Viçosa (MG) para a pós-graduação. De acordo com os doutorandos, eles sempre procuraram ouvir a opinião dos outros alunos em decisões importantes. “Ouvir dúvidas e questionamentos dos alunos e passar essas informações para os demais membros da coordenação é fundamental para o bom funcionamento da representação discente. As nossas ações foram sempre tomadas perante muito diálogo e cooperação”. Dentre as realizações, eles destacam a avaliação de disciplinas: “Uma ação importante, que ainda está em andamento, é a avaliação das disciplinas da Entomologia, feita pelos discentes, com o intuito de melhorar ainda mais a qualidade das disciplinas do programa”.

Gerir melhor o tempo certamente é um dos aprendizados que a representação discente proporciona: “Acreditamos que o principal desafio é a gestão de tempo. É desafiador manter as tarefas de doutorandos enquanto mantínhamos os alunos informados, os ouvíamos e partilhávamos as situações com os demais coordenadores. O PPG em Entomologia possui orientadores e alunos em outros departamentos e em áreas bem heterogêneas. Assim, são escassas as oportunidades de conhecermos todos nos corredores do Departamento de Entomologia. Tentamos fazer o melhor para que as informações fossem bem dialogadas”.

A representação discente é composta por um membro efetivo e um suplente, eleitos para um mandato de um ano. Prestes a encerrarem o seu mandato, José Augusto e Wilson avaliam que “no futuro, talvez tenhamos que tomar decisões parecidas em nossa vida profissional. Entender como se portar em situações como o processo de seleção, discussão de regimento, manejo de recursos públicos e coordenação de pessoal, com certeza é altamente valioso para nós”.

Para os doutorandos que também desejam passar por essa experiência, a hora é agora. Montem a sua chapa e inscrevam-se por e-mail, até o dia 12.  No Edital de Convocação constam todas as informações sobre a eleição. A votação para a escolha dos novos representantes vai acontecer no dia 14 de dezembro (quinta-feira), às 17h, no auditório do Bioagro. Participe!

Entomologia participa de várias iniciativas de difusão científica

A Entomologia UFV mais uma vez participou de iniciativas voltadas para a difusão do conhecimento científico. Confira a seguir um pouco da programação que movimentou o mês de novembro.

  III Ciência na Praça

A 3ª edição do Ciência na Praça foi realizada no dia 25 de novembro, na Escola Estadual Raul de Leoni, no bairro Santo Antônio, em Viçosa (MG). Cerca de 150 pessoas estiveram presentes para conferir a exposição de trabalhos científicos desenvolvidos na UFV. O Departamento de Entomologia apresentou os temas “Como funciona o Whatsapp dos insetos?” e “Conhecendo as formigas de nosso quintal”.

A estudante Laura Marcela Machuca Mesa integrou a equipe que apresentou “o Whatsapp dos insetos”, cujo objetivo foi demonstrar a comunicação planta-inseto e inseto-inseto. “Nós elaboramos uma maquete com uma árvore e dois insetos, um herbívoro e um parasitoide. A árvore tinha uma lâmpada verde que simulava os voláteis que ela emite comumente e o inseto herbívoro se sentia atraído por esses voláteis, ele também tinha uma luz da mesma cor. Quando o inseto herbívoro chegava na planta para consumi-la, uma luz vermelha se ligava na árvore para sinalizar a emissão de compostos emitidos ao sofrer ataque, e também se ligava a luz do inseto parasitoide atraído por esses compostos de emergência para atacar o herbívoro e ‘ajudar a planta'” – explica a doutoranda.

Além de Laura, a equipe contou com a participação dos estudantes de graduação Mikaelison Silva, Gislaine Souza e Lucas Rocha. Para a estudante de pós-graduação, participar do Ciência na Praça, “foi uma experiência enriquecedora, pois permitiu passar o conhecimento de uma forma simples e concreta. Penso que é outra forma de transmitir conhecimento e despertar o interesse de outras pessoas pelo que você desenvolve no dia a dia”.

O mestrando Felipe Nery também participou dessa experiência enriquecedora. Juntamente com a estudante de Biologia Gabriela Figueredo, ele compartilhou um pouco do seu conhecimento sobre “as formigas do nosso quintal”. A dupla levou para a exposição diferentes espécies de formigas, uma lupa para os visitantes utilizarem e um ninho de formigas cortadeiras Acromyrmex. De acordo com Felipe, as pessoas interagiram bastante, principalmente na observação do ninho e ao saberem como funciona a organização dentro da colônia. “Como estudante, creio que é importante participarmos de eventos como o Ciência na Praça não somente para a nossa formação, mas para cumprir o papel de levar para fora da academia o conhecimento que compartilhamos dentro dela, tendo como alvo a população em geral, e ao compartilhar esses conhecimentos, nós aprendemos muito também”.

  Feira do Conhecimento em Ervália

Quem também compartilhou um pouco do seu conhecimento sobre os insetos foram os doutorandos Wilson Rodrigues Valbon e Felipe Andreazza, o mestrando Pedro Toledo e a estudante de Agronomia Sarah Rezende. Atendendo ao convite do Colégio Educar, de Ervália (MG), a equipe do Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados promoveu a divertida corrida de baratas e apresentou aos vistantes diferentes grupos de insetos: baratas d’água, joaninhas, percevejos e caruncho do milho. De acordo com o doutorando Wilson Rodrigues Valbon,”os professores do colégio foram bastante receptivos e os alunos ficaram encantados com os insetos e com a corrida”. Além do estande da Entomologia, o evento contou com estandes sobre vários outros temas.

O convite para participar da feira de ciências do Colégio Educar veio após o sucesso que os trabalhos apresentados pela Entomologia fizeram na edição passada do Ciência na Praça. “Vendo a empolgação das crianças e outros transeuntes com a famosa corrida de baratas e as ações do nosso grupo de entomologia, eles nos propuseram que fizéssemos parte da Feira do Conhecimento, levando um pouco dos nossos conhecimentos para compartilhar com os alunos do Colégio Educar e outros convidados da cidade de Ervália” – afirma o mestrando Pedro Toledo.

  Visita dos alunos da Univale à UFV

Completando as ações de divulgação realizadas no mês de novembro, a Entomologia UFV recepcionou um grupo de alunos da Univale, de Governador Valadares (MG), no dia 14. Vinte alunos do curso de Tecnólogo em Agronegócio, sob a coordenação da professora Renata Campos, egressa do PPG em Entomologia, visitaram a UFV.

A visita começou com um bate-papo descontraído sobre o papel dos insetos no agronegócio. Durante a conversa, o diretor da Ento+ Mateus Chediak apresentou aos alunos um pouco sobre a empresa, que por sua vez, oferece serviços desde a definição de objetivos/protocolos até a elaboração de relatórios finais de pesquisas. Na sequência, o grupo visitou a Econtrole, empresa de consultoria em manejo agroecológico de pragas, fundada em 2014 pelos egressos da Entomologia Felipe Lemos, João Ferreira e Danilo Bernardo. A visita seguiu pelo apiário, insetário, Laboratório de Interação Inseto-Planta e Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados.

Para o doutorando Wilson Valbon, que auxiliou na recepção dos estudantes da Univale, “essas visitas são importantes para os alunos visitantes, pois eles entram em contato com a entomologia por uma visão acadêmica/científica e empresarial, uma vez que a Entomologia da UFV proporciona essas duas abordagens. Para o Departamento e o Programa é uma oportunidade de divulgação e de acolher novos alunos, além de treinar os pós-graduandos para enfrentar um público diferente do nosso seminário”.

 

Confira o resultado da seleção de dois bolsistas para pós-doutorado

Foi divulgado o resultado da seleção de dois candidatos para pós-doutorado, com bolsa financiada pela CAPES, através do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD). Dez candidatos participaram do processo seletivo, sendo selecionados Ricardo Siqueira e Kenner Morais. Confira nos links abaixo o resultado na íntegra:

Coleções entomológicas foi tema do II Bar com Ciência

Conhecimento científico e descontração reunidos em um só lugar, o  Bar do Marcelo. No dia 22 de novembro, o estabelecimento recebeu a segunda edição do Bar com Ciência, evento idealizado pelo professor Paulo Sérgio Fiuza e realizado pelos alunos da disciplina ENT 666 – Taxonomia de Insetos Adultos. Para a estudante do mestrado em Entomologia Larissa de Souza Fietto, que participou do Bar com Ciência pela primeira vez, “eventos como esse nos dão a oportunidade de falarmos de assuntos sérios e importantes, mas de uma forma descontraída, que possa alcançar a todos da comunidade”. O assunto desta vez foi coleções entomológicas.

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 Os 14 alunos da ENT 666 se dividiram em grupos, ficando cada um responsável por apresentar um tema. As apresentações seguiram uma ordem lógica para a montagem de uma coleção de insetos:

1º) A importância das coleções entomológicas;

2º) Métodos e técnicas de coleta ativa de insetos;

3º) Métodos e técnicas de coleta passiva de insetos; 

4º) Métodos e técnicas de montagem, rotulagem e preservação de insetos;

5º) Maneiras e procedimentos para identificação de insetos.

Após a apresentação dos cinco grupos, os alunos responderam às perguntas do público. “Todas as pessoas presentes foram muito receptivas, prestando atenção e fazendo perguntas ao final das apresentações”. O grupo da mestranda foi responsável por falar sobre “Maneiras e procedimentos para identificação de insetos”. “Abordamos a importância de uma identificação correta e os métodos usados para que isso seja feito: uso da chave dicotômica, de descrições taxonômicas, consultas a coleções entomológicas de museus e envio de espécimes para taxonomistas especialistas no grupo que queremos identificar. Explicamos a maneira adequada de proceder para se utilizar cada um desses itens”.

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Para quem participou da mostra de trabalhos da ENT 666 no Bar do Marcelo, o II Bar com Ciência mostrou que é possível levar, de forma leve e agradável, o conhecimento gerado na UFV para além das Quatro PilastrasEu nunca havia participado de nada parecido com o Bar com Ciência. Achei tudo muito bem organizado pelo professor Paulo Fiuza e por todos alunos que se dedicaram à preparação do conteúdo para as apresentações. Eventos como esse são ótimas ocasiões para a popularização da ciência que fazemos na Universidade” – avalia.

 Fotos: Leonardo Rodrigues

 

 

Linguagem simples e experiência de campo marcam livro sobre manejo integrado das pragas das palmeiras

“Um livro diferente, independente, sem todo aquele jargão entomológico, uma espécie de Tropicália da entomologia baiana”. Essa foi a proposta do entomologista José Inácio Lacerda Moura para o livro “Manejo Integrado das Pragas das Palmeiras”. Proposta compreendida e cumprida a contento pelos 12 autores. A obra nasceu do desejo do editor, egresso do PPG em Entomologia da UFV, de escrever um livro mais abrangente. “Nas publicações da Embrapa sobre o cultivo do coqueiro, sempre consta de forma bem ilustrada e inovadora um capítulo sobre pragas e doenças do coqueiro. Há que se considerar ainda que o livro ‘Insetos nocivos e moléstia do coqueiro’, de Gregorio Bondar, datado de 1940, continua sendo uma grande referência para especialistas em pragas das palmeiras tanto no Brasil, como no exterior. Todavia, achei que era o momento de escrever um livro mais abrangente, com muitas e boas fotos e que, acima de tudo, explicasse detalhadamente cada tática de controle fazendo uso de uma linguagem simples e, ao mesmo tempo, transpondo toda minha experiência de campo até ali vivida”. 2

Especialista em pragas do coqueiro, dendezeiro e gravioleira, José Inácio avalia que a publicação “poderá trazer alguma contribuição acadêmica e técnica, especialmente para estudantes e profissionais ligados à fitossanidade das palmeiras de uso econômico e paisagístico. Nesse contexto, creio que os capítulos que discorrem sobre a doença fitomonas e endoterapia trazem algum acréscimo, pois são assuntos desconhecidos na literatura brasileira especializada. Concernente à endoterapia, trata-se de uma ciência ainda pouco conhecida (ou pouco explorada) em nossas universidades e institutos de pesquisas, mas de grande importância na entomologia florestal, urbana e notadamente, para o pequeno agricultor, principalmente para os que cultivam plantas perenes de porte médio e alto”.

Entomologia UFV

JOSEINACIOPesquisador da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, lotado na Estação Experimental Lemos Maia, em Una (BA), José Inácio é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná, mestre em Entomologia pela UFV e doutor em Entomologia Agrícola pela UNESP/Jaboticabal. Ele foi estudante de uma das primeiras turmas do mestrado em Entomologia da UFV. Daquela época, ficaram marcadas a união e a determinação entre professores e estudantes, e o carinho pela cidade que o acolheu. “Certamente, naquela época não tinha o aporte tecnológico que tem hoje. Não se via estudantes desfilando com notebook e, tão pouco, tínhamos acesso à internet. Mas, a união e determinação entre professores e estudantes foram fundamentais para o crescimento do curso, notadamente o professor Evaldo Vilela, que era a alma do curso. Éramos uma turma muito coesa e todos se ajudavam. Certos professores e colegas foram marcantes na minha passagem pela UFV. Assim, com todo respeito e consideração aos demais, cito o professor Norivaldo, pois quando podia, ia em sua sala tomar um cafezinho e ouvir ensinamentos sobre entomologia florestal. Entre os colegas notáveis, tinha encantamento pela humildade, determinação e saber do Og, o saber entomológico e a engenhosidade do Eraldo e, por último, a sublime inteligência da Mariângela. Por fim, mesmo quase septuagenário, ainda tenho a ousadia (ou ao menos penso) de tentar um título de pós-doutorado na UFV, pois além de ser uma academia de excelência, tenho adoração pela cidade de Viçosa, pois ali vivi bons momentos de minha vida”.