Perfil: Octavio Miramontes Vidal

Por mais organizados que os insetos sociais sejam, você já parou para pensar que pode existir uma densidade populacional que favoreça essa organização e a interação entre os indivíduos? Pois bem, o físico Octavio Miramontes Vidal e o professor Og DeSouza, juntamente com a equipe do Laboratório de Termitologia da UFV, vêm se dedicando a investigar a organização social de cupins, por meio da aplicação de sistemas complexos. É a Física dando a sua colaboração para a Entomologia.

Octavio Miramontes  é professor do Instituto de Física da Universidade Nacional Autônoma do México e, há dois anos, é pesquisador visitante do Departamento de Entomologia da UFV, pelo programa Ciência Sem Fronteiras. Embora essa modalidade de bolsa para pesquisadores seja recente no Brasil, a parceria entre Octavio e o professor Og é de longa data. Há 25 anos, o físico mexicano e o agrônomo brasileiro se conheceram na Inglaterra, quando faziam doutorado. Desde aquela época eles compartilhavam “ideias particulares sobre a sociabilidade de insetos”, que ao longo dos anos se tornaram pesquisas científicas.

Segundo Octavio, “os físicos pensam em grandes princípios ou leis do universo. Formulam grandes hipóteses que generalizam muitos aspectos da natureza. A gente não trabalha com casos particulares. E uma das ideias desenvolvidas na Física é sobre auto-organização. A ordem que nós vemos na natureza é autogerada. Na Física tem muitas aplicações, mas na Biologia começa a ser acolhida”.

Ele explica: “As sociedades, de maneira geral, são produtos da interação dos seus indivíduos. E dependendo do tamanho do grupo que está interagindo, você terá condutas diferentes. É diferente a conduta de um indivíduo ou dois e de mil. Existem condutas latentes e muitas não estão presentes dependendo do tamanho do grupo”.

Atualmente, no período pós Copa do Mundo, fica fácil entendermos. Basta tomar como exemplo, a comparação entre torcedores num estádio ou assistindo aos jogos em casa com a família. Certamente, a manifestação da torcida será diferente em cada um desses grupos. “Então, é fundamental o tamanho do grupo para que você tenha condutas em potencial que se expressam quando são socialmente induzidas. Existe uma densidade crítica para ter condutas sociais plenamente desenvolvidas” –  afirma o pesquisador.

Octavio já tinha experiência com a aplicação de sistemas complexos na organização social de formigas, mas o trabalho era apenas teórico. Graças à parceria com o professor Og, o trabalho passou a ser experimental, diretamente com cupins: “Eu faço teorias, modelos matemáticos e no Laboratório de Termitologia se faz o trabalho experimental” – descreve.

Em um dos experimentos, os pesquisadores colocaram cupins em tubos de ensaio sem alimento e água. Os insetos que ficaram sozinhos morriam mais rapidamente do que os cupins que estavam em grupo. Octavio explica que esse tipo de interação pode ser observado em vários seres sociais. O pesquisador cita como exemplo, pacientes hospitalizados. Quando eles têm companhia se recuperam mais rapidamente do que se ficarem isolados.

De acordo com o físico, a densidade ideal pode até ser quantificada, mas encontrar um número correspondente não é o objetivo da pesquisa. “Estamos interessados em desvendar como são as transições dos indivíduos ao seu grupo e as manifestações sociais que vão acompanhar essas transições”.

Para desvendar esses fenômenos, nada mais propício do que a comunicação entre áreas aparentemente diferentes, num “país que vive seu grande momento” – como Octavio descreve o Brasil. Ele afirma que nunca viu o país tão bem como agora e garante que, como estrangeiro, tem certa autoridade para falar, pois visita o Brasil há 20 anos. “Antigamente, todas as áreas do conhecimento no Brasil eram voltadas para si mesmo. Mas nos últimos dez anos o país teve mudanças muito significativas. E nós vemos isso com muita admiração. Definitivamente, o país está na vanguarda do desenvolvimento científico. Está investindo muito dinheiro em pesquisa e educação. Não tem ninguém lá fora, no México ou nos Estados Unidos, que vai ter uma visão negativa do Brasil. O número de doutores que está formando é espetacular. Os artigos publicados em revistas internacionais de prestígio têm aumentado muito. Em congressos internacionais, os brasileiros são maioria dentre os participantes da América Latina. Na área de Física, o Brasil está  participando dos projetos internacionais mais caros e ambiciosos do mundo da ciência” – avalia.

A visão tão otimista do pesquisador mexicano sobre o Brasil se baseia na comparação que ele faz com outros países: “Viajo muito, posso comparar. Tenho uma opinião sobre o Brasil diferente da opinião de muitos brasileiros”.  Essa diferença de percepção causa em Octavio uma grande inconformidade: “Os brasileiros definitivamente não conseguem enxergar esse momento favorável.  Eles se queixam muito e o Brasil está bem melhor que muitos países da Europa que eles admiram. Se eu pudesse pegaria um microfone e falaria: ‘Acordem! Vocês devem ficar cheios de orgulho da nação que vocês têm agora! ’”.

Para ele, a Copa é o evento mais recente que deixa bem claro essa visão dos brasileiros sobre o país:  “ ‘O Brasil não pode organizar a Copa’! Uma ideia de que o brasileiro é incapaz de fazer alguma coisa de porte. Os brasileiros organizaram a festa e ficaram com medo de curtir essa festa.  Eu não entendo essa sensação” – questiona.

Buscando uma possível causa para esse pessimismo, Octavio fala de uma perda de autoestima da população: “ Uma pena essa crise de autoestima. Curioso, o brasileiro é um personagem que gosta de interagir muito, mas agora falta autoestima. O sentimento modula a interação social. Se a interação dos brasileiros fosse estar cheios de ânimo, isso se multiplicaria. O momento é bom e poderia ser ainda melhor se o sentimento fosse outro” – avalia o pesquisador que se dedica a compreender a organização de seres sociais.

Pesquisa identifica escala espacial que mais contribui para conservação regional de espécies de formigas

Considerando que vários processos ecológicos e evolutivos podem provocar mudanças na diversidade em diferentes escalas espaciais, a professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Tatianne Marques, pós-doutora em Entomologia pela UFV, realizou um estudo em fragmentos de Mata Seca imersos em cinco biomas brasileiros. O estudo, que contou com a orientação do professor José Henrique Schoereder, teve como objetivo identificar a escala espacial que mais contribui para a conservação regional de espécies de formigas. No artigo “Ant diversity partitioning across spatial scales: Ecological processes and implications for conserving Tropical Dry Forests”, publicado na Austral Ecology, os autores afirmam que a diversidade de formigas observada entre fragmentos e entre ecorregiões foi maior do que o esperado ao acaso.

Foram amostradas formigas em fragmentos de Mata Seca e bioma adjacente: Mata Atlântica (Bahia), Caatinga (Minas Gerais), Cerrado (Goiás), Pantanal (Mato Grosso do Sul) e Pampas (Rio Grande do Sul). A amostragem foi realizada uma vez em cada fragmento, entre os meses de janeiro e maio, nos anos de 2008 e 2009, sempre próximo da estação chuvosa de cada região. Em cada fragmento foram distribuídos 15 pontos de amostragem, a 15 m de distância um do outro. Em cada ponto foi instalada uma armadilha com isca de sardinhas e mel nos microhabitats arbóreo, epigéico e hipogéico.

Para examinar os padrões de diversidade de formigas, construiu-se um projeto hierárquico com três escalas espaciais:  fragmentos de Mata Seca (escala local), Mata Seca e vegetação circundante (escala de paisagem) e ecorregiões brasileiras (escala regional). Também foi utilizado um modelo nulo para identificar variações na distribuição aleatória através de escalas espaciais.

Duas hipóteses foram testadas: I) em larga escala, as diferenças entre as ecorregiões têm mais influência na riqueza de espécies de formigas e a substituição de espécies locais variam entre fragmentos dentro das ecorregiões; e II) o grau de dissimilaridade na composição de espécies de formigas é maior entre os fragmentos de Mata Seca e a vegetação circundante do que entre Matas Secas das diferentes ecorregiões, indicando que tais florestas são relíquias de uma distribuição mais ampla dessa vegetação.

A partição espacial mostrou que a diversidade de formigas observada entre fragmentos e entre ecorregiões foi maior do que o esperado ao acaso. Quando se analisou o particionamento separadamente para cada região, a diversidade entre os fragmentos (Mata Seca e vegetação circundante) foi maior do que o esperado em todas as ecorregiões do Brasil. Isso demonstra que o filtro histórico que age na maior escala espacial analisada determina a diversidade de espécies de formigas.

Além disso, os resultados revelam que cerca de 75% das espécies de formigas não são compartilhadas entre os fragmentos (Mata Seca e bioma circundante) de uma mesma ecorregião. Assim, apesar das Matas Secas ocorrerem em manchas dispersas entre os diferentes biomas brasileiros, elas mantém sua identidade auxiliando a conservação das espécies pertencentes a esse ambiente.

Com base na composição e diversidade de espécies padrões, os autores destacam a importância da criação de mais áreas protegidas em toda a área de cobertura de Matas Secas, favorecendo um processo de conservação mais eficiente.

Aedes aegypti prefere depositar seus ovos em locais que contenham larvas de predador

Por causa dos efeitos da predação, o mosquito Aedes aegypti oviposita preferencialmente em habitats contendo larvas do predador Toxorhynchites theobaldi e larvas de coespecíficos mortas. Isso porque tanto a predação, como a presença do predador, fornece sinais químicos que indicam atividade de bactérias. Esta hipótese foi confirmada em um estudo realizado pelo doutor em Entomologia, Daniel Albeny Simões, e consta no artigo “Attracted to the enemy: Aedes aegypti prefers oviposition sites with predator-killed conspecifics”, publicado na Oecologia.

Para o estudo, foram realizados bioensaios de comportamento de oviposição no Laboratório de Comportamento de Insetos e Feromônios da UFV. Tanto o Aedes aegypti como T. theobaldi foram criados e mantidos a temperatura de 25±3°C, umidade relativa de 80±15% e fotoperíodo 12L : 12E. Já a avaliação dos efeitos da produção de bactérias foi realizada na School of Biological Sciences,  da Illinois State University, nos Estados Unidos. Aedes aegypti e Toxorhynchites rutilus, espécie norte-americana nativa, ecologicamente semelhante à T. theobaldi, foram mantidos em colônias a 25±5°C, umidade relativa de 70±15% e um fotoperíodo de 14L : 10E.

De acordo com o estudo, a predação por Toxorhynchites e os sinais químicos oriundos da predação aumentaram a abundância bacteriana no sítio de oviposição. Esse aumento é decorrente da presença de partes do corpo de presas não comidas pelo predador e pela liberação de exsudatos de ambos. Os resultados mostram que o ato de predação e a presença do predador  influenciam a escolha de sítios de oviposição e a composição da comunidade em sistemas aquáticos. Além de sugerir que a atração para oviposição é causada pelo aumento de bactérias, o trabalho também sugere que predadores como Toxorhynchites podem ser benéficos como agentes de controle biológico de Aedes aegypti.

Perfil: Carla Cristina Marques Arce

Desenvolver pesquisas em um centro de excelência na sua área de atuação é uma oportunidade desejada pela maioria dos pesquisadores. A doutoranda em Entomologia Carla Cristina Marques Arce, orientada do professor Eraldo Lima, não só desejou como vivenciou essa experiência no ano passado. Ela ficou de janeiro a dezembro de 2013, desenvolvendo pesquisas no Instituto Max Planck de Ecologia Química, localizado na cidade de Jena, na Alemanha.

No Brasil, Carla pesquisa sobre o efeito que o nematoide de raiz provoca em um inseto foliar via defesa de planta. Através do Programa Ciência sem Fronteiras, ela embarcou para a Alemanha com o propósito de estudar o processo inverso. No Instituto Max Planck, ela investigaria os efeitos que o inseto que se alimenta da planta provoca no nematoide. Entretanto, seu projeto de pesquisa teve que ser adaptado, pois a criação iniciada na Alemanha não produziu o número suficiente de nematoides. “Um ano parece muito tempo, mas para quem precisa fazer experimentos não é.” – afirma. Diante do imprevisto, Carla continuou investigando a defesa da planta e o efeito dessa defesa no inseto, contudo, sem a presença do nematoide.

Adaptar a sua pesquisa foi apenas um dos desafios que Carla teve que enfrentar. No Instituto Max Planck de Ecologia Química, ela foi orientada pelo pesquisador suíço, Matthias Erb. A orientação trouxe também muita cobrança: “Meus primeiros seis meses foram apenas de cobrança. ‘Se não sabe, aprende. Para estar aqui tem que ser bom’ – o meu orientador falava”. Apesar de toda a pressão inicial, Carla tirou de letra. “Corri atrás, executei o projeto, consegui fazer tudo. No final valeu muito a pena”.

Carla confessa que no início pensou em retornar ao Brasil. Mas passados alguns meses ela percebeu que aquele excesso de cobrança foi um estímulo para que ela explorasse todo o seu potencial. “Quando mostrei os primeiros resultados para o meu orientador, tudo mudou. Ele não fez nada para me prejudicar, tudo foi para eu mostrar o meu potencial” – avalia.

Com todas as dificuldades que enfrentou, Carla acredita que a pressão favoreceu o autoconhecimento. Ela percebeu que poderia superar seus limites. Além do crescimento no campo pessoal, no que diz respeito à sua formação, ela destaca o importante aprendizado na área de biologia molecular: “Aprendi muitas técnicas, eles têm muitos aparelhos. E a biologia molecular era necessária para o meu trabalho”.

Para ela, “lá, o modo de fazer ciência é diferente, eles são antenados com a ciência em geral. Culturalmente, eles têm muito compromisso com tudo o que se propõem a fazer. Desde pequenos, eles têm isso muito claro, querem fazer o melhor. E como dispõem da estrutura e do dinheiro necessário, isso reflete na qualidade da pesquisa que desenvolvem”.

Pela sua excelência e por ser o primeiro centro de estudo em Ecologia Química do mundo, o Instituto Max Planck atrai pesquisadores de todas as partes. Carla conta que no Departamento de Ecologia Molecular onde ela trabalhou, havia pesquisadores de 27 nacionalidades. “Conheci gente do mundo inteiro, países como Vietnã, Mongólia, Índia, China, Estados Unidos e vários outros”. Além da doutoranda em Entomologia da UFV, na época, outras duas brasileiras também trabalhavam no Departamento de Ecologia Molecular do Instituto.

A convivência com pessoas de tantos países diferentes proporcionou à Carla um rico intercâmbio cultural, mas também se revelou um grande desafio em termos de comunicação. Apesar de todos falarem o inglês, “cada nacionalidade tem um sotaque muito forte e isso é o mais difícil” – afirma.

Não bastassem os diversos sotaques, Carla que não domina a língua oficial do país,  ainda tinha que compreender o alemão para as atividades mais rotineiras. “Não sabia comprar nada. Eu fazia uma lição de casa antes de ir ao supermercado, pesquisava na internet o nome dos produtos. Sites de brasileiros que vivem na Alemanha ajudaram muito”. Quando o assunto é a receptividade do povo alemão, Carla é bem direta: “A fama do alemão não é boa e eu tive péssimas experiências”.

Localizada no estado da Turíngia, a cidade de Jena, onde Carla morou, é um dos mais importantes centros intelectuais da Alemanha. Com uma população de mais de 100 mil habitantes, tudo gira em torno dos centros de pesquisa e universidades. Dentre os destaques que a cidade abriga, estão a Universidade Friedrich Schiller de Jena, com mais de 450 anos de fundação, e a indústria Carl Zeiss, fabricante de lentes.

Vivendo nessa cidade intelectual, num ambiente inspirador, Carla revela que não poderia ter sido diferente todo o seu esforço durante o período em que viveu lá. Com defesa marcada para o dia 7 de agosto, Carla agora escreve a sua tese e acredita que a experiência vivida na Alemanha está sendo fundamental para a conclusão do seu trabalho. “Trabalhei muito mesmo, mas foi lucrativo”. E ela já planeja um pós-doutorado no exterior para meados de 2015. Agora, o destino será a Suíça, país onde atualmente trabalha o conceituado e exigente pesquisador, Matthias Erb.

Estudantes estrangeiros intensificam a diversidade e a internacionalização da Entomologia

Atualmente, a Entomologia conta com mais de 20 estudantes de mestrado e doutorado de outras  nacionalidades. Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica e México são alguns dos países que contribuem para a diversidade e a internacionalização do Programa. Uma das principais formas de ingresso dos estudantes estrangeiros é através do convênio entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB).

Pelo Programa de Alianças para a Educação e Capacitação (PAEC), universidades brasileiras recebem estudantes de outros países membros da OEA para realização de cursos completos de pós-graduação stricto-sensu, em níveis de mestrado e doutorado. O principal objetivo é “promover a maior integração das universidades brasileiras na região, incentivando o intercâmbio científico e cultural, melhorando a mobilidade estudantil internacional e apoiando o desenvolvimento humano de indivíduos notáveis nas Américas”.

O acordo de cooperação já possibilitou que 41 universidades brasileiras acolhessem até hoje, aproximadamente 550 estudantes. De todas as universidades participantes no Brasil, a UFV é a que já recepcionou mais estudantes. Somando as vagas oferecidas em 2011, 2012 e 2013, a UFV recebeu um total de 68 estudantes pelo PAEC. E boa parte deles concluiu ou está cursando o mestrado ou o doutorado em Entomologia. O Programa é um dos que mais recebe estudantes pelo PAEC na UFV.

Desde o início do convênio, em 2011, a Entomologia manifestou interesse em recepcionar estudantes de outros países. O professor Simon Luke Elliot, coordenador do Programa de Pós-Graduação, explica que “a participação no PAEC faz parte da política da Entomologia de sempre buscar a heterogeneidade do grupo, estimulando a vinda de pessoas de fora. A  adoção dessa política também pode ser evidenciada no recrutamento de docentes, na aplicação da prova de seleção em diversas regiões do Brasil e também no incentivo que damos para que nossos estudantes façam algum programa sanduíche em outros países. Como biólogo, sei da importância deste processo de mistura para a  evolução”.

No PAEC, a bolsa concedida ao estudante estrangeiro é de responsabilidade da universidade que o acolhe. A seleção dos candidatos ocorre da seguinte forma: o programa de pós-graduação faz a pré-seleção e um Comitê Científico de Avaliação indicado pelo GCUB faz a seleção final. De acordo com o professor Simon, na Entomologia, a pré-seleção dos candidatos ao mestrado e ao doutorado é feita com base nos currículos, priorizando estudantes vindos das melhores universidades e que já receberam premiação.

Pelas regras do PAEC, o estudante só pode ser contemplado uma única vez, ao mestrado ou ao doutorado. Por exemplo, um estudante que foi contemplado com uma bolsa do PAEC no mestrado não pode receber outra bolsa pelo mesmo convênio para o doutorado.  O professor Simon afirma que a primeira participação no PAEC foi uma experiência muito positiva para a Entomologia. Tanto é que muitos estrangeiros que ingressaram pelo PAEC no mestrado em 2011, se inscreveram no processo seletivo regular da Entomologia, foram aprovados e hoje estão fazendo doutorado.

Um dos critérios que os estudantes devem atender para se candidatar ao PAEC é ter tido um ótimo desempenho acadêmico no seu país de origem. A microbióloga Angela Benavides Martinez veio da Colômbia para o Brasil neste ano para iniciar o mestrado em Entomologia, através do PAEC.  Ela destaca que o programa de cooperação com o Brasil é a oportunidade que ela buscava para fazer uma pós-graduação e aprofundar seus conhecimentos sobre controle biológico por meio de microrganismos. Angela concluiu a sua graduação em 2003 e trabalhou por dez anos em uma empresa privada em Bogotá. De acordo com a microbióloga, estudar na Colômbia é muito caro e o governo local não oferece bolsas. Assim, as oportunidades oferecidas por outros países para qualificação profissional surgem como um reconhecimento aos bons alunos.