Por causa dos efeitos da predação, o mosquito Aedes aegypti oviposita preferencialmente em habitats contendo larvas do predador Toxorhynchites theobaldi e larvas de coespecíficos mortas. Isso porque tanto a predação, como a presença do predador, fornece sinais químicos que indicam atividade de bactérias. Esta hipótese foi confirmada em um estudo realizado pelo doutor em Entomologia, Daniel Albeny Simões, e consta no artigo “Attracted to the enemy: Aedes aegypti prefers oviposition sites with predator-killed conspecifics”, publicado na Oecologia.
Para o estudo, foram realizados bioensaios de comportamento de oviposição no Laboratório de Comportamento de Insetos e Feromônios da UFV. Tanto o Aedes aegypti como T. theobaldi foram criados e mantidos a temperatura de 25±3°C, umidade relativa de 80±15% e fotoperíodo 12L : 12E. Já a avaliação dos efeitos da produção de bactérias foi realizada na School of Biological Sciences, da Illinois State University, nos Estados Unidos. Aedes aegypti e Toxorhynchites rutilus, espécie norte-americana nativa, ecologicamente semelhante à T. theobaldi, foram mantidos em colônias a 25±5°C, umidade relativa de 70±15% e um fotoperíodo de 14L : 10E.
De acordo com o estudo, a predação por Toxorhynchites e os sinais químicos oriundos da predação aumentaram a abundância bacteriana no sítio de oviposição. Esse aumento é decorrente da presença de partes do corpo de presas não comidas pelo predador e pela liberação de exsudatos de ambos. Os resultados mostram que o ato de predação e a presença do predador influenciam a escolha de sítios de oviposição e a composição da comunidade em sistemas aquáticos. Além de sugerir que a atração para oviposição é causada pelo aumento de bactérias, o trabalho também sugere que predadores como Toxorhynchites podem ser benéficos como agentes de controle biológico de Aedes aegypti.
Excelente pesquisa,vai ajudar muito a população atingidas pele mosquito.