Exposição de trabalhos revela curiosidades sobre fisiologia de insetos

Quem passou pelo hall do prédio da Biologia na última semana, se deparou com uma mostra de trabalhos que despertou curiosidade. Por que é tão difícil matar uma barata? Por que um gafanhoto pode saltar o equivalente a 30 vezes o seu comprimento? Ou, por que insetos não sentem dor? Questões como essas e várias outras foram respondidas pelos alunos da disciplina Fisiologia de Insetos, ministrada pelo professor Eugenio Eduardo de Oliveira.

O mestrando Cleiton Guedes e a doutoranda Lubiane Guimarães apresentaram o tema Por que a fisiologia dos insetos tem servido de bioinspiração para o desenvolvimento de robôs?. Para o mestrando, “todos os temas abordados são muito interessantes e trazem aspectos fascinantes da fisiologia dos insetos que não estamos acostumados a pensar. Até mesmo nós acadêmicos, que todos os dias estamos no laboratório e/ou em campo lidando com esses animais, às vezes, ficamos focados em nossas pesquisas e certas curiosidades passam despercebidas. Saber a explicação de comportamentos dos insetos e como isso pode ser aplicado, é inspirador”.

Avaliando a reação das pessoas diante dos pôsteres, Cleiton acredita que os trabalhos, com temas inusitados, chamaram a atenção. E para despertar ainda mais a curiosidade do público, um aspecto foi fundamental: “a equipe que apresentou os pôsteres encarou o desafio além da exigência da disciplina”. Cleiton destaca que as pessoas ficaram surpresas em saber, por exemplo, por que alguns insetos conseguem sobreviver sem cabeça por algum tempo. Para explicar essa questão, os estudantes Higor de Souza Rodrigues e Wilson Rodrigues Valbon abusaram da criatividade, fazendo uma analogia do tema com a famosa série de TV The Walking Dead.

De acordo com Cleiton, atividades de extensão como a exposição proposta pelo professor Eugenio, “são importantes para a ampliação do conhecimento do público em geral, muitas vezes, proporcionando maior interesse das pessoas por ciência”. E o estudante ainda sugere: “atividades como essa poderiam ser direcionadas para fora da universidade também”.

Defesa de dissertação nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira, a estudante Cristiane Marques Santos defenderá a sua dissertação.

Título: Caracterizacão morfológica do aparelho bucal de larvas de Meliponini Lepeletier, 1836 (Hymenoptera: Apidae)

Data: 11/06/2015

Horário: 9h

Local: Sala ECS 206 – Edifício Chotaro Shimoya (prédio da Biologia)

Parceiros da pós criam empresa de consultoria em manejo agroecológico de pragas

Três colegas de pós-graduação e o desejo comum de aplicar os resultados de pesquisas desenvolvidas, ao longo de vários anos, sobre manejo agroecológico de pragas. De dentro do Laboratório de Acarologia da UFV nasceu a Econtrole Pesquisa & Consultoria, empresa fundada em junho de 2014, fruto da parceria entre os pós-doutores Felipe Lemos e João Ferreira, e o mestre em Entomologia, Danilo Bernardo.

João conta que a “ideia de levar o controle biológico aplicado até os agricultores já era antiga no grupo de pesquisa de Acarologia. As pesquisas coordenadas pelo professor Angelo Pallini sempre combinaram a exploração de conhecimentos básicos de biologia e ecologia, visando o manejo de pragas na agricultura. Porém, quase sempre esses resultados eram publicados na forma de artigos científicos e o repasse aos agricultores era limitado a pequenas atividades de extensão, como dias de campo”.

Aliado ao desejo de levar soluções biológicas eficientes aos agricultores, os novos empreendedores se inspiraram em experiências da Europa, “onde serviços de controle biológico e manejo de pragas são desempenhados por diversas empresas há várias décadas”.  Incentivados pela parceria de longa data que o professor da Universidade de Amsterdam, Arne Janssen, mantém com a UFV, João fez doutorado pleno na Holanda e Felipe, doutorado sanduíche. Para João, “essa experiência internacional, combinada com os vários anos de trabalho no Laboratório de Acarologia da UFV, nos permitiu vislumbrar o potencial que vários resultados das pesquisas, realizadas por nós e nossos colegas de grupo, teriam no mercado de manejo de pragas”.

O sócio da Econtrole, Danilo Bernardo, também possui uma empresa de consultoria ambiental em Belo Horizonte.

O sócio da Econtrole, Danilo Bernardo, também possui uma empresa de consultoria ambiental em Belo Horizonte.

A empresa começou a tomar forma em 2013, com a aprovação de um projeto submetido ao programa de Pré-Incubação da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica CenTev/UFV (IEBT). A IEBT é “responsável por coordenar ações empreendedoras, oferecer orientação, apoio gerencial e consultorias especializadas às empresas tecnologicamente inovadoras, bem como incentivar a transferência de tecnologia entre a UFV e os novos negócios vinculados”. João destaca que “as consultorias e treinamentos oferecidos pela Incubadora são muito importantes durante toda a fase de planejamento e modelagem do negócio. Nós, como pesquisadores, às vezes, temos muita dificuldade de entender conceitos básicos do mundo dos negócios. Porém, o ambiente empresarial oferecido pela Incubadora de Empresas facilita essa transição entre a academia e o mercado”.

Atualmente, a Econtrole está em fase final de pré-incubação e passando pelo processo de avaliação para incubação. João explica que a diferença básica entre as etapas, é que na pré-incubação, a ideia do negócio é aperfeiçoada, enquanto que na incubação, o negócio em si (produtos e/ou serviços) é colocado no mercado.

Apesar de todo o suporte dado pela IEBT, para que a Econtrole se tornasse realidade, a sua equipe teve que superar duas dificuldades principais: tempo e recursos financeiros. Segundo João, “com relação ao tempo, conseguimos dividir as atividades, e talvez até isso tenha ajudado a manter a proposta viva. Necessitamos de recursos para aquisição de área, casas de vegetação e laboratórios, mas essa carência de estrutura física está sendo parcialmente solucionada pelo uso compartilhado de laboratórios, através de acordo formalizado com o Departamento de Entomologia, que se tornou o nosso maior parceiro”. Além de utilizar os laboratórios do Departamento, a Econtrole tem um escritório sediado no Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev), órgão vinculado à UFV, cuja missão é “promover a interação entre a academia, o setor público, as empresas privadas e a sociedade, criando caminhos para o desenvolvimento de Viçosa e região”.

Com uma proposta de negócio bem definida, a Econtrole presta serviços de identificação e monitoramento de populações de pragas e inimigos naturais nas lavouras e na manipulação do ambiente produtivo. João destaca que “o grande diferencial da Econtrole é que utilizamos ferramentas científicas mais acuradas para otimizar o processo de manejo de pragas. Por exemplo, a etapa de identificação passa pela coleta de insetos em campo, que são levados ao laboratório, sendo utilizados microscópios e lupas de grande aumento que favorecem uma identificação mais precisa”.

A empresa ainda conta com “uma rede de taxonomistas colaboradores que são acionados para darem seus pareceres na confirmação das espécies coletadas. Com relação ao serviço de monitoramento, dados quantitativos são coletados nas lavouras e ferramentas estatísticas são empregadas para um eficiente acompanhamento da dinâmica de pragas e inimigos naturais nas lavouras. Na fase de manipulação do ambiente, nossos serviços abrangem, por exemplo, o provimento de alimento alternativo para os inimigos naturais. A combinação dessas tecnologias vem sendo testadas em campo desde dezembro de 2014 e os resultados têm superado as nossas expectativas” – afirma.

Mas os sócios querem ampliar as atividades da empresa e iniciaram, recentemente, um projeto para “desenvolvimento de novas tecnologias visando levar até os agricultores o processo de produção de inimigos naturais, isso, considerando a individualidade de recursos disponíveis e a necessidade de cada propriedade rural”. A empresa ainda não comercializa agentes de controle biológico, mas já iniciou o processo para obtenção das licenças ambientais e de registro dos ácaros junto aos órgãos responsáveis. “Esperamos que em breve possamos entrar no mercado do comércio varejista de agentes de controle biológico” – revela João, otimista com o futuro do negócio. Para saber mais sobre a Econtrole, acesse www.econtrole.eco.br .

Crianças se encantam com o mundo dos insetos durante visita ao Museu Regional de Entomologia

Nada de ter nojo ou medo dos insetos. Apenas, encantamento e muita curiosidade. Assim foi a visita que as crianças do Laboratório de Desenvolvimento Infantil (LDI) da UFV fizeram ao Museu Regional de Entomologia, na tarde da última quinta-feira, dia 28 de maio. Os visitantes ilustres, de idade entre três e quatros anos, se depararam com uma explosão de cores e formas diferentes, numa exposição montada especialmente para eles, no hall da Entomologia.

A mostra foi cuidadosamente organizada pelos mestrandos Alejandra Alvarez Zapata e Jose Luis Benavides, sob a orientação do professor Paulo Sérgio Fiúza, responsável pelo Museu. De acordo com os estudantes, o objetivo foi tirar a coleção de dentro do Museu e expô-la para chamar a atenção das crianças e também das pessoas que passavam por ali. “Falamos um pouco sobre o ciclo de vida das mariposas. As crianças viram pela lupa, que é uma experiência muito bacana para elas, uma coisa nova. Elas perguntaram tudo! E essa é a ideia, mostrar para elas que a entomologia é uma coisa bonita, é para explorar.” – descreve Benavides todo entusiasmado. Ele destaca a oportunidade que a visita das crianças proporcionou a eles, não apenas de abrir as portas do Museu Regional de Entomologia, mas também de exercitarem a didática.

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A visita das crianças do LDI à Entomologia faz parte de um projeto sobre insetos polinizadores, desenvolvido pela estudante de Educação Infantil da UFV, Sandra Regina Ferreira. A estudante, que faz estágio no LDI, conta que a ideia surgiu a partir do interesse das crianças sobre insetos e que através desse projeto são trabalhadas múltiplas linguagens. E pela animação da criançada durante a excursão, o projeto está sendo um sucesso.

Para o pequeno Guilherme, de tudo o que viu, o mais legal foi o besouro. Já para a pequena Laura, a borboleta azul! Entre mariposas, gafanhotos, moscas, aranhas, abelhas, cupins, lagartas e besouros, certamente, cada uma das crianças levou consigo um pouquinho do universo da entomologia. Elas também levaram para casa um jogo de dados, para brincar e aprender com os pais. O jogo apresenta um passo a passo que envolve as crianças na montagem dos dados e traz curiosidades e pistas, aguçando ainda mais a imaginação dos pequenos sobre esse fascinante mundo dos insetos, que os integrantes da Entomologia conhecem tão bem.

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Na galeria abaixo, você pode conferir um pouco mais de como foi esta visita especial.

Defesa de tese no dia 2 de junho

Autor: Pedro Guilherme Lemes Alves

Título: Impactos da certificação florestal do Forest Stewardship Council (FSC) no manejo integrado de pragas florestais em empreendimentos certificados

Data: 02/06/2015 (terça-feira)

Horário: 14h

Local: Auditório do Bioagro