Oportunidade de estágio no exterior para estudantes do Doutorado em Entomologia da UFV

O PPG em Entomologia da UFV está selecionando um estudante de doutorado para realizar estágio no exterior em 2018, com bolsa financiada pela CAPES. Os doutorandos poderão candidatar-se a um período de treinamento de seis ou 12 meses. Vale destacar que candidatos com período maior de permanência no exterior terão preferência.

Estudantes regularmente matriculados no doutorado em Entomologia poderão se inscrever no período de 01 a 28 de fevereiro, das 8 às 12 h, na Secretaria do Programa de Pós-Graduação. As informações sobre o processo seletivo interno encontram-se disponíveis no Edital Programa de Doutorado com Estágio no Exterior-CAPES/PDSE.

Pesquisadores propõem nova abordagem para controle do Aedes aegypti

No artigo intitulado “Entomopathogenic fungi and their potential for the management of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) in the Americas“, publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, periódico com o maior fator de impacto na América Latina (IF= 2.6), os professores da UFV Robert Barreto e Sam Elliot e o pesquisador emérito do CABI (Reino Unido)  Harry Evans, visitante dos departamentos de Entomologia e Fitopatologia, propõem a adoção de controle biológico clássico, como estratégia para controle do Aedes aegypti. Os autores sugerem que se faça uma busca por inimigos naturais do Aedes aegypti – particularmente por fungos parasitas – em ecossistemas de Senegal, principal país de onde se originam as populações invasoras das Américas. A expectativa é que essa busca revele agentes de controle biológico com potencial para serem liberados no Brasil e em outros países da América invadidos por Aedes aegypti, para um manejo sustentável e de longo prazo. A matéria completa está disponível no Portal da UFV .

Vale destacar que o pesquisador Harry Evans é referência mundial em utilização de fungos para controle biológico e parceiro científico de longa data dos professores da UFV. Saiba mais

Vem aí a próxima edição do Bar com Ciência

Os alunos da disciplina ENT 765 – Taxonomia de Insetos Imaturos convidam para a terceira edição do Bar com Ciência,  nesta quarta feira:

III BAR COM CIÊNCIA

Com esporte, ciência e superação, 1ª Corrida Entomológica reúne 115 atletas na UFV

Dos fatos que marcaram o ano de 2017 no Departamento de Entomologia da UFV, certamente, a realização da 1ª Corrida Entomológica foi um deles. O evento realizado no dia 3 de dezembro contou com a participação de 115 corredores, que disputaram 2,5 ou 5,0 Km de prova. Atletas de Viçosa (MG) e de outras cidades participaram da corrida, que além de promover o espírito esportivo, foi um grande momento de integração e superação para muitos, como o professor da UFV Herly Carlos Teixeira Dias, que participou pela primeira vez de uma prova esportiva, após enfrentar um câncer,  ou o professor Lessandro Gontijo, que saiu de Florestal (MG) especialmente para participar da corrida. Ficando entre os primeiros colocados ou não, o fato é que os 115 participantes saíram vencedores de uma prova que uniu esporte, ciência e descontração.

Os seguintes corredores conquistaram os primeiros lugares:

  •  Silvana Aparecida da Costa  (5 km feminino)
  •  Gergo Kolesza (5 km masculino)
  • Gláucia Cordeiro (2,5 km feminino)
  • Noélio Alves Ferreira Filho (2,5 km masculino)

O vencedor dos 2,5 km masculino é formando do curso de Agronomia da UFV e conta que foi a primeira vez que ele venceu uma prova. “Eu entrei no time de atletismo da Atlética das Engenharias no início de 2017. Eu treinava para corridas de explosão, 200 e 400 metros, mas em meados de maio, um mês antes do Engenharíadas, eu machuquei o joelho. A Corrida Entomológica foi a primeira corrida depois do incidente. Eu não tive preparação, eu comecei a jogar bola mais ou menos um mês antes, para começar a me exercitar um pouco. Mas acho que o meu corpo já estava acostumado com atividades físicas, porque antes eu jogava muita bola, malhava e corria. Então, essa corrida foi uma forma de recomeçar os exercícios e fortalecer o joelho”. Para Noélio, ter vencido os 2,5 km da Corrida Entomológica foi uma experiência única: “Fiquei muito feliz e empolgado para continuar correndo novamente”.

Para o professor Herly Carlos Teixeira Dias, do Departamento de Engenharia Florestal, participar da 1ª Corrida Entomológica também foi uma experiência singular. “Tenho 52 anos, excesso de peso – 98 kg, muito para os 1,74 m que tenho de altura. Desde o início de 2017, venho fazendo tratamento para combater um câncer de próstata, inclusive, passei por uma cirurgia em março desse ano. De lá pra cá, venho me esforçando para retornar ao ritmo, recuperar e melhorar o físico. Confesso que não está sendo fácil. Mas essa corrida foi sem dúvida mais uma oportunidade que tive de ir para a rua correr. Conto com o incentivo de várias pessoas, personal e nutricionista, além da família, é claro. Foi muito bom participar, com boa organização, sem infringir nenhuma das regras impostas anteriormente, e um nível muito bom dos competidores. Acredito que ela deva se repetir, só pediria um melhor trajeto, inclusive, com menos subidas, pois quem sofre com excesso de peso, com problemas de joelho e luta para melhorar o seu preparo, os morros são terríveis e desanimadores”.

Quem também encarou o percurso com muita disposição foi o professor Lessandro Gontijo, que veio a Viçosa para participar da prova. “Para mim, foi como unir o útil ao agradável. Correr certamente faz um bem indiscutível para a nossa saúde. Além disso, foi uma boa oportunidade para conversar um pouco sobre ciência (entomologia) com alguns dos colegas de profissão. O fato de eu ser um ex-graduando, ex-pós-doutorando e agora professor da UFV (campus Florestal) tornou a Corrida Entomológica ainda mais especial. Eu admiro e parabenizo os organizadores do evento, o qual serviu para promover uma atividade saudável, interação social, bem como divulgar um dos grandes departamentos da Universidade, a Entomologia. Acho que a Corrida Entomológica foi inovadora, por divulgar ciência, através de um evento esportivo”.

Confira mais alguns momentos da 1ª Corrida Entomológica

Professor Fiuza celebra 50 anos da sua primeira publicação científica

Prestes a se aposentar, o professor Paulo Sérgio Fiuza está celebrando os 50 anos de publicação do seu primeiro artigo científico. No ano de 1968, ainda como estagiário do Museu Nacional do Rio de Janeiro, ele participou como coautor de duas publicações na Revista Brasileira de Biologia. “Ambas as publicações foram importantes no início do meu caminhar na entomologia taxonômica. No entanto, ressalto o trabalho ‘Mirídeos Neotropicais, CIV: revisão de tipos do Museu de Historia Natural de Budapest, Hungria (Hemiptera)’ porque foi a minha primeira oportunidade de apresentar um trabalho em congresso e o mais importante, no III Congresso Brasileiro de Zoologia,  por ocasião do sesquicentenário do Museu Nacional do Rio de Janeiro. E também por constar uma documentação fotográfica da minha participação ao lado de renomados cientistas internacionais, Dr. José Cândido de Melo Carvalho e do Dr. Newton Dias dos Santos, que presidia a mesa na ocasião”.

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O trabalho ao qual ele se refere com orgulho, trouxe relevante contribuição ao conhecimento da diversidade dos mirídeos neotropicais. A publicação apresenta ilustrações de 20 espécies, histórico taxonômico de cada espécie, medidas (morfometrias), diagnoses, redescrições, distribuição geográfica, dados sobre os exemplares estudados e observações gerais. O trabalho teve origem na visita que o Dr. José Cândido fez ao Museu de História Natural da Hungria, em Budapeste, onde ele estudou as espécies de mirídeos neotropicais depositados naquela instituição.

Ainda jovem, o professor Fiuza já era um entusiasta dos insetos: “Em 1968, com 18 anos de idade, me foi concedido pelo Colegiado do Museu Nacional do Rio de Janeiro, autorização como estagiário voluntário, uma vez que só poderiam frequentar estágios nessa instituição quem estivesse oficialmente em uma universidade. Tudo graças ao Dr. José Cândido, pesquisador do setor de Entomologia – Hemiptera, que acreditou e investiu no meu potencial como futuro taxonomista”.  Fiuza destaca que o zoologista contribuiu de forma expressiva para a sua formação. Pela filosofia do Dr. José Cândido, o estagiário “tinha de participar de trabalhos de pesquisa desenvolvendo uma série de atividades sob a sua orientação, o que resultavam quase sempre em publicações científicas em coautoria”. Daí as duas publicações bem no início de sua carreira como pesquisador.

O professor da UFV avalia que, de lá para cá, muita coisa mudou no cenário das publicações: “As pesquisas que culminam com seus resultados divulgados através de revistas especializadas de divulgação internacional tiveram um avanço extraordinário com o advento da informática e sua evolução galopante. As publicações científicas se especializaram numa infinidade de áreas de estudos, o que levou a criação de um boom de revistas científicas com escopo próprio. A divulgação das pesquisas se tornou mais acurada, informativa, acessível e inquisitiva, o que permitiu o surgimento de novos campos de investigação científica, com novas hipóteses e novas áreas para serem criadas. E a ciência da Taxonomia, onde venho contribuindo, está incluída nesse processo dinâmico” – avalia.

50 anos dedicados à Taxonomia

Ao longo dos 50 anos de carreira, o professor Fiuza soma 103 artigos e cinco capítulos de livro publicados até o momento. Dentre os trabalhos, ele é certeiro ao destacar alguns, como, por exemplo, o capítulo do livro “True Bugs (Heteroptera) of the Neotropics”. Essa obra é considerada a mais completa publicação sobre percevejos da região Neotropical, contando com a participação de 46 especialistas em diferentes grupos taxonômicos. Juntamente com o pesquisador do United States Department of Agriculture (USDA) Thomas J. Henry e a doutora em Entomologia pela UFV Lívia Aguiar Coelho, o professor Fiuza é autor do capítulo “Plant Bugs (Miridae)”.

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Especialista na taxonomia de percevejos mirídeos, o professor do Departamento de Entomologia pretende encerrar em breve a sua carreira na UFV: “Trabalhar em pesquisas, dar aulas sobre os insetos e desenvolver atividades no Museu de Entomologia são para mim uma profissão prazerosa e autoestimulante. No entanto, na atual conjuntura em que o nosso país vive, venho observando e ao mesmo tempo envolto num sistema onde a avaliação do seu esforço nas áreas de ensino, extensão e pesquisa, principalmente as duas primeiras, estão relegadas a segundo plano, no terreno da desmotivação e falta ou corte de recursos. O professor hoje em dia é avaliado pela sua contribuição científica numa forma de gincana, onde os maiores pontos alcançados, acredite se quiser, correspondem a índices de impacto entre revistas! A sua contribuição não é o primordial, vale o fator de impacto da revista ou periódico onde você publicou! Dentro desse jogo voraz, conferem os pódios, as honrarias e os méritos (recursos financeiros). Trata-se concomitantemente de uma estratégia para reduzir verbas na avaliação de cursos de pós-graduação e provocar uma guerra de disputas entre os próprios professores e entre instituições, ao invés de buscar qualidades, inovações e harmonias”.

Entretanto, a proximidade da sua aposentadoria na UFV não significa o fim, mas o início de uma nova etapa. “Ainda desfrutando de boa saúde, acredito sim que será o início de uma nova jornada, onde continuarei colaborando com a taxonomia dos percevejos mirídeos neotropicais para diversos campos da ciência: biodiversidade, avaliação de impacto ambiental, planos de manejo, fisiologia, morfologia, relação inseto-planta, pragas e agentes de controle biológico, entre outros, para diversas instituições nacionais e internacionais. Quero continuar utilizando dos conhecimentos e recursos adquiridos nos meus cursos de especialização, mestrado, doutorado e pós-graduação na Taxonomia de Insetos. Dar continuidade a Cursos Práticos de Taxonomia de Insetos Adultos e iniciar imaturos com atividades de extensão, que já ministrei no Brasil e exterior. É primordial que um entomologista profissional conheça ou ao menos saiba dos recursos para identificação das principais famílias das ordens de insetos neotropicais”.

Profundo conhecedor dos passos que um entomologista deve seguir na sua formação, o professor Fiuza deixa um conselho aos iniciantes que hoje almejam uma carreira de sucesso: “A pós-graduação oferece a oportunidade de descobrir e aperfeiçoar o seu talento e montar a sua linha de pesquisa, ensino e extensão. Procure harmonizar essa trilogia que será sempre o alicerce da sua estrutura de vida profissional, que lhe trará satisfação, motivação e autoestima, pois você estará sempre contribuindo para o bem presente e futuro da sociedade. Por mais simples que pareça o seu trabalho, ele faz parte importante de um contexto com o objetivo de se chegar a um resultado positivo. Por exemplo, a taxonomia, se você não identificar o inseto, nada pode avançar. Se a identificação for errada, vai provocar uma série de informações erradas, fracassos em diversas outras pesquisas, o que chamo de ‘teoria do caos’! Por isso, é importante que você faça parte de grupos de pesquisas, fazendo o melhor de sua parte, publicando juntos, contribuindo para um objetivo comum. Lute sempre pelo que é certo, para você e seus colegas”.