Entomologia divulga o resultado final da seleção ao doutorado

Foi divulgado nesta terça-feira, dia 29, o resultado final do Processo Seletivo 2018/2 ao doutorado:
A seleção de candidatos ao mestrado também já foi concluída. O resultado foi divulgado no dia 18 de maio. Veja: resultado final mestradoEvento propõe reflexão sobre “mulheres na universidade e o machismo nosso de cada dia”

“Companheira me ajude, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor!”. Visando discutir vivências e inquietudes, na próxima segunda-feira, dia 4 de junho, às 15h, no auditório da Biblioteca Central da UFV, será realizado o I Fórum Aberto sobre a atuação das mulheres na universidade. Intitulado “Mulheres na universidade e o machismo nosso de cada dia“, o evento busca contemplar a atuação feminina (e as respostas a esta atuação) em todos os âmbitos da universidade, em especial da UFV, discutindo problemas diários enfrentados pelas mulheres no campus e fora dele.
Serão ministradas duas palestras, sobre o perfil das mulheres na ciência e sobre a conceituação de temas como violência, abuso e assédio, com o intuito de apontar caminhos a serem percorridos em Viçosa (MG), por mulheres que sofrem alguma dessas situações. Além das palestras, o evento terá também intervenções artísticas. Proposto e organizado por um grupo de pessoas ligadas à UFV, em sua maioria mulheres, o fórum sobre a atuação das mulheres na universidade será aberto a todos que queiram participar, ainda que parcialmente.
Conscientes da importância da participação da mulher nos espaços de decisão, alunas assumem representação discente

“Acreditamos que a mulher precisa ter mais participação na sociedade, seja na pesquisa, na liderança ou mesmo representando um grupo de alunos diante de uma comissão coordenadora”. Com essa visão, as doutorandas Elem Fialho Martins e Mayara Loss Franzin assumiram a representação discente na Comissão Coordenadora do PPG em Entomologia. A consciência da participação ativa nos espaços de decisão impulsionou a candidatura da dupla. “Várias coisas nos motivaram: conhecer um pouco mais sobre o que acontece dentro do Departamento, a vontade de dar a nossa opinião como alunas sobre vários assuntos que são abordados e também o fato de não termos visto nenhuma mulher se candidatar nos últimos tempos”.
Eleitas numa votação com chapa única, as representantes acreditam que “muitos estudantes não sabem quais são as atribuições de um representante discente. Outros acham que não se encaixam no perfil, o que é completamente compreensível, muitas vezes somos desestimulados até mesmo por parte de professores, claro que não em sua maioria. Outro caso é que muitas pessoas estão realizando experimentos, escrevendo artigos, qualificando ou mesmo participando de muitas atividades em seus laboratórios, o que pode ser levado em conta na hora de assumir a representação”. Mas mesmo com todos esses compromissos, comuns aos estudantes da pós, Elem e Mayara estão dispostas a conciliar suas atividades acadêmicas com os compromissos que a representação discente exige.
Ambas as estudantes são orientadas pela pesquisadora da Epamig Madelaine Venzon, orientadora do PPG em Entomologia. Trabalhando com controle biológico conservativo de pragas, Elem integra a equipe da Epamig desde quando estava na graduação. “Sou Viçosense, cursei Agronomia na UFV e durante a graduação tive a oportunidade de fazer iniciação científica na Epamig, no Laboratório de Controle Biológico. Lá recebi muito incentivo para fazer pós-graduação, seja por parte da minha orientadora, seja pelos amigos do laboratório”. No doutorado, Elem está pesquisando sobre “controle do bicho mineiro do café, através da inserção de plantas associadas que tragam benefícios para inimigos naturais, seja através de voláteis, seja pelo oferecimento de recursos”.
Mayara, por sua vez, trabalha com “controle biológico conservativo na cultura do café com a utilização de fungos entomopatogênicos de solo”. Capixaba, Mayara cursou Agronomia no Instituto Federal do Espírito Santo, no Campus Itapina, fez mestrado na Universidade Federal de São João Del Rei e veio para a UFV fazer o doutorado. “Desde o início da graduação fiz iniciação científica em entomologia com ênfase na utilização de extratos de plantas inseticidas no controle alternativo de pragas, com a orientação de um egresso do PPG em Entomologia, Anderson Mathias Holtz. No mestrado, eu continuei trabalhando com entomologia, na área de defesas de plantas, orientada por outro egresso daqui, Marcos Antonio Matiello Fadini, na Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Sete Lagoas. A minha escolha pelo doutorado na UFV foi devido à minha vontade de me tornar entomologista e pelos meus ex-orientadores sempre me apoiarem e aconselharem muito a vir para cá”.
Agora, na representação discente, Elem e Mayara vão substituir os estudantes José Augusto Roxinol e Wilson Rodrigues Valbon. “Gostaríamos de agradecer os antigos representantes discentes pelas dicas passadas, pelo incentivo e por terem nos representado tão bem até aqui!”. Nesta nova etapa, as representantes discentes estão à disposição de todos os estudantes para esclarecer dúvidas e receber sugestões. Para entrar em contato com elas, basta enviar um e-mail para discentes.entomologia@
Seminário: Um retrato das mulheres na ciência

Estudante apresenta trabalho premiado em conferência na Itália

O estudante do curso de Ciência da Computação da UFV Danilo Ribeiro acaba de retornar da Conference on Collective Behaviour, realizada na Itália, onde apresentou o trabalho intitulado “Tracking Termites: Computer Vision Tools for Entomologists”. “Submetemos o trabalho e foi tão bem recebido, que o Danilo foi contemplado com o pagamento, pelo próprio comitê organizador do evento, de sua passagem aérea e hospedagem. Isso viabilizou a sua participação no evento”, destaca o professor Og DeSouza, que desde 2015 conta com a colaboração do graduando no Laboratório de Termitologia da UFV.
Numa interação entre graduação e pós-graduação, Danilo trabalha com métodos de inteligência artificial em simulações de comportamento coletivo em cupins. “Utilizamos técnicas de inteligência artificial para obter dados e aprender sobre como os insetos sociais se locomovem, interagem e trocam informações dentro de seus grupos de coespecíficos. Também buscamos entender como se dão os mecanismos que fazem emergir o comportamento social dos cupins, tanto a nível de ninho quanto com relação às espécies inquilinas das colônias” – explica o estudante.
E não pense que o estudante de Ciência da Computação é mero coadjuvante das pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Termitologia. O professor Og destaca que “o trabalho de Danilo consiste em preparar algoritmos que são usados na coleta de dados de comportamento de cupins, dados essenciais para o desenvolvimento das teses do Laboratório. Danilo não é meramente um prestador de serviço ou um simples desenvolvedor de programas de computador. Ele participa de todas as nossas discussões, conhece a biologia dos cupins e molda seus algoritmos a essa biologia”.
O trabalho que Danilo apresentou na Itália,“consiste em usar visão computacional para obter as coordenadas de cupins filmados confinados em placas de petri. Nós desenvolvemos um algoritmo no qual a partir da posição dos cupins no primeiro quadro do vídeo, é possível segui-los e recuperar suas posições, velocidade, encontros e até interações entre os mesmos. Esse processo é conhecido como ‘tracking’”.
Para o estudante, o seu trabalho foi premiado “por utilizar técnicas modernas (Redes Neurais Convolucionais), nunca antes aplicadas nesse domínio, e por ter conseguido um nível de detalhamento na obtenção dos dados que antes seria impossível obter. Isso faz com que conjecturas sobre o comportamento coletivo dos cupins possam ser comprovadas (ou não) utilizando não só modelos e simulação, mas agora com dados reais sobre os indivíduos. A metodologia desenvolvida pode também ser aplicada em outras espécies de insetos, o que atraiu a atenção de estudiosos de várias outras áreas de comportamento coletivo animal, extrapolando a termitologia”.
Não é a primeira vez que um trabalho de Danilo obtém destaque em um evento internacional. Durante o Simpósio Internacional de Termitologia, realizado na UFV em novembro de 2017, o estudante foi premiado pela melhor apresentação do evento. Embora não seja a primeira premiação, a participação na Conference on Collective Behaviour, em Trieste, na Itália, foi a primeira oportunidade que Danillo teve de conhecer outro país. E a experiência não poderia ter sido melhor: “Tive a oportunidade de conhecer os cientistas mais influentes da área, trocar ideias e receber um ótimo feedback sobre o andamento do projeto. Também foi de grande importância para estabelecer parcerias e cooperação em projetos com universidades e grupos de pesquisa do exterior. Foi muito interessante e esclarecedor conhecer diferentes culturas e pontos de vista diferentes do nosso, sendo isso de grande importância, eu acredito, para o meu crescimento como pessoa e cientista”.