Integrando o esforço do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para avaliação nacional do risco de extinção da fauna brasileira, o professor da Entomologia UFV Frederico Falcão Salles coordenou uma oficina para avaliação do risco de extinção das espécies de Ephemeroptera que ocorrem no Brasil. Entre os dias 4 e 8 de novembro, pesquisadores de diversas regiões e instituições brasileiras estiveram reunidos no Centro de Formação em Conservação da Biodiversidade – ACADEBio, no município de Iperó (SP), para discutir cerca de 400 espécies.

Coordenador do táxon, o professor da Entomologia explica que “para cada grande grupo taxonômico é realizada uma oficina que envolve a participação do ICMBio, do coordenador ou coordenadores de táxon e de uma equipe de pesquisadores. A oficina da semana passada teve como tema os insetos da ordem Ephemeroptera. Nós avaliamos o risco de extinção de todas as espécies que ocorrem no Brasil. Em 2013, quando fizemos essa avaliação pela primeira vez, cerca de 70 espécies de Ephemeroptera haviam sido incluídas. Ou seja, foi um grande desafio envolver todas as espécies e ficamos muito satisfeitos em ter concluído essa etapa com sucesso”.

De acordo com o pesquisador, “o processo atual de avaliação começou há quatro meses, quando a equipe do Museu de Entomologia, composta por alunos de graduação e pós, recebeu um treinamento do ICMBio durante dois dias, para o preenchimento das fichas que contêm informações sobre as espécies. Essas fichas são essenciais, pois contam com todas as informações necessárias para as avaliações dos riscos”.

Os resultados do trabalho mostraram que das 400 espécies de Ephemeroptera do Brasil, 12 foram consideradas como ameaçadas, a grande maioria na categoria vulnerável. O professor Frederico Salles destaca que “a próxima etapa é a validação do risco de extinção dessas espécies, que deve ocorrer ainda em dezembro. Uma vez concluída essa etapa de validação para todas as espécies animais avaliadas, os resultados serão publicados, inicialmente, no Diário Oficial da União e posteriormente, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção”.