Professor Og DeSouza desmistifica método científico durante palestra online

Com o tema “Tudo o que você precisa saber sobre método científico”, o professor Og DeSouza ministrou no dia 18 de maio, pela internet, uma palestra em colaboração com o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Atendendo ao convite da professora Maria Avany Bezerra Gusmão, da UEPB, o pesquisador da Entomologia UFV buscou desmistificar o método científico, mostrando aos participantes, entre mestrandos e doutorandos, que “o processo é bem mais simples do que normalmente se pensa”.

Realizada via Google Meet, “a palestra explorou a ideia de que o método científico nada mais é do que a aplicação da lógica à busca do conhecimento. Basta: (i) observar um fenômeno, (ii) perguntar ‘por que’ o fenômeno ocorre, (iii) criar explicações candidatas que se baseiam necessariamente em conhecimento prévio e finalmente, (iv) criar um teste que permita pôr à prova tais explicações. O papel do cientista é tentar a todo custo encontrar um teste que mostre ser FALSA a explicação-candidata. A cada vez que eliminamos uma dessas explicações, estamos mais próximos da verdade. Estas explicações-candidatas são as famosas ‘hipóteses’” – explica o professor da UFV.
Reconhecendo “o amplo conhecimento do professor Og sobre esta temática”, a professora Maria Avany não pensou duas vezes em convidá-lo para ministrar uma palestra como parte das atividades da disciplina Ecologia Teórica, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da UEPB. A instituição deu continuidade às atividades acadêmicas, com uma programação online, durante a pandemia provocada pelo novo coronavirus. “A participação tem sido aceita e muito bem comentada pelos nossos alunos. Uma forma de os manter ativos e de lhes dar uma atenção especial neste momento tão difícil. A participação em nossas aulas virtuais tem sido maciça, nas duas modalidades de ensino: mestrado e doutorado. Na sala virtual da palestra do professor Og tínhamos quase 50 pessoas” – destaca a professora da UEPB.
Professor Raul é o convidado da live “Prosa de Praga” desta quinta-feira

Nesta quinta-feira, dia 28, às 17h30min, o Insectum – Grupo de Estudos em Entomologia da UFV promoverá a live “Prosa de Praga“, com o professor Raul Narciso Carvalho Guedes. Transmitida no Instagram @insectum.ufv e também no Youtube, a live “Prosa de Praga” vai abordar comunicação acústica.

O convidado desta semana é o atual Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV. Ele foi diretor científico da Fundação de Apoio à Universidade Federal de Viçosa (Funarbe), coordenador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia no período de 2009 a 2013 e atua principalmente nos temas ecotoxicologia de inseticidas e biologia do estresse em insetos. Para saber um pouco mais sobre a trajetória do convidado desta live, leia o Perfil: Raul Narciso Carvalho Guedes.
Então, anote aí: live com o professor Raul, na próxima quinta-feira, dia 28, às 17h30min. Não dá para perder essa “Prosa de Praga“! Siga o Insectum no Instagram e também no Youtube, pois a proposta do Grupo de Estudos em Entomologia é promover toda semana uma live sobre um tema diferente, tanto com pesquisadores da UFV como de outras instituições.
Aulas online da disciplina BAN 773 contribuem para manter ritmo de estudos durante a pandemia

Todo primeiro semestre, a disciplina BAN 773 – Insetos Sociais é ofertada aos alunos do PPG em Entomologia da UFV. Mas neste ano, os dez estudantes matriculados na disciplina estão tendo uma nova experiência. As aulas presenciais, que em 2020 não tiveram tempo nem de começar, deram espaço para a realização de aulas online, um formato novo para muitos, inclusive para docentes, que estão tendo a oportunidade de se reinventar em salas de aula virtuais. A professora Maria Augusta Lima Siqueira, que ministra a BAN 773, abraçou a oportunidade e assegura que, apesar do momento atual que vivemos, “a experiência está sendo inédita e gratificante”.

Utilizando plataformas como o PVANet, da UFV, e o Google Meet, docente e alunos completaram a oitava semana de aulas. A professora Maria Augusta descreve como tem organizado a disciplina: “Há atividades de estudo e aulas em tempo real, com temas específicos. Posto material para leitura no PVANet, juntamente com um roteiro de estudo. Depois da leitura, temos um encontro online, por meio do Google Meet, para discussão dos textos, retirada de dúvidas e esclarecimento de conceitos. Além das atividades semanais, estou orientando o preparo dos trabalhos por e-mail e pelo PVANet. Pretendo que os trabalhos só sejam apresentados presencialmente, após a normalização das atividades”.
Parece simples, mas não é, nem mesmo para professores experientes como Maria Augusta, pois exige domínio de técnicas e conhecimentos no ambiente virtual até então pouco explorados para quem sempre atuou no ensino presencial. Mas a docente garante: “Embora o preparo das aulas online exija maior dedicação do que a necessária para as aulas presenciais, estou aprendendo muito. Os alunos estão tendo um ótimo aproveitamento até agora, participando ativamente das aulas e atividades propostas. Como poucas disciplinas estão sendo ofertadas nessa modalidade, acho que ela também está sendo útil para manter o ritmo de estudo dos alunos. A interação com os alunos também superou as minhas expectativas. Eles estão contribuindo muito também com ideias para melhorar a disciplina, pois a modalidade é nova para mim”.
A mestranda Lara Jardim Collares ingressou na Entomologia UFV neste semestre e está cursando a BAN 773. A interação na disciplina também a surpreendeu e as aulas estão a ajudando a estabelecer uma rotina durante a pandemia. “Como caloura da pós-graduação, estou bem animada com o curso. Além da disciplina online, estou realizando cursos gratuitos ofertados por plataformas digitais do governo e estou trabalhando de forma teórica no meu projeto, para que não fique atrasada com o cronograma. Além disso, semanalmente participo de uma reunião promovida pelo meu orientador, o professor Raul Carvalho Narciso Guedes, com todos os meus colegas de laboratório, que está sendo bem produtiva. As atividades que estou realizando estão sendo essenciais para a construção da minha rotina, o que contribui muito com a minha produtividade”.

O doutorando Raul Marques Pisno também está cursando a BAN 773 e conta como tem organizado o seu tempo durante esse período de isolamento: “Eu tenho aproveitado para ler artigos e adiantar a escrita de um. Mesmo que eu só tenha dados parciais, tento adiantar o que dá. Agora com a disciplina de Insetos Sociais, consigo ter algo mais para direcionar minhas leituras”. Para ele, a interação durante as aulas também merece destaque: “A maioria dos alunos participa, e nós até debatemos alguns assuntos com uma naturalidade maior do que eu esperava de uma aula a distância”. Mesmo considerando que “a experiência online tem sido proveitosa”, Raul sente “falta do ambiente da universidade”, assim como todos nós.
Mas enquanto não podemos nos reencontrar na UFV e retomar as atividades presenciais, experiências como as aulas da disciplina de Insetos Sociais contribuem para aproveitar o tempo atual e otimizar o que virá, pois como bem sinaliza a professora Maria Augusta, “realizar a matéria online está sendo também positivo para adiantar as atividades do semestre, que imagino que será exaustivo após o retorno, para professores e alunos”.
Doutorando cria software capaz de avaliar automaticamente comportamento animal

Numa época como a atual, em que dia após dia se evidencia a importância da pesquisa científica para propor soluções, o doutorando do PPG em Entomologia da UFV Rodrigo Cupertino Bernardes inova e cria uma solução tecnológica, utilizando inteligência artificial e visão computacional, capaz de avaliar automaticamente comportamento animal. Ele desenvolveu o software Ethoflow, cujo nome combina termos relacionados ao estudo de comportamento animal (Ethology) e operações de matrizes em cadeia (Flow), que ocorrem em modelos de inteligência artificial. A partir de um vídeo registrado com uma câmera digital, o software Ethoflow analisa automaticamente vários parâmetros cinemáticos do comportamento, possibilitando inclusive que essa análise seja feita em experimentos de campo. O doutorando explica que também é possível analisar comportamentos específicos, como por exemplo, a trofalaxia, que é um comportamento social complexo de troca de alimentos entre companheiros de ninho.
Registrado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o software é compatível com os sistemas operacionais Linux, Windows e macOS e possui uma interface gráfica intuitiva. Isso contribui para a sua usabilidade e múltiplas possibilidades de aplicação. De acordo com Rodrigo, “o Ethoflow não demanda grande familiaridade com ferramentas computacionais para ser utilizado, podendo ter aplicação multidisciplinar. Utilizando heurísticas desenvolvidas para o software, o usuário pode gerar, automaticamente, dados de treinamento para os modelos de inteligência artificial, possibilitando avaliar novos comportamentos com diferentes animais. Isso expande as possibilidades de aplicações do Ethoflow para além da entomologia. O software pode ser utilizado, por exemplo, para o monitoramento de comportamentos em sistemas de criação de animais na pecuária de precisão”.
Entomologia, inteligência artificial e visão computacional
Mas afinal, como surgiu essa ideia inicial de se unir entomologia, inteligência artificial e visão computacional num projeto de doutorado? Rodrigo conta que desde que ingressou na pós-graduação, ele procurou obter uma formação multidisciplinar, focando principalmente em disciplinas de estatística e engenharia. “Com o embasamento adquirido nessas disciplinas, aprofundei meus conhecimentos em inteligência artificial e visão computacional para aplicar em estudos e soluções relacionadas à entomologia. O estudo de comportamento animal tem bastante importância na entomologia”.
Integrando a equipe do professor Gustavo Ferreira Martins, seu orientador no doutorado, com coorientações dos professores Raul Narciso Carvalho Guedes e Maria Augusta Lima Siqueira, Rodrigo conta que a solução por ele proposta partiu de uma necessidade identificada na sua prática científica. “O grupo de pesquisa que componho trabalha com ecotoxicologia de pesticidas, onde é muito importante avaliar comportamento animal como parâmetro de efeitos subletais. Entretanto, havia uma demanda por um software robusto que pudesse lidar com análises em ambientes heterogêneos e que avaliasse vários indivíduos em grupos, mantendo suas identidades. Dessa forma, uma das diretrizes principais do meu projeto de doutorado foi desenvolver um software que preenchesse essa lacuna, utilizando modernas ferramentas de visão computacional e inteligência artificial”.

Nas aplicações realizadas até o momento, o Ethoflow mostrou alta velocidade e precisão no processamento, e está sendo utilizado por pesquisadores das áreas de entomologia, biologia celular e zootecnia, em pesquisas com diferentes animais. Por enquanto, o software ainda não está disponível para downloads em plataforma digitais. Mas outros pesquisadores que também tenham interesse em utilizá-lo, podem contatar diretamente o criador Ethoflow pelo bernardesrodrigoc@gmail.com . O doutorando planeja ministrar futuramente cursos sobre a utilização do software para os interessados.
Animado com a obtenção de registro de patente do Ethoflow, Rodrigo destaca que além de contribuir de forma relevante para a avaliação do Programa de Pós-Graduação como inovação tecnológica, “o software desenvolvido é uma ferramenta de suporte útil para aplicações técnico-científicas e tem ampla aplicação em pesquisas com comportamento animal”. Ele avalia que o desenvolvimento desse projeto acrescentou muito na sua formação: “Tive a oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos no campo da inteligência artificial e visão computacional. O pioneirismo dessa proposta amplia as áreas de pesquisa na entomologia, como manejo integrado de pragas, taxonomia, entre outras, que podem utilizar esses recursos computacionais para auxiliar nas tomadas de decisões pelos pesquisadores”.
Grupo de Estudos em Entomologia da UFV promove lives semanais durante a pandemia

Na próxima quarta-feira, dia 20, às 16h, no Instagram , será realizada a primeira live de uma sequência proposta pelo Insectum – Grupo de Estudos em Entomologia da UFV. O convidado será o professor Gustavo Ferreira Martins, que abordará o tema “Aedes aegypti: na intimidade de um pequeno grande inimigo”.
A proposta dos estudantes da pós é promover toda semana uma live no Instagram @insectum.ufv . De acordo com o mestrando Douglas Ferreira, “nós do Insectum vamos realizar lives em forma de palestra/bate-papo sobre diversos temas, com os professores do nosso Programa, com os pós-docs, e estamos tentando trazer professores de outras universidades e de outros países”.
O objetivo é que, neste período de pandemia, os estudantes se mantenham conectados, bem informados e que aprendam temas novos. Douglas destaca que “o intuito da live é trazer ciência para todos da melhor forma possível, mas ao mesmo tempo reforçar a importância de ficar em casa, do isolamento social para salvarmos vidas”.
Então, não deixe de participar da primeira transmissão, com o professor Gustavo Ferreira Martins, na quarta-feira dia 20, às 16h, no