Bolsistas da Capes e do CNPq podem solicitar prorrogação das bolsas de mestrado e doutorado

Estudantes de pós-graduação cujo andamento das atividades acadêmicas ficou comprometido em função da pandemia causada pelo novo coronavírus e que, consequentemente, não conseguirão concluir suas atividades no prazo inicialmente previsto, podem solicitar a prorrogação da bolsa, tanto do CNPq quanto da Capes. Ambas as instituições publicaram orientações sobre como proceder para pedir a prorrogação da bolsa de estudos. Leia a seguir:

Orientações do CNPq

Orientações da Capes

Artigo de pesquisadores da Entomologia UFV está entre os mais baixados da Ecological Entomology em 2019

Publicar um trabalho científico já é gratificante. Mas ter um artigo entre os mais baixados de uma revista é ainda melhor. Recentemente, pesquisadores da Entomologia UFV conquistaram este feito. O artigo intitulado “Termitariophily: expanding the concept of termitophily in a physogastric rove beetle (Coleoptera: Staphylinidae)” está entre os mais baixados no ano de 2019, na revista Ecological Entomology. O trabalho é fruto da dissertação de mestrado em Entomologia de Raul Marques Pisno, sob a orientação do professor Og DeSouza, em colaboração com os pesquisadores José Eduardo Serrão, José Lino Neto e Karen Andrea Salazar Niño. “Juntamos a expertise deles em biologia celular com o nosso entendimento de processos simbióticos em cupins, e o resultado foi este artigo. Mais um exemplo de que colaborações interdisciplinares dão bons frutos” – comemora o professor Og.

O trabalho foca num besouro da familía Staphylinidae, que habita cupinzeiros arbóreos de Constrictotermes cyphergaster, típicos da região do Cerrado. Esse besouro é facilmente confundido com os cupins-hospedeiros graças ao mimetismo alcançado por uma hipertrofia do seu abdômen. O professor Og explica que “sempre se pensou que essa hipertrofia tinha a única função de ‘confundir’ os cupins-hospedeiros do besouro. Mas o que mostramos neste paper é que essa hipertrofia, além de garantir o tal disfarce, é na verdade resultado de o fato do besouro ser vivíparo. Acontece de forma serial, dentro do abdômen da fêmea do besouro há pelo menos três ‘filhotes’ em estágios diferentes de desenvolvimento: um quase na hora de ser liberado, outro a meio termo e outro num estágio inicial – recém emergido do ovo. Isso implica que a fêmea está constantemente grávida”.

De acordo com o pesquisador, “a fêmea não tem uma espermateca bem desenvolvida e, por isso, não armazena esperma do macho, necessitando cruzamentos frequentes para manter-se em reprodução. Por estar constantemente grávida, é natural que ela necessite de se abrigar em algum ambiente protegido. Uma caverna seria bom, mas um cupinzeiro é ainda melhor porque lá há comida e há guardas – os cupins! Por precisarem de cruzamento constante, é necessário que ambos, machos e fêmeas, vivam juntos. Sendo assim, o mimetismo entre o besouro e seus cupins hospedeiros é uma consequência da viviparidade do besouro, mais do que uma causa da sua interação com os cupins”.

Og destaca que “a importância do artigo está em demonstrar com dados concretos que relações macro-simbióticas entre insetos sociais e seus ‘hóspedes’ podem ser estimuladas, facilitadas ou conduzidas em dois níveis. O nível mais evidente é interindividual, biótico: o invasor adota estratégias que garantem que um eventual encontro com o hospedeiro não resulte em expulsão. Esse ângulo sempre foi explorado nos estudos da área. O outro nível, muito pouco explorado e que é cabalmente comprovado neste paper, é o nível da estrutura física dos ninhos, ou seja, abiótico. A importância para além da termitologia & termitofilia é que não só os determinantes bióticos mas também os abióticos devem ser considerados em estudos de interações simbióticas”.

Pelos downloads registrados pela Ecological Entomology, a contribuição que este estudo traz foi logo reconhecida pela comunidade científica, e com a sensação de dever cumprido, o professor da Entomologia enfatiza: “É comum se pensar que basta publicar para se ter cumprido a função de cientista, mas isso é uma grande falácia. Publicar não é o fim. É preciso reconhecimento dos pares, e esse reconhecimento começa no registro dos downloads, mas só se consubstancia mesmo com o acúmulo de citações. Logo, o que atingimos com este paper é só o comecinho da nossa jornada”.

Visite o Museu de Entomologia da UFV sem sair de casa

O momento atual exige de todos nós distanciamento social. Então, que tal aproveitar este período de isolamento para “conhecer um pouco mais sobre o mundo dos insetos, compreender a sua diversidade e a importância para o homem”? Tudo isso sem sair de casa, a apenas um clique de distância, no site do Museu de Entomologia da UFV. A nova ferramenta divulga as ações de pesquisa e extensão desenvolvidas no Museu, trazendo uma exposição de caixas entomológicas elaborados por mestrandos e doutorandos em Entomologia, como parte das atividades da disciplina ENT 666 – Taxonomia Prática dos Insetos, ministrada pelo professor Frederico Falcão Salles. Além das belas imagens que compõem a galeria, ao clicar sobre o título de cada caixa entomológica, é aberta uma página com conteúdo explicativo, fotos e vídeos relacionados ao tema.

A doutoranda Marcela Miranda de Lima participou da iniciativa de criação do site e explica que o principal objetivo é dar visibilidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Museu: “O site pretende ser um meio de divulgação do Museu e de suas atividades voltadas para o público acadêmico e não acadêmico. O site tem uma função para apoio na mediação das visitas ao Museu, podendo ser usado pelos professores como conteúdo para organizar a visita com os alunos, como material para pesquisa e trabalhos pós-visita ou como forma de mediação entre o público e os materiais expostos”.

A doutoranda acredita que essas atividades “são de grande relevância para a comunidade ao oferecer opções de se conhecer um pouco mais o mundo dos insetos, compreender sua diversidade e importância para o homem. Por sua vez, a comunidade científica se beneficia ao ter a oportunidade de divulgar o que faz, de explicar ao público como se faz ciência e qual é a sua importância na vida das pessoas”.

Vale lembrar que devido à pandemia de Covid-19, atualmente, as visitações ao Museu de Entomologia da UFV estão suspensas e que posteriormente, serão retomados os agendamentos de visitas e o empréstimo de material para escolas. Mas enquanto isso, você pode fazer uma “visita virtual”, acessando www.museudeentomologia.ufv.br

Comunicado da Comissão Coordenadora do PPG em Entomologia

Prezados docentes, discentes e colaboradores do PPG-Entomologia,

Neste momento difícil, é importante que todos (mas os discentes em especial) saibam que podem contar com a Comissão Coordenadora. Para relembrar, a Comissão Coordenadora é composta pelos professores Simon, Og, Gustavo e Frederico, e os representantes discentes Vanessa e Douglas. Há também um grupo de apoio sendo formado no Facebook ou via WhatsApp para os estudantes que permaneceram em Viçosa.

As indicações da UFV e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação se encontram nas respectivas páginas: https://www.ufv.br/coronavirus/faq/ e https://www.ppg.ufv.br/. Vale ressaltar alguns pontos:

1. O atendimento tanto da PPG quanto da Secretaria do PPG-Entomologia está não-presencial no momento, havendo necessidade entre em contato com a secretaria (ent@ufv.br).

2. Item 32 das Perguntas Mais Frequentes disponibilizadas pela UFV: “32 – As atividades de pesquisa precisam ser suspensas? Recomenda-se o trabalho remoto domiciliar. Em casos de extrema necessidade, como por exemplo cuidar de organismos vivos, o acesso às instalações da universidade poderá ocorrer a critério dos coordenadores dos grupos de pesquisa.

É um momento bom para adiantar trabalhos como projetos de pesquisa, textos para qualificações, trabalhos de conclusão, eventuais publicações ou mesmo para cursos online (há uma série de cursos sendo ofertados gratuitamente). Se qualquer estudante se sentir inconfortável com as atividades atuais, fiquem à vontade para entrar em contato com qualquer membro da coordenação.

3. A indicação de diversas autoridades é de ficar em casa o máximo possível e minimizar o contato físico com outras pessoas. A Comissão Coordenadora enfatiza a importância de agir de acordo com esta indicação. Ao mesmo tempo, reconhecemos que isso possa gerar ansiedade, especialmente com o cenário atual. O ideal é criar uma rotina dentro de casa e procurar se informar das atualidades em certos horários (“worry time” segundo os psicólogos). Também, isolamento físico não implica necessariamente em isolamento social. 

4. Qualificações e defesas de dissertação ou tese não foram suspensas, desde que não sejam presenciais. 

Atenciosamente,

Simon Elliot e Comissão Coordenadora do PPG-Entomologia

Entomologia UFV participa de socialização do saber em evento de extensão na região de Viçosa

Integrantes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia participaram da XI Vitrine do Milho PDPL-UFV juntamente com produtores rurais, técnicos, profissionais de revendas de produtos agropecuários, estudantes e professores da UFV, numa grande troca de conhecimento e experiência, realizada no dia 29 de fevereiro, na fazenda “Nô da Silva”. 

A equipe do Laboratório de Interação Inseto-Planta, coordenado pelo professor Eliseu José Guedes Pereira, participou do evento e apresentou parte dos resultados de pesquisas aplicadas ao manejo de pragas em cultivos de milho. A doutoranda em Entomologia Camila Oliveira Santos apresentou os resultados do seu trabalho de dissertação, cujo objetivo foi “avaliar a eficiência da integração de diferentes tecnologias de manejo (milho transgênico Bt, tratamento de sementes e inseticidas foliares) contra duas importantes pragas em milho, a lagarta-do-cartucho e o percevejo barriga verde”.

Presente pela segunda vez numa edição da Vitrine do Milho, Camila acredita que a participação de estudantes de pós-graduação e graduação em eventos de extensão é essencial. “Particularmente, sempre gostei de estar no campo, vivenciar na prática o que aprendemos em sala de aula. Isso auxilia no nosso crescimento profissional e humano, com novas experiências, além de treinarmos uma forma de comunicação mais didática” – destaca.

Por sua vez, o doutorando em Fitotecnia Antônio Carlos Leite Alves acredita que “um evento como a Vitrine do Milho é uma excelente oportunidade para conversar, lado a lado, com os produtores rurais e profissionais de empresas. Nos permite fazer network e mostrar para o público presente que estamos preparados para o mercado de trabalho. Também permite que possamos alinhar nossas pesquisas ao que realmente interessa para os agricultores, ou seja, nos ajuda a fazer trabalhos mais aplicados e desafiadores”.

Da academia para a sociedade

Na Vitrine do Milho deste ano, Antônio apresentou parte dos resultados de sua pesquisa com inseticidas de tratamento de sementes visando o controle da lagarta-do-cartucho. “Esse experimento foi conduzido em casa de vegetação, e os resultados mostraram que todos os inseticidas testados (ciantraniliprole, clorantraniliprole e tiodicarbe + imidaclopride) causaram mortalidade de larvas de 3º instar superior a 80% do 1º ao 11º dia após a emergência das plantas e protegeram-nas contra injúrias das lagartas advindas de infestação no cartucho. Resultado semelhante foi obtido para larvas de 5º ínstar (hábito de lagarta rosca), das quais os inseticidas, entre 2 e 8 dias após a emergência das plantas, causaram mortalidade acima de 80% e protegeram contra injúria das lagartas que se alimentaram na base da planta. Esses resultados indicam que o uso de tratamento de sementes com inseticida da classe diamida (ciantraniliprole, clorantraniliprole) ou carbamato + neonicotinoide (tiodicarbe + imidaclopride) deve proteger as plantas de milho contra injúrias de larvas de Spodoptera frugiperda advindas de ovos ou residentes na área de cultivo, durante, respectivamente, 11 ou 8 dias após emergência da cultura”.

O doutorando em Fitotecnia avalia que “no meio científico os nossos resultados de pesquisas são publicados em periódicos, e às vezes as informações que são publicadas ali não chegam até o nosso público alvo. Dessa forma, num evento de extensão, podemos contribuir levando os resultados dos nossos trabalhos diretamente para a sociedade e de forma mais rápida. E assim, eles ficam cientes do que realmente estamos fazendo na universidade pública. Eventos de extensão como a Vitrine do Milho, possibilita o contato direto da sociedade com a comunidade acadêmica”.

Dentre os recentes avanços obtidos com as pesquisas desenvolvidas pela equipe do Laboratório de Interação Inseto-Planta, o professor Eliseu José Guedes Pereira, que também participou do evento, destaca a integração de métodos de controle e o adequado uso de tratamento de semente para manejo de insetos na parte aérea das plantas. “Essa técnica começou a ser usada recentemente e carece de pesquisa científica e divulgação desse saber ao produtor e profissionais da cadeia produtiva. Esse saber é útil ao tomar decisão de aquisição de semente tratada e/ou tratá-la na propriedade e de integração com cultivares geneticamente modificados e outros métodos de controle de pragas. Acredita-se que essa abordagem sistematizada contribui para melhor sustentabilidade da produção de milho/leite, com benefícios para a sociedade e o meio ambiente”. Diante disso, o professor conclui que “exemplos como esse de ação coletiva de pós-graduandos e graduandos mostra como é possível integrar o Ensino, a Pesquisa e a Extensão para interferir na realidade que cerca as universidades e seus programas de pós-graduação”.