Especialistas debatem controle biológico nesta quinta

A série de lives promovidas pelo Grupo de Estudos Insectum reúne nesta semana o Dr. Luís Cláudio Silveira, professor da Universidade Federal de Lavras, o Dr. Lessando Moreira Gontijo, professor na UFV – Campus Florestal, e a Dra. Madelaine Venzon, pesquisadora da Epamig Sudeste e professora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV.

Os três conversam nesta quinta-feira, dia 19, sobre controle biológico conservativo, a partir das 18h, em evento transmitido ao vivo, para todos os interessados, no Canal do Insectum no Youtube.

Entomologia destaca legado do professor Stênio Nunes Alves

O Programa de Pós-Graduação em Entomologia recebe com pesar a notícia do falecimento do ex-aluno Stênio Nunes Alves. Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Stênio foi aluno da Entomologia entre os anos de 1998 e 2000, quando cursou seu mestrado. 

Doutor pela UFMG, Stênio dedicou-se à pesquisa na área de morfologia, zoologia dos invertebrados e parasitologia, com foco em helmintologia e entomologia, abordando especialmente inseticidas, substâncias bioativas e morfologia de mosquitos. Sob orientação do professor José Eduardo Serrão, ele desenvolveu na UFV o trabalho “Efeito da Ivermectina no Desenvolvimento de Culex quinquefasciatus”. “Stênio foi um dos primeiros estudantes de mestrado da UFV a trabalhar com toxicologia aplicada a controle de insetos que não fossem da área agrícola. Trabalhava com controle de pernilongo, abrindo essa linha não só para se avaliar efeitos de inseticidas, mas também o uso de muitos inseticidas alternativos – que hoje são destaque, como biopesticidas, que têm baixa toxicidade ambiental. Ele também começou a ver os efeitos colaterais que doses pequenas poderiam causar, avaliou não só o efeito tóxico de matar o inseto, mas também os efeitos colaterais, as modificações em órgãos internos e modificações na morfologia externa dos animais. Ou seja, uma linha que praticamente nasceu com os trabalhos dele”, conta o professor Serrão.

Stênio era professor titular da UFSJ desde 2008, acumulando também funções administrativas, mas seguia contribuindo com o PPGEnt. “Ele continuava trabalhando nessa linha, estava identificando compostos, inclusive publicamos alguns trabalhos esse ano e em 2019. Era um bom parceiro do programa, participou de várias bancas de defesa, de exames qualificação. Estava sempre por aqui com grande contribuição”, completa Serrão. 

O professor faleceu na manhã desta quinta-feira. Em sua homenagem, a UFSJ decretou luto oficial de três dias.

Alimentação sustentável é tema de live nesta quinta

Alimentação sustentável é o tema da live que o grupo de estudos Insectum apresenta nesta quinta, 12 de novembro. O professor Dr. Eliseu Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, recebe o Dr. Tederson Galvan, autor do livro  “Prato meio cheio, meio vazio: Conquistas, desafios e alternativas para alimentar a humanidade sem destruir o planeta” para debater uma das principais preocupações dos setores de produção alimentícia: “Como alimentar de forma mais sustentável 11 bilhões de pessoas em 2100?” 

Tederson cursou Agronomia na UFV, quando integrou a equipe do professor Marcelo Coutinho Picanço, é doutor em Entomologia pela University of Minnesota (EUA) e já atuou em empresas como Monsanto e Bayer. Soma 20 anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura, incluindo a biotecnologia, defensivos agrícolas, controle biológico, feromônios, entre outras. Também trabalhou nas áreas de estratégia e gerenciamento de produtos nos EUA, Brasil e ­Argentina. 

No livro, ele faz uma retomada histórica do desenvolvimento da agricultura, passando pelas principais inovações tecnológicas e suas consequências, no intuito de apontar caminhos para tornar a agropecuária mais sustentável. “Não tenhamos medo, mas estejamos certos de que teremos que nos esforçar mais. Apesar das dificuldades e inseguranças, temos totais condições de produzir alimentos saudáveis de forma mais sustentável para toda a humanidade. No entanto, nós, consumidores de alimentos, teremos que nos dedicar mais para entender melhor os sistemas de produção de alimentos e o que são estes alimentos. Precisamos diferenciar o que é verdade e o que é mentira, distinguir fatos de mitos sobre os alimentos que consumimos diariamente. Este esforço por um melhor entendimento da agricultura em geral é a nossa parte para garantir uma agricultura mais sustentável”, diz o autor, nas primeiras linhas do livro. 

A conversa online acontece às 17h no canal do Insectum no Youtube.

Projeto leva conhecimento sobre práticas agroecológicas a 28 municípios de Minas

A professora Madelaine Venzon e as doutorandas Mayara Franzin, Elem Martins, Jessica Botti e Fernanda Andrade, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, assinam circular técnica publicada pela Epamig apresentando as ações realizadas entre os anos de 2018 e 2019 pelo projeto “Popularização do Conhecimento Técnico, Científico e Tradicional de Práticas Agroecológicas”. As autoras participaram de uma série de 51 eventos, em 28 municípios de Minas Gerais, com o objetivo de proporcionar a troca de conhecimento de base agroecológica para ser aplicado à produção sustentável de alimentos, aliado à segurança alimentar e à conservação da biodiversidade e dos recursos naturais. Ao longo de dois anos, os eventos atingiram produtores rurais, estudantes e especialistas de 49 municípios, considerando também o público visitante de cidades vizinhas. 

Madelaine, que coordena o projeto liderado pela Epamig, defende a popularização do conhecimento como parte fundamental do trabalho de pesquisa. “Muitos pesquisadores e professores da área, no caso das práticas agrícolas, acham que seu trabalho termina quando o conhecimento ou a tecnologia são gerados. É fundamental que se faça a conexão – para que a tecnologia foi gerada, e pra quem -, para transformá-la em inovação. Só que esse não é um trabalho fácil e não tem sido reconhecido para efeitos de curriculum. Para mim, essa fase final é o coroamento de um trabalho, e portanto deveria ser valorizada ao extremo”, diz a professora.  

Entre os eventos realizados, estão cursos, minicursos, palestras, visitas técnicas, intercâmbios, dias de campo e instalações artístico-pedagógicas. O tema mais frequentemente abordado foi o manejo de pragas e doenças, objeto de pesquisas constantes na Epamig, “Pudemos compartilhar as práticas do manejo agroecológico de pragas com diversos tipos de públicos, desde comunidades de assentamentos a grandes produtores de café do Cerrado Mineiro. Pudemos lidar diretamente com o público alvo de nossas pesquisas sobre manejo agroecológico de pragas, que é o(a) produtor(a) rural”, relata a doutoranda Mayara Franzin, que participou pela primeira vez de um projeto de extensão. Elem, também estudante de doutorado, destaca a oportunidade de crescimento não só profissional, como também pessoal. “Pude ver de perto a realidade de cada grupo de pessoas e de cada região e suas relações com o manejo de pragas. Falar e ouvir diversas pessoas, com idades diferentes, culturas diferentes e conhecimentos diferentes com certeza contribuiu de forma significativa para minha evolução como pesquisadora e transmissora de conhecimento.”

Na avaliação das pesquisadoras, o impacto foi positivo também para o público alvo, que teve a chance de ouvir sobre o assunto em uma linguagem acessível. “Para aplicar as técnicas de manejo agroecológico, é necessário ter conhecimento técnico, principalmente conhecer e diferenciar insetos pragas de insetos benéficos. Esse conhecimento foi passado de forma prática e com a linguagem adequada para cada público”, diz a doutoranda Jéssica Botti. “Acredito que todo nosso público aprendeu sobre as vantagens, os desafios e como implantar o manejo agroecológico em suas propriedades. Algumas pessoas não sabiam a diferença entre insetos pragas e insetos benéficos, pensavam que todos insetos causavam prejuízos. Outros até sabiam que alguns insetos eram benéficos, mas não sabiam diferenciá-los”, completa Mayara. 

Inspiração 

Depois de dois anos de convívio direto com produtores rurais por meio do projeto, as pesquisadoras se dizem motivadas a fazer mais incursões fora do ambiente exclusivamente acadêmico. “Nós também aprendemos coisas novas com o público em geral. Muitas vezes é possível voltar ao laboratório, após um evento desses, com novas ideias para pesquisa. Ideias essas adquiridas durante troca de conversas e através do relato do público após observar algum tipo de inseto em um pequeno pedaço de horta, por exemplo”, diz Elem.  “Eu realmente espero que tenhamos novas oportunidades como essa, de popularizar o conhecimento sobre práticas agroecológicas. Eu aprendi muito, me fez enxergar ‘além das paredes do meu laboratório'”, conta Mayara. “Cada curso foi uma oportunidade nova de aprender sobre a realidade de quem trabalha e vive da agricultura, além de colaborar para a melhoria do trabalho árduo que eles(as) enfrentam diariamente”, completa.

Madelaine endossa os benefícios da troca de informação para os docentes. “O fato de lidarem com públicos diversos e terem a oportunidade de apresentar e discutir suas pesquisas com o público que será beneficiado por essas pesquisa é um diferencial do projeto”, destaca a professora. 

O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e envolveu ainda o trabalho de outras duas pesquisadoras da Epamig, Wânia dos Santos Neves e Maira Christina Marques Fonseca, que também assinam a circular técnica. Terminada a etapa de eventos, a Epamig vem utilizando os resultados colhidos para determinar novas estratégias de ação, tanto para novos projetos de pesquisa como para futuros eventos e parcerias.

Abelhas são tema de mesa redonda nesta quarta

As abelhas são o assunto da próxima live do Insectum, nesta quarta-feira, dia 04 de novembro. A mesa redonda “Buzz Buzz com abelhas” terá a presença de Jorgiane Parish (University of Adelaide) e Maria Augusta Siqueira, professora do programa de Pós-graduação em Entomologia da UFV.  Ambas participam pela primeira vez do ciclo de lives promovido pelo grupo de estudos.

Jorgiane falará sobre o “O valor nutricional de esporos de fungos para abelhas operárias (Apis mellifera)”,  e Maria Augusta apresentará a palestra “Abelhas sem ferrão: quem são, onde vivem e porque são importantes”.  Após as duas apresentações, haverá bate-papo sobre o tema.

O encontro acontece online, às 18h, no canal do Insectum, no YouTube, e está aberto a todos os interessados.