Presence of foreign students increases and strengthens Entomology’s network

The exchange of knowledge and experience with students from the rest of the world has always been among the priorities of the Postgraduate Program in Entomology. Since this is not currently possible at UFV’s campus, computers are the solution. Behind the screens that have allowed the continuation of the program’s activities during this pandemic are professors and students from different parts of Brazil, as well as students of other nationalities. Some are enrolled as regular students of the program and are waiting in Brazil for the possibility of resuming their routine in person, and others remain in their countries, taking specific courses or participating in projects with research groups or laboratories.
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“At this moment of the pandemic, considering that the possibilities for Brazilian students are very limited, this process, which we call ‘internationalization at home’, has even greater importance”, says the Director of International Relations at UFV, Vladimir Oliveira Di Iorio. “We are focused on attracting a large number of students, to keep this exchange of knowledge that is so important for the academic environment.” One of the actions already underway is the increase in courses offered in English, by many programs, including PPG-Ent, to make the participation of foreign students easier.
Because of this initiative, Joseph Oswald Ruboha, (in the picture above) from Tanzania, has joined the group of “Insect Behaviour” – a course taught by Professor Simon Elliot. He has to deal with a six-hour time difference but considers the chance to be included in a foreign university as a fantastic new experience. “The best part is meeting new classmates. I like the way the teachers interact with us. Even though we’re far away, the way they conduct the class makes it feel like we’re in the same place,” he says. The opportunity to interact and exchange information with colleagues from other parts of the world, in Ruboha’s opinion, is enormously valuable. “I believe this is preparing me for whatever comes next in my career.”
Benefits
The benefits of the exchange, however, are not only for the visiting student. “Our networking increases a lot when we have colleagues from different countries. They bring us references, research, and introduce us to important debates in other countries. In other words, we create and strengthen, from Brazil, a global network”, says Bruno Franklin, student representative on the PPG-Ent Coordinating Committee. “Our program is highly respected around the world, and I have no doubts that this possibility of exchange is an important part of this concept”, he says.
“Entomology makes a big contribution to our internationalization, even now with the increase in the offer of courses in English. The consequences of this initiative have been very good during the pandemic, and we are prepared to maintain this in person as well,” says Vladimir. According to the Director of International Relations, Colombians are historically the foreigners who most enroll at UFV. In recent semesters, however, the highlight has been the presence of Nigerians, a consequence of the partnership signed in 2019 between the University, the Forum for Agricultural Research in Africa (Fara), and the Tertiary Education Trust Fund (Tetfund).

John Chidi Harriman is one of the students who have been attending classes directly from Nigeria. “We are planning to go to Brazil at the end of the pandemic, but for now we are enjoying online classes. The experience is fantastic,” he says, highlighting the progress he has made in his network.
Jhon Lopez, a doctoral student who shares the role of student representative on the program’s Coordinating Committee with Bruno, has been in Brazil since 2018, when he came for his master’s degree. “I came because of the area of study. I specifically wanted to work with my current advisor (Professor Frederico Salles). As soon as I arrived, I felt very welcome, in a very good environment. And also, from day one, I did my best to learn the language, to communicate. Today, I am happy to have publications with colleagues, including those from other UFV laboratories”, says Jhon, born in Colombia. Partnerships are, in his opinion, the main benefit of internationalization. “With each class, students and professors have the chance to form partnerships, to strengthen the network between universities, to make new contacts and create projects together.”
Lorena Botina was also born in Colombia and has been in Brazil since 2016. She says that she came to UFV encouraged by her undergraduate advisor, and felt, from the beginning, motivated by the quality of the teachers and the laboratories. “This transfer of technology and knowledge is very important, it motivates us a lot. Each student who passes through here shows the name of UFV to the world, and can open new doors.” Lorena is the coordinator of events for the group Insectum, created by the students of the program. “At Insectum, very interesting exchanges take place. With the participation of students from many places, we have easier contact with specialists, greater engagement by the foreign public, and we can offer a support network to Brazilian researchers who have the chance to visit other universities around the world,” she enumerates. The biggest challenge of the exchange, according to Lorena, was undoubtedly the language. “There are also important differences in methodologies, but I realized that this is something we can overcome. I went through many challenges, but this is now home.”
Presença de alunos estrangeiros cresce e fortalece rede de contatos da Entomologia

A troca de conhecimento e experiência com pesquisadores de outras partes do mundo sempre esteve entre as metas do Programa de Pós-graduação em Entomologia, e se o momento não permite este intercâmbio nos corredores da UFV, que seja então por meio do computador. Por trás das telas, que têm permitido a continuidade das atividades do programa neste período de pandemia, estão professores e alunos de diversas regiões do Brasil, e também estudantes de outras nacionalidades. Parte deles está inscrita como alunos regulares do programa, e aguardam no Brasil a possibilidade de retomar a rotina no Campus, e outra parte permanece em seus países, cursando disciplinas específicas ou participando de projetos junto a grupos de pesquisa ou laboratórios.
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“Neste contexto de pandemia, com as possibilidades de intercâmbio muito reduzidas para os estudantes brasileiros, esse processo, que nós chamamos de ‘internacionalização em casa’ ganhou uma importância ainda maior”, avalia o diretor de Relações Internacionais da UFV, Vladimir Oliveira Di Iorio. “Estamos focados nisso, em atrair um grande número de estudantes, para que possa haver essa troca de conhecimento tão importante para o ambiente acadêmico.” Uma das ações já em curso, neste sentido, é o aumento da oferta das disciplinas em inglês, inclusive pelo PPGEnt, facilitando a participação de estudantes estrangeiros.
Essa iniciativa trouxe Joseph Oswald Ruboha (foto acima), da Tanzânia, para a turma de “Insect Behaviour”, disciplina ministrada pelo professor Simon Elliot. Ele, que precisa lidar com uma diferença de seis horas no fuso horário, diz que a chance de estar vinculado a uma universidade estrangeira é uma experiência nova e fantástica. “A melhor parte é o encontro com os novos colegas. Eu gosto da maneira como os professores interagem com a gente. Apesar de estarmos longe, o modo com que eles conduzem a aula faz com que pareça que estamos no mesmo local”, conta ele. A oportunidade de interagir e trocar informação com colegas de outras partes do mundo, na avaliação de Ruboha, tem enorme valor. “Eu acredito que esta exposição está me preparando para o que quer que venha a seguir em minha carreira.”
Benefícios para todos
Os benefícios do intercâmbio, porém, não são apenas para o aluno visitante. “Nosso networking aumenta muito, a partir do momento que temos colegas de diferentes países. Eles nos trazem referências, pesquisas, nos apresentam debates presentes em outros países. Ou seja, a gente cria e fortalece, mesmo estando no Brasil, uma rede em escala global”, diz Bruno Franklin, aluno do doutorado e representante discente na Comissão Coordenadora do PPGEnt. “Nosso programa é respeitadíssimo em todo o mundo, e eu não tenho dúvidas de que essa possibilidade de troca é parte importante deste conceito”, avalia ele.
“A entomologia dá uma contribuição muito grande para a nossa internacionalização, inclusive agora com o aumento da oferta de disciplinas em inglês. O efeito dessa iniciativa tem sido muito bom durante a pandemia, e estamos nos preparando para manter isso no presencial também”, diz Vladimir. Segundo o diretor de Relações Internacionais, historicamente, são os colombianos os estrangeiros que mais se matriculam na UFV. Nos últimos semestres, no entanto, o destaque é a presença dos nigerianos, graças à parceria firmada em 2019 entre a Universidade, o Fórum para Pesquisa Agropecuária na África (Fara) e o Fundo Fiduciário de Educação Terciária (Tetfund).

John Chidi Harriman é um dos estudantes que têm assistido às aulas diretamente da Nigéria. “Nós estamos planejando ir ao Brasil no final da pandemia, mas por enquanto temos aproveitado muito as aulas pelo computador. A experiência é fantástica”, diz ele, destacando os progressos que tem feito em sua rede de contatos.
Jhon Lopez, doutorando que divide com Bruno a função de representante discente na comissão coordenadora do programa, está no Brasil desde 2018, quando veio cursar seu mestrado. “Eu vim por causa da área de estudo, eu queria especificamente trabalhar com meu atual orientador (professor Frederico Salles). Logo que cheguei, me senti muito bem acolhido, em um ambiente muito bom. E também, desde o primeiro dia, fui atrás de aprender o idioma, de me comunicar. Fico feliz hoje de já ter publicações ao lado de colegas, inclusive de outros laboratórios da UFV”, conta ele, que nasceu na Colômbia. As parcerias são, na opinião dele, o principal benefício da internacionalização. “A cada aula, estudantes e professores ganham chance de fazer parcerias, de fortalecer a rede de trabalho entre universidades, de começar contatos e criar projetos em conjunto.”
Lorena Botina também nasceu na Colômbia e está no Brasil desde 2016. Ela conta que veio para a UFV por incentivo de seu orientador da graduação, e se sentiu, desde o início, motivada pela qualidade do ensino e pelos laboratórios. “Essa transferência de tecnologia e de conhecimento é muito importante, isso nos motiva demais. Cada estudante que passa por aqui leva o nome da UFV para o mundo, e pode abrir novas portas”, avalia ela, que é coordenadora de eventos do grupo de estudos Insectum, criado pelos alunos do programa. “No Insectum acontecem trocas muito interessantes. Com a participação de estudantes de vários lugares, temos mais facilidade de contato com especialistas, maior engajamento do público estrangeiro e podemos, cada vez mais, oferecer uma rede de apoio aos pesquisadores daqui que tenham a chance de visitar outras universidades pelo mundo”, enumera ela. O maior desafio do intercâmbio, segundo Lorena, foi sem dúvida a língua. “Existem diferenças importantes também nas metodologias, nos modelos de estágio, mas eu percebi que isso é algo que podemos vencer. Passei por muitos desafios, mas essa agora é a minha casa.”
Alumni show low virulence of the fungi Escovopsis and Escovopsioides to leaf-cutting ants in new paper

Frontiers in Microbiology recently released a paper by Débora Mendonça and Marcela Caixeta, alumni of the Postgraduate Program in Entomology of UFV, reconsidering the idea that the fungi Escovopsis and Escovopsioides are deadly to leaf-cutting ant. Professor Simon Elliot, Débora and Marcela’s former supervisor, Professor Thiago Kloss, from UFV and Camila Moreira, both alumni from the program, and Gabriel Martins, an undergraduate student are the other co-authors.
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The study confronts the information, widely disseminated up to now, that the presence of these fungi represent a high risk to leaf-cutting ants. “There are many papers claiming that Escovopsis is terrible for the ants, but those studies frequently analyze only part of the colonies. And we need to consider everything – the role of the ants in the symbiosis as well as the other elements, such as the queen, that comprise the colonies. When we did this, we showed that Escovopsis is not able to eliminate the colonies”, explains Débora, who started the research during her Masters degree.
Professor Elliot says that this is the first time that such a study has been conducted including whole colonies. “While it is still a laboratory study, we used a very high dose of the fungi, much higher than it would be in the field, and the colonies did not die. So, this idea of high virulence must be revised.”
Marcela followed Debora’s research during her doctorate. She believes that the paper will have a high impact. “This is a very important study because it is completely new, especially when we consider the results. It certainly opens space for new studies and ideas about the fungi and their virulence, causing us to review what was considered truth.”
Biological control
“This change is very important to understand the relationship between the leaf-cutting ants and the parasite, giving us the chance to improve the strategies of biological control”, says Débora. The presence of the insects may be harmful to different kinds of plants, especially eucalyptus. “They cause considerable problems. If we analyze only part of the colonies, we waste time and money with control that may, in fact, not work.”
Publicado artigo que desconstrói alta virulência do Escovopsis para formigas cortadeiras

A revista Frontiers in Microbiology acaba de publicar artigo das pesquisadoras Débora Mendonça e Marcela Caixeta, egressas do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, desconstruindo a ideia de que os fungos Escovopsis e Escovopsioides sejam mortais para colônias de formigas cortadeiras. O texto também é assinado pelo professor Simon Elliot, orientador das duas em seus projetos de mestrado e doutorado, respectivamente, e pelos pesquisadores Thiago Kloss, professor do Departamento de Biologia Geral da UFV, e Camila Moreira e Gabriel Martins, ambos egressos da UFV.
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O estudo, que questiona o entendimento, muito difundido até então, inclusive em livros voltados para alunos da graduação, de que a presença do fungo representa alto risco para as formigas, nasceu no trabalho de mestrado desenvolvido por Débora e apresentado ao programa em 2018. “Há muitos trabalhos dizendo que o Escovopsis é terrível para as formigas, porém, esses trabalhos, muitas vezes, utilizavam em suas análises apenas parte de uma colônia. E, nesses casos, precisamos avaliar organismos com alto grau de complexidade, ou seja, colônias completas. Quando fizemos isso, vimos que o Escovopsis não é capaz de matá-las”, explica Débora.
Segundo o professor Simon Elliot, é a primeira vez que este estudo é feito envolvendo toda a colônia. “Ainda é em laboratório, mas mesmo a gente tendo colocado uma dosagem super alta, muito maior do que haveria no campo, com duas espécies de fungo (incluindo além do Escovopsis, o Escovopsioides, descrito pelo grupo em 2013), não houve morte das colônias. Então, essa ideia de que é extremamente virulento está indo por água abaixo.”
Marcela, que seguiu desenvolvendo a pesquisa em seu trabalho de doutorado, concluído no ano passado, tem boas expectativas com relação ao impacto do texto. “É um trabalho que é muito importante para a área, porque é totalmente inovador também em termos de resultado. Certamente abre portas para novos estudos e para a comunidade repensar a aceitação dessas questões que vinham sendo entendidas como definitivas”, aposta ela.
Controle biológico
“Essa mudança de ponto de vista é fundamental para entendermos a relação das cortadeiras com os parasitas e melhorarmos as estratégias de controle biológico”, diz Débora, destacando que a presença das formigas prejudica diversos tipos de plantação, especialmente os Eucaliptos. “Elas causam prejuízos altíssimos. Quando analisamos apenas parte da colônia, vamos perdendo tempo e dinheiro com um suposto controle que, na verdade, não funciona.”
Foto: Débora Mendonça
Pesquisadores descrevem nova espécie de fóssil aquático do cretáceo brasileiro

Um grupo de pesquisadores brasileiros, incluindo o professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV, Frederico Salles, publicou na última semana artigo na revista Historical Biology apresentando uma nova espécie de inseto aquático identificada na unidade geológica Formação Crato, no Nordeste do Brasil. O mesmo grupo, composto por cientistas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Regional do Cariri (URCA), além da UFV, já havia relatado, em outubro de 2020, descoberta no mesmo local, quando descreveram o Incogemina nubila. Desta vez, com a participação de pesquisadores do Museu Estadual História Natural de Kiev, na Ucrânia, e do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha, eles apresentam, dentre outros resultados, a nova espécie Protoligoneuria heloisae, também representante da ordem Ephemeroptera.
Os exemplares da ordem Ephemeroptera são conhecidos popularmente como efêmeras, que são insetos voadores que vivem poucos dias durante sua vida adulta, às vezes até minutos. Durante a sua fase larval, elas são aquáticas. A nova espécie foi incluída na família Hexagenitidae, que é totalmente extinta. Os fósseis das larvas desta família são abundantes na Formação Crato, mas os adultos, como o fóssil de Protoligoneuria heloisae, são raros. Os cientistas acreditam que os representantes da família Hexagenitidae foram um dos poucos organismos que de fato viveram nos antigos paleolagos, e suas larvas sofriam eventos de mortalidade em massa por causa de estresses climáticos na região durante o período Cretáceo.
“Quando a Arianny Storari fez a pesquisa que resultou naquele trabalho inicial, em que ela descreveu Incongemina nubila, ela encontrou outros fósseis de Ephemeroptera neste mesmo local. Neste segundo artigo, fizemos uma revisão desses outros fósseis – a maioria não eram espécies novas, eram larvas de uma espécie já descrita para aquele local, além de três adultos que não pudemos identificar com muita precisão por conta dos seus estados de conservação”, conta Frederico. O grupo, porém, com base nessas análises, solicitou acesso a um material que está no museu de Nova York (American Museum of Natural History), também proveniente da Formação Crato, e identificou lá uma espécie supostamente pertencente a um outro grupo. “Percebemos que, na verdade, era uma espécie nova de Hexagenitidae, a família de Ephemeroptera mais comum na formação Crato. No artigo, portanto, além de revisar esse material todo, descrevemos uma nova espécie”.
A unidade geológica Formação Crato fica no município de Nova Olinda, pertencente à Bacia do Araripe, no estado do Ceará e tem sua formação datada entre 113 e 125 milhões de anos atrás, durante o Cretáceo Inferior, quando África e América do Sul ainda estavam unidas. A pesquisa que deu origem às descobertas é parte do trabalho de mestrado de Arianny, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFES. Frederico é co-orientador de Arianny, que atualmente cursa o doutorado. “À medida que fomos publicando os nossos resultados, outros pesquisadores entraram em contato com a gente, porque tinham material desta mesma formação. Convidamos então os doutores Arnold Staniczek e o Roman Godunko para contribuírem com esse trabalho”, conta Frederico, acrescentando que os professores, respectivamente da Alemanha e da Ucrânia, são importantes nomes da área.
Do Brasil, também assinam o trabalho os pesquisadores Antônio Álamo Saraiva, da Urca, e Taissa Rodrigues, da Ufes, parceiros de Arianny desde a pesquisa de mestrado.
Homenagem
O nome da espécie apresentada esta semana pelo grupo, Protoligoneuria heloisae, é uma homenagem à pesquisadora Paula Heloísa Santana Resende, falecida em junho de 2021. Arianny e Paula trabalharam juntas no Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Espírito Santo, sob orientação da professora Taissa Rodrigues. Paula estudava pterossauros da Bacia do Araripe.