Egresso da Entomologia, Walkymário Lemos é o novo diretor geral da Embrapa Amazônia Oriental

O agrônomo Walkymário de Paulo Lemos, mestre e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV, assumiu essa semana o cargo de diretor geral da Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém (PA). Com ampla atuação voltada para as práticas e demandas da região Norte, essa é a maior unidade da Embrapa no Brasil.
“É de fato, até esse momento, meu maior desafio profissional, não é nada trivial. Ser hoje um gestor público, na atual circunstância por que passa o país, por que passa o mundo, nos cobra uma série de habilidades para que a gente possa fazer com que as instituições sigam seu curso e alcancem a sua missão. E apesar deste desafio, estou cheio de boas expectativas”, diz Walkymário, que iniciou sua carreira na instituição há 18 anos.
Paraibano e graduado na Universidade Federal da Paraíba, o pesquisador chegou à Entomologia em 1999, quando iniciou o mestrado, com especial interesse no controle biológico de pragas, orientado pelo professor José Eduardo Serrão. A dissertação foi defendida em 2001, e no ano seguinte Walkymário iniciou o doutorado, desta vez sob orientação do professor José Cola Zanuncio. Quando defendeu sua tese, em 2005, já fazia parte do quadro da Embrapa.
“Trouxe para a empresa toda essa essa formação e venho trabalhando com métodos alternativos de manejo e controle de pragas, agora, naturalmente, com foco mais voltado para cultivos amazônicos”, conta ele. Antes de assumir o cargo mais alto da unidade de Belém, Walkymário respondia pela chefia de pesquisa e desenvolvimento da mesma. “Carregarei naturalmente desafios para manter essa unidade igualmente relevante no nosso ecossistema de inovação, tentando cada vez mais fortalecer parcerias locais, regionais, nacionais e internacionais e fazer com que chegue à sociedade da Amazônia, especialmente, o que ela almeja da nossa instituição, que são inovações que venham a transformar a realidade. Meu grande desejo é entregar, nos próximos anos, tecnologias e inovações que venham contribuir para a sociedade.”

em Viçosa, 2001
Na UFV
Entre as marcas dos anos em que viveu em Viçosa, Walkymário destaca a excelência do ensino e o impacto da cidade não apenas em sua formação profissional, mas também pessoal. “A ambiência de Viçosa nos permite interagir com diferentes pessoas do Brasil e do mundo, e isso nos engrandece muito. E a qualidade dos profissionais da UFV nos qualifica cientificamente de forma diferenciada. Essa qualidade científica está presente em todos os espaços da Universidade, e somando-se a isso há a nossa possibilidade de criar network não apenas no Brasil, mas também com parceiros internacionais”, avalia ele. Da Entomologia, Walkymário conta que levou também grandes amizades. “Carrego uma imensa gratidão a todos os mestres que tive na UFV, não apenas os orientadores, mas também os demais. Vivi na Universidade uma grande lição de vida, e também uma grande lição científica, e tenho a sorte e a honra de dizer que, hoje, muitos dos meus mestres se tornaram meus grandes amigos.”
Fotos: Ronaldo Rosa e arquivo pessoal
Professor Gustavo Martins assume coordenação do Programa

O professor Gustavo Ferreira Martins assume nesta quarta-feira, 1º de setembro, a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Gustavo é egresso do Programa, pelo qual obteve seu mestrado, em 2004, e professor do Departamento de Biologia Geral da UFV, sendo credenciado na Entomologia desde 2010. Ele assume o cargo deixado pelo professor Simon Elliot, que esteve por 8 anos e meio à frente da coordenação.
Gustavo foi eleito para o cargo por seus colegas orientadores. “Pra mim é um compromisso institucional. Sou ex-aluno da Entomologia, uma boa parte do que aconteceu na minha carreira se deve ao Programa, ao investimento que foi feito em mim desde que cheguei à universidade como docente. É um caminho natural, e me sinto feliz por segui-lo depois de anos orientando estudantes e fazendo parte da comissão coordenadora”, diz o novo coordenador, destacando a importância do Programa. “A partir do momento em que se surgiu essa possibilidade (de assumir a coordenação), eu não poderia agir de outra forma”.
Para o professor, seu maior desafio será manter o curso com seus padrões de excelência, que garantem a nota 7 na avaliação da Capes, considerando o cenário atual de menor distribuição de verba e de oportunidades. “Precisaremos otimizar nossa atuação, e esse será um grande desafio: manter o foco e garantir nossa produção científica.”
Nova etapa
Simon seguirá como membro da comissão coordenadora do Programa, e pretende intensificar sua dedicação à pesquisa e ao ensino. “Eu tenho no momento nove doutorandos, um ótimo grupo para trabalhar. Então vou investir na pesquisa, nas disciplinas que estou ofertando, na edição de trabalhos para livros e revistas. Tenho mantido colaborações muito interessantes com a Fiocruz, com a Epamig, com a Unesp, e com outras instituições, e quero dedicar mais tempo para isso.”
Além de Simon, formam a comissão coordenadora do Programa os professores Frederico Falcão Salles e Madelaine Venzon, além dos representantes discentes Bruno Franklin e Jhon Lopez.
Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves
Publicado edital para inscrições nos cursos de Mestrado e Doutorado

Será aberto nesta quarta-feira, dia 25 de agosto, o período para inscrições dos interessados em ingressar nos cursos de Mestrado Acadêmico e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Entomologia. O edital com todas as informações já está disponível, neste link.
As vagas são para ingresso no primeiro semestre letivo de 2022. O número de estudantes aceitos dependerá da liberação de bolsas pelas agências de fomento (CAPES, CNPq e FAPEMIG). Vinte por cento das bolsas serão reservadas, de acordo com políticas afirmativas da UFV.
O prazo para inscrições termina às 23h59 do dia 25 de outubro de 2021. Só estarão aptos a participar do processo os candidatos que tiverem sua inscrição confirmada pelo Programa. A lista de inscrições confirmadas será publicada a partir de 29 de outubro.
A prova escrita está agendada para 05 de novembro. A divulgação do resultado final do Mestrado e da nota dos candidatos ao Doutorado está prevista para acontecer a partir de 12 de novembro. Depois disso, os classificados ao Doutorado passarão por uma arguição oral. O cronograma completo, bem como todas as informações sobre o perfil dos candidatos e as etapas de avaliação, estão disponíveis no edital.
A previsão é que as aulas tenham início em 07 de março de 2022.
Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves
Presence of foreign students increases and strengthens Entomology’s network

The exchange of knowledge and experience with students from the rest of the world has always been among the priorities of the Postgraduate Program in Entomology. Since this is not currently possible at UFV’s campus, computers are the solution. Behind the screens that have allowed the continuation of the program’s activities during this pandemic are professors and students from different parts of Brazil, as well as students of other nationalities. Some are enrolled as regular students of the program and are waiting in Brazil for the possibility of resuming their routine in person, and others remain in their countries, taking specific courses or participating in projects with research groups or laboratories.
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“At this moment of the pandemic, considering that the possibilities for Brazilian students are very limited, this process, which we call ‘internationalization at home’, has even greater importance”, says the Director of International Relations at UFV, Vladimir Oliveira Di Iorio. “We are focused on attracting a large number of students, to keep this exchange of knowledge that is so important for the academic environment.” One of the actions already underway is the increase in courses offered in English, by many programs, including PPG-Ent, to make the participation of foreign students easier.
Because of this initiative, Joseph Oswald Ruboha, (in the picture above) from Tanzania, has joined the group of “Insect Behaviour” – a course taught by Professor Simon Elliot. He has to deal with a six-hour time difference but considers the chance to be included in a foreign university as a fantastic new experience. “The best part is meeting new classmates. I like the way the teachers interact with us. Even though we’re far away, the way they conduct the class makes it feel like we’re in the same place,” he says. The opportunity to interact and exchange information with colleagues from other parts of the world, in Ruboha’s opinion, is enormously valuable. “I believe this is preparing me for whatever comes next in my career.”
Benefits
The benefits of the exchange, however, are not only for the visiting student. “Our networking increases a lot when we have colleagues from different countries. They bring us references, research, and introduce us to important debates in other countries. In other words, we create and strengthen, from Brazil, a global network”, says Bruno Franklin, student representative on the PPG-Ent Coordinating Committee. “Our program is highly respected around the world, and I have no doubts that this possibility of exchange is an important part of this concept”, he says.
“Entomology makes a big contribution to our internationalization, even now with the increase in the offer of courses in English. The consequences of this initiative have been very good during the pandemic, and we are prepared to maintain this in person as well,” says Vladimir. According to the Director of International Relations, Colombians are historically the foreigners who most enroll at UFV. In recent semesters, however, the highlight has been the presence of Nigerians, a consequence of the partnership signed in 2019 between the University, the Forum for Agricultural Research in Africa (Fara), and the Tertiary Education Trust Fund (Tetfund).

John Chidi Harriman is one of the students who have been attending classes directly from Nigeria. “We are planning to go to Brazil at the end of the pandemic, but for now we are enjoying online classes. The experience is fantastic,” he says, highlighting the progress he has made in his network.
Jhon Lopez, a doctoral student who shares the role of student representative on the program’s Coordinating Committee with Bruno, has been in Brazil since 2018, when he came for his master’s degree. “I came because of the area of study. I specifically wanted to work with my current advisor (Professor Frederico Salles). As soon as I arrived, I felt very welcome, in a very good environment. And also, from day one, I did my best to learn the language, to communicate. Today, I am happy to have publications with colleagues, including those from other UFV laboratories”, says Jhon, born in Colombia. Partnerships are, in his opinion, the main benefit of internationalization. “With each class, students and professors have the chance to form partnerships, to strengthen the network between universities, to make new contacts and create projects together.”
Lorena Botina was also born in Colombia and has been in Brazil since 2016. She says that she came to UFV encouraged by her undergraduate advisor, and felt, from the beginning, motivated by the quality of the teachers and the laboratories. “This transfer of technology and knowledge is very important, it motivates us a lot. Each student who passes through here shows the name of UFV to the world, and can open new doors.” Lorena is the coordinator of events for the group Insectum, created by the students of the program. “At Insectum, very interesting exchanges take place. With the participation of students from many places, we have easier contact with specialists, greater engagement by the foreign public, and we can offer a support network to Brazilian researchers who have the chance to visit other universities around the world,” she enumerates. The biggest challenge of the exchange, according to Lorena, was undoubtedly the language. “There are also important differences in methodologies, but I realized that this is something we can overcome. I went through many challenges, but this is now home.”
Presença de alunos estrangeiros cresce e fortalece rede de contatos da Entomologia

A troca de conhecimento e experiência com pesquisadores de outras partes do mundo sempre esteve entre as metas do Programa de Pós-graduação em Entomologia, e se o momento não permite este intercâmbio nos corredores da UFV, que seja então por meio do computador. Por trás das telas, que têm permitido a continuidade das atividades do programa neste período de pandemia, estão professores e alunos de diversas regiões do Brasil, e também estudantes de outras nacionalidades. Parte deles está inscrita como alunos regulares do programa, e aguardam no Brasil a possibilidade de retomar a rotina no Campus, e outra parte permanece em seus países, cursando disciplinas específicas ou participando de projetos junto a grupos de pesquisa ou laboratórios.
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“Neste contexto de pandemia, com as possibilidades de intercâmbio muito reduzidas para os estudantes brasileiros, esse processo, que nós chamamos de ‘internacionalização em casa’ ganhou uma importância ainda maior”, avalia o diretor de Relações Internacionais da UFV, Vladimir Oliveira Di Iorio. “Estamos focados nisso, em atrair um grande número de estudantes, para que possa haver essa troca de conhecimento tão importante para o ambiente acadêmico.” Uma das ações já em curso, neste sentido, é o aumento da oferta das disciplinas em inglês, inclusive pelo PPGEnt, facilitando a participação de estudantes estrangeiros.
Essa iniciativa trouxe Joseph Oswald Ruboha (foto acima), da Tanzânia, para a turma de “Insect Behaviour”, disciplina ministrada pelo professor Simon Elliot. Ele, que precisa lidar com uma diferença de seis horas no fuso horário, diz que a chance de estar vinculado a uma universidade estrangeira é uma experiência nova e fantástica. “A melhor parte é o encontro com os novos colegas. Eu gosto da maneira como os professores interagem com a gente. Apesar de estarmos longe, o modo com que eles conduzem a aula faz com que pareça que estamos no mesmo local”, conta ele. A oportunidade de interagir e trocar informação com colegas de outras partes do mundo, na avaliação de Ruboha, tem enorme valor. “Eu acredito que esta exposição está me preparando para o que quer que venha a seguir em minha carreira.”
Benefícios para todos
Os benefícios do intercâmbio, porém, não são apenas para o aluno visitante. “Nosso networking aumenta muito, a partir do momento que temos colegas de diferentes países. Eles nos trazem referências, pesquisas, nos apresentam debates presentes em outros países. Ou seja, a gente cria e fortalece, mesmo estando no Brasil, uma rede em escala global”, diz Bruno Franklin, aluno do doutorado e representante discente na Comissão Coordenadora do PPGEnt. “Nosso programa é respeitadíssimo em todo o mundo, e eu não tenho dúvidas de que essa possibilidade de troca é parte importante deste conceito”, avalia ele.
“A entomologia dá uma contribuição muito grande para a nossa internacionalização, inclusive agora com o aumento da oferta de disciplinas em inglês. O efeito dessa iniciativa tem sido muito bom durante a pandemia, e estamos nos preparando para manter isso no presencial também”, diz Vladimir. Segundo o diretor de Relações Internacionais, historicamente, são os colombianos os estrangeiros que mais se matriculam na UFV. Nos últimos semestres, no entanto, o destaque é a presença dos nigerianos, graças à parceria firmada em 2019 entre a Universidade, o Fórum para Pesquisa Agropecuária na África (Fara) e o Fundo Fiduciário de Educação Terciária (Tetfund).

John Chidi Harriman é um dos estudantes que têm assistido às aulas diretamente da Nigéria. “Nós estamos planejando ir ao Brasil no final da pandemia, mas por enquanto temos aproveitado muito as aulas pelo computador. A experiência é fantástica”, diz ele, destacando os progressos que tem feito em sua rede de contatos.
Jhon Lopez, doutorando que divide com Bruno a função de representante discente na comissão coordenadora do programa, está no Brasil desde 2018, quando veio cursar seu mestrado. “Eu vim por causa da área de estudo, eu queria especificamente trabalhar com meu atual orientador (professor Frederico Salles). Logo que cheguei, me senti muito bem acolhido, em um ambiente muito bom. E também, desde o primeiro dia, fui atrás de aprender o idioma, de me comunicar. Fico feliz hoje de já ter publicações ao lado de colegas, inclusive de outros laboratórios da UFV”, conta ele, que nasceu na Colômbia. As parcerias são, na opinião dele, o principal benefício da internacionalização. “A cada aula, estudantes e professores ganham chance de fazer parcerias, de fortalecer a rede de trabalho entre universidades, de começar contatos e criar projetos em conjunto.”
Lorena Botina também nasceu na Colômbia e está no Brasil desde 2016. Ela conta que veio para a UFV por incentivo de seu orientador da graduação, e se sentiu, desde o início, motivada pela qualidade do ensino e pelos laboratórios. “Essa transferência de tecnologia e de conhecimento é muito importante, isso nos motiva demais. Cada estudante que passa por aqui leva o nome da UFV para o mundo, e pode abrir novas portas”, avalia ela, que é coordenadora de eventos do grupo de estudos Insectum, criado pelos alunos do programa. “No Insectum acontecem trocas muito interessantes. Com a participação de estudantes de vários lugares, temos mais facilidade de contato com especialistas, maior engajamento do público estrangeiro e podemos, cada vez mais, oferecer uma rede de apoio aos pesquisadores daqui que tenham a chance de visitar outras universidades pelo mundo”, enumera ela. O maior desafio do intercâmbio, segundo Lorena, foi sem dúvida a língua. “Existem diferenças importantes também nas metodologias, nos modelos de estágio, mas eu percebi que isso é algo que podemos vencer. Passei por muitos desafios, mas essa agora é a minha casa.”