Og de Souza recebe Medalha de Ouro Peter Henry Rolfs

O professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Og Francisco Fonseca de Souza é um dos agraciados de 2021 com a Medalha de Ouro Peter Henry Rolfs. Concedida pelo Conselho Universitário (Consu) da UFV, a medalha homenageia servidores que tenham se destacado em suas áreas de atuação. Og, que é professor da instituição desde 1993, recebe a medalha do Mérito em Ensino.
“Fiquei muito honrado com este reconhecimento. Desde meus tempos de graduação aqui na UFV eu já admirava o compromisso que alguns professores tinham com a didática e a preocupação que eles tinham em garantir que nós, então estudantes, entendêssemos a matéria. Posteriormente vi alguns desses professores serem agraciados com esta medalha e isso me mostrou que eu não estava errado ao considerá-los bons exemplos. Cá com meus botões, eu pensava: ‘se um dia for professor, vou tentar copiar pelo menos um pouquinho da postura destes gigantes do ensino’ Hoje, ao ser colocado junto a estes gigantes, tenho a sensação de ter sido um bom aprendiz. Tenho a sensação do dever cumprido, de ser um servo que não enterrou o talento…”
A indicação de Og foi uma decisão unânime do colegiado do Departamento de Entomologia da UFV. No documento que oficializa a indicação, o grupo destaca os feitos do professor em suas quase três décadas de dedicação à Entomologia, inclusive a criação, em 1996, do programa de integração entre alunos de graduação e pós-graduação. O sistema, ativo até hoje, dá aos estudantes, por meio da troca com seus colegas, a oportunidade de adquirir conhecimento ativamente, em contraste com os modelos de ensino tradicionais. Anos depois, o programa foi absorvido pela Capes, servindo como base para a criação do Estágio em Ensino da pós-graduação brasileira.
Também foram destacadas as iniciativas de criação do Museu Vivo de Entomologia (ativo desde 2006), que identifica, por meio de placas, eventos relacionados a insetos em todo o campus da UFV, e o site de didática em Entomologia – https://zenodo.org/communities/entomoteaching/ – onde o professor disponibiliza, para acesso geral, idéias e estratégias relacionadas ao ensino. Desde 1993, Og já teve cerca de dez mil alunos na UFV, em mais de oito mil horas-aula.
“A importância deste reconhecimento vem do fato de que somos essencialmente uma universidade de pesquisa que entendeu perfeitamente que não é possível ser bom pesquisador sem ser bom professor. Afinal, a missão do cientista é explicar o mundo, ao invés de simplesmente descobrir coisas novas e guardá-las para si.”
Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves
Lives debatem genômica e abelhas no canal do Insectum

O grupo de estudos Insectum realiza dois encontros online nesta semana, nos dias 21 e 22 de setembro (terça e quarta). Nos dois casos, os links estarão abertos a todos os interessados em participar.
Na terça-feira, quem fala é Erick Cordeiro, com o tema “Genômica de populações – mais um neologismo ou uma oportunidade inovadora para entender processos evolutivos em ambientes tropicais?” Erick possui graduação em Engenharia Agronômica e mestrado em Entomologia pela UFV, doutorado em Entomologia pela Kansas State University e Phd em Entomologia Agrícola pela University of Exeter, na Inglaterra. Atualmente, é cientista associado na empresa Provivi, e desenvolve pesquisa relacionada ao manejo da resistência de insetos. O evento é realizado pelo professor Eliseu Pereira, coordenador do Laboratório de Interação Inseto-Planta, e acontece às 19h, neste link.
Na quarta-feira, o Insectum realiza a segunda etapa dos encontros promovidos em parceria com a professora Mayara Lopes, que ministra a disciplina Entomologia Geral. Desta vez, o tema em debate será “Colapso das abelhas”, com a presença do professor Weyder Cristiano Santana, do Departamento de Entomologia da UFV. O evento começa às 18h, neste link.

Professor lista efemerópteros impactados após desastre ambiental em Mariana

O professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Frederico Salles é um dos autores do “Livro Vermelho da Biota Aquática do Rio Doce Impactada pelo Rompimento da Barragem Minerária de Fundão (Mariana/MG)”, lançado em agosto. A publicação é coordenada pela Fundação Biodiversitas, por meio de um acordo de cooperação técnica firmado com a Fundação Renova, o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O livro apresenta estudo inédito no Brasil acerca dos possíveis impactos do acidente, ocorrido em 2015, indicando como os quatro grupos aquáticos – crustáceos, efemerópteros, odonatos e peixes -, podem ter reagido ao sedimento que atingiu o rio Doce e sua bacia. Frederico é responsável pelo capítulo dedicado aos efemerópteros, em que apresenta o levantamento realizado junto com os discentes Otávio Luiz Fernandes, que concluiu recentemente seu mestrado, e Marcela Miranda de Lima, aluna do doutorado.
“Há cerca de dois anos, fui convidado pela Biodiversitas para o trabalho, e parte do processo era elaborar uma lista com todas as espécies (de Ephemeroptera) que ocorrem na Bacia do Rio Doce. Foi nessa etapa que Otávio e Marcela vieram”, explica o professor, que é o atual coordenador da lista de espécies de Ephemeroptera ameaçadas do Brasil. Depois deste levantamento, feito com base nas coleções de Viçosa e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES – São Mateus), além da literatura da área, o trio passou à definição de quais espécies teriam sua situação atual efetivamente avaliada. A relação de 63 espécies apontadas no livro foi definida, por fim, após as etapas de avaliação de outros especialistas na ordem Ephemeroptera e também de especialistas no método (chamado método IUCN de avaliação de espécies ameaçadas).
“No livro, portanto, apresentamos as espécies que estão sob ameaça na bacia, mas não necessariamente como resultado direto da ação da lama de rejeito”, diz Frederico. A análise leva em conta a distribuição das espécies, as ameaças dentro da bacia, além de sua biologia, como sua forma de alimentação e sua especificidade de habitat, dentre outros fatores. “Assim podemos, por exemplo, saber que, se uma espécie ocorre preferencialmente sobre rochas, e se a lama cobriu toda a região, a espécie naturalmente ficou sem seu micro-habitat.” Na publicação, além de informações gerais e do status de ameaça da espécie para a bacia, o grupo indica também a distribuição geográfica e, por fim, a classificação de risco de extinção da espécie. “Com essas informações, é possível saber quem são e onde estão as espécies sob risco e, assim, definir estratégias de ação”, diz Marcela.
Os dados apresentados embasam agora o Plano de Ação para Recuperação e Conservação da Fauna Aquática da Bacia do Rio Doce, em curso desde junho deste ano. “Nós, que trabalhamos com taxonomia, contribuímos indiretamente com a conservação das espécies, porque, naturalmente, só preservamos o que nós conhecemos. Essa experiência, porém, nos permitiu trabalhar mais diretamente com a conservação da biodiversidade brasileira, e isso é muito gratificante”, avalia Frederico.
Foto: Frederico Salles
Encontro online debate entomologia forense

O Grupo de Estudos Insectum promove nesta quarta-feira, dia 15, às 18h, um encontro online com participação do biólogo Daniel Moura Silva. Mestre em Ciências pela Universidade de Ghent, Daniel atua na área de biologia forense, desenvolvendo métodos de estimação de tempo post-mortem em Ghent, e com bioinformática, no Hospital Israelita Albert Einstein. Aos alunos do Programa de Pós-Graduação e demais interessados, Daniel falará sobre o tema “Entomologia Forense: entre cadáveres e insetos.”
A live é promovida pelo Insectum em parceria com a disciplina Entomologia Geral, ministrada pela professora Mayara Lopes. No mesmo ciclo, está prevista a realização de outro encontro, no dia 22, desta vez com o tema “Colapso das abelhas”.
O encontro é aberto a todos os interessados, e pode ser acompanhado por este link.
Estudantes disponibilizam apostila online para alunos da graduação

Os estudantes de graduação matriculados em Entomologia Geral têm agora mais uma alternativa na busca por conteúdo de referência. Os alunos da disciplina Morfologia Externa Comparada dos Insetos, oferecida pelo professor Frederico Salles aos mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Entomologia no primeiro semestre letivo deste ano, cumpriram a tarefa de elaborar uma apostila de apoio ao conteúdo das aulas, e o material já está disponível para acesso online.
“Anteriormente, era comum que os estudantes envolvidos com estágio em ensino elaborassem uma apostila de morfologia externa para os estudantes de graduação. Mas com a criação da disciplina de pós-graduação, achei que seria uma ótima oportunidade incluir a elaboração da apostila como uma das nossas atividades avaliativas”, explica Frederico, de olho em uma maior interação entre alunos de graduação e as atividades do Programa. Organizados em duplas, todos os alunos matriculados elaboraram seu material, e o professor escolheu um deles para ser disponibilizado. “Neste semestre, para minha satisfação, uma das duplas inovou e preparou uma apostila online, utilizando a plataforma de formulários do Google”, conta ele.
Isabel Cortes e Mellis Rippel são as autoras da apostila escolhida pelo professor e já disponibilizada neste link. “Nossa apostila constitui uma ferramenta útil que o(a) estudante pode consultar em qualquer momento da disciplina e pode reforçar os conhecimentos das aulas online e assíncronas. O formato online, com possibilidade de interação, os conteúdos sendo abordados de uma forma um pouco mais descontraída, talvez sejam formas de chamar a atenção e tornar o estudo mais leve”, conta Mellis. A inspiração para criar a primeira versão online do projeto veio da experiência da doutoranda como professora. “Com o ensino remoto tivemos que pensar em algumas maneiras de apresentar o conteúdo aos estudantes de uma forma mais leve. Um método que me foi apresentado foi a Trilha de Aprendizagem, na qual o conteúdo é exposto por textos, formas de interagir, vídeos e figuras. Como a maioria das plataformas de construção dessas trilhas são pagas, me veio a ideia de fazer pelo Google Formulários, e deu certo.”
O conteúdo da apostila, amplamente ilustrada, inclui informações gerais sobre a morfologia externa dos insetos, uma introdução sobre a entomofauna e características importantes para a diferenciação dos insetos de outros artrópodes. “Apresentamos ainda entomólogas renomadas, com o intuito de inspirar as estudantes a se sentirem mais representadas no mundo da ciência e seguirem a carreira científica.”
A experiência, conta Mellis, contribuiu não apenas para reforçar o conhecimento dos estudantes da graduação, mas também o das próprias autoras. “Consideramos que o aprendizado de competências relacionadas ao ensino foi o mais significativo, já que o objetivo era transmitir o conhecimento. Ao contrário do contexto geral da nossa formação, na qual estamos sempre envolvidos em redação científica de artigos que usam uma linguagem mais técnica, a nossa apostila foi escrita em uma linguagem acessível para o entendimento da entomologia em geral.”
Para acessar a apostila, clique aqui.