Entomologia mantém nota máxima na avaliação da Capes

O Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV conquistou pela quinta vez consecutiva a nota máxima na avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Desde 2007, o Programa é nota 7 na avaliação que considera, entre outros fatores, a produção científica de orientadores e estudantes e a interação do Programa com a sociedade. 

A nota, divulgada nesta segunda-feira, foi atribuída com base em dados dos anos de 2017 a 2020. “Apesar de não ter ficado surpreso, estou muito feliz e muito grato a todos envolvidos com o Programa. A PPG Entomologia é um programa consolidado e conta com um corpo de orientadores muito respeitado, atuante em diferentes áreas da entomologia que rende muitos frutos, principalmente na produção científica e geração de recursos humanos da mais alta qualidade. Além disso, contamos com o apoio eficiente do corpo técnico-administrativo, com destaque para a secretaria, que nos dá um suporte eficiente e com segurança para que o Programa funcione. Nossos discentes compõem uma bela vitrine. São atuantes na Comissão Coordenadora, na pesquisa e na extensão, sempre nos trazendo ótimas ideias, deixando o Programa à frente do nosso tempo. Lembro que esta avaliação envolveu o professor Simon como coordenador e reforço meus cumprimentos a ele. Assumi a Coordenação com o Programa em ordem e seguro que temos tudo para sermos 7 novamente em 2024”, avalia o coordenador do Programa, professor Gustavo Martins.

O professor Simon Elliot, que coordenou o programa entre os anos 2017 a 2020, destaca as mudanças no sistema de avaliação da Capes, que aumentou a ênfase em indicadores que vão além da pesquisa, como fixação de egressos, atividades de extensão e outras formas de interação com a sociedade. “Apesar de (o relatório) ter dado trabalho, não foi difícil achar exemplos destas outras atividades. Felizmente a Entomologia sempre esteve bem ativa nestes outros pontos, e isso não é a coordenação ou o coordenador que faz – são os membros do programa, os docentes, os discentes e os técnicos, que fazem e sempre fizeram essas atividades.” 

A manutenção da nota confirma a excelência do Programa em nível mundial e impacta diretamente na captação de recursos, permitindo a continuidade das pesquisas e demais atividades realizadas. “Para os alunos, ainda tem o fato de que, quando eles saírem, eles vão levar o nome da Entomologia UFV, que sabemos tem peso no mundo todo”, avalia Simon.

Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves

Egressos levam suas experiências de mercado para o Congresso de Entomologia

Nem só de professores e estudantes se fez a representação do Programa de Pós-Graduação no XXVIII Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado na semana passada em Fortaleza. Dezenas de egressos dos cursos também estavam presentes, muitos deles apresentando os trabalhos que hoje realizam junto às empresas de ponta no disputado mercado do agronegócio mundial. 

Renata Ramos Pereira (foto acima), que concluiu seu doutorado em 2017, acaba de assumir uma nova função na Corteva, depois de cinco anos coordenando três insetários da companhia em Toledo, no Paraná. “Estou sendo direcionada para uma função relacionada a manejo de resistência. É um cargo global, então será muito interessante em diversos aspectos”, diz ela, que se prepara para mudar para os Estados Unidos nos próximos meses. No Congresso, ela apresentou um poster de um trabalho realizado na empresa, e comemorou a oportunidade de ouvir os colegas especialistas na área de resistência. “Todos os dias houve ao menos uma palestra neste assunto, então para mim foi muito interessante”. 

Geverson é pesquisador de biotecnologia da Bayer

Oficialmente, a transição de Renata da academia para o mercado aconteceu poucos meses depois da conclusão do doutorado, mas os caminhos, ela acredita, foram construídos bem antes. “Eu tinha muitas dúvidas sobre o que eu gostaria de fazer e, por isso, eu tentei me preparar tanto para a vida acadêmica quanto para a indústrias. Mas quando cheguei aqui, senti desde o meu primeiro dia de trabalho que era onde eu gostaria de estar, e o Programa me ajudou muito. Todos os professores com que tive contato sempre nos orientaram neste sentido, de estar preparado para assumir qualquer desafio que aparecesse.” Ao longo do mestrado e do doutorado, Renata teve a oportunidade de realizar parte de sua formação em universidades americanas, outro fator que ela julga determinante para a consolidação de uma carreira internacional. 

A oportunidade de estudar fora do Brasil também marcou a passagem de Geverson Resende Silva pelo programa. Ele, que hoje é pesquisador da área de biotecnologia da Bayer, passou um ano de seu doutorado no Canadá. “A internacionalização do programa foi essencial para eu estar onde estou hoje. Trabalho diariamente com americanos, essa parte de biotecnologia é toda feita lá”, conta ele. Geverson terminou seu doutorado em 2019, cursou o pós-doc por mais 6 meses e, em seguida, conseguiu uma colocação no mercado – primeiro no Fundecitrus e, em seguida, na empresa multinacional. “Acho fundamental os programas de pós-graduação trabalharem próximo das indústrias e, agora que estou nas empresas, tento colaborar o máximo possível, porque sei o quanto essa relação pode ser importante para a empresa e para a UFV.” 

Ancidériton apresentou palestra sobre o trabalho que executa na Provivi

Mercado mais sustentável
O pesquisador Ancidériton Castro concluiu seu doutorado pelo PPG em 2013, logo após uma temporada de estudos na Flórida, Estados Unidos. Ele também chegou a iniciar o pós-doc pelo programa, mas pouco tempo depois optou por aceitar o desafio oferecido pela Monsanto. De lá, assumiu uma vaga na Bayer, até que, há dois anos, passou a atuar na Provivi, uma startup americana que trabalha com manejo comportamental de pragas. No congresso, o pesquisador apresentou uma palestra sobre o manejo de pragas, especialmente em grandes culturas, com feromônios. “De um tempo pra cá tem crescido bastante o mercado de biológicos, de feromônios, que tem foco em uma agricultura mais sustentável. O feromônio é um exemplo do que não agride o meio ambiente, não é tóxico, e essa linha de sustentabilidade tem crescido muito, no mercado de trabalho e, claro, também em eventos como esse.”

Para Ancidériton, o ponto chave da construção de sua carreira foi antecipar tudo o possível para ter a chance de aproveitar novas oportunidades que surgissem, desde o mestrado. “Academia e mercado são mundos muito distintos. O PPG te orienta no sentido de saber onde buscar as informações, saber fazer pesquisa, deixa as portas abertas, mas no ambiente corporativo contam muito suas habilidades de relacionamento, de comunicação. É preciso fazer as coisas andarem juntas.”

Pesquisadores da UFV marcam presença no Congresso Brasileiro de Entomologia

O XXVIII Congresso Brasileiro de Entomologia reuniu esta semana dezenas de estudantes, egressos e professores do Programa de Pós-Graduação em Entomologia em Fortaleza. A participação da comitiva incluiu apresentações orais, posters, palestras, e organização de simpósios. Pela primeira vez na história do congresso, a abertura do evento foi feita por uma mulher – a professora Madelaine Venzon, orientadora do PPG e pesquisadora da Epamig, apresentou a palestra “Conservação da agrobiodiversidade para a agricultura do futuro.” Na quinta-feira, o professor Angelo Pallini foi eleito presidente da Sociedade Entomológica do Brasil, para o período 2022/2024. 

A orientadora do PPG Madelaine Venzon (com o microfone) fala na palestra de abertura do congresso

“A impressão que fica pra nós, depois de tanto tempo (o evento de 2020 foi cancelado devido à pandemia) é reenergizante. É excelente poder rever os amigos, ver coisas novas, pesquisas avançando… é muito relevante a oportunidade de interagir com os pesquisadores do Brasil e de fora dele”, conta a professor Eugenio Oliveira, que foi ao Ceará acompanhado por 14 pesquisadores de sua equipe, entre graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos (foto no alto da página). O grupo submeteu 13 resumos e apresentou vários posters nos cinco dias de congresso. “Eu faço questão de estar presente e de trazer meus estudantes, expô-los a essas experiências. É um evento que supera todas as expectativas porque tem muitas nuances, e a alegria de poder interagir presencialmente com toda essa turma que estava recolhida por conta do momento difícil que vivemos em sociedade.”

Os pesquisadores do Grupo de Estudos Insectum levaram dois trabalhos para apreciação do público do congresso, sobre as atividades realizadas por eles durante o período da pandemia e sobre a capacitação interna do grupo. “Estamos também aproveitando a oportunidade para divulgar a próxima edição do Simpósio Internacional de Entomologia”, conta a coordenadora de divulgação do grupo, Jéssica Martins

Equipe da UFV conquistou o vice-campeonato no Entomoquiz

Vice-campeões
Os estudantes do PPG estrearam esse ano como competidores do Entomoquiz, jogo de perguntas e respostas desenvolvido ao longo de toda a semana de congresso, e voltam à Viçosa como vice-campeões. “A experiência foi muito positiva. Trabalhamos em equipe a todo momento, fizemos o nosso melhor e foi bem divertido todo o processo. Era nossa primeira vez, ficamos nervosos, mas no final saímos com uma experiência muito positiva”, diz o doutorando Douglas Ferreira. Junto com Douglas, formaram a equipe os estudantes Samuel Lima dos Santos, Tatiana Zuluaga e Daniel Maciel

Dentre os pesquisadores do programa que estiveram em Fortaleza estavam ainda os professores orientadores Simon Elliot, Eliseu Pereira e Lessando Gontijo.


Professor Angelo Pallini é eleito presidente da Sociedade Entomológica do Brasil

O professor orientador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV Angelo Pallini é o novo presidente da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB). A eleição da Chapa Diversidade aconteceu na tarde desta quinta-feira, 01 de setembro, durante o XXVIII Congresso Brasileiro de Entomologia, em Fortaleza.  Entre os membros que compõem a chapa estão também o professor Frederico Salles (tesoureiro) e o mestre e doutorando pelo PPG Entomologia Douglas Ferreira (SEB Jovem). A nova diretoria já tomou posse, e sua gestão vai até o ano de 2024.

A Sociedade Entomológica do Brasil foi fundada em 1972, e reúne professores, pesquisadores, técnicos e pessoas interessadas no estudo da Entomologia e na sua aplicação em benefício da sociedade. Hoje a SEB promove o Congresso Brasileiro de Entomologia e o Simpósio de Controle Biológico e edita as revistas Neotropical Entomology e Entomological Communications.

Com a eleição da Chapa Diversidade, a próxima edição do Congresso Brasileiro de Entomologia ocorrerá em Uberlândia, em 2024, onde atua a nova vice-presidente da SEB, professora Solange Cristina Augusto.

Missão do projeto ‘Entomologia e biodiversidade’ fortalece oportunidades de parceria com instituições britânicas

O professor orientador do Programa de Pós-graduação em Entomologia Simon Elliot realizou entre os dias 18 e 27 de junho a primeira missão do projeto “Entomologia e biodiversidade”, vinculado ao programa Capes/Print, na Inglaterra. Simon visitou quatro instituições de ensino – University College London, University of Lincoln, Lancaster University e University of Gloucestershire – com o objetivo de fortalecer as relações entre as instituições e promover a troca de experiências e de conhecimento entre os pesquisadores vinculados ao PPG e os colegas britânicos. 

“As conversas foram boas. Na maior parte das vezes, conversei com pesquisadores que já estiveram aqui no Brasil, que já colaboraram com o PPG e estão dispostos a novas parcerias”, avalia Simon. O foco das conversas está no intercâmbio de estudantes, nas pesquisas conjuntas e na visita de professores destas instituições à UFV. “Estou vendo várias possibilidades de colaboração com os colegas, o que seria ótimo. Agora que a gente sabe que a aula online funciona bem, temos como chamar pessoas de fora para participar de forma muito mais simples. São todos excelentes pesquisadores, que sem dúvida acrescentam muito ao nosso trabalho.”

A University College London foi a primeira instituição visitada por Simon. “Lá conversei com o professor David J. Murrell, que é ecologista teórico – minha intenção é explorar a evolução de virulência de patógenos em colônias de insetos sociais com ele”, explica o orientador. Na mesma instituição, atua a professora Seirian Sumner, entomologista, que também deixou abertos os caminhos para a troca com o PPG. Na University of Lincoln, Simon foi recebido pela professora Sheena Cotter, que já esteve no Brasil como convidada em um dos simpósios promovidos pela Entomologia. “Nossa conversa foi principalmente sobre coorientação de estudantes e sobre a possibilidade de ela vir ao Brasil oferecer uma disciplina aqui. Já estamos vendo a documentação para conseguir realizar isso.”

A Lancaster University, terceira instituição visitada pelo professor, vai receber a partir de setembro o doutorando do PPG Entomologia Eduardo Costantin. “Fui conversar com o professor Kenneth Wilson, que vai receber o Eduardo, a respeito do trabalho que será desenvolvido enquanto ele estiver lá e, também, sobre ensino em conjunto e a possiblidade de dupla titulação.” A última parada da missão de Simon foi na University of Gloucestershire, instituição pela qual ele passou antes de se radicar no Brasil. Em pauta, estiveram a coorientação de estudantes, o intercâmbio de alunos, a realização de pesquisas em conjunto e a vinda do professor Adam G. Hart para ofertar uma disciplina de Comunicação Científica em Viçosa. 

Simon viajou como coordenador do projeto “Entomologia e biodiversidade”. Em julho, ele passou a coordenação para o professor Frederico Salles.