Café Entomológico promove troca de ideias nesta quinta, 02/03

Acontece nesta quinta-feira, dia 02 de março, às 8h30, no saguão da Entomologia, a primeira edição do Café Entomológico

Estão convidados todos os discentes, docentes, técnicos e outras pessoas que estão envolvidas com o Programa de Pós-Graduação em Entomologia. A intenção é criar um momento de confraternização e troca, em um clima descontraído.

“A gente sabe que o cafezinho é querido por muitos aqui, ele faz parte da rotina dos laboratórios. Nossa ideia foi levar isso para o saguão para aumentar a oportunidade de integração entre os laboratórios e promover boas conversas”, explica Samuel dos Santos, autor da ideia ao lado de Lorene Reis. Desde janeiro, eles são os representantes discentes junto à coordenação do PPG. “Na nossa rotina, a gente fica tão afastado nos laboratórios, cada grupo trabalhando em suas respectivas pesquisas, que achamos que era importante promover esses encontros, para aumentar a sensação de pertencimento e de união do nosso programa.”

A primeira edição do evento coincide com a matrícula dos novos discentes, um motivo a mais para promover a integração e o diálogo entre todos. Além da comunidade diretamente vinculada ao PPG, estão convidados também os membros de outros programas associados aos laboratórios da Entomologia.

Professor Simon Elliot é vice-coordenador do INCT de Bioinsumos Inovadores

O professor Simon Elliot, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, é o vice-coordenador do recém-criado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Bioinsumos Inovadores. A proposta foi aprovada em dezembro pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que vai financiar o projeto. A coordenação geral será feita pelo professor Italo Delalibera Júnior, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), que é parceiro de trabalho de Simon desde a década de 1990. Também faz parte do grupo a orientadora do PPG Madelaine Venzon, pesquisadora da Epamig.

A proposta dos pesquisadores é desenvolver uma rede de pesquisa em insumos biológicos capazes de atender aos setores agrícola, pecuário e da saúde, promovendo atividades que busquem a formação de recursos humanos, que potencializem as pesquisas sobre o tema no Brasil e que possam ajudar a criar políticas públicas para regular o uso de bioinsumos no país. “Hoje em dia, essa área de bioinsumo para manejo de pragas está muito forte no Brasil. Há muito interesse de empresas, start-ups, muita oferta de emprego, muita demanda por conhecimento e por produtos”, explica Simon. “Parte disso acontece por ser essa uma tecnologia mais sustentável, mas não é só isso. Muitas vezes, é somente esta tecnologia que funciona! Os bioinsumos usando fungos, por exemplo, têm tido um resultado muito expressivo.” 

Além do financiamento público, a ideia é que o INCT busque recursos também junto a empresas da área, que têm visto o mercado crescer muito rapidamente e que se beneficiariam de uma maior organização do setor. “Não faremos um trabalho de regulamentação, mas sim de criação de políticas públicas, para ajudar a guiar os avanços nessa área”, explica Simon. “Há muitas empresas produzindo esses produtos, mas precisa haver controle de qualidade para, por exemplo, manter a cepa de um fungo. Precisa haver regulamentação, e a ideia é ser formador dessas políticas, em nível nacional e estadual.” Entre as formas de ação previstas pelo INCT estão também cursos e intercâmbios com parceiros já identificados na Dinamarca, no Canadá e na Inglaterra. 

A expectativa de Simon é que as ações incluam diretamente mestrandos e doutorandos dos laboratórios envolvidos no instituto. “Esses jovens pesquisadores têm feito coisas incríveis em termos de, por exemplo, divulgação científica. Nossa ideia é alinhar com essas capacidades que eles têm, e criarmos um programa de formação de recursos humanos em que o estudante tenha oportunidade de desenvolver essas outras habilidades, e ao mesmo tempo ter contato com os outros grupos de pesquisa, para formar uma rede de fato.” 

Foto: Aline Garcia

Egresso completa formação nos EUA e atende a mercado internacional de pesquisa

Quando o entomologista Marcelo Rabelo iniciou o doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia, em 2018, ele sabia exatamente o que queria: aproveitar as portas abertas pelo PPG na comunidade científica internacional e completar sua formação em outro país. Há dois meses, como resultado dessa trajetória certeira, ele abriu a IVA SCIENCES , uma empresa de pesquisa projetada especialmente para atender ao pujante mercado do agronegócio. “No Brasil e nos EUA, há uma explosão, eu chamaria de uma revolução agrícola para um lado mais sustentável, com uma imensa quantidade de produtos biológicos sendo desenvolvidos para controle de pragas, para adubação… Isso está explodindo e tem alta demanda para pesquisa.”

Marcelo se graduou em Agronomia, na Universidade Estadual de Montes Claros, e veio para o PPG para cursar o mestrado, em 2016, sob orientação do professor Eliseu Pereira. O doutorado veio em seguida, na mesma linha de pesquisa (interação inseto-planta). “Foi no PPG que meu trabalho começou a ganhar mais visibilidade. Eu decidi antecipar as minhas responsabilidades acadêmicas, minha qualificação, porque queria deixar os últimos dois anos livres para uma experiência internacional. Comecei a me preparar pra isso, a estudar inglês e depois que me qualifiquei, apliquei para uma bolsa do CNPq, mas não fui aprovado.” Nessa época, a professora Silvana Paula-Moraes, também egressa do PPG, tinha aprovado um projeto na Universidade da Flórida, onde leciona, e convidou Marcelo para se juntar ao time dela. “Eu fiquei na Universidade da Flórida nos dois anos finais do doutorado e por quase 3 anos a mais, como pós-doc, até muito recentemente.”

Foi morando na Flórida, mais exatamente na cidade de Navarre, que Marcelo identificou a demanda das empresas americanas por consultoria em pesquisa e decidiu abrir seu negócio. Dali ele presta serviços para companhias sediadas em pontos diferentes dos EUA. “O que eu ofereço são os mais de dez anos de experiência na academia, com pesquisa. Meus clientes são empresas que estão produzindo tecnologias sustentáveis para agricultura. Me demandam, por exemplo, soluções para o fornecimento de espécies usadas no controle de pragas, ou teste de produtos novos seja em laboratório ou em casa de vegetação, por exemplo”, explica. 

Para ele, o fator fundamental para conseguir aplicar no mercado o conhecimento adquirido nos anos de mestrado e doutorado foi estar atento às demandas. “Apesar de já haver empresas no mercado oferecendo este mesmo tipo de pesquisa, identifiquei o nicho em que poderia atuar e criei minha oportunidade. Não tenho a menor dúvida de que há espaço semelhante em diversas outras partes do mundo, inclusive no Brasil.” 

Além do PPG Entomologia, que criou as bases para a investida de Marcelo nos EUA, ele carrega consigo a inspiração vinda da própria infância. “Eu sempre fui apaixonado por insetos, e desde criança fui incentivado a prosseguir. Minha mãe foi a primeira educadora que me inspirou neste caminho. Ela se tornou professora quando, no Brasil, ser uma professora negra era algo quase impossível de se ver acontecer, e ela venceu”. E foi com o nome da mãe, Maria Iva, que Marcelo batizou sua empresa. “IVA vem do nome dela, e da ideia de inovação, valor e ambição, princípios que guiam o nosso trabalho.”

Foto: IVA SCIENCES

Simpósio Internacional de Entomologia une fundamentos e novas tecnologias em seis dias de evento

Será em setembro, entre os dias 17 e 22, o VII Simpósio Internacional de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa. Esta edição, a primeira desde 2019, traz o tema “De fundamentos à prospecção de novas tecnologias“, com a proposta de enriquecer o avanço tecnológico com um olhar atento aos fundamentos da entomologia, e vice-versa, promovendo um diálogo constante entre as bases do conhecimento científico e os avanços típicos dos tempos atuais. 

Tradicionalmente, o simpósio é organizado por discentes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, a cada dois anos. A edição de 2021 não aconteceu em função da pandemia do Coronavírus. Em 2023, o evento é presidido pelo professor Angelo Pallini, orientador do PPG e também presidente da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB). 

A programação conta com palestras, mesas redondas, apresentações orais e sessão de posters. Os nomes dos palestrantes serão anunciados em breve e devem incluir renomados pesquisadores de diferentes países. “Estamos muito animados, cheios de ideias e cientes de que temos muito trabalho pela frente. Vamos honrar a tradição do simpósio, que sempre foi muito respeitado, e incluir todas as áreas da entomologia”, diz a doutoranda Laís Viana, organizadora membro da equipe de divulgação do evento. A comissão organizadora reúne quase 50 estudantes, incluindo alunos da graduação e pesquisadores vinculados a áreas afins. 

Inscrições abertas
Profissionais e estudantes já podem se inscrever no evento, que vai acontecer apenas de forma presencial, no Campus da UFV, em Viçosa. Até o próximo dia 12, quando será encerrado o primeiro lote de inscrições, o custo é de R$ 150 para estudantes de graduação, R$ 230 para estudantes de pós-graduação, e R$ 320 para profissionais. Após essa data, os valores serão ajustados. 

O prazo para submissão de trabalhos será aberto em breve.

Para acompanhar as atualizações sobre o simpósio e fazer sua inscrição, acesse o site do evento, aqui. 

Missão da UFV encerra passagem de orientadora da Entomologia pela Universidade de Catania

Depois de atuar por um ano como pesquisadora visitante na Università Degli Studi di Catania (UNICT), na Itália, a professora e orientadora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Maria Augusta Lima Siqueira retoma agora suas atividades em Viçosa. Em Catania, Maria Augusta foi supervisionada pela Professora Gaetana Mazzeo e realizou pesquisas em conjunto com professores locais. As parcerias estabelecidas permitirão, ao longo dos próximos anos, o intercâmbio de estudantes e o desenvolvimento de projetos de pesquisa por meio de colaborações internacionais. Entre as últimas atividades de 2022, Maria Augusta participou na Itália de reuniões com colegas da UFV, em missão realizada como parte das ações do Programa Institucional de Internacionalização (Print).

“Minha experiência foi excelente, tivemos a oportunidade de desenvolver novos métodos de estudo e fortalecer as parcerias com os entomologistas da UNICT”, diz Maria Augusta. Ela é a primeira pesquisadora do programa a passar uma temporada na UNICT, e a expectativa é que as portas permaneçam abertas para  outras mobilidades. A partir de junho, o programa receberá um aluno de doutorado da universidade italiana – Roberto Catania, que é orientado pela Professora Gaetana e coorientado por Maria Augusta. No mesmo mês, está prevista a mobilidade da doutoranda Lívia Negrini para a UNICT, para realização de doutorado sanduíche com coorientação de Gaetana. 

O ano dedicado à universidade italiana resultou, na visão de Maria Augusta, no fortalecimento de parcerias que já vinham sendo estabelecidas à distância. Além da Gaetana, ela trabalhou ao lado dos professores Antonio Biondi e Lucia Zappalà em diferentes projetos envolvendo a interação entre abelhas e produção agrícola. “Os pesquisadores de lá estão especialmente interessados em adaptar nossos métodos de estudo e acompanhamento para usar com as abelhas da fauna mediterrânea. É uma troca de conhecimentos que, tenho certeza, beneficia todos os envolvidos.”

Além de trazer o conhecimento acadêmico para engrandecer as pesquisas realizadas em Viçosa, a experiência da professora também agrega informação no que diz respeito às incursões internacionais. “Ter vivido essa experiência na pele, inclusive as dificuldades que apareceram, me dá muito mais condições de orientar meus alunos e prepará-los para uma mobilidade internacional também, que é tão importante.” 

Missão
A visita da comitiva da UFV à Universidade de Catania fez parte de uma série de encontros promovidos pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) e pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFV na França, Espanha e Itália. Na Itália, as missões ocorreram nas universidades de Catânia e Torino, campus Biomédico de Roma, de Florença, de Bolonha, Modena e Reggio Emilia e Milão. Além da professora Maria Augusta, a Entomologia também esteve representada pelo professor Raul Guedes, atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFV.