Entomologia recebe inscrições para Processo Seletivo 2015/I

Nesta quarta-feira, dia 27/08, às 18h, inicia-se o período de inscrições para o Processo Seletivo 2015/I da Entomologia. Estão previstas 14 vagas para o mestrado e quatro para o doutorado. Mas esse número pode ser ampliado ou reduzido de acordo com a disponibilidade de bolsas.

As etapas da seleção para o mestrado compreendem prova escrita classificatória e análise de currículo. Para o doutorado, a prova escrita é eliminatória e os candidatos passam por análise de currículo e  arguição oral. A prova escrita será realizada em Viçosa, no dia 7 de novembro, das 8 às 11h30min (horário local).

Visando facilitar a participação, o Programa de Pós-Graduação em Entomologia oferece ao candidato a possibilidade de fazer a prova escrita em outra cidade. Contudo, isso não se configura como direito adquirido do candidato. Para os candidatos que desejarem fazer a prova fora de Viçosa, é necessário informar no momento da inscrição, o local pretendido para realização da prova. Para isso, o candidato precisa contatar previamente um pesquisador ou professor que se disponha a aplicar a prova numa instituição sediada no local escolhido. Além disso, os interessados em fazer a prova fora de Viçosa devem entrar em contato com a secretaria do PPG em Entomologia, pelo e-mail ent@ufv.br, até o penúltimo dia de inscrições e informar sobre o local onde deseja fazer a prova e o nome do possível aplicador.

A arguição oral, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado, também poderá ser realizada via Skype para residentes em outras cidades, desde que os candidatos avisem previamente à Secretaria da Pós-Graduação em Entomologia.

As inscrições ao Processo Seletivo 2015/I podem ser feitas até o dia 10 de outubro, apenas pela internet, na página Inscrição Pós-Graduação. Para mais informações, acesse os Critérios para a seleção de candidatos 2015/I.

Estudo redefine classificação de esperanças predadoras da subfamília Listroscelidinae

Um estudo realizado pela doutoranda Verônica Saraiva Fialho e a pós-doc em Entomologia Juliana Chamorro-Rengifo reviu a classificação de esperanças da subfamília Listroscelidinae, com foco em espécies que ocorrem na Mata Atlântica brasileira, um dos biomas mais ameaçados no país. No artigo “Systematics of Spiny Predatory Katydids (Tettigoniidae: Listroscelidinae) from the Brazilian Atlantic Forest Based on Morphology and Molecular Data”, publicado neste mês na PLoS ONE, os autores acrescentam uma nova tribo, um novo gênero e oito novas espécies à subfamília, baseados em dados morfológicos e moleculares.

Os autores também redefiniram Listroscelidini, reescreveram e acrescentaram novos registros geográficos para seis espécies, sinonimizaram duas espécies e construíram uma chave de identificação provisória para Listroscelidinae da Mata Atlântica. Uma hipótese filogenética baseada em genes mitocondrial e nuclear foi apresentada e uma região de 500 pb na porção final do gene COI (citocromo c oxidase, subunidade I) foi proposta visando auxiliar o diagnóstico de espécies.

Para o estudo, os autores examinaram material depositado em coleções científicas e visitaram 15 unidades de conservação, que vão do Rio de Janeiro ao sul da Bahia. Entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, foram visitadas as seguintes unidades: Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, Parque Nacional do Pau Brasil, Parque Nacional do Descobrimento, Floresta Nacional do Rio Preto, Reserva Particular do Patrimônio Natural Sítio do Zaca, Parque Estadual do Rio Doce, Estação Biológica Santa Lúcia, Reserva Biológica de Sooretama, Parque Estadual Serra do Brigadeiro, Parque Nacional do Caparaó, Parque Estadual do Ibitipoca, Parque Nacional do Itatiaia, Parque Nacional da Serra dos Órgãos e Reserva Particular do Patrimônio Natural Bacchus. Um total de 104 espécimes foi coletado em dez unidades de conservação.

Os dados coletados sugerem que os representantes da subfamília Listroscelidinae, presentes na Mata Atlântica, estão seriamente ameaçados devido à ocorrência restrita a remanescentes florestais altamente preservados.

Entomologia alcança mais de 570 defesas de teses e dissertações

O Programa de Pós-Graduação em Entomologia alcançou a marca de 400 dissertações com a defesa do estudante Marcus Duarte, no dia 25 de julho. O mestrado em Entomologia teve início em 1984 e a dissertação intitulada “Alternative food promotes broad mite biological control in chilli pepper plants” marca a história do Programa no ano em que ele comemora os seus 30 anos. Já o doutorado, iniciado em 1996, hoje soma mais de 170 teses defendidas. A 170ª defesa foi da tese “Revisão taxonômica do gênero Agraecia Audinet-Serville (Orthoptera: Ensifera: Tettigonioidea)”, de autoria de Juliana Chamorro.

Após a defesa de Juliana, foi defendida a tese “Indirect interaction between above- and below-ground herbivores in Solanaceae plants”, de Carla Arce. E, atualmente, a doutoranda Maíra Queiroz Rezende prepara a 172ª defesa. No dia 29 de agosto, às 14h, no auditório da Epamig (Vila Giannetti, casa 46), Maíra defenderá a tese “Árvores com nectários extraflorais aumentam o controle de pragas e o peso do fruto em cafeeiros”.

Livro com acesso gratuito traz capítulo de coautoria de professor e pesquisador visitante da Entomologia

O livro “Frontiers in Ecology, Evolution and Complexity”, lançado no mês de julho, traz um capítulo de coautoria do professor Og DeSouza e do físico Octavio Miramontes, pesquisador visitante da Entomologia. A obra reúne contribuições de autores de diferentes áreas, que discutem a relação entre ecologia, dinâmica evolutiva da vida e sistemas complexos. O livro completo está disponível online e pode ser acessado livremente. Confira.

Entomologia integra projeto para controle biológico de pragas invasoras na Europa

Os pesquisadores italianos, Emilio Guerrieri e Massimo Giorgini, do Istituto per la Protezione delle Piante, passaram quinze dias em Viçosa, coletando inimigos naturais da traça do tomateiro. A coleta de predadores faz parte de um importante projeto de cooperação internacional, que visa o controle biológico de duas pragas invasoras na Europa: a Tuta absoluta, que ataca plantas de tomate, e a Drosophila suzukii, mosca que ataca frutos de cereja, framboesa, morango e outros. O projeto financiado pela União Europeia envolve especialistas da Europa, Brasil, Estados Unidos, Argentina e China. Os professores da Entomologia, Raul Narciso Guedes e Marcelo Coutinho Picanço, bem como o professor da UFV Campus Florestal, Lessandro Moreira Gontijo e o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Herbert Siqueira, são os pesquisadores brasileiros participantes.

O tomate é uma importante cultura no sul da Europa. Contudo, o mercado europeu vem sofrendo com a entrada do tomate chinês, que é muito barato.  Dr. Massimo Giorgini destaca que “o sul da Europa produz tomate com qualidade e não compete na quantidade de produção com a China”. De acordo com Dr. Emilio Guerrieri, coordenador do projeto “Ameliorating the sustainable control of invasive insects” (ASCII), “para a economia é muito importante manter a produção de tomate local. Mas, sobretudo é preciso encontrar uma solução que controle a T. Absoluta e respeite o ambiente. Na Itália, se cultiva tomate o ano inteiro. Em geral, os produtores controlam a T. Absoluta aplicando inseticidas. E o melhor seria que esse controle fosse feito de forma a criar um equilíbrio e ter sustentabilidade na agricultura”.

Nessa perspectiva, eles acreditam que o controle biológico é a solução. O propósito é encontrar inimigos naturais que combatam efetivamente as duas pragas invasoras. Uma vez confirmada a capacidade de predação, será iniciado todo um processo para tentar introduzir o inseto na Europa. Assim, os pesquisadores buscam inimigos naturais nas regiões de origem dessas pragas. Dr. Emilio informa que “um dos princípios é que no ambiente de origem da praga tenha maior diversidade de inimigos naturais”. Como a T. absoluta é originária da América do Sul, estão sendo coletados insetos no Brasil. Da mesma forma que foram coletados inimigos naturais de D. suzukii na China, tendo em vista que a praga é nativa da Ásia.

Iniciado em junho de 2013, o projeto terá duração de quatro anos.  Nos próximos anos, pesquisadores do Brasil vão realizar treinamentos na Itália sobre técnicas de comportamento e de identificação. O coordenador do ASCII explica que  “o objetivo é que os pesquisadores aprendam técnicas recentes, como todos os testes e experimentos para medir se uma espécie é efetiva para controle, e sobre a caracterização de inimigos naturais”.

Durante a estadia na UFV, além da coleta de insetos, os pesquisadores italianos ministraram seminários aos estudantes e orientadores da Entomologia. De Viçosa, eles seguiram para Pernambuco. Esta não será a única visita ao Brasil. No último ano do projeto, os pesquisadores deverão retornar ao país.

O ASCII conta com recursos do FP7, programa de financiamento da União Europeia  que foi encerrado. O FP7 foi substituído pelo Horizon 2020, novo programa de financiamento à pesquisa e inovação do bloco econômico.

Emilio Guerrieri e Massimo Giorgini