Pela primeira vez qualificação de doutorado em Produção Vegetal da UFT tem avaliador externo, da Entomologia UFV

Com grande satisfação, o professor Eugênio Eduardo de Oliveira retornou da cidade de Gurupi (TO), no mês de dezembro, após participar da qualificação de doutorado de Paulo Henrique Tschoeke, pelo Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Pela primeira vez, o doutorado contou com a participação de um avaliador externo durante um exame de qualificação. A qualificação de Paulo Tschoeke foi a terceira do doutorado em Produção Vegetal da UFT, aprovado pela Capes em 2011.
Além de fazer o doutorado na UFT, sob a orientação do professor Gil Rodrigues Santos, Paulo é professor adjunto na mesma universidade. Parte da sua pesquisa de doutorado foi desenvolvida na UFV. Paulo passou quatro meses conduzindo experimentos e analisando dados de toxicologia, no Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados da UFV, coordenado pelo professor Eugênio.
Para o professor da Entomologia, “participar como primeiro avaliador externo das qualificações de doutoramento deste recente e promissor programa é uma daquelas felizes coincidências. A visita ao campus de Gurupi e a interação com os estudantes e professores de lá foram muito intensas e novas parcerias estão sendo estabelecidas”.
Essa é uma das várias colaborações que a Entomologia UFV tem com a UFT. Em parceria com o professor Renato de Almeida Sarmento, os orientadores Angelo Pallini, Arne Janssen, Eraldo Rodrigues de Lima e Marcelo Coutinho Picanço têm vários trabalhos em andamento. Renato Sarmento é egresso da Entomologia, onde concluiu o doutorado em 2007.
Professores da Dalhousie University e da Entomologia UFV desenvolvem pesquisas em conjunto sobre hormese

A Entomologia recebeu por quinze dias a visita do professor Christopher Cutler, da Dalhousie University (Canadá). Em parceria com o professor Raul Narciso Guedes, o professor canadense desenvolve pesquisas que buscam explorar efeitos potencialmente benéficos de pequenas doses de agentes tóxicos em inimigos naturais. Durante a sua estadia em Viçosa neste mês de janeiro, além de desenvolver atividades dos projetos em andamento, o professor Christopher aproveitou para estabelecer contatos com a Diretoria de Relações Internacionais e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV. E ele ainda participou da banca de defesa de tese do estudante Wagner Faria Barbosa.
A parceria entre os professores Christopher e Raul surgiu com a revisão de literatura sobre hormese que eles fizeram para o periódico Pest Management Science. Atualmente, os pesquisadores desenvolvem dois projetos em conjunto. O projeto “Good Stress for Good Insects: Assessing the Potential of Hormesis to Enhance Production of Biological Control Agents” é coordenado pelo professor da Dalhousie University e conta com o financiamento da agência canadense AUCC (Asssociation of Universities and Colleges of Canada). O objetivo da pesquisa é buscar condições de estresse que potencialmente favoreçam a produção de agentes de controle biológico de insetos-praga.
Já o segundo projeto, “Stress-Induced Hormesis in Arthropods and Potential to Pest Management”, é coordenado pelo professor Raul e financiado pelo CNPq na modalidade Pesquisador Visitante Especial. O objetivo é investigar o efeito de estresse subletal por inseticidas em artrópodes e o impacto potencial desse fenômeno no manejo de pragas.
Além da contribuição científica, o professor canadense destaca que espera construir, em longo prazo, uma colaboração produtiva entre os laboratórios dele e do professor Raul, em que estudantes do Brasil possam ir para o Canadá, e estudantes do Canadá possam vir ao Brasil para fortalecer suas habilidades científicas e “enriquecer as suas mentes” através do intercâmbio cultural.
Neste ano, dois estudantes da Entomologia, Vinícius de Abreu e Milaine Fernandes, embarcarão para a cidade de Truro, onde ficarão por um ano sob a orientação do professor Christopher, na Dalhousie University. De acordo com o professor Raul, em 2016, outro doutorando da UFV também deverá embarcar para o Canadá. E espera-se que ainda em 2015, a Entomologia receba um estudante de doutorado da Dalhousie para uma estadia em Viçosa.
De acordo com o professor Christopher, esse tipo de cooperação internacional é fantástica em vários sentidos: seja pela troca de ideias e técnicas, como também pela rede de contatos que se estabelece e pela oportunidade para crescimento pessoal e acadêmico dos estudantes. O pesquisador canadense deixou bem claro a sua expectativa com relação a parcerias futuras: “Espero que nos próximos meses nós possamos estabelecer um acordo mais formal de colaboração entre a UFV e a Dalhousie University”.
Professor Christopher Cutler ( Dalhousie University) se reúne com orientadores e estudantes da Entomologia.
Estudante da Entomologia conquista simultaneamente título de doutor pela UFV e pela Ghent University na Bélgica

O estudante Wagner Faria Barbosa acaba de obter dois títulos de doutor: um pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV e o outro pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas Aplicadas da Universidade de Ghent. A dupla titulação foi conquistada no dia 8 de janeiro, com a defesa da tese “Toxicity of reduced-risk (bio)pesticides on non-Apis bees”, na UFV. Além dos orientadores do Brasil e da Bélgica, a banca contou com a participação de professores da UFV e um membro externo do Canadá.
Mas até se chegar à defesa da tese, que culminou com a sua dupla titulação, Wagner percorreu um longo caminho com trâmites de processos entre os países. E antes da defesa, a tese passou por uma avaliação interna na Universidade de Ghent, uma série de avaliações externas, além da avaliação da comissão orientadora do candidato na UFV.
Quando Wagner foi para a Bélgica, a princípio, o objetivo era apenas o doutorado sanduíche. Sob a orientação do professor Guy Smagghe, ele foi para pesquisar os efeitos de bioinseticidas em espécies nativas de polinizadores. Contudo, assim que chegou à Universidade de Ghent, o seu orientador lhe falou sobre a possibilidade de obter o título de doutor lá também. E, claro, o estudante tratou logo de aproveitar a oportunidade e cumprir todas as exigências para a dupla titulação.
De acordo com Wagner, “o processo, no conjunto, foi bastante moroso. Ambas as universidades exigiram muitos documentos. Um fator que comprometeu o tempo para conclusão do processo de dupla titulação, foi a documentação legalizada que precisei apresentar em Ghent. Como fui despreparado, pois não sabia que isso poderia acontecer, nenhum dos meus documentos (históricos e diplomas da graduação e do mestrado) tinha passado pelo processo de legalização, que dependeu de cartórios, Itamaraty, tradução juramentada e do consulado da Bélgica no Brasil. Felizmente, com a ajuda do meu pai e do meu amigo Rômulo, os documentos puderam ser enviados para mim na Bélgica em tempo hábil para finalizar parte do processo lá”.
No Brasil, o estudante contou com a orientação do professor Raul Narciso Guedes. Para Wagner, o esforço de ambos os orientadores, os professores Guy e Raul, foi fundamental para que todo o processo de dupla titulação fosse concluído. E ele faz questão de agradecer: “Deixo os meus sinceros e humildes agradecimentos a esses exímios e brilhantes professores e pesquisadores. Sempre vou ter os dois como exemplo para minha carreira”.
E por falar em carreira, o, agora, Dr. Wagner iniciará o pós-doc na Entomologia/UFV. Ele pretende trabalhar bastante, dar continuidade à parceria com o pesquisador belga e buscar uma posição de professor em uma das universidades federais brasileiras. “Meus planos são firmar os contatos, tanto nacionais como internacionais, que fiz durante o doutorado. Acho que isso é importante para uma carreira de êxito. Há ainda possibilidades de pós-dourado em outros países. Já tenho estabelecido alguns contatos na Alemanha e também na Bélgica com o professor Guy. Mas ainda há muitas oportunidades que devo avaliar com carinho” – comenta.
Sobre a parceria da UFV com a Universidade de Ghent, o professor Raul avalia que ela vai adiante. “Além da parceria formal firmada, com suporte da Entomologia, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e Diretoria de Relações Internacionais, foi possível a prospecção de outras iniciativas de interesse com mais cinco colegas da UFV, em Viçosa e Florestal”.
Mas como também destaca o professor Raul, “o maior beneficiado pelo esforço é o Dr. Wagner Barbosa. Foi dele também o maior empenho. A oportunidade e o reconhecimento são merecidos. A convivência com dois universos de pesquisa distintos, personalidades variadas e exigentes, e a expressão de sua capacidade em ambos cenários merecem elogios. A tese produzida, os quatro manuscritos gerados e o êxito da defesa também merecem o acompanhamento”.
Quem participou da defesa de Wagner garante que ela teve sabor especial, e não foi apenas pela dupla titulação inédita até então na Entomologia, e entre a UFV e a Universidade de Ghent. A ocasião foi comemorada com direito a chocolate e cerveja belga, garantidos pelo professor Guy¸ que ainda acrescentou uma boa dose do seu dinamismo e bom humor.
Participantes da defesa: Guy Smagghe (Ghent University, Bélgica), Lessando Gontijo (UFV, Florestal), Wagner Faria Barbosa, Maria Augusta L. Siqueira (Departamento de Biologia Animal/UFV), Raul Narciso Guedes, Terezinha Della Lucia e Chris Cutler (Dalhousie University, Canadá).
Professor da Escola de Engenharia da USP traz à Entomologia contribuição sobre modelagem computacional em neurociência

Neste mês de dezembro, o professor Carlos Dias Maciel, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, esteve em Viçosa dando continuidade às atividades do projeto “Insecticide toxicity changing insect neuronal networks: physiological and computational approaches”. O projeto é coordenado pelo professor da Entomologia Eugênio Eduardo de Oliveira e também conta com a participação do professor da University of Southampton , Philip L. Newland.
Aprovado no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras, o projeto trata do mapeamento neural do sistema nervoso de insetos. O objetivo é evidenciar quais redes neurais são mais importantes na percepção gustatória de agentes intoxicantes usados no controle de pragas de importância agrícola. Para entender como a percepção gustatória é controlada pelos insetos, os pesquisadores estão empregando técnicas de neurofisiologia e computacionais. O professor Maciel trabalha na modelagem dos dados, desenvolvendo novos softwares. De acordo com o pesquisador, atualmente, eles estão trabalhando com modelos Bayesianos e estudo de diferentes circuitos neurais.
A exemplo do professor Newland que esteve em Viçosa no mês de outubro e se mostrou otimista com os possíveis resultados da pesquisa, o professor Maciel também destaca suas expectativas: “Espero aumentar a colaboração com os demais pesquisadores e desenvolver novos modelos bioinspirados” – afirma o pesquisador.