Estudos para controle biológico de Helicoverpa armigera avançam com colaboração científica internacional

Pesquisadores do Brasil e do Reino Unido confirmaram, através de ferramentas moleculares, que Helicoverpa armigera está espalhada pelo estado de Minas Gerais. A presença da lagarta foi confirmada em diferentes culturas, como milho, soja e algodão. Os pesquisadores também identificaram simbiontes que poderão ser utilizados no controle biológico dessa praga. Esses são os principais resultados encontrados no âmbito do projeto “Impact and biological control of a new invasive global crop pest in Brazil”, financiado pela Newton Fund, uma iniciativa do governo britânico.
O projeto foi encerrado no mês de maio. O doutorando em Entomologia, Fábio de Assis Pinto, participou dos estudos e explica: “pudemos identificar a presença no campo de simbiontes de suma importância no futuro do controle biológico, como Baculovírus, Densovírus e Wolbachia. De modo especial, pudemos identificar que existem três linhagens distintas de Wolbachia em H. armigera, sendo que algumas dessas linhagens possuem uma série de características interessantes para utilização no controle biológico, algo que já é explorado em outras pragas”.
De acordo com o doutorando, “H. armigera é uma das pragas de maior importância no mundo. Anualmente, são gastos milhões de dólares para o seu controle e recentemente, populações dessa espécie apresentaram resistência a vários pesticidas químicos, inclusive, em plantas geneticamente modificadas (Bt). Com a entrada dessa praga no Brasil, estudos visando o seu monitoramento no campo tornam-se extremamente importante. Além disso, estudos propondo novas estratégias de controle, por exemplo, vírus e outros simbiontes, podem ser uma excelente aposta para o seu controle em longo prazo”.
Dentre as atividades do projeto, os pesquisadores coletaram amostras de H. armigera e outras pragas de importância econômica no país em culturas de milho, algodão e soja, em regiões das cidades de Patos de Minas, Rio Paranaíba e Viçosa (MG). Fábio explica que “as amostras coletadas foram utilizadas principalmente para estudos moleculares visando à confirmação da presença de H. armigera no estado de Minas Gerais, bem como avaliações de presença, prevalência e diversidade genética de simbiontes relevantes no controle biológico, como a bactéria Wolbachia, por exemplo”.
Durante as visitas de campo, realizadas no mês de março, a equipe da UFV contou com a participação do professor da Lancaster University, Dr. Ken Wilson, que esteve no Brasil por duas semanas para desenvolver atividades do projeto, do qual ele é coordenador ao lado professor da UFV, Simon Luke Elliot. Também integram a equipe da colaboração científica: David Grzywacz (University of Greenwich), Robert Graham (Harper-Adams University), Fernando Valicente (Embrapa) e Eliseu José Guedes Pereira (UFV).
Um dos principais objetivos desse projeto foi a criação de um grupo de pesquisa dedicado ao controle e monitoramento de H. armigera no Brasil, bem como auxiliar na conscientização dos produtores sobre essa praga. “Durante esse ano focamos em três principais grupos de interesse: pesquisadores de universidades, interessados principalmente nos mecanismos ecológicos por trás de pragas e seus simbiontes; pesquisadores de instituições de pesquisa como a Embrapa, que focam principalmente em aspectos relacionados à aplicação prática dos conhecimentos obtidos no campo; e por fim, empresas de controle biológico, interessadas no desenvolvimento de novos métodos de controle com base nos conhecimentos adquiridos na pesquisa” – explica Fábio, cuja tese será dedicada ao tema do projeto.
O projeto financiado pela Newton Fund foi encerrado, mas o grupo de pesquisa dará prosseguimento aos estudos. “Nosso plano é dar continuidade a essa parceria promovendo a união de profissionais de diferentes universidades e instituições de pesquisa, tanto do Brasil como do Reino Unido. Há uma possibilidade de extensão desse projeto através do financiamento do Reino Unido, o qual possivelmente nós iremos pleitear. Mesmo com tempo limitado, na verdade menos de um ano, para a execução das atividades, pudemos obter informações iniciais que se mostram promissoras para o futuro de estudos relacionados ao controle biológico de H. armigera no Brasil” – destaca o estudante da Entomologia.
Newton Fund
A Newton Fund é uma iniciativa do governo britânico que visa promover o desenvolvimento social e econômico de 15 países parceiros, por meio de pesquisa, ciência e da tecnologia. O Brasil é um desses países que participa de parcerias e colaborações em pesquisa e inovação com o Reino Unido. Saiba mais: www.newtonfund.ac.uk
Nature publica estudo pioneiro com participação de pesquisador da UFV

Em artigo publicado na revista Nature, nesta quarta-feira, dia 29, cientistas de instituições de cinco países, dentre elas a UFV, atestam: “Combater apenas o desmatamento não é suficiente para proteger a biodiversidade. Nenhum dos esforços internacionais atuais para preservar a Floresta Amazônica terá pleno sucesso, se desconsiderarem os efeitos da retirada de madeira, fogo e fragmentação das áreas de florestas”.
O doutor em Entomologia, Ricardo Solar, é um dos autores do estudo. Ele ressalta que a perda de biodiversidade atual, que já é alarmante, é só a metade do problema. “Nossos estudos mostram claramente que se nenhuma iniciativa for implantada para frear a degradação das florestas, estaremos simplesmente ignorando uma enorme parcela do impacto” – afirma o pesquisador da UFV.
Essa foi a primeira vez que um grupo de pesquisadores conseguiu reunir dados para comparar a perda de biodiversidade causada pela degradação provocada por atividades antrópicas com a perda de biodiversidade causada diretamente pelo desmatamento. O trabalho intitulado Anthropogenic disturbance in tropical forests can double biodiversity loss from deforestation mediu o impacto causado pela degradação das florestas (retirada de madeira, fogo e fragmentação) em mais de 2100 espécies de árvores, aves e besouros, no estado brasileiro do Pará.
Os resultados encontrados pelos pesquisadores vão diretamente contra a perspectiva vigente de concentrar os esforços de conservação apenas na cobertura florestal. O estudo mostra que os efeitos não computados de degradação florestal podem até dobrar a estimativa atual de perda de espécies. De acordo com o artigo publicado na Nature, o efeito combinado das atividades humanas que causam distúrbio nas áreas de floresta é equivalente a uma perda adicional de 139 mil Km2 de floresta primária. Essa área equivale a 60% do estado de São Paulo e a tudo que já foi desmatado no estado do Pará desde que o monitoramento começou em 1988.
Segundo o autor principal do estudo, Dr. Jos Barlow, da Universidade de Lancaster no Reino Unido, “esses resultados devem servir de alerta para a comunidade global. O Brasil demonstrou uma liderança sem precedentes no combate ao desmatamento na última década. O mesmo nível de liderança é necessário agora para proteger a saúde das florestas restantes nos trópicos. Do contrário, décadas de esforço de conservação terão sido em vão”.
O pesquisador sênior do projeto, Dr. Toby Gardner, do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI), também alerta que focar apenas na cobertura vegetal não é suficiente. “As florestas tropicais são um dos mais valiosos tesouros biológicos do planeta. Ao focar exclusivamente nas extensões de floresta remanescentes, sem levar em conta o estado de saúde dessas áreas, as atuais iniciativas de conservação estão colocando em perigo tal riqueza” – destaca o pesquisador da Suécia.
O estudo contou com a participação de cientistas de 18 instituições de pesquisa e é fruto do consórcio internacional Rede Amazônia Sustentável, que busca compreender como a atividade humana influencia na biodiversidade da Amazônia Oriental brasileira. Para saber mais sobre essa iniciativa, acesse www.redeamazoniasustentavel.org.
Fotos: Ricardo Solar
“Universitário por um dia” integra alunos do ensino médio à rotina acadêmica

Acordar bem cedo no friozinho típico de Viçosa. Às 7h passar pelas Quatro Pilastras e seguir pela Reta rumo ao RU para tomar café da manhã. Ir à Biblioteca Central e logo depois assistir a aula prática sobre pragas de grãos armazenados, ministrada pelo professor Raul Narciso Guedes, no Departamento de Entomologia. Esse poderia ser um início de manhã comum para qualquer estudante do curso de Agronomia da UFV. Mas não foi. Esse foi só o começo de uma quinta-feira diferente para a aluna do ensino médio, Mariana Ribeiro de Lana, “universitária por um dia”. Aos 17 anos, Mariana teve a oportunidade de viver um pouco a rotina de um estudante na universidade. No dia 16 de junho, ela acompanhou as atividades acadêmicas da estudante de Agronomia, Clara Glória Oliveira, madrinha no projeto Universitário por um dia.
O projeto visa integrar alunos do ensino médio à rotina universitária. Um estudante de graduação apadrinha um aluno do ensino médio, que o acompanha durante um dia na UFV. O padrinho apresenta as potencialidades do seu curso e esclarece dúvidas, possibilitando que o afilhado conheça melhor o curso de seu interesse. “O Universitário por um dia foi pensando para que além de interagir com estudantes do curso que ele escolheu e participar das aulas oferecidas pela UFV, o futuro universitário tenha a oportunidade de conhecer diversos ambientes da Universidade e de estabelecer novas amizades, podendo assim contribuir para a sua formação, pessoal ou profissional” – descreve um dos idealizadores do projeto, Mateus Santos, estudante de Química na UFV.
De acordo com a Rede CsF – Núcleo Viçosa, que organiza o projeto, já foram atendidos 61 afilhados, sendo 33 de escolas públicas e 28 de escolas particulares, de Viçosa e região. Para acompanhar os afilhados, o projeto contou até o momento com a participação de 31 padrinhos, sendo eles de 22 cursos dos quatro centros de ciências da UFV.
A universitária Clara Oliveira foi madrinha da aluna Mariana de Lana. Clara afirma que foi uma ótima experiência: “É muito bom ajudar as pessoas a se orientarem. Gostaria de ter tido essa oportunidade quando eu era vestibulanda. Graças a Deus, eu adoro o meu curso, mas conheço muitos casos de pessoas que desistiram do curso no meio do caminho por não gostarem ou por terem tomado a decisão ‘precipitadamente’”.
Segundo a madrinha, ela conversou com a sua afilhada sobre questões acadêmicas e pessoais: “Imagino que eu possa ter ajudado Mariana a sentir mais vontade de estudar firme para conseguir passar no SISU (Sistema de Seleção Unificada). Aos 17 anos, a cabeça da gente está um turbilhão e, às vezes, precisamos de ajuda ou inspiração para tomar decisões. Qual decisão ela irá tomar eu não sei, mas espero que esse dia a ajude”.
Aluna do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Dr. Mariano da Rocha, na cidade de Teixeiras (MG), Mariana garante que a decisão está tomada: ela pretende cursar Agronomia na UFV. “Para mim, ser ‘universitária por um dia na UFV’ foi ótimo, uma experiência única. Através desse dia pude ter certeza que quero ingressar no curso certo” – afirma.
Expectativa x realidade
Mariana passou um dia inteiro ao lado da sua madrinha. Depois da aula prática no Departamento de Entomologia, madrinha e afilhada assistiram aula teórica de Tecnologia de Alimentos; almoçaram no RU; foram à monitoria tirar dúvidas sobre Pragário; visitaram alguns laboratórios; procuraram pragas na Fruticultura; visitaram o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e o Laboratório de Geoprocessamento (onde Clara faz estágio); e assistiram aula prática de Agroecologia e Agricultura Orgânica.
O dia foi intenso, cheio de atividades, como normalmente costuma ser. Mariana se surpreendeu com a rotina: “Foi melhor do que eu imaginava”. Sobre o que mais lhe chamou a atenção em seu dia de universitária, Mariana destaca: “Eu mais gostei da aula prática de Entomologia Agrícola. Foi bem interessante conhecer mais sobre as pragas”. A madrinha Clara se entusiasmou quando a sua afilhada disse que não tinha medo de insetos, para ela esse “já é o primeiro passo para se tornar uma agrônoma”.
Feliz por ter orientado Mariana nessa experiência pela UFV, Clara lamenta apenas não ter conseguido fazer o mesmo com outros alunos: “Gostaria de ter apadrinhando mais estudantes, mas este meu período está muito corrido”.
A integrante da Rede CsF – Núcleo Viçosa, Letícia Resende, destaca: “A avaliação positiva, principalmente dos padrinhos, é muito importante, pois contamos com um número muito grande de afilhados, em torno de 350, e só é possível atender todos os afilhados com a participação dos universitários no projeto”.
Para Mariana, que teve a oportunidade de viver um pouco da rotina acadêmica na UFV, mais alunos do ensino médio deveriam passar pela experiência de ser Universitário por um dia, pois “estando diante da realidade do curso que você pretende entrar, você tem uma visão totalmente diferente do que se imagina, são pequenos detalhes vistos lá, que fazem toda diferença na nossa maneira de pensar”.
Projeto Universitário por um dia
Saiba um pouco mais sobre o projeto, com base em informações fornecidas pelos integrantes da Rede CsF – Núcleo Viçosa: Ana Carolina Silveira Reis, Bruna Maske, Conrado Denadai, Letícia Resende e Mateus Santos.
- O Universitário por um dia é uma iniciativa da Rede CsF – Núcleo Viçosa e da Diretoria de Relações Internacionais da UFV. A inspiração para o projeto veio do Canadá, a partir da experiência que o universitário Mateus Santos teve enquanto estudante em mobilidade acadêmica. Durante a sua estadia no país, ele teve a oportunidade de conhecer uma universidade canadense orientado por um estudante de lá.
- Na UFV, a divulgação do Universitário por um dia é feita para os padrinhos em sala de aula, com panfletagem, e pela internet. Para os afilhados, a divulgação do projeto ocorre nas escolas públicas e particulares de Viçosa.
- Os interessados podem se inscrever pela internet. No site devem selecionar se é padrinho ou afilhado, preencher o formulário e aguardar o contato de um dos membros do projeto. Mas para este período, as inscrições de afilhados foram encerradas devido ao grande número de inscritos. Só no próximo ano serão reabertas as inscrições para afilhados.
- A Rede CsF é uma organização nacional, formada em sua maioria por estudantes que retornaram de intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteiras. A missão da Rede é usar as experiências de intercâmbio para melhorar o Brasil.
- O Núcleo Viçosa integra a Rede CsF e iniciou as suas atividades em setembro de 2015, visando ajudar especialmente a comunidade carente da cidade. Hoje, o Núcleo Viçosa desenvolve dois projetos, o Universitário por um dia e o Rede Idiomas, pelo qual estudantes podem ter aulas de línguas gratuitas com ex-intercambistas. Para mais informações acesse www.redecsfvicosa.ufv.br .
Integrantes da Rede CsF – Núcleo Viçosa.
Entomologia divulga resultado final da seleção ao Doutorado

A comissão de avaliação divulgou nesta quarta-feira, dia 15, o resultado final do Processo Seletivo 2016/2, ao Doutorado. Foram aprovados quatro candidatos.
O resultado final da seleção ao Mestrado foi divulgado no dia 9 de junho. Confira
Além da simpatia, doutorando da Lancaster University traz à UFV conhecimento sobre Geometrical Framework

Foram apenas três meses de intercâmbio, mas tempo suficiente para que o doutorando Robert Holdbrook, o “Bobby”, já sentisse saudades do Brasil antes mesmo de partir. Ele retornou a Lancaster, no Reino Unido, no dia 11 de junho. Em sua breve temporada na UFV, o doutorando da Lancaster University compartilhou o seu conhecimento sobre Geometrical Framework, “uma linha de pesquisa que tenta quantificar a alimentação dos organismos”.
O estudante britânico chegou a Viçosa (MG) no início do mês de março e afirma, em bom português – idioma que ele fez questão de exercitar por aqui, que teve um ótimo tempo no Brasil: “Os brasileiros são simpáticos e todo mundo me recebeu muito bem. Todos os experimentos que eu fiz foram facilitados porque não faltava ajuda. Há muito tempo que eu não via esse sol que vocês têm no Brasil e isso me fazia acordar com um grande sorriso todos os dias”.
Além do sol radiante do fim do verão e início do outono, Bobby tem outros elogios a fazer ao nosso país, especialmente, no que diz respeito à culinária: “A comida também é uma coisa que eu não poderei descrever com palavras. O único problema que eu tinha é que os brasileiros almoçam muito cedo, mas é fácil se acostumar com isso porque a comida é gostosa demais. Todos os dias foram uma festa no paladar”.
A agradável estadia no Brasil também rendeu bons trabalhos. O doutorando atuou no Laboratório de Interações Inseto-Microorganismo da UFV e na Econtrole, empresa de controle biológico incubada pela IBET/UFV. Bobby descreve como empregou Geometric Framework na Econtrole: “O objetivo deles é o desenvolvimento de soluções baratas para o controle de pragas para pequenos produtores. Então, a maior parte do meu trabalho foi sobre isso. A ideia do meu projeto era aumentar a sobrevivência de ácaros predadores para usarmos como um modo de controle natural para outros ácaros no campo. Para fazer isso eu apliquei uma linha de pesquisa que se chama ‘Geometric Framework‘. A gente espera que se pudermos melhorar a alimentação deles, haverá um efeito positivo em outros aspectos”.
O doutorando explica que Geometric Framework “é uma linha da pesquisa que tenta quantificar a alimentação dos organismos. É diferente de outros tipos de pesquisa com nutrição porque normalmente outras abordagens investigam só concentrações de alimento, mas essa leva em consideração as proporções dos nutrientes em uma dieta, o que também é importante. Usando dietas com proporções e concentrações diferentes, nossas pesquisas tentam encontrar a ‘dieta ótima’ para um organismo. Mas uma coisa legal é que dependendo do ambiente, essa ‘dieta ótima’ pode mudar. Então, na verdade, para cada organismo existem muitas dietas ótimas”.
Em Viçosa, Bobby também trabalhou com nutrição de lepidópteros no Laboratório de Interações Inseto-Microorganismo e desenvolveu atividades do projeto de colaboração para manejo de Helicoverpa armigera, coordenado pelo professor Simon Luke Elliot, em parceria com o professor da Lancaster University, Dr. Ken Wilson, orientador de Bobby.
Além da nova linha de pesquisa que Bobby trouxe à UFV, outra característica dele chamou a atenção por aqui: a facilidade com o português. “Na verdade, ainda não é tão fácil entender algumas pessoas, mas eu posso me comunicar, o que é muito importante. Lancaster, onde eu estudo, é um ‘pequeno Brasil’ porque lá tem muitos brasileiros de Viçosa e Lavras, trabalhando e estudando. Então, eu já estava acostumado com os brasileiros” – revela Bobby com simpatia, que também lhe é característica.