Seminários do dia 20 de abril

Nesta quinta-feira, dia 20 de abril, no auditório do Bioagro, serão apresentados dois seminários:
- Às 17:00 – “Mãe é Mãe”, por Thadeu Carlos de Souza
- Às 17:30 – “Longevidade das operárias: um limitante na disseminação de patógenos?”, por Karina Dias Amaral
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Pequenos visitantes se surpreendem com a grandeza dos insetos na Entomologia

Alunos da escola Coeducar conheceram de perto sobre o mundo dos insetos, durante a visita que fizeram à Entomologia UFV, no dia 6 de abril. Um momento repleto de alegria e de muitas surpresas para os pequenos visitantes. “A descoberta da rainha é o que chama mais a atenção das crianças, devido ao seu tamanho mais pronunciado. Geralmente, as crianças esperam que todas as formigas sejam bem pequenas e o tamanho das rainhas (tanajuras) sempre surpreende” – conta a doutoranda Lailla Gandra, uma das responsáveis por receber os pequeninos no Insetário.
A visita começou pelo Insetário, no Laboratório de Mirmecologia, onde as crianças puderam conhecer as colônias de formigas cortadeiras e os indivíduos que dela fazem parte. Conheceram a plantação de onde são retirados os recursos para a manutenção da colônia. Depois, seguiram para o Hall da Entomologia, onde descobriram outras curiosidades e, por fim, foram à casa de vegetação, onde se encantaram com a transformação de lagartas em borboletas.
No Hall da Entomologia, as crianças foram recepcionadas pelos doutorandos Morgana Fonseca, Marcus Duarte e Marcos Mattos, que prepararam uma pequena mostra aos visitantes. Os integrantes do Laboratório de Acaralogia mostraram como ocorrem herbivoria e predação. Morgana descreve: “Mostramos folhas sadias e atacadas por ácaros para que eles vissem a diferença entre elas. As sadias pareciam ‘felizes’, estavam verdinhas. As atacadas pareciam tristes e doentes’. Usamos folhas de lichia infestadas pelo ácaro da lichia, que causa galhas na folha, deixando-a marrom, parecendo aveludada. Também mostramos folhas de feijão de porco infestadas pelo ácaro rajado, que deixa a folha cheia de pontinhos brancos, pretos e meio amarelada” .
As crianças também viram seres minúsculos ampliados pela lupa. Isso aguçou a curiosidade deles. Morgana conta que “eles viram folhas de feijão de porco sendo atacadas pelo ácaro rajado e esse sendo atacado pelo seu predador. Falamos para eles que o bichinho que come a folha quase não se mexe, anda devagarzinho, e que o predador já é mais agitado, é maior, porque tem que caçar o outro. Essa parte foi a que eles mais gostaram porque conseguiram ver direito bichinhos que pareciam pontinhos a olho nu. Também viram os ovos deles, os filhotinhos (formas jovens), como se comportam e que parecem com aranhas bem pequenas”. Os visitantes ainda puderam observar caixas entomológicas de borboleta, barata, bicho pau, grilos, besouros e percevejos.
Durante a visita, cujo objetivo foi “vivenciar e ampliar experiência e conhecimento”, os pequenos foram acompanhados por integrantes da equipe da Coeducar: a coordenadora Jaqueline Sant´Anna, a professora Jéssica e as estagiárias Alícia e Isabela.
Confira mais momentos dessa visita especial:
IV Simpósio de Termitologia será realizado na UFV em novembro

A Universidade Federal de Viçosa (UFV) vai sediar o IV Simpósio de Termitologia (SymTermes), no período de 7 a 10 de novembro de 2017. O evento tem como objetivo “impulsionar a discussão e o intercâmbio científico entre as diversas áreas de pesquisa da Termitologia, desde a mais fundamental Taxonomia e Sistemática, passando pela Ecologia e Comportamento, até a Evolução”.
O professor Og DeSouza está à frente da coordenação do evento, juntamente com a equipe do Laboratório de Termitologia da UFV, com o apoio de diversas organizações. De acordo com a comissão organizadora, “todas as abordagens são bem-vindas, incluindo a biologia celular clássica, história natural, comportamento, métodos moleculares, soluções matemáticas e computacionais ou qualquer outra forma de desvendar o mundo das térmitas. Também são muito bem-vindos os estudos que, ao invés de se concentrarem na resolução de questões termitológicas, usam cupins como estudos de caso para esclarecer problemas nas atuais fronteiras da ciência”.
Edição especial sobre cupins na revista Sociobiology
Os participantes do IV SymTermes podem optar por apresentar o seu trabalho para ser publicado como um artigo completo em um número especial sobre cupins da revista de acesso aberto Sociobiology, a ser lançado no Simpósio. A Sociobiology é editada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e indexada pelo Web of Science; SCOPUS; AGRICOLA; CAB Abstracts; Biological Abstracts, entre outros.
Termitólogos são convidados a submeterem manuscritos originais e artigos de revisão sobre qualquer aspecto do conhecimento atual sobre cupins. O prazo para envio do manuscrito termina no dia 1º de julho.
Para mais informações, acesse
Royal Society Open Science publica estudo sobre sistema formigas cortadeiras-fungo mutualista

A Royal Society Open Science publicou nesta semana, o artigo intitulado “Recognition of endophytic Trichoderma species by leaf-cutting ants and their potential in a Trojan-horse management strategy”, de autoria da doutora em Entomologia, Silma Leite Rocha. Buscando uma alternativa para o controle de formigas cortadeiras, o objetivo do trabalho “foi verificar se o sistema planta-fungo endofítico afetaria o sistema formigas cortadeiras-fungo mutualista”.
Em experimentos in vitro e in vivo, os pesquisadores buscaram verificar se o fungo endofítico do gênero Trichoderma seria reconhecido pelas formigas Atta sexdens rubropilosa, como uma ameaça para a colônia. A primeira autora do trabalho destaca que “a escolha desse gênero de fungo se deu pelo seu histórico de antagonismo”.
Foram realizadas dez coletas noturnas em dois fragmentos de Mata Atlântica no município de Viçosa-MG. “Para as coletas contei com a preciosa ajuda do Sr. Manoel José Ferreira, hoje funcionário aposentado. No total, coletamos 6000 pedaços de folhas, 3000 que estavam sendo carregados e 3000 que tinham sido rejeitados pelas formigas em seis ninhos” – descreve Silma.
Também de acordo com a autora, “os experimentos in vivo consistiram em colocar na mesma placa de Petri o fungo mutualista, cultivado pelas formigas, e o fungo antagonista Trichoderma, para verificar como seria a interação. Em outra etapa do trabalho, queríamos testar o endofitismo dos isolados de Trichoderma em eucalipto. Para tanto, inoculamos suspensão de esporos nas folhas de mudas de eucalipto e após um período de tempo, tentamos reisolar. Na última parte do trabalho, oferecemos substrato contendo Trichoderma para minicolônias de formigas cortadeiras, sem a rainha, e analisamos parâmetros como morte das formigas, peso das folhas cortadas e peso do lixo”.
Verificou-se que “havia mais Trichoderma em material rejeitado do que em material que estava sendo carregado para dentro dos formigueiros, um indício de que as formigas possivelmente estivessem reconhecendo o fungo antagonista ao processar o material no interior da colônia. No experimento in vitro, o fungo mutualista apresentou alguma defesa à ação de alguns isolados do fungo antagonista, mas para outros isolados, o antogonista cresceu por toda a placa. No teste de endofitismo, verificamos que há movimento de Trichoderma dentro da planta de eucalipto, mas no geral, o endofitismo foi relativamente fraco. No experimento com as minicolônias, a mortalidade de formigas foi maior naquelas em que oferecemos substrato com Trichoderma”.
A pesquisadora avalia que “a principal contribuição do estudo foi verificar que as formigas aparentemente podem reconhecer a presença de Trichoderma endofítico em folhas e, futuramente, pode ser que seja um aliado no controle de formigas cortadeiras. É importante ressaltar que esse foi apenas um dos primeiros passos do objetivo maior que é encontrar um agente de controle biológico de formigas cortadeiras”.
Simpósio reúne pesquisadores de diversas áreas relacionadas à Ecotoxicologia e Ecofisiologia

Especialistas, professores, estudantes de graduação e pós, que estiveram em Viçosa na última semana para o I Simpósio de Ecotoxicologia e Ecofisiologia Animal, são unânimes ao afirmar que o evento superou as expectativas. A qualidade dos palestrantes, a relevância dos temas abordados nas palestras e minicursos, a revisão dos trabalhos, a forma de avaliação dos pôsteres, a organização do Simpósio e a hospitalidade com a qual a UFV costuma receber seus visitantes, chamou a atenção dos participantes.
O pesquisador farmacêutico Andrey Martinez Rebelo veio de Santa Catarina e não se arrependeu: “O evento superou todas as expectativas, que já eram altas. As palestras foram de interesse, os cursos muito bem conduzidos e de alto nível, e a forma de avaliação dos pôsteres muito bem conduzida e executada. Adquiri muitas informações com as sugestões dos avaliadores e dos pesquisadores visitantes. O curso de Bioensaios Ecotoxicológicos foi de alto nível técnico e científico, fazendo valer minha participação, pois relembrei conceitos e aprendi novas técnicas”.
Já pensando em 2019, ele acrescenta que “este evento, apesar de denominado Simpósio, poderia na próxima edição, tornar-se Congresso, tamanha foi sua grandeza, haja vista a importância do tema e a participação de pesquisadores de vários estados brasileiros e de países sul-americanos e dos Estados Unidos”.
Doutor em Química Analítica, Andrey trabalha na Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) há 14 anos, “sempre envolvido com plantas bioativas na busca de alternativas para o controle e manejo fitossanitários, além de análise química, em especial cromatográfica”. Durante o Simpósio, ele apresentou de forma oral um trabalho que testou “a capacidade larvicida de óleo essencial de Melaleuca alternifolia contra Culex quinquefasciatus”, executado em parceria com o entomologista Marcelo Mendes de Haro.
De acordo com o pesquisador, “os resultados demonstraram que o óleo possui alta efetividade larvicida. Além disso, pudemos apresentar nossa estrutura de trabalho na Estação Experimental de Itajaí, da Epagri/SC, que possui tanto um banco ativo de germoplasma de plantas bioativas com mais de 600 espécies, como estrutura laboratorial para execução destes testes e de outros que visem à determinação fitoquímica dos materiais testados contra estes e outros insetos, em especial de interesse agrícola, que foram também apresentados, mas na forma de pôsteres”.
Nanotoxicologia e Nanoecotoxicologia
Quem também apresentou trabalho durante o evento foi a estudante de mestrado na UnB (Universidade de Brasília), Jessika Ribeiro. Ela é estudante do Programa de Pós Graduação em Nanociência e Nanobiotecnologia, sob a orientação do pesquisador da Embrapa, Luciano Paulino da Silva, que atua na unidade Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Atuando em “áreas de pesquisa que objetivam a análise de potencial toxicidade de nanomateriais aos organismos e aos ecossistemas/meio ambiente”, Jessika apresentou durante o Simpósio, na forma de comunicação oral, o trabalho “Síntese verde vs síntese química nanopartículas de prata: uma análise comparativa para estudos nanoecotoxicológicos”.
Ela explica: “trata-se de uma análise que venho desenvolvendo sobre a potencial nanoecotoxicidade de nanopartículas de prata (AgNPs) ao ecossistema aquático. O objetivo é fazer uma análise comparativa em relação à potencial toxicidade de AgNPs obtidas por rotas de síntese verde vs AgNPs obtidas por rota de síntese química. A característica de maior interesse científico e econômico das AgNPs é a atividade antimicrobiana apresentada por esses nanomateriais. A rota de síntese verde analisada é potencialmente menos tóxica ao meio ambiente quando comparada à rota de síntese química, sendo que essa utiliza solventes e estabilizantes químicos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana, e a via de síntese verde, em contrapartida, utiliza um agente biológico, o biopolímero celulose, como reagente da síntese”.
Temas relevantes
Para a mestranda da UnB, dentre as discussões que acompanhou nos três dias do Simpósio, a que mais lhe chamou a atenção foi sobre “os resultados que apontam elevados índices de potencial ecotoxicidade de alguns agroquímicos utilizados e o questionamento de por que tais produtos ainda serem empregados e como os estudos de ecotoxicidade podem contribuir para que tal cenário mude. Na ocasião destaquei que os ensaios de ecotoxicidade são importantes, pois, além das demais finalidades, também são ferramentas que possibilitam avaliar a eficácia de novas estratégias de controle de pragas agrícolas. Tendo em vista que há um considerável aumento do número de pesquisas que preconizam não só o controle da praga como também o desenvolvimento de soluções não tóxicas ao meio ambiente. A mudança do cenário apontado ocorre de forma gradual e é almejado por muitos agricultores e pesquisadores” – pondera.
As discussões foram tão relevantes que Jessika sugere para uma próxima edição, que os horários dos minicursos não coincidam com os horários das palestras, para que os participantes consigam participar de mais atividades e tenham um aproveitamento ainda melhor – destaca a estudante de mestrado da UnB, que esteve em Viçosa pela primeira vez para participar do Simpósio.
Visita à UFV
Outro participante que também esteve na UFV para o evento , foi o professor da ULBRA (Universidade Luterana do Brasil), Jardel Lopes Pereira. Mas diferente de Jessika e Andrey, que até então não conheciam a Universidade, Jardel já é bem habituado com a UFV. Afinal, foram 10 anos na instituição, entre graduação, mestrado e doutorado, sob a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço. Para os ex-alunos costuma ser sempre um prazer retornar à UFV. E, desta vez, com Jardel não foi diferente. Ele saiu de Goiás com um grupo de alunos do curso de de Agronomia para participar do I Simpósio de Ecotoxicologia e Ecofisiologia Animal.
Jardel iniciou a carreira docente em 2016, após atuar seis anos na multinacional Dupont, trabalhando com pesquisa na produção de semente a campo. “Hoje, ministro aulas de entomologia agrícola, agricultura de precisão, agroecologia, pós-colheita, grandes culturas e nutrição animal. E desde o início, tenho buscado integrar a docência com a pesquisa”.
Pensando nisso, o professor da ULBRA não perdeu a oportunidade de levar seus alunos para participar do evento que reuniu pesquisadores de renome na UFV. Jardel destaca que “a oportunidade de estarem presenciando tantas palestras de alto impacto, de profissionais de diferentes continentes e com tamanha experiência nas respectivas áreas chamou a atenção dos alunos. A importância dos estudos de impacto ambiental e a correlação dos mesmos com a entomologia chamou a atenção no aspecto de inovação e oportunidades de condução de ensaios nesta linha. Outro ponto é a vontade de quem sabe um dia fazerem uma pós-graduação na Universidade Federal de Viçosa”.
Além de participarem do Simpósio, os alunos ainda tiveram a oportunidade de conhecer alguns laboratórios da UFV: “Visitamos o laboratório de Manejo Integrado de Pragas, onde fomos recebidos pelo professor Marcelo Picanço que, muito cordialmente, conversou por horas com os alunos, mostrou a estrutura do laboratório e apresentou os estudantes de pós-graduação. A convite do professor Eugenio Oliveira e acompanhados pós-doutor Edmar Tuelher também visitamos as instalações do laboratório de Entomologia, no subsolo do Alojamento Feminino”.
No site do evento tem uma galeria com vários fotos.