Como se sair bem no Processo Seletivo do PPG em Entomologia da UFV?

Termina no dia 29 de setembro o período de inscrições para quem deseja ingressar no mestrado ou no doutorado em Entomologia da UFV. Mas como se sair bem nas etapas da seleção e garantir assim, uma vaga na pós-graduação? Para tentar responder essa e outras questões, ninguém melhor do que aqueles que passaram recentemente pela seleção e lograram êxito. Conversamos com os estudantes que foram aprovados nas primeiras colocações do Processo Seletivo 2017/2, para saber como foi a preparação deles para a prova e quais dicas eles dão aos candidatos.

Rodrigo CupertinoA seleção ao mestrado compreende prova escrita classificatória e análise de currículo. Já ao doutorado, além da prova escrita, que é eliminatória, os candidatos passam por arguição oral – também eliminatória, e análise de currículo. O doutorando Rodrigo Cupertino Bernardes, aprovado em segundo lugar no Processo Seletivo 2017/2, avalia que essa forma de seleção é interessante, “pois apresenta três etapas (currículo, prova escrita e arguição oral). Então, permite ao candidato a oportunidade de demonstrar suas habilidades de maneira mais diversa e não somente limitada a uma prova escrita”.

Respostas objetivas

Entre os candidatos ao doutorado, Rodrigo tirou a maior nota na prova escrita. “Acho que para se sair bem na prova, o candidato deve entender a estrutura de um artigo científico e ser bem sucinto nas respostas. Quando fiz a prova para o processo seletivo do doutorado, o material disponibilizado no site da Entomologia sobre melhores e piores questões me ajudou bastante, pois pude perceber que as respostas devem ser bem diretas e dentro do âmbito do artigo”.

Embora tenha se saído bem na prova escrita, Rodrigo acredita que essa é a etapa mais difícil da seleção: “A prova escrita é limitada a um momento, enquanto a etapa de avaliação do currículo permite ao aluno demonstrar suas competências desenvolvidas durante toda a graduação. Então, um aluno que se envolveu em programas de iniciação cientifica, entre outras atividades extracurriculares, geralmente tiram boas notas nessa etapa. Já a arguição oral, considero bastante tranquila, acho que porque gosto de falar bastante e os entrevistadores conduzem a arguição de maneira relativamente descontraída”. Para a arguição oral, Rodrigo se preparou para responder sobre o seu plano de trabalho e possíveis perguntas que fossem feitas em inglês.

Felipe AndreazzaNa arguição oral, são avaliadas as capacidades técnicas e científicas e a aptidão vocacional do candidato para o doutorado. O doutorando Felipe Andreazza, que tirou nota máxima na arguição oral, conta como foram os dias que antecederam essa etapa: “Para a arguição oral, eu me eximi de muitas atividades e compromissos durante uma semana para estar bem descansado, focado e autoconfiante na entrevista. Pensei no que os avaliadores poderiam estar buscando e nas respostas que poderia ter para múltiplas indagações corriqueiras sobre o perfil de um candidato ao doutorado. Contudo, penso que o mais importante não foram os dias antes da prova, mas sim as mesmas experiências que escolhi me expor ao longo da minha formação, que culminaram, por exemplo, em um bom currículo. Experiências que englobam diversas apresentações de trabalho em eventos, na forma de pôster e oral, apresentação e discussão de seminários dentro do grupo do laboratório e a participação como membro representante discente em conselhos deliberativos nas instituições que já fui aluno ou membro (associações). Julgo que isso tudo é o que realmente me preparou para que eu conseguisse me portar bem, ser bem avaliado na entrevista e estar preparado para lidar com a pressão e tensão deste momento”.

Bom currículo

Assim como na arguição oral, Felipe também obteve nota máxima no currículo. Para ele, os diferenciais do seu currículo estão no seu envolvimento com a pesquisa científica há bastante tempo, o que lhe garantiu participar de boas publicações: “Embora eu tenha muitas horas de estágio, bolsas de iniciação e boas notas, que contam como parte da nota do currículo, o ponto mais forte no meu currículo são as publicações científicas. Essas produções são frutos do longo tempo dedicado à pesquisa, desde quando realizava o ensino técnico até nos dias de hoje, ressaltando também a indispensável ajuda e trabalho em equipe dos colegas de laboratório e orientadores, e apoio familiar”.

O estudante Álvaro Costa, por sua vez, concluiu o curso de Agronomia na UFV e foi aprovado em segundo lugar para o mestrado. Ele optou por participar apenas da seleção da Entomologia, “pelo método de seleção que avalia conhecimento específico por meio de prova discursiva”. Álvaro veio se preparando para a seleção desde o início da graduação: “Desde o primeiro período do curso de Agronomia fui estagiário voluntário no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas, sob a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço, que sempre incentivou a leitura de artigos científicos e estudo do idioma inglês. Para a seleção, conversei com pessoas que haviam sido aprovadas no Programa de Pós-graduação em Entomologia e de modo complementar, realizei leituras de artigos recentes de revistas renomadas”.

Fernanda TellesA exemplo de Álvaro, a estudante Fernanda Suellen Teles, aprovada em primeiro lugar para o mestrado em Entomologia, destaca que o estágio que realizou durante a graduação contribuiu muito na sua preparação: “Estagiar no Laboratório de Interações Inseto-Microrganismo, além de ser muito gratificante, foi muito importante para a minha formação. Pude participar de diversos projetos, o que contribuiu bastante para o meu currículo. Além disso, desenvolveu o meu interesse por ‘fazer ciência’ e, consequentemente, meu interesse pelo mestrado”.

Fernanda acredita que em primeiro lugar é preciso ter foco e determinação: “Para me preparar para a seleção eu criei ciclos de estudo e metas que deveriam ser cumpridas semanalmente. Sempre revezava meus estudos em estatística, leitura e interpretação de artigos da área, baseados na resolução do modelo de prova disponibilizado no site da Entomologia. Também, semanalmente no Laboratório de Interações Inseto-Microrganismo, são feitas reuniões com discussão de artigos, o que me ajudou a aprender a forma correta de leitura e crítica de artigos científicos. Além disso, durante minha preparação para a seleção, meus colegas de laboratório me passavam feedback em relação às provas que eu respondia toda semana”.

Dicas

Alvaro CostaEmbora cada candidato se prepare à sua maneira, estabelecendo métodos e rotinas para estudo, é sempre bom contar a experiência de quem já passou por essa situação. Para o mestrando Álvaro Costa, se fosse para dar uma dica a um candidato que vai participar do Processo Seletivo 2018/1 seria: “Converse com estudantes que já foram aprovados e tenha em mãos um bom dicionário de inglês para sanar pequenas dúvidas durante o exame. As perguntas são claras e testam o conhecimento em entomologia, bem como a interpretação e capacidade de raciocínio. O espaço para escrever parece pouco, mas é o suficiente. As questões devem ser respondidas de maneira clara e objetiva. Dedicação e entusiasmo no momento dos estudos são essenciais”.

Já o doutorando Felipe Andreazza considera fundamental que “um candidato a doutorado, em qualquer programa, seja determinado, tenha um bom senso crítico e boa capacidade de síntese, tanto para respostas da prova escrita como na entrevista. Também é importante saber qual o seu objetivo com o doutorado, quais possibilidades e alternativas para alcançar esses objetivos, demostrando assim, que compreende o papel dessa etapa na sua formação e como se encaixa nela”.

Processo Seletivo 2018/1

Atualmente, são oferecidas oito vagas para o mestrado e cinco vagas para o doutorado. Os interessados têm até dia 29 de setembro para se inscreverem.

A prova escrita ao mestrado e ao doutorado será realizada em Viçosa, no dia 06 de outubro, das 8 às 11h30min (horário local). Visando facilitar a participação, o Programa de Pós-Graduação em Entomologia oferece ao candidato a possibilidade de fazer a prova escrita em outra cidade. Contudo, os candidatos que desejarem fazer a prova fora de Viçosa precisam informar no momento da inscrição o local pretendido e devem contatar previamente um pesquisador ou professor que se disponha a aplicar a prova numa instituição sediada na cidade escolhida. Feito isso, é preciso enviar essas informações à secretaria do PPG em Entomologia, através do e-mail ent@ufv.br ,  com cópia para entomoprova@gmail.com.

A arguição oral, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado, também poderá ser realizada via Skype para residentes em outras cidades, desde que os candidatos avisem à secretaria do Programa com antecedência mínima de dez dias. Para mais informações, acesse os Critérios para a seleção de candidatos 2018/1.

Pela quarta vez, Entomologia alcança nota máxima na Capes

Nesta quarta-feira, dia 20, a CAPES  divulgou o resultado da Avaliação Quadrienal 2017. Pela quarta vez consecutiva, conquistamos o conceito máximo! Assim como nas avaliações anteriores, nos anos de 2007, 2010 e 2013, agora em 2017, também alcançamos o Conceito 7, conferido apenas aos programas de excelência internacional! Parabéns aos estudantes, orientadores, técnicos, pós-doutorandos e egressos! Esta conquista é nossa!

Entomologia oferece oportunidade para pós-doutorado com bolsa da CAPES

No período de 11 a 18 de setembro, a Entomologia estará recebendo inscrições para a seleção de um candidato para pós-doutorado, com bolsa financiada pela CAPES, através do Programa Nacional de Pós-Doutoramento (PNPD).

O candidato pode se inscrever em uma das seguintes modalidades:

  • a) brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil portador de visto temporário, sem vínculo empregatício;
  • b) estrangeiro residente no exterior, sem vínculo empregatício.

A bolsa terá duração de 12 meses, no período de outubro de 2017 a setembro de 2018.

Os candidatos devem se inscrever pelo e-mail ent@ufv.br, enviando os documentos listados no Edital.

Baixe o Edital 02/2017 de Seleção de Bolsista PNPD/CAPES

Egresso da Entomologia compartilha sua experiência como professor na Universidade Federal do Acre

“O bom filho a casa torna”, já diz o ditado. Mestre e doutor em Entomologia pela UFV, o professor Adalberto Hipólito de Sousa, da Universidade Federal do Acre (UFAC), está novamente em Viçosa (MG), agora, para o pós-doutorado. Sob a orientação da professora Lêda Faroni, Adalberto concluiu o doutorado em abril de 2010 e pouco tempo depois foi aprovado para professor na UFAC, onde atua na área de Manejo Integrado de Pragas, investigando métodos alternativos de controle. Adalberto compartilha um pouco da sua experiência, dá dicas àqueles que almejam uma vaga de professor numa instituição federal e assegura: “O Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV tem excelência internacional e sempre proporcionou as melhores condições para o treinamento dos seus estudantes”.

Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Adalberto chegou a Viçosa em 2005, para fazer mestrado, e seguiu no doutorado. “O período entre a conclusão do doutorado e a preparação para os concursos foi de muita dedicação e entusiasmo. Foram aproximadamente 20 dias entre a minha defesa e uma viagem de partida para três concursos consecutivos. Defendi o doutorado com três anos após ingresso, abdicando de um ano de bolsa. Fui encorajado pelos meus orientadores e recorri aos amigos da UFV para ouvir sugestões e obter materiais adequados”.

De acordo com o professor da UFAC, é fundamental que desde o início, o pós-graduando foque nas áreas que deseja disputar nos concursos e que não desanime, mesmo diante da conjuntura desfavorável: “O cenário atual do Brasil preocupa a todos os jovens profissionais que almejam uma vaga docente numa instituição federal. O cenário é igual para todos. Em geral, os concursos na área de entomologia são bem concorridos e apresentam bons candidatos. É importante que o estudante de pós-graduação vislumbre desde cedo as áreas para concurso e busque cursar disciplinas que lhes propicie bases para o seu trabalho de pesquisa e treinamento mais amplo. Os conhecimentos adquiridos durante as disciplinas, seminários, qualificação e pesquisa, somam bastante no momento do concurso. Na pesquisa, destaco a interação com bons pesquisadores, inclusive de instituições fora do Brasil, buscando sempre o que há de mais avançado em tecnologia. No cenário atual, o profissional deve se dedicar ainda mais para se tornar um forte candidato, no mais amplo sentido”.

Entomologia

Durante os cursos de pós-graduação, Adalberto desenvolveu pesquisas com atmosfera enriquecida com ozônio, como estratégia de controle de insetos-praga de produtos armazenados, utilizando ferramentas toxicológicas, comportamentais e fisiológicas.  Para isso, ele contou com a orientação da professora Lêda Faroni e coorientação do professor Raul Narciso Guedes. “Ao longo do mestrado e doutorado, foi estabelecida uma relação de confiança e respeito, tanto com a professora Lêda, quanto em relação à sua pesquisa. Os objetivos e metas das pesquisas sempre foram estabelecidos logo no início. Isso permitiu o direcionamento de disciplinas mais adequadas para a minha formação, participação na elaboração de projetos de pesquisa fomentados pela Fapemig e CNPq, bem como treinamento sobre a calibração de equipamentos de geração de ozônio”.

Assim como em sua relação com a professora Lêda, Adalberto também destaca os ensinamentos, disponibilidade e amizade do seu coorientador: “Ele foi fundamental para atingir as metas estabelecidas, tendo como consequência a publicação dos artigos em bons periódicos. O Raul, além de ter sido muito atencioso durante o meu mestrado e doutorado, hoje, é um grande incentivador para os meus orientados. Em 2016, ele esteve na Universidade Federal do Acre (Campus Rio Branco), colaborando como membro da banca de um concurso na área de entomologia. Na ocasião, ministrou uma palestra sobre a sua linha de pesquisa e fez uma série de esclarecimentos para os alunos”.

Universidade Federal do Acre

Na UFAC, Adalberto atua na área de Manejo Integrado de Pragas, “priorizando investigações sobre métodos alternativos de controle, como inseticidas botânicos da flora amazônica, resistência de variedades crioulas (milho e feijão) e atmosferas modificadas. De maneira geral, são utilizadas ferramentas toxicológicas, comportamentais e fisiológicas de insetos”. Para ele, o início da carreira docente foi de muita satisfação: “Já existia um laboratório de entomologia com uma dinâmica de trabalho estabelecida e uma coleção didática organizada. Fui bem recepcionado pelos colegas do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza e logo me adaptei à realidade da instituição e da cidade de Rio Branco”. Inicialmente, Adalberto ministrava apenas disciplinas dos cursos de graduação em Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal, mas logo foi credenciado para o PPG em Produção Vegetal.

Paralelo ao ensino e à pesquisa, Adalberto passou por uma experiência administrativa, sendo diretor de pesquisa da UFAC, de 2012 a 2014. “Foi uma experiência que proporcionou conhecimento mais apurado sobre a dinâmica administrativa da universidade, onde pude contribuir com alguns projetos da administração superior. A minha contribuição foi de aproximadamente dois anos. Como estou no início da carreira docente, acho importante priorizar projetos de pesquisa e o ensino, tanto na graduação quanto na pós-graduação”.

Como a maioria dos pesquisadores brasileiros, Adalberto avalia que, atualmente, as expectativas não são as melhores em relação à pesquisa: “Os cortes são sentidos por pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa em todo o país, refletindo em dificuldades para dar prosseguimento aos projetos. Infelizmente, é possível que haja significante redução na produção científica do país em pouco tempo, tendo como consequência o retrocesso em relação a outros países em desenvolvimento. Na UFAC, a maioria das obras prossegue, mas percebe-se que a universidade enfrenta dificuldades com relação a serviços prestados por empresas terceirizadas, como por exemplo, nas obras de revitalização dos laboratórios”.

Retorno à UFV

Apesar das dificuldades sentidas Brasil afora, desanimar não faz parte dos planos. Atualmente, o professor da UFAC passa por período de treinamento na UFV, onde deverá ficar até junho de 2018. “Neste período pós-doutoral, será determinada a toxicidade do óleo essencial de pimenta-longa para populações brasileiras do caruncho-do-milho; o potencial sinérgico do óleo; os efeitos sub-letais do óleo essencial sobre o comportamento locomotor e sobre o desenvolvimentos populacional do caruncho; e também será investigado o transporte do óleo essencial e seus principais componentes, por meio do estudo do mecanismo de sorção e da difusão através dos grãos, além de avaliar a estabilidade dos compostos majoritários”.

Para o professor da UFAC, retornar à UFV depois de sete anos está sendo uma experiência muito positiva: “Sinto-me honrado em retornar à UFV, onde construí amizades e tive ótimas condições de treinamento para a carreira docente. É uma grande oportunidade para estabelecer e fortalecer parcerias, estudar novos conceitos e contribuir com a instituição”.

Nesse sentido, Adalberto se coloca à disposição e apresenta possibilidades para colaboração científica na instituição onde trabalha: “Ressalto que a Universidade Federal do Acre está de portas abertas para estabelecer parcerias e conta com pesquisadores atuando em áreas estratégicas da entomologia, como Manejo Integrado de Pragas Agrícolas e Florestais, Entomologia de Produtos Armazenados, Ecologia de Comunidade e Biodiversidade (Formicidae, Vespidae e Apidae), Morfologia Interna e Controle Biológico. Os programas de pós-graduação em Produção Vegetal (Agronomia); Ciências Florestais; Ecologia e Manejo de Recursos Naturais; e Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia (CITA) são contemplados com pelo menos uma das linhas de pesquisas relacionadas e procuram sempre estabelecer parcerias com instituições com excelência em pesquisa”.

Estágio apresenta novas perspectivas e pode mudar os rumos de uma carreira

Quando um estudante entra na universidade, ele nem sempre imagina o que virá depois, os rumos que a sua carreira tomará, nem as pessoas que encontrará pelo caminho. Com o professor da UFV Ézio Marques da Silva não foi diferente. Quando ingressou na UFV em 1999, tudo o que ele buscava era se “tornar um profissional bem capacitado e trabalhar como engenheiro agrônomo, provavelmente, em uma empresa privada”. Mas assim que começou o estágio no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas, sob a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço, seus planos iniciais ficaram para trás e começou a sua “vida científica”. Concluído o curso de Agronomia, veio o mestrado em Entomologia, o doutorado e em 2009, a aprovação como professor da UFV, no Campus Rio Paranaíba.

Ézio avalia que os oito anos já dedicados à carreira docente foram de grande responsabilidade, satisfação e aprendizado: “O envolvimento no processo de formação e qualificação de um profissional envolve muito mais do que a vivência ou relação em sala de aula do professor e estudante. Tive a oportunidade de conviver com ótimos professores, mas cada um precisa encontrar seu caminho no processo de transferência do conhecimento. A satisfação vem quando encontramos nossos ex-alunos, e eles nos relatam sua vivência no mercado de trabalho e a empolgação pela profissão. Isso é gratificante! O aprendizado é muito grande, pois estamos lidando com outros seres humanos, o que nos leva a ser dinâmicos e receptivos a críticas e elogios”.

Campus Rio Paranaíba

O Campus Rio Paranaíba, onde Ézio atua, foi criado no ano de 2006. Por ser um Campus relativamente novo reserva suas especificidades. “O Campus ainda está em processo de estruturação, isso vai levar certo tempo. Mas por outro lado, as obras não estão estagnadas, apesar da realidade que o país está atravessando. Por isso, até essa estruturação completa, temos muitas estruturas compartilhadas, tais como, gabinetes e laboratórios. O Campus de Rio Paranaíba vive uma realidade diferente do Campus Viçosa, em vários aspectos. Devido ao Campus ser pequeno, temos uma relação mais próxima com os estudantes. Além disso, no caso de alguns cursos, como Agronomia, a localização em uma região com grande inserção no agronegócio contribui muito para vivência, formação e inserção do profissional no mercado”.

O professor Ézio Marques (em pé, último à direita) com seus alunos, durante visita à Entomologia.O professor Ézio Marques (em pé, último à direita) com seus alunos, durante visita à Entomologia.

Hoje, o Campus Rio Paranaíba conta com 10 cursos de graduação e cursos de pós-graduação. De acordo com o professor, “os cursos de graduação têm apresentado ótimo desempenho frente às avaliações do MEC. O Campus conta também a nível de pós-graduação com três cursos: o Programa de Pós-graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais (PPGMQ-MG), o Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (PROFIAP) e o Mestrado em Agronomia – Produção Vegetal”. Esse último, Ézio conhece bem. Além de ser um dos orientadores do curso, ele coordenou o mestrado em Agronomia de 2013 a 2014.

 Além da coordenação do curso de pós-graduação, Ézio passou recentemente por outra experiência administrativa na UFV. Até o mês de junho, ele era diretor de ensino do Campus Rio Paranaíba: “Durante o mandato na Diretoria de Ensino, estive envolvido na alteração do Regime Didático da UFV, sob a coordenação da Pró-Reitoria de Ensino, juntamente com as coordenações de curso, analisando e avaliando as propostas. Além disso, foi possível compreender todo o trâmite nas esferas administrativas dos processos acadêmicos, contratação de professores e suporte às coordenações de curso e estudantes. A Diretoria de Ensino me proporcionou o gerenciamento de setores relevantes no Campus e um maior relacionamento com os servidores desses setores. Em função das várias atividades que me envolviam, foi necessário me reorganizar para conciliar todas as atividades inerentes à Diretoria de Ensino, professor e orientação de estudantes”.

Parceria

No que se refere à pesquisa, Ézio trabalha com Manejo Integrado de Pragas.  “Tenho me dedicado aos estudos de controle de pragas em culturas de soja, milho e com maior ênfase, pragas da cultura do abacateiro. Nesse sentido, temos estudado formas alternativas de controle de pragas envolvendo plantas com ação inseticida e agentes de controle biológico, bem como, estudos relacionados a padrões de distribuição e fatores relacionados ao ataque de pragas”.

Apesar de atuar em Rio Paranaíba, o professor não se distanciou de Viçosa, onde tem projetos em parceria com o Laboratório de Manejo Integrado de Pragas e o Laboratório de Interações Inseto-Planta. Ele também co-orienta estudantes de Viçosa e participa de bancas de qualificação e defesas de tese e dissertação.

Visita Insetário

Fruto dessas parcerias, no mês de junho, Ézio trouxe um grupo de 28 alunos de Rio Paranaíba para conhecer algumas instalações do Campus Viçosa. “Na Entomologia, visitamos os Laboratórios de Interações Inseto-Planta, Manejo Integrado de Pragas, Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados e o Insetário. Os estudantes de pós-graduação promoveram uma discussão a respeito das rotinas dos laboratórios, pesquisas realizadas, apresentaram a estrutura dos laboratórios e os professores responsáveis. Os alunos puderam observar as criações de insetos e ter suas dúvidas e curiosidades esclarecidas. Já no Insetário, eles puderam observar as criações de formigas cortadeiras”.

De acordo com o professor, a visita despertou o interesse dos estudantes: “As criações de insetos sempre são um destaque a mais, mas o preparo dos estudantes de pós-graduação que os receberam e as mensagens passadas foram um grande destaque, visto que, no retorno a Rio Paranaíba, estudantes me procuraram para iniciar seu estágio, querendo trabalhar com insetos”. Quem sabe os alunos, assim como o professor Ézio, também não iniciam a “vida científica” ao começarem um estágio na área de entomologia?!