Estudante cursa mestrado em 1 ano e 4 meses e garante ingresso no doutorado

Dezesseis meses depois de ter iniciado o Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia, a pesquisadora Andreza Ribas já está pronta para um novo começo, desta vez como doutoranda. Ela é a primeira estudante a se beneficiar da mudança de regimento interno do Programa que permite, desde junho de 2022, que discentes que concluam suas atividades no Mestrado e defendam suas dissertações no prazo limite de 18 meses ingressem automaticamente no Doutorado. 

“Quando o regulamento mudou, eu já estava no Mestrado. Desde o início me pareceu uma ideia interessante e, como eu estava muito bem assistida, conseguimos viabilizar a execução do projeto nesse prazo mais curto. Deu tudo muito certo”, conta Andreza, já matriculada na turma que inicia suas atividades na próxima segunda, 07 de agosto de 2023. 

Nos últimos 16 meses, Andreza estudou, sob orientação do professor Gustavo Martins, a toxicidade do dimetoato em abelhas sem ferrão. “Esse é um dos principais inseticidas em uso atualmente, considerado padrão em teste de toxicidade, e não havia sido testado ainda nessas abelhas. Nós testamos e comparamos com a abelha exótica Apis mellifera, que é um modelo padrão.” Andreza e o grupo de pesquisadores que acompanharam seu trabalho avaliaram os efeitos do inseticida em 12 espécies de abelhas e descobriram que a maior parte delas é mais suscetível a ele do que a A. mellifera. “Esse estudo é o mais representativo que temos hoje em termos de diversidade de espécies, e é importante porque tem sido registrada uma queda na população dessas abelhas no Brasil, e esse pode ser um caminho para protegê-las.” 

Defendida na última semana de julho, a dissertação que apresenta esses estudos tem coorientação do professor Renan dos Santos Araújo, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), que era pos-doc do laboratório durante os experimentos, e de Lorena Lisbetd Botina, também pesquisadora associada ao Laboratório coordenado pelo professor Gustavo. “Andreza foi ambiciosa e dedicada. De minha parte, coube ser o facilitador e recrutar ajuda para que o projeto fosse bem sucedido e no tempo adequado para a passagem para o Doutorado”, avalia Gustavo, que também é coordenador do PPG.

Benefícios
A expectativa do programa é que outros estudantes se beneficiem dessa alternativa. “Porém, não adianta terminar o Mestrado rápido e ter uma dissertação pouco robusta do ponto de vista científico. Não podemos perder de vista que o foco principal é a qualidade do produto, ou seja, a qualidade do recurso humano, bem formado, com um trabalho acadêmico que realmente represente uma dissertação.” Para os estudantes, as maiores vantagens desse modelo de progressão estão no ganho de tempo e na dispensa do processo seletivo. Para o Programa, é uma forma de impulsionar a produtividade e diminuir o tempo médio de titulação, indicadores tão importantes para a CAPES. 

“Acho que essa pode ser sim uma meta para nossos mestrandos. Para isso acontecer é preciso uma reunião de fatores favoráveis, como o perfil do projeto e do estudante, principalmente. Não é vantajoso para o Programa que a precocidade em terminar o Mestrado acarrete perda da qualidade do trabalho ou prejudique a saúde de nossos discentes. Estou muito orgulhoso por termos inaugurado essa nova fase do Programa”, diz Gustavo.

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