Doutorando Eduardo Costantin desenvolve pesquisa na Universidade de Lancaster, na Inglaterra

De olho nas coinfecções e em seus impactos sobre o controle de pragas, o doutorando Eduardo Costantin está desde setembro na Universidade de Lancaster, na Inglaterra, sob orientação do professor Kenneth Wilson. O período sanduíche, realizado por meio do programa CAPES/PrInt,  é dedicado a parte da pesquisa que ele desenvolve desde 2020, pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia, no laboratório do professor Simon Elliot. Para investigar as coinfecções, Eduardo utiliza um sistema modelo que é composto por um hospedeiro – o besouro Tenebrio molitor – e dois fungos parasitas – Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae

“Nesta etapa do trabalho, a gente agora está avaliando o efeito da nutrição no resultado destas coinfecções, ou seja, de que forma o que o hospedeiro come altera o resultado das coinfecções. Por isso vim para Lancaster, porque o professor Wilson é especialista em ecologia nutricional do parasitismo, em como a dieta do hospedeiro influencia no resultado de uma doença”, explica Eduardo. A meta do estudante é contribuir com informações acerca das coinfecções, ainda pouco exploradas pela ciência, permitindo especialmente a aplicação destas informações no controle de pragas. “Os dois fungos que estamos investigando são os fungos mais utilizados para controle de insetos praga na agricultura do Brasil. Então, entender a interação entre eles e seu hospedeiro pode ajudar a planejar um controle mais racional, mais efetivo de pragas, priorizando uma agricultura mais sustentável”. 

Na Inglaterra, Eduardo também tem tido a oportunidade de trabalhar com o apoio da professora Sheena Cotter, parceira de trabalho de Simon há quase uma década. “É incrível estar aqui lidando com pesquisadores que são referências mundiais. São pessoas das quais é interessante você absorver qualquer tipo de conteúdo, qualquer tipo de conversa, porque são muito experientes, o contato com eles só tem a engrandecer a minha pesquisa”, ele avalia, depois de nove meses de uma rotina que inclui, ainda, colegas de diversas partes do mundo. “Eu vou conhecendo outros grupos de pesquisa, vendo como uma universidade de renome mundial trabalha, trocando com colegas pesquisadores de muitos outros países, e minha carreira vai absorvendo este tipo de coisa, o que faz muita diferença.””

Essa não é a primeira experiência internacional de Eduardo, que durante a graduação em Agronomia, na Universidade Federal de Brasília (UNB), teve a oportunidade de passar uma temporada na Espanha. Depois de concluir o curso, ele partiu para o mestrado, e foi aprovado em 2018 no PPG Entomologia e também na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da USP (ESALQ). “Sabia que eram os melhores programas de entomologia do Brasil, e optei por Viçosa porque já conhecia a Universidade e me sentia muito confortável ali.” 

A oportunidade de estar em Lancaster, além de engrandecer a pesquisa de doutorado, fortalece a percepção do estudante a respeito da qualidade do trabalho desenvolvido até aqui. “Acho que sairei daqui com uma visão diferente, tanto em função das coisas boas que eu vi aqui, que eu presenciei, que eu consegui apreender, quanto no fortalecimento da ideia de que a gente faz um ótimo trabalho em Viçosa, e não somos diferentes dos pesquisadores de países mais desenvolvidos. Existe uma diferença de financiamento, mas não de habilidade, de capacidade.”

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