Projeto mostra que é possível tornar pesquisas científicas interessantes para todas as pessoas

Mães, filhos, pais, avós, tios e tias. Pessoas comuns do cotidiano de qualquer cidade podem se interessar pelo conhecimento gerado dentro da universidade, se for dada a elas essa oportunidade. Mas como fazer com que as pesquisas desenvolvidas dentro da UFV sejam interessantes para a comunidade que vive distante desse universo? Essa é uma questão que o projeto Ciência na Praça busca responder.

De acordo com a coordenadora do projeto, Lorena Lelis, professora do Departamento de Economia Rural, “antes de decidirmos sobre quais serão os temas apresentados em cada edição do Ciência na Praça, temos o compromisso de ouvir o que a comunidade tem a nos dizer e o que eles gostariam de ouvir de nós. Assim, cerca de dois meses antes da data estimada para realização do evento, nós vamos à comunidade e realizamos um diagnóstico de interesse quanto aos temas. De posse dessas informações, buscamos parcerias com os programas de pós-graduação da UFV que possam, na medida do possível, atender às solicitações da comunidade. Assim foi organizada a programação da segunda edição”.

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A segunda edição foi realizada no dia 3 de junho, no bairro Nova Viçosa, e  contou com a participação de cerca de 250 pessoas. A coordenadora do projeto conta que a escolha pelo bairro aconteceu naturalmente: “Desde o início, a nossa ideia é priorizar as comunidades mais distantes da UFV. O bairro Nova Viçosa surgiu como uma opção natural nesse contexto. Além disso, encontramos um ambiente muito favorável, solícito e disposto a nos receber na APOV (Associação Assistencial e Promocional da Pastoral da Oração de Viçosa)”.

Mesmo contando com a receptividade da comunidade, a iniciativa de levar ciência para outros espaços impõe certos desafios: “Sempre temos o desafio de conseguir recursos necessários para promover o evento (que permitam a organização logística, organização dos estandes, recursos de multimídia, recursos financeiros e patrocínios para brindes). Além disso, temos o desafio de traduzir os anseios da comunidade e tentar levar o que eles gostariam de ver e conhecer. Durante o evento, uma grande preocupação é com a atratividade e formas de garantir que o público compareça”.

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União de esforços

Para vencer esses desafios, nada melhor do que unir esforços. O projeto Ciência na Praça surgiu espontaneamente de um grupo de estudantes, que ao chegarem ao Brasil após período de intercâmbio no exterior, sentiu a necessidade de compartilhar suas experiências e replicar aqui, boas experiências de outros países. Com esse objetivo nasceu a Rede Csf – Núcleo Viçosa, que desenvolve vários projetos, sendo o Ciência na Praça um deles. Para realizar o projeto, os estudantes buscaram ampliar essa rede de colaboração junto aos professores e encontraram no Departamento de Economia Rural o apoio que precisavam para coordenar as atividades de extensão.

A professora France Maria Gontijo Coelho foi a primeira orientadora do projeto. Com a iminência de sua aposentadoria, coube aos professores Lorena Lelis e Mateus Neves, também do Departamento de Economia Rural, dar continuidade à orientação do Ciência na Praça. “Eu assumi a coordenação e o professor Mateus assumiu a orientação da bolsa PIBEX/Júnior no âmbito do projeto. Hoje, temos uma comissão organizadora que conta com alunos de graduação e pós-graduação pertencentes à Rede CsF, uma aluna que cursa o Ensino Médio na Escola Estadual Doutor Raimundo Alves Torres (ESEDRAT), bolsista do PIBEX Júnior e professores ligados à Diretoria de Relações Internacionais” – descreve a  professora Lorena.

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Feliz com os resultados obtidos por essa união de esforços, a coordenadora do Ciência na Praça avalia que o que fica é o aprendizado pessoal e profissional. “Temos muito que aprender em termos de relevância prática de nossas pesquisas e temos muito que fazer pelo próximo. Além disso, fica um sentimento de muita gratidão. Somos gratos à receptividade da comunidade do bairro Nova Viçosa. Somos gratos à APOV por receberem nossa segunda edição. Somos gratos especialmente aos programas de pós-graduação que participaram de maneira tão dedicada e engajada. Essas pessoas se prepararam durante dias ou meses para levar à comunidade a melhor forma de apresentação de suas pesquisas. Lá, ouviram e conversaram com a comunidade, mostrando não apenas que conseguem tornar suas pesquisas compreensíveis para um público tão diverso, como também são capazes de ouvir e aprender com eles. Somos gratos também a todos os centros de ciências e à Pró-Reitoria de Extensão que nos apoia desde a primeira edição. Concluída a segunda edição, fica a vontade de continuar e ampliar cada vez mais esse projeto” – finaliza.

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A Entomologia participou da segunda edição do Ciência na Praça, com dois estandes: Conhecendo as formigas de nosso quintal, organizado pelo mestrando Felipe Nery, e Insetos em Cena, organizado pelos alunos da disciplina  ENT 662 – Fisiologia de Insetos.

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