Além da simpatia, doutorando da Lancaster University traz à UFV conhecimento sobre Geometrical Framework

Foram apenas três meses de intercâmbio, mas tempo suficiente para que o doutorando Robert Holdbrook, o “Bobby”, já sentisse saudades do Brasil antes mesmo de partir. Ele retornou a Lancaster, no Reino Unido, no dia 11 de junho. Em sua breve temporada na UFV, o doutorando da Lancaster University compartilhou o seu conhecimento sobre Geometrical Framework, “uma linha de pesquisa que tenta quantificar a alimentação dos organismos”.

O estudante britânico chegou a Viçosa (MG) no início do mês de março e afirma, em bom português – idioma que ele fez questão de exercitar por aqui, que teve um ótimo tempo no Brasil: “Os brasileiros são simpáticos e todo mundo me recebeu muito bem. Todos os experimentos que eu fiz foram facilitados porque não faltava ajuda. Há muito tempo que eu não via esse sol que vocês têm no Brasil e isso me fazia acordar com um grande sorriso todos os dias”.

Além do sol radiante do fim do verão e início do outono, Bobby tem outros elogios a fazer ao nosso país, especialmente, no que diz respeito à culinária: “A comida também é uma coisa que eu não poderei descrever com palavras. O único problema que eu tinha é que os brasileiros almoçam muito cedo, mas é fácil se acostumar com isso porque a comida é gostosa demais. Todos os dias foram uma festa no paladar”.

A agradável estadia no Brasil também rendeu bons trabalhos. O doutorando atuou no Laboratório de Interações Inseto-Microorganismo da UFV e na Econtrole, empresa de controle biológico incubada pela IBET/UFV. Bobby descreve como empregou Geometric Framework na Econtrole: “O objetivo deles é o desenvolvimento de soluções baratas para o controle de pragas para pequenos produtores. Então, a maior parte do meu trabalho foi sobre isso. A ideia do meu projeto era aumentar a sobrevivência de ácaros predadores para usarmos como um modo de controle natural para outros ácaros no campo. Para fazer isso eu apliquei uma linha de pesquisa que se chama ‘Geometric Framework‘. A gente espera que se pudermos melhorar a alimentação deles, haverá um efeito positivo em outros aspectos”.

O doutorando explica que Geometric Framework “é uma linha da pesquisa que tenta quantificar a alimentação dos organismos. É diferente de outros tipos de pesquisa com nutrição porque normalmente outras abordagens investigam só concentrações de alimento, mas essa leva em consideração as proporções dos nutrientes em uma dieta, o que também é importante. Usando dietas com proporções e concentrações diferentes, nossas pesquisas tentam encontrar a ‘dieta ótima’ para um organismo. Mas uma coisa legal é que dependendo do ambiente, essa ‘dieta ótima’ pode mudar. Então, na verdade, para cada organismo existem muitas dietas ótimas”.

Em Viçosa, Bobby também trabalhou com nutrição de lepidópteros no Laboratório de Interações Inseto-Microorganismo e desenvolveu atividades do projeto de colaboração para manejo de Helicoverpa armigera, coordenado pelo professor Simon Luke Elliot, em parceria com o professor da Lancaster University, Dr. Ken Wilson, orientador de Bobby.

Além da nova linha de pesquisa que Bobby trouxe à UFV, outra característica dele chamou a atenção por aqui: a facilidade com o português. “Na verdade, ainda não é tão fácil entender algumas pessoas, mas eu posso me comunicar, o que é muito importante. Lancaster, onde eu estudo, é um ‘pequeno Brasil’ porque lá tem muitos brasileiros de Viçosa e Lavras, trabalhando e estudando. Então, eu já estava acostumado com os brasileiros” – revela Bobby com simpatia, que também lhe é característica.

One Comment on “Além da simpatia, doutorando da Lancaster University traz à UFV conhecimento sobre Geometrical Framework

  1. Realmente isso mostra a importância do intercâmbio para os dois lados. A troca de conhecimentos e experiências acaba somente trazendo ganhos para ambos. Legal mesmo.

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