UFV é destaque no estudo de pesticidas em abelhas

Um artigo publicado recentemente por pesquisadores do Paraná mostra a UFV no ranking das 15 instituições que mais publicaram artigos sobre os efeitos de agroquímicos em abelhas. Em oitavo lugar mundial, a UFV é a única instituição brasileira na lista (veja a figura abaixo, extraída do artigo ‘Bees and pesticides: the research impact and scientometrics relations’ de Abati et al. 2021). A maior parte dos artigos a que se refere o levantamento foi escrita por um grupo de professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, em mais de 15 anos de trabalho. O grupo soma dezenas de textos publicados em revistas de todo o mundo. 


Instituições com mais publicações e mais citações relativas a pesticidas e abelhas

“Plantamos a semente desses trabalhos em 2004, quando eu cursava o doutorado. De lá para cá, surgiram muitas perguntas, aprovamos projetos, desenvolvemos muitos métodos e conseguimos publicar muita coisa importante”, diz a professora do PPG Maria Augusta Lima. “Enxergamos a oportunidade de desenvolver um tema que tinha, e ainda tem, grande originalidade e grande relevância, especialmente em função do cenário mundial de desaparecimento das abelhas, principais animais polinizadores”, avalia o professor e coordenador do PPG, Gustavo Martins. Segundo os professores, a publicação do trabalho do Dr. Hudson Tomé, egresso da Entomologia – ‘Imidacloprid-induced impairment of mushroom bodies and behavior of the native stingless bee Melipona quadrifasciata anthidioides – foi determinante para a consolidação e o reconhecimento do grupo. “Esse artigo teve muito impacto, por sua originalidade, e impulsionou de forma muito significativa nossas pesquisas. É o artigo mais citado sobre efeitos de agroquímicos em abelhas sem ferrão, com mais de 140 citações”, conta Gustavo. 

Além de Maria Augusta e Gustavo, estão especialmente envolvidos nestes trabalhos outros pesquisadores, incluindo os professores Raul Narciso e Eugênio Oliveira e muitos de seus orientandos, que passaram pelo mestrado e doutorado. Eles fazem parte, junto com outros integrantes, do grupo de pesquisa do CNPq ‘Ecotoxicologia aplicada à preservação de abelhas’. “Nós formamos um grupo coeso e muito comprometido com o trabalho, por isso conquistamos tanto destaque. É muito interessante ver o resultado de um esforço coletivo, construído por muitos pesquisadores ao longo de tantos anos”, avalia Maria Augusta, que destaca ainda as parcerias internacionais como fruto do trabalho realizado pelo grupo. 

Trabalhos de destaque
Além do artigo de 2012, os professores apontam a revisão sobre pesticidas e abelhas sem ferrão, publicada em 2016, e o pioneirismo acerca dos métodos de exposição (veja aqui e aqui) como trabalhos determinantes para o reconhecimento por parte da comunidade científica. Maria Augusta chama a atenção ainda para um trabalho de alto impacto, publicado este ano, apresentando o uso de inteligência artificial para o monitoramento das abelhas.

Segundo Gustavo, o grupo segue com fôlego para muitas outras publicações, com foco no desenvolvimento de pesquisas acerca de nanopoluidores, da influência de campos eletromagnéticos e da poluição por plásticos, além do uso de inteligência artificial e metagenômica. “Temos espaço para crescer muito ainda, e é para estes temas que estamos nos direcionando.”

Foto: Rodrigo Carvalho Gonçalves

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