Doutoranda publica trabalho realizado em colaboração com pesquisadora da Fiocruz Minas

Acaba de ser publicado na PloS Neglected Tropical Diseases, o artigo “Screening of fungi for biological control of a triatomine vector of Chagas disease: temperature and trypanosome infection as factors”, fruto de um trabalho colaborativo entre a doutoranda em Entomologia, Aline Moura Garcia, e a pesquisadora Alessandra Aparecida Guarneri, da Fiocruz Minas. Outros pesquisadores do Laboratório de Interações Inseto-Microrganismo da UFV, coordenado pelo professor Simon Luke Elliot, também participaram do estudo, cujo objetivo foi testar o efeito de fungos entomopatogênicos na sobrevivência do inseto vetor da doença de Chagas, Rhodnius prolixus.

Para desenvolver os experimentos, o grupo contou com todo o suporte do Centro de Pesquisas René Rachou – Fiocruz Minas, unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz, sediada em Belo Horizonte. “Testamos a patogenicidade de isolados de Metarhizium spp. e Beauveria bassiana, e investigamos o efeito na sobrevivência dos triatomíneos quando expostos a diferentes temperaturas e quando infectados com o Trypanosoma cruzi, o protozoário que causa a doença de Chagas. Vimos que insetos parasitados com o T. cruzi tiveram maior tempo de vida que os insetos não parasitados, quando foram expostos ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana independente das temperaturas testadas” – explica a primeira autora do estudo, Aline Moura Garcia. Imagem2

O trabalho faz parte da dissertação de mestrado de Aline, sendo que os estudos sobre o tema tiveram continuidade no doutorado, com a realização de experimentos complementares. A doutoranda destaca que “aspectos como temperatura e presença de simbiontes e/ou parasitos em insetos alvo, podem influenciar na seleção de ferramentas biológicas para o controle de insetos vetores. A presença de T. cruzi nos insetos infectados com fungo pode conferir alguma medida de resistência ao patógeno e, portanto, fazer com que essa ferramenta seja pouco eficiente, promovendo a seleção de populações de insetos com parasitos, e dessa forma, continue a propagação de doença”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença de Chagas é uma doença negligenciada e atinge de 7 a 8 milhões de pessoas, sobretudo, nas Américas do Sul e Central. Estima-se que a doença cause aproximadamente 12 mil mortes por ano. A autora do artigo publicado na PloS Neglected Tropical Diseases completa: “Embora, atualmente, os maiores problemas com a doença estejam relacionados a surtos de infecção oral, através da ingestão de alimentos contaminados com o parasito, a principal forma de controle vetorial em áreas com infestações é feita com uso de inseticidas. Porém, isso não tem impedido a mobilidade dos vetores e como consequência, a reinfestação de domicílios tratados com inseticidas e o surgimento de populações resistentes a esses compostos”.

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