Egresso Yoan Camilo inicia pós-doc no Museum and Institute of Zoology, na Polônia

Depois de se titular mestre e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia, o agrônomo colombiano Yoan Camilo Guzman se prepara para deixar o Brasil – mas ainda não é desta vez que ele e a família vão voltar para a Colômbia. Camilo foi selecionado para ocupar uma vaga no Programa de pós-doutorado do Museum and Institute of Zoology, vinculado à Polish Academy of Science, em Varsóvia, na Polônia. Depois de sete anos de pesquisa no Laboratório de Bioinformática e Evolução da UFV, sob comando da professora Karla Yotoko, ele se juntará à equipe da pesquisadora Dagmara Żyła, abrindo novos horizontes de pesquisa. 

“Terei a oportunidade de aprender sobre sequenciamento de nova geração, incluindo ferramentas que estão sendo muito usadas agora em diferentes áreas. É uma grande oportunidade de aprender, de ganhar como pesquisador”, diz Camilo, que vai trabalhar com a família Staphylinidae. “O trabalho vai incluir coleta não só na Europa, mas também em outros lugares do mundo e, além de aprender sobre a taxonomia do grupo, vou ter a chance de aprimorar o uso do inglês.”

Camilo chegou a Viçosa em 2015, após a graduação em Agronomia pela Universidad Nacional de Colombia. Na ocasião, ele havia sido contemplado por um programa da Organização dos Estados Americanos (OEA) que oferece bolsas de estudos para latino-americanos interessados em vir estudar no Brasil. “Eu precisava indicar três universidades do Brasil e fui selecionado para a UFV.” Depois da chegada, vieram também a esposa de Camilo, Kerly Jessenia Moncaleano Robledo, que ingressou no Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal da UFV e já se prepara para concluir o doutorado, e a filha deles, Isabel Sophia Guzman Moncaleano

Como integrante da equipe do laboratório de Bioinformática e Evolução, Camilo dedicou seus mestrado e doutorado a investigar a infecção de insetos por bactérias. “No mestrado escolhemos as drosófilas nativas da região tropical, umas mosquinhas fáceis de coletar e que a gente podia encontrar no Campus, na Mata do Paraíso. Nessa etapa buscamos identificar a bactéria e tentar estabelecer uma relação entre a filogenia da bactéria e do inseto.” No doutorado, encerrado em setembro do ano passado, o pesquisador voltou suas atenções para a relação entre algumas espécies de drosófilas e as bactérias do gênero Wolbachia, buscando identificar os efeitos da infecção nos insetos e a relação com o isolamento reprodutivo das espécies. 

“Tenho muito o que agradecer ao programa porque minha experiência no Brasil foi além da formação acadêmica. A oportunidade de contato com as pessoas,  e com muitas pesquisas diferentes, traz uma enorme experiência e enriquecimento. Abre o panorama para muitas outras possibilidades”,  ele diz, lembrando especialmente do intercâmbio que o Programa propicia com pesquisadores de várias partes do mundo.  “Eu gosto muito do Brasil, mas a situação atual do país quanto à pesquisa está difícil. O potencial que têm os pesquisadores brasileiros é grande, mas precisa haver apoio”, diz ele, mantendo a esperança de voltar a atuar no país.  

Foto: André Berlinck

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