Comitiva da UFV se destaca em edição histórica do Congresso Brasileiro de Entomologia

A grande comitiva do Programa de Pós-Graduação em Entomologia que foi até Uberlândia para a edição 2024 do Congresso Brasileiro e Latino-Americano de Entomologia voltou pra casa com prêmios e o fôlego renovado. Dezenas de estudantes e professores estiveram no evento apresentando seus trabalhos – e muitos deles também atuaram como voluntários, se tornando peças-chave para o sucesso do encontro. O doutorando Diego Souza, do Laboratório de Ecotoxicologia e Ecofisiologia de Insetos, recebeu o prêmio de segundo melhor trabalho científico. O mestrando Antoniel Francisco Pereira levou o prêmio de melhor fotografia (veja a imagem abaixo), na categoria macro, e o grupo formado pelos estudantes Lívia Negrini, Mellis Rippel, Nathan Lima e Francielle Soares ficou em terceiro lugar no Entomoquiz. 

“O congresso foi uma experiência profundamente especial para todos nós. As expectativas eram grandes antes mesmo de partirmos, mas o que vivemos superou tudo o que imaginávamos”, conta a representante discente Gabriela de Paula, que viajou de ônibus junto com mais de 40 estudantes, a maioria mestrandos e doutorandos. “Nosso grupo esteve presente de forma intensa, seja apresentando trabalhos, seja contribuindo para a organização do evento. Foi lindo ver tantos alunos da entomologia se destacando!” 

Vinte e três alunos atuaram como voluntários, inspirados pela grande participação do programa na comissão organizadora do Congresso – que teve o doutorando Douglas Ferreira como vice-presidente, o professor Frederico Salles como vice-presidente da comissão científica, a professora Madelaine Venzon como coordenadora da Arena do Produtor, e o professor Eugênio Oliveira como coordenador da Corrida Entomológica, além do professor Angelo Pallini, presidente da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB), promotora do evento. “Quisemos levá-los porque alguns já tinham tido a experiência de participar do Simpósio aqui da UFV, e o mesmo cuidado e comprometimento que tivemos com o Simpósio eu queria levar ao congresso. E por isso que foi um sucesso. Se conseguimos quebrar tantos paradigmas e realizar um dos melhores CBE da história, agradeço demais aos monitores que foram excepcionais”, diz Douglas. 

O professor Angelo Pallini, reeleito presidente da SEB durante o congresso, comemora o sucesso do evento, que reverbera agora não apenas no fortalecimento da sociedade, como da entomologia brasileira de forma geral. “Normalmente, em torno desses eventos, a gente tem entre 80 e 100 novos sócios inscritos. Este ano, deu mais de mil! Agregar e motivar essas pessoas é a função exata da sociedade.” Entre os destaques do encontro, Angelo cita o uso de novas tecnologias, a criação de novos ambientes de troca, como o Entomopub, e a diversidade de assuntos e de pessoas. “Houve uma quebra de paradigma em muitas coisas. A programação científica ficou muito diversificada, pegando desde a área básica até a aplicada e permitiu que pessoas que nunca iam a esses encontros fossem. Tivemos recorde de número de trabalhos, e soubemos que, depois disso, alunos renovaram bolsas, tiveram novas oportunidades. Isso é um resultado muito importante para a sociedade: demos visibilidade de palco para os trabalhos feitos.”

Prêmio científico
Eleito segundo melhor trabalho científico apresentado por estudantes de pós-graduação no congresso, “Exploring behavioral differences of Sitophilus zeamais across different regions of Brazil”, de autoria de Diego Souza, investiga as variações comportamentais da praga em diferentes regiões do Brasil antes e após a exposição a pesticidas. “Aplicamos modelos de inteligência artificial para diferenciar essas populações, para que futuramente possamos ter ferramentas capazes de auxiliar no monitoramento e na dispersão geográfica desses insetos com base em seus comportamentos”, explica Diego. S. zeamais ataca principalmente grãos armazenados, como milho, arroz, trigo e outros cereais. Além dos grãos, ele pode infestar também subprodutos como farinha e rações, causando grandes prejuízos tanto em campo quanto no armazenamento, reduzindo a qualidade e a quantidade dos grãos produzidos, o valor nutritivo e, consequentemente, impactando fortemente na lucratividade do setor. “Como prêmio ganhei a inscrição para a próxima edição do CBE, que será em Recife. Receber esse reconhecimento pelo meu trabalho foi bastante empolgante e motivador, um sentimento bom de saber que estou no caminho certo como pesquisador e poder mostrar um pouco da minha pesquisa para um público grande e diverso.”

Fotografia
A foto que deu ao mestrando Antoniel Pereira o primeiro lugar na categoria macro (acima) foi tirada em Roraima, no Parque Nacional do Viruá. “Eu estava participando de um workshop ministrado pelo Projeto Mantis, andando na floresta fechada. Vi um foco de luz em cima de uma Zygoptera, e foi o cenário perfeito! Ela ficou intacta, e eu só tirei essa foto: a floresta densa e escura, ela no foco de luz – pra mim, ela estava num palco.” Pesquisador do Laboratório de Ecotoxicologia e Ecofisiologia de Insetos, Antoniel tem a fotografia como um hobby. 

Entomoquiz
Parte da história da UFV nas edições anteriores do congresso, o time de representantes do PPG no Entomoquiz em 2024 reuniu pesquisadores de diferentes laboratórios. “Isso foi importante pra gente conseguir cobrir uma gama maior de assuntos dentro da entomologia. Foi uma experiência desafiadora, porque a gente se coloca numa posição vulnerável. O nervosismo atrapalha, mas a gente precisa seguir em frente e se divertir. O jogo acabou gerando interação com pessoas de outras universidades, e ficamos muito felizes com o resultado”, conta Lívia Negrini.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *