Estágio apresenta novas perspectivas e pode mudar os rumos de uma carreira

Quando um estudante entra na universidade, ele nem sempre imagina o que virá depois, os rumos que a sua carreira tomará, nem as pessoas que encontrará pelo caminho. Com o professor da UFV Ézio Marques da Silva não foi diferente. Quando ingressou na UFV em 1999, tudo o que ele buscava era se “tornar um profissional bem capacitado e trabalhar como engenheiro agrônomo, provavelmente, em uma empresa privada”. Mas assim que começou o estágio no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas, sob a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço, seus planos iniciais ficaram para trás e começou a sua “vida científica”. Concluído o curso de Agronomia, veio o mestrado em Entomologia, o doutorado e em 2009, a aprovação como professor da UFV, no Campus Rio Paranaíba.

Ézio avalia que os oito anos já dedicados à carreira docente foram de grande responsabilidade, satisfação e aprendizado: “O envolvimento no processo de formação e qualificação de um profissional envolve muito mais do que a vivência ou relação em sala de aula do professor e estudante. Tive a oportunidade de conviver com ótimos professores, mas cada um precisa encontrar seu caminho no processo de transferência do conhecimento. A satisfação vem quando encontramos nossos ex-alunos, e eles nos relatam sua vivência no mercado de trabalho e a empolgação pela profissão. Isso é gratificante! O aprendizado é muito grande, pois estamos lidando com outros seres humanos, o que nos leva a ser dinâmicos e receptivos a críticas e elogios”.

Campus Rio Paranaíba

O Campus Rio Paranaíba, onde Ézio atua, foi criado no ano de 2006. Por ser um Campus relativamente novo reserva suas especificidades. “O Campus ainda está em processo de estruturação, isso vai levar certo tempo. Mas por outro lado, as obras não estão estagnadas, apesar da realidade que o país está atravessando. Por isso, até essa estruturação completa, temos muitas estruturas compartilhadas, tais como, gabinetes e laboratórios. O Campus de Rio Paranaíba vive uma realidade diferente do Campus Viçosa, em vários aspectos. Devido ao Campus ser pequeno, temos uma relação mais próxima com os estudantes. Além disso, no caso de alguns cursos, como Agronomia, a localização em uma região com grande inserção no agronegócio contribui muito para vivência, formação e inserção do profissional no mercado”.

O professor Ézio Marques (em pé, último à direita) com seus alunos, durante visita à Entomologia.O professor Ézio Marques (em pé, último à direita) com seus alunos, durante visita à Entomologia.

Hoje, o Campus Rio Paranaíba conta com 10 cursos de graduação e cursos de pós-graduação. De acordo com o professor, “os cursos de graduação têm apresentado ótimo desempenho frente às avaliações do MEC. O Campus conta também a nível de pós-graduação com três cursos: o Programa de Pós-graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais (PPGMQ-MG), o Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (PROFIAP) e o Mestrado em Agronomia – Produção Vegetal”. Esse último, Ézio conhece bem. Além de ser um dos orientadores do curso, ele coordenou o mestrado em Agronomia de 2013 a 2014.

 Além da coordenação do curso de pós-graduação, Ézio passou recentemente por outra experiência administrativa na UFV. Até o mês de junho, ele era diretor de ensino do Campus Rio Paranaíba: “Durante o mandato na Diretoria de Ensino, estive envolvido na alteração do Regime Didático da UFV, sob a coordenação da Pró-Reitoria de Ensino, juntamente com as coordenações de curso, analisando e avaliando as propostas. Além disso, foi possível compreender todo o trâmite nas esferas administrativas dos processos acadêmicos, contratação de professores e suporte às coordenações de curso e estudantes. A Diretoria de Ensino me proporcionou o gerenciamento de setores relevantes no Campus e um maior relacionamento com os servidores desses setores. Em função das várias atividades que me envolviam, foi necessário me reorganizar para conciliar todas as atividades inerentes à Diretoria de Ensino, professor e orientação de estudantes”.

Parceria

No que se refere à pesquisa, Ézio trabalha com Manejo Integrado de Pragas.  “Tenho me dedicado aos estudos de controle de pragas em culturas de soja, milho e com maior ênfase, pragas da cultura do abacateiro. Nesse sentido, temos estudado formas alternativas de controle de pragas envolvendo plantas com ação inseticida e agentes de controle biológico, bem como, estudos relacionados a padrões de distribuição e fatores relacionados ao ataque de pragas”.

Apesar de atuar em Rio Paranaíba, o professor não se distanciou de Viçosa, onde tem projetos em parceria com o Laboratório de Manejo Integrado de Pragas e o Laboratório de Interações Inseto-Planta. Ele também co-orienta estudantes de Viçosa e participa de bancas de qualificação e defesas de tese e dissertação.

Visita Insetário

Fruto dessas parcerias, no mês de junho, Ézio trouxe um grupo de 28 alunos de Rio Paranaíba para conhecer algumas instalações do Campus Viçosa. “Na Entomologia, visitamos os Laboratórios de Interações Inseto-Planta, Manejo Integrado de Pragas, Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados e o Insetário. Os estudantes de pós-graduação promoveram uma discussão a respeito das rotinas dos laboratórios, pesquisas realizadas, apresentaram a estrutura dos laboratórios e os professores responsáveis. Os alunos puderam observar as criações de insetos e ter suas dúvidas e curiosidades esclarecidas. Já no Insetário, eles puderam observar as criações de formigas cortadeiras”.

De acordo com o professor, a visita despertou o interesse dos estudantes: “As criações de insetos sempre são um destaque a mais, mas o preparo dos estudantes de pós-graduação que os receberam e as mensagens passadas foram um grande destaque, visto que, no retorno a Rio Paranaíba, estudantes me procuraram para iniciar seu estágio, querendo trabalhar com insetos”. Quem sabe os alunos, assim como o professor Ézio, também não iniciam a “vida científica” ao começarem um estágio na área de entomologia?!

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