O mestrando Eduardo Brandão, do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, participou em setembro do curso de campo Ecologia do Pantanal (EcoPan), promovido pelo Programa de Pós–Graduação em Ecologia e Bioversidade da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Com três semanas de duração, o curso promove um mergulho na biodiversidade do Pantanal, com atividades ininterruptas na Base de Estudos do Pantanal da UFMS, em Nhecolândia, sub-região do município de Corumbá. Eduardo, que é orientado pelo professor Thiago Kloss, foi o único representante de Minas Gerais selecionado entre os 20 estudantes.
Ao se inscrever, os pós-graduandos precisam apresentar projetos de pesquisa pensados para serem desenvolvidos durante a temporada no Pantanal. Ao longo dos 21 dias de curso, os alunos têm uma rotina de coletas diárias, todas as manhãs, seguida pela tabulação dos dados e análise estatística, pela apresentação deste material aos demais colegas e por palestras de professores da UFMS e convidados. “O curso busca trabalhar conceitos como método científico, análise estatística e delineamento experimental. Vemos coisas como a construção do que é uma hipótese, e o que é uma predição, e informações sobre a escrita científica também”, resume Eduardo. “Os professores também nos apresentam a experiência deles, os projetos com os quais estão envolvidos e, além dos nossos próprios projetos, desenvolvemos também projetos orientados por eles e por monitores.”
A dinâmica de trabalho, segundo ele, proporciona e privilegia o trabalho em equipe, outro ponto fundamental para o amadurecimento do fazer científico. “É uma experiência muito rica, com oportunidade de treinar outras línguas, fazer muitas trocas. A gente amadurece, seja ajudando nos projetos dos colegas ou conversando com eles sobre o nosso próprio projeto. É importante estar ali pra se aprimorar e também para poder contribuir com a formação dos demais.”
Na última semana de atividades, Eduardo desenvolveu o projeto “As condições do ambiente influenciam o padrão de atividade de polinizadores e pilhadores em inflorescências de Vochysia divergens Pohl.?”, ao lado da doutoranda Raissa Tais dos Santos, da UFMS. Depois de diversas visitas a campo, coleta e análise dos dados, o grupo avaliou como as condições do ambiente influenciam a visita de polinizadores como abelhas, vespas, besouros e borboletas e dos chamados pilhadores de recursos, que também podem ser abelhas, vespas e moscas, na saúde da planta, típica da região.
A oportunidade de conviver com a biodiversidade do Pantanal foi um dos pontos altos, na avaliação do estudante, que nunca tinha visitado o Mato Grosso do Sul. “Desde que eu entrei na pós-graduação estou de olho em cursos de campo, sempre me atraiu esse formato. Fiquei impressionado com a beleza do Pantanal, com a diversidade da fauna e das paisagens. Pude conhecer os famosos capões de mato do Pantanal e muitos animais que nunca tinha visto. É um lugar maravilhoso, nunca vi tanta diversidade em minha vida.”