Egresso da Entomologia está entre os dez pesquisadores que mudaram ciência em 2025

O pesquisador Luciano Moreira, egresso do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, está na lista das dez pessoas que moldaram a ciência mundial em 2025, divulgada pela revista Nature. Luciano fez mestrado pelo PPG, e hoje é pesquisador da Fiocruz, onde desenvolve já há muitos anos um trabalho para controle de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no país. Luciano e equipe apostam na infecção dos mosquitos pela bactéria Wolbachia para inibir a transmissão de doenças como a dengue, a chikungunya e a Zika.

“Eu fiquei muito emocionado, quase não acreditei. Acho muito importante, no Brasil, a gente conseguir fazer pesquisas de ponta. E o que mais me dá satisfação é ver que estamos conseguindo reduzir o sofrimento e as mortes no país. Estamos mostrando como a ciência consegue ajudar tantas pessoas”, disse Luciano ao portal G1, lembrando que este reconhecimento vem depois de 17 anos de dedicação ao projeto. 

O pesquisador é hoje CEO da Wolbito, empresa com sede em Curitiba, no Paraná, em cuja fábrica são produzidos, a cada semana, mais de 80 milhões de ovos de mosquito. Depois de crescido, os mosquitos infectados são liberados em cidades brasileiras para trabalharem no controle das doenças. Hoje, os mosquitos já estão em 16 cidades diferentes, e há indicativos de que alguns desses municípios conseguiram ter uma redução de até 89% dos casos de dengue.

Desde 2014 o projeto faz parte das ações do Governo federal para combate às doenças transmistidas pelo A.aegypti no país. A expectativa é que cada R$ 1 investido no projeto gere uma economia entre R$ 43,45 e R$ 549,13 em medicamentos, internações e tratamentos em geral.

Para Luciano, o reconhecimento internacional reforça o poder das soluções criativas, tão presentes nos laboratórios brasileiros. “O diferencial do Brasil é a criatividade: a gente consegue fazer muito com pouco. Lembro que, no laboratório, a gente inventava alternativas com pouco insumo e ia mostrando que funcionava. Não há muito financiamento, mas ainda fazemos muito com pouco. Imagina o que seria possível se houvesse mais investimento?”, reflete Luciano, em entrevista ao G1.

Foto: Peter Iliccie/WMP Brasil/Fiocruz

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