Reflexão e arte marcam I Fórum Mulheres na Universidade e o Machismo Nosso de Cada Dia

Numa tarde de reflexão e arte, o I Fórum Mulheres na Universidade e o Machismo Nosso de Cada Dia, realizado na segunda-feira, 4 de junho, na UFV, possibilitou expressar, questionar e reivindicar mudanças de atitudes que oprimem as mulheres no dia-a-dia. “Quando abrimos o debate, percebemos como as pessoas estavam ‘engasgadas’, precisando de um espaço para desabafar, para compartilhar experiências (muitas delas dolorosas) e propor encaminhamentos” – revela a egressa do PPG em Entomologia Verônica Saraiva Fialho, uma das idealizadoras do evento.

Reitoria, diretorias, defensoria pública, servidores, estudantes, professores e a população viçosense em geral foram convidados para o debate. Mesmo num dia atípico, com interrupção das atividades acadêmicas, o Fórum contou com a participação ativa do público.

O evento foi aberto pela professora do Departamento de Biologia Geral Karla Yotoko, também idealizadora do Fórum. Ela emocionou os presentes ao relatar situações machistas que já enfrentou no meio acadêmico, bem como pensamentos equivocados que ela desconstruiu ao longo da vivência com as suas orientadas e colegas de academia. Já a diretora administrativa da Associação dos Pós-Graduandos (APG) Marianna Ribeiro da Silva falou sobre os direitos das estudantes e destacou o papel da Associação na representação, acolhimento e defesa dos direitos das pós-graduandas. Durante as suas palestras, a mestranda em Entomologia Fernanda Pereira e a psicóloga Nívia Campos abordaram a situação das mulheres na ciência e a conceituação de violência, abuso e assédio, e também discorreram sobre o que é machismo, femismo e feminismo.

  Junt@s somos muito mais fortes 

 A estudante de Nutrição Naycelle Ribeiro trouxe para o centro das reflexões realidades muitas vezes negadas, como a das minorias e a das moradoras dos alojamentos femininos da UFV. Por sua vez, a integrante do Coletivo Repentistas do Desenho Sara Barbosa, responsável pela criação da arte Fórum, destacou a importância de se pensar no coletivo e resguardar os direitos adquiridos, “pois quando abrimos mão (individualmente) de algum direito adquirido, como o uso de cotas, por exemplo, estamos prejudicando o coletivo”.

Música e TeatroAlém de compartilhar relatos e experiências, os participantes destacaram também a falta de preparo e treinamento para acolhimento de mulheres em situação de violência. Como arte e reflexão andam juntas, o evento contou com a performance da atriz Jeane Doucas. O Coletivo Cambada também contribuiu com a sua arte, através do teatro reflexivo, em performances que evidenciam o machismo tanto em suas formas veladas, como nas escrachadas, provindas de homens e de mulheres. E para emocionar ainda mais, a cantora e compositora Gabriela Viegas interpretou belas canções.

Embora as mulheres fossem maioria, elas não estavam sozinhas neste debate. Participantes do sexo masculino também deram a sua contribuição. O servidor da UFV Rafael Said Bhering Cardoso chamou a atenção para a participação da comunidade na busca pelo fim da opressão das mulheres: “Essa luta deve ser de todos, principalmente de nós homens, que deveríamos ser os primeiros a nos conscientizar sobre esse tipo de atitude e buscar a mudança de comportamento”.

Para conquistar essa desejada mudança, nada mais proveitoso que começar promovendo espaços para informação, conscientização e formação das pessoas. E esse foi justamente o propósito do I Fórum Mulheres na Universidade e o Machismo Nosso de Cada Dia, sendo esse apenas o primeiro, de outros que ainda virão. A comissão organizadora já conta com o apoio de novos voluntários para a realização da próxima edição. Afinal, junt@s somos muito mais fortes.

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