Orientadora da Entomologia conquista medalha de destaque pelo mérito científico

A pesquisadora Madelaine Venzon, orientadora do PPG em Entomologia da UFV, recebeu a medalha “Destaque Mérito Científico” da EPAMIG. São 25 anos dedicados a desenvolver pesquisas voltadas às necessidades de produtores, especialmente de agricultores familiares, na área de controle biológico. Madelaine foi homenageada pelos trabalhos desenvolvidos em “prol do desenvolvimento da agroecologia”, durante as comemorações dos 43 anos da EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), no início deste mês, em Belo Horizonte (MG). Para a pesquisadora, receber a medalha, além de ser muito gratificante, tem um significado ainda mais especial neste momento: “Significa o reconhecimento dos trabalhos realizados ao longo desses 25 anos. É a primeira vez que essa premiação acontece na Empresa e ser uma das homenageadas é uma honra e nos dá até mais incentivo para trabalhar nesses tempos difíceis de realizar ciência do país”.

Natural de Caxias do Sul (RS), Madelaine ingressou na EPAMIG em 1992, trabalhando inicialmente em Uberaba (MG). Foram três anos no Triângulo Mineiro dedicados ao controle biológico de pragas da soja. Após realizar doutorado em Amsterdam, ela veio para a EPAMIG Viçosa. Desde então, a pesquisadora trabalha com controle biológico em café e hortaliças, principalmente. De acordo com Madelaine, “as pesquisas são sempre voltadas às necessidades dos produtores, especialmente dos agricultores familiares. Por exemplo, há mais de 10 anos que trabalhamos com manejo ecológico de pragas na cultura da pimenta, cultura importante para a Zona da Mata e carente de informações técnicas. Já estudamos a biologia e ecologia de pragas importantes da cultura, desenvolvemos estratégias de controle biológico conservativo e estudamos as interações ecológicas nos sistemas. Semelhantemente, realizamos pesquisas com controle biológico conservativo em café, estudando a importância da associação de outras espécies de plantas ao café para o incremento do controle biológico de pragas. Na mesma linha, estudamos plantas medicinais que podem ser consorciadas nos cultivos visando ao controle biológico de pragas, e outros serviços ecológicos. São plantas que atraem inimigos naturais, que fornecem alimento e abrigo a esses agentes de controle”.

Com tantos trabalhos já realizados e vários em andamento, fica difícil eleger um ou outro do qual mais se orgulha: “É difícil destacar um, mas gosto muito do trabalho que desenvolvemos com o estudo de alimento alternativo fornecido por plantas que podem ser associadas aos cultivos agrícolas como, por exemplo, o trabalho sobre a importância de nectários extraflorais do ingá para o controle biológico de pragas do cafeeiro” .

Uma década de Entomologia UFV

Engenheira agrônoma pela Universidade Federal de Pelotas (1988), mestre em Fitossanidade (Entomologia) pela Universidade Federal de Lavras (1991), doutora em Biologia Populacional pela University of Amsterdam (2000), com pós-doutorado na University of California, em Davis (2015/2016). Bolsista produtividade em pesquisa do CNPq, editora adjunta na área de controle biológico da revista Neotropical Entomology e da Revista Brasileira de Agroecologia. E, desde 2007, orientadora do PPG em Entomologia da UFV. Nesses dez anos, ela já orientou seis estudantes de doutorado e 11 de mestrado. Atualmente, orienta quatro doutorandos e três mestrandos. “Fora esses, pela EPAMIG, orientei três pos-docs e 25 estudantes de iniciação científica, bolsistas PIBIC/FAPEMIG/EPAMIG, estudantes da UFV” – completa.

Contribuindo com a formação de tantos estudantes, a pesquisadora mantém um relacionamento muito bom com os seus orientados. “Eles ficam no laboratório de entomologia da EPAMIG, ao lado da minha sala. Dessa forma, estou sempre acessível a eles, e vice-versa. Assim, eles também se integram com os demais funcionários da Empresa. Procuro também integrá-los nas atividades da EPAMIG, especialmente aquelas ligadas ao Programa Estadual de Pesquisa em Agroecologia, que coordeno atualmente. Percebo que o interesse deles aumenta quando conseguem fazer a ligação das suas pesquisas com as necessidades dos agricultores, por exemplo, e que precisam ir além e entender o funcionamento dos processos envolvidos” – avalia.

Atuando numa empresa de pesquisa agropecuária estadual, numa realidade um pouco diferente daquela que estamos acostumados na universidade, Madelaine conta como é na prática: “É diferente, mas o bom é que muita coisa pode ser conciliada. Na Empresa de Pesquisa estamos sempre desenvolvendo pesquisas para solucionar problemas dos agricultores, é uma pesquisa bem aplicada. No entanto, para desenvolvê-las, precisamos da pesquisa básica. É nesse sentido que as pesquisas que desenvolvo em parceria com o Departamento de Entomologia da UFV se complementam. O resultado tem sido satisfatório, pois geramos a informação (publicada nos artigos científicos) e a tecnologia ou metodologia, divulgadas entre os técnicos e agricultores”.

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