Og de Souza assume diretoria do CNPq com foco em modernização 

O professor do Programa de Pós-Graduação em Entomologia Og Francisco Fonseca de Souza é o novo diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele tomou posse no último dia 24 de novembro e tem agora a missão de coordenar estratégias de financiamento de pesquisa nas chamadas “ciências da vida”, área de atuação de sua diretoria.

“Minha expectativa é poder contribuir com ideias para modernizar nossa estrutura de financiamento à pesquisa”, diz Og, sem se intimidar pelo cenário delicado imposto pelo ano de 2020. “É na adversidade que a gente cresce! Para atrair mais recursos para a pesquisa temos que fazer pesquisa de alto nível. Essa é a estratégia”, aposta o professor, graduado em Agronomia pela UFV e doutor em Ecologia pela Universidade de Londres. 

Apesar da declarada paixão por insetos, que lhe rendeu uma sólida carreira internacional, a dedicação a funções administrativas, ao mesmo tempo em que leciona e pesquisa, tem sido uma marca no currículo de Og, professor da UFV desde 1992. Entre 1999 e 2000, foi coordenador do PPGEnt e, em seguida, Pró-reitor de Pesquisa e Graduação da UFV, na gestão do reitor Evaldo Vilela, que hoje preside o CNPq. Og também já coordenou comitês de avaliação de pesquisa na Finep, na Fapemig, na Capes e no próprio CNPq, e é hoje consultor do Fonds de la Recherche Scientifique (FNRS), órgão equivalente ao CNPq na Bélgica. A oportunidade de contribuir com o CNPq, agora na condição de diretor, traz porém novos desafios, uma vez que o professor precisa enxergar o conselho sob uma nova perspectiva. “Meu primeiro desafio é entender o CNPq por dentro, e do ponto de vista do administrador. Obviamente, eu já o conhecia como pesquisador e como consultor, mas, agora, o cenário é outro.”

“Precisamos ampliar a produção de ciência relevante, abordando tanto as suas vertentes teóricas quanto as práticas”, diz Og

No foco de sua atuação para os próximos meses está a Plataforma Integrada Carlos Chagas (PICC), que gerencia todo o fomento à pesquisa do CNPq. A ferramenta, em seu modelo atual, foi criada nos anos de 1990. “Mais do que um ajuste, ela precisa de uma remodelagem completa. Para isso, já temos o aporte financeiro do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, e uma parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que vai capitanear a fase de planejamento da nova plataforma. Dentre minhas funções acumulo o gerenciamento deste planejamento sob o ponto de vista conceitual, combinando  minhas demandas de pesquisador com as atuais demandas de administrador”. 

Para o professor, porém, a maior contribuição que ele dará ao Conselho está ligada ao ambiente científico internacional, com o qual construiu uma forte relação em três décadas de trabalho como cientista. “Precisamos ampliar cada vez mais a produção de ciência relevante, abordando tanto as suas vertentes teóricas quanto as práticas e, preferencialmente, fomentando a combinação das duas vertentes”, defende ele, apontando para as mudanças de método de avaliação de resultados que se solidificaram nos últimos anos. “Precisamos atentar para os novos paradigmas de avaliação de resultados da pesquisa, que se baseiam em métricas múltiplas, focadas na relevância/qualidade do resultado da pesquisa em si, e não no veículo deste resultado”.  

Pesquisador e orientador
A nova função junto ao CNPq não vai afastar completamente o professor de suas funções junto à Entomologia. Og deixou seu cargo na comissão de coordenação do programa, mas segue seu trabalho no Laboratório de Termitologia, suas colaborações nacionais e internacionais como pesquisador e sua rotina de professor e orientador. “A vida continua, minha curiosidade científica e minha paixão pelos insetos não morrem com o advento da administração!”

(Fotos: Mariana Galiza de Oliveira/CNPq)

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