Retiro acadêmico proporciona experiência inovadora a estudantes e professores

Uma experiência diferente, cujo objetivo foi fortalecer a comunicação e a troca de experiências entre grupos de pesquisa, compartilhando de forma descontraída, estudos em andamento, resultados obtidos e projetos futuros. A inspiração veio da Alemanha e a inciativa foi colocada em prática no Campus da UFV, em Florestal (MG), onde a equipe do Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados, do Campus Viçosa, e o Grupo de Entomologia/Controle Biológico, do Campus Florestal, realizaram um retiro acadêmico. De 8 a 10 de outubro, 26 participantes, entre estudantes de graduação e pós, pós-doutorandos e professores, promoveram ciclos de palestras, discussões abertas, visitas ao Campus e confraternizações.

Proposto pelo professor Eugenio Eduardo de Oliveira, que já havia participado de eventos similares durante o seu doutorado na Alemanha, o retiro acadêmico renovou os ânimos da equipe do Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados. A estudante de Agronomia Sarah Miranda, bolsista de iniciação científica, destaca: “Nos juntamos ao time do professor Lessando e durante três dias tivemos apresentações sobre os trabalhos desenvolvidos em cada laboratório. Ao fim de um dia, preparamos uma noite de massas e no outro, um churrasco. Esses dias aproximaram os membros do laboratório e fizeram com que conhecêssemos os trabalhos realizados nos diferentes grupos. Foi muito proveitoso e enriquecedor. Todos nós voltamos com as energias renovadas e animados para continuar nossos trabalhos”.

Retiro Acadêmico 1

Criatividade

Organizador do evento junto com o professor Eugenio, o professor Lessando Moreira Gontijo destaca que promover iniciativas como o retiro acadêmico estimulam a criatividade dos participantes: “A comunicação e a troca de experiências nesses eventos contribuem muito para a capacitação profissional dos futuros pesquisadores. Sempre se aprende algo novo, e novas ideias para projetos futuros também vêm à tona nesses momentos”.

PhD em Entomologia pela Washington State University, o professor Lessando conta que durante o seu doutorado também participou de inciativas descontraídas de promoção da ciência. “Nos Estados Unidos, todos os membros do laboratório sempre iam a um pub/restaurante durante uma tarde inteira no início da primavera para apresentar e discutir os desenhos experimentais que seriam executados no verão” – relembra.

 Interação

No Brasil, iniciativas que aliem ciência e descontração ainda são pouco comuns. A doutoranda em Entomologia Karla Daiana dos Santos Ferreira, por exemplo, nunca havia participado de um retiro acadêmico e se surpreendeu com a iniciativa: “Até então desconhecia a existência e probabilidade de se realizar algo similar, onde deixamos todas as atividades diárias de laboratório e pesquisa e, de maneira bem informal e descontraída, compartilhamos nossos estudos, resultados e planos futuros, criando possibilidade para uma maior interação e troca de conhecimentos entre grupos de pesquisa”.

Além da descoberta dessa forma inovadora de se fazer pesquisa, participar do retiro acadêmico foi um desafio para Karla, que acabara de retomar às atividades do doutorado após período de licença maternidade. Mas ela garante que valeu a pena o sacrifício de passar três dias longe da sua filha. “Enquanto estudante de pós-graduação, foi muito produtivo participar desse evento pela ampliação do conhecimento e por expor meus trabalhos executados até o momento, e acolher críticas construtivas que podem trazer progressos à minha tese. Ressalto ainda que foi muito motivador retomar minhas atividades acadêmicas, após a licença maternidade, e participar desse evento com a presença de antigos e novos colegas, onde pude ter um maior conhecimento dos demais projetos que são executados no laboratório e ver o engajamento e espírito de equipe de todos que se mostraram dispostos a viajar, compartilhar conhecimento e fazer desse evento uma experiência produtiva. Acredito que, como foi para mim, mesmo com a limitação de estar longe da minha bebê, o retiro acadêmico superou as expectativas de todos. Foi um sucesso”.

Seminários do dia 25 de outubro

Nesta quinta-feira, dia 25, serão apresentados os seguintes seminários, no auditório do Bioagro:

 16h30min – Seminário: Uma lagarta com “índole”

Artigo: An herbivore-induced plant volatile reduces parasitoid attraction by changing the smell of caterpillars

Discente: Marcondes Andrade Dias

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 17h00min – Seminário: Algumas espécies de vaga-lumes trocaram a luz por outro modo de sinal sexual

Artigo/Projeto: The evolution of sexual signal modes and associated sensor morphology in fireflies (Lampyridae, Coleoptera)

Discente: Edwin Ernesto Domínguez Núñez

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 17h30min – Seminário: “Relaxa senão não encaixa”: A morfologia funcional das genitálias durante a copula no gafanhoto Melanoplus rotundipennis

Artigo: Investigating the Functional Morphology of Genitalia During Copulation in the Grasshopper Melanoplus rotundipennis (Scudder, 1878) via Correlative Microscopy

Discente: Paulo Henrique Rezende

Participe!

Programas de pós-graduação da UFT e da UFV comemoram uma década de parceria acadêmico-científica

Consolidar um programa de pós-graduação emergente por meio da cooperação acadêmico-científica com um programa de pós-graduação já consolidado. Com esse objetivo, nascia há 10 anos, a parceria entre o PPG em Entomologia da UFV e o PPG em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Os bons resultados são percebidos em ambas as instituições. De um lado, o PPG em Produção Vegetal elevou o seu conceito na Capes. De outro, a Entomologia ampliou as suas linhas de pesquisa e a sua inserção nacional. Além da parceria formalizada, vale destacar que dos 16 docentes permanentes do PPG em Produção Vegetal da UFT, 10 são ex-alunos da UFV, e três desses são egressos da Entomologia.

O professor Renato de Almeida Sarmento é um deles. Ele fez doutorado em Entomologia na UFV, sob a orientação do professor Angelo Pallini, e ainda concluiu o PhD em Biologia Populacional, na University of Amsterdam (Holanda), sob a orientação do professor Arne Janssen, também orientador da Entomologia. Docente da UFT desde abril de 2008, lotado no Campus de Gurupi, onde coordena o Laboratório de Ecologia Funcional e Aplicada, o professor Renato participa desde o começo da cooperação com a UFV.

 Projetos

A parceria iniciou-se em novembro de 2008, com a aprovação do projeto Casadinho pelo CNPq. Naquela época, o PPG em Produção Vegetal tinha sido criado a pouco tempo, no ano de 2006, oferecendo apenas mestrado. Após a conclusão desse projeto, a parceria entre os PPGs teve continuidade com a aprovação pela Capes, do projeto Procad (Programa de Cooperação Acadêmica).

O professor Renato, que acompanhou de perto essa parceria nascer, crescer e render bons resultados, destaca que “diversos alunos da Produção Vegetal-UFT desenvolveram suas teses na Entomologia UFV e vice-versa. No ano de 2012, quando o projeto Procad estava no seu segundo ano, a Produção Vegetal-UFT subiu de nota na Capes, alcançando o conceito 04 e aprovando o doutorado. Em 2014, aprovamos outro Procad, envolvendo um número maior de professores. Agora em 2018, esse Procad está no seu último ano de vigência, e obtivemos nota 05 na Capes”.

 Interação

Ao longo desses dez anos, os projetos de cooperação ampliaram a interação científica entre os pesquisadores das duas instituições. Atualmente, além do professor Renato Sarmento, os seguintes professores da UFT também participam da parceria: Raimundo Wagner de Souza Aguiar e Danival José de Souza, ambos egressos do PPG em Entomologia, e os professores Gil Rodrigues dos Santos e Rodrigo Ribeiro Fidelis.

Inicialmente, quatro orientadores da Entomologia UFV participavam da cooperação: Angelo PalliniMarcelo Coutinho PicançoArne Janssen e Madelaine Venzon. Atualmente, além deles, outros cinco orientadores também desenvolvem projetos com a UFT: Eliseu José Guedes PereiraEraldo Rodrigues de LimaEugenio Eduardo de OliveiraRaul Narciso Carvalho Guedes e Terezinha Maria Castro Della Lucia.

O professor Angelo Pallini avalia que “nesse tempo, a Entomologia ganhou com a possibilidade de teses da UFV serem desenvolvidas na UFT, com a realização de missões de pesquisa e extensão que recebemos na UFV e com a ampliação das linhas de pesquisa, como as pesquisas com pinhão manso e melancia”.

Já o professor Renato Sarmento acredita que “a aproximação entre os pesquisadores envolvidos, bem como a possibilidade de treinamento temporário de nossos estudantes em laboratórios extremamente bem montados em Viçosa (MG), além do contato com pesquisadores e professores de renome nacional e internacional, contribuíram com o aumento expressivo na qualidade da produção científica dos nossos docentes. Tais ações refletiram sem sombra de dúvidas na consolidação do PPG em Produção Vegetal da UFT, saindo de nota 03 para nota 05” – comemora.

Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal recebe inscrições de candidatos

O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV está recebendo inscrições de candidatos para o Processo Seletivo 2019/1. São oferecidas 25 vagas, destinadas a profissionais graduados nas ciências agrárias e áreas afins, que tenham interface com a defesa sanitária vegetal.

O curso é estruturado de forma a permitir que o aluno concilie suas atividades profissionais com os estudos, possibilitando, inclusive, que o aluno aplique no seu local de trabalho o conhecimento adquirido nas aulas.

O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal tem duração de dois anos e as disciplinas são oferecidas em módulos condensados, durante encontros presenciais realizados no campus da UFV, em Viçosa (MG). Além das aulas presenciais, os alunos recebem ensinamentos em ambiente virtual, ao longo dos semestres.

Além de utilizarem toda a infraestrutura da Universidade para as atividades de ensino e pesquisa, os alunos ainda contam com a orientação de professores da UFV. O corpo docente é composto na sua maior parte por professores dos departamentos de Entomologia, Fitopatologia, Fitotecnia e Economia da UFV. Reforçando o time de orientadores, conta também com pesquisadores da Embrapa e Epamig.

As aulas da próxima turma do Mestrado Profissional terão início no dia 11 de março de 2019.  Os candidatos poderão se inscrever até o dia 4 de fevereiro, apenas pela internet. Para saber mais, leia o Edital do Processo Seletivo 2019/1.

Interdisciplinaridade da Entomologia UFV atrai pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento

As múltiplas possibilidades de uso de insetos como modelo de estudo e a abertura do PPG em Entomologia da UFV ao intercâmbio de conhecimento atraem pesquisadores de diferentes áreas. Recentemente, uma pesquisadora da área de toxicologia em seres humanos foi aprovada para fazer pós-doutorado no Departamento de Entomologia. Doutora em Biologia Celular e EstruturalGraziela Domingues Almeida Lima trabalhou no doutorado com “compostos bioativos, com ênfase na avaliação in vitro e in vivo de substâncias (compostos sintéticos e extrato de plantas) com potencial terapêutico, principalmente antitumoral”. Agora, no pós-doutorado no Departamento de Entomologia, ela tem se dedicado a duas linhas de pesquisa: uma relacionada à resistência de insetos a inseticidas e outra relacionada à prospecção de extratos vegetais e moléculas sintéticas (inéditas) com potencial inseticida.

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Formada em Ciências Biológicas, com especialização em Farmacologia e Farmacogenética Clínica pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, com mestrado e doutorado em Biologia Celular e Estrutural pela UFV, Graziela destaca:  “De certa forma, durante toda a minha formação acadêmica, eu me dediquei à busca de substâncias (sintéticas e naturais) com diferentes atividades biológicas e principalmente, em conhecer suas aplicabilidades”. Agora, no pós-doutorado, sob a supervisão do professor Eugênio Eduardo de Oliveira, não está sendo diferente. “Eu entendo que a entomologia é uma área que me possibilita não somente investigar substâncias com aplicação inseticida, mas também ser uma fonte de novas moléculas de partida para o desenvolvimento/engenharia de compostos inéditos com aplicações não somente entomológicas” – afirma, já vislumbrando novas possibilidades de uso de insetos como modelo de estudo.

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