Programa de Pós-Graduação em EntomologiaProfessor da Entomologia colabora na elaboração de catálogo online da fauna brasileira
O Catalogo Taxonômico da Fauna Brasileira (CTFB) está prestes a se tornar realidade. O CTFB vai reunir e disponibilizar todos os dados científicos existentes sobre espécies brasileiras, inclusive de insetos, permitindo aos usuários uma busca confiável de informações. A iniciativa conta com a colaboração de vários coordenadores de grupos taxonômicos. O professor da Entomologia UFV, Paulo Sérgio Fiuza, é um dos colaboradores. Ele foi convidado para catalogar as espécies de percevejos da família Miridae (Ordem Hemiptera, Subordem Heteroptera).
O professor Fiuza avalia que “nada se conserva ou se preserva, ou se utiliza os recursos naturais de forma racional, se não se conhece os elementos que formam os ecossistemas e suas inter-relações que levam à sobrevivência e à dinâmica evolutiva do ecossistema. Muitas reuniões internacionais sobre o epíteto de ECO foram realizadas com o intento de melhorar as relações do ser humano com a natureza para uma qualidade de vida melhor entre os seres humanos e sua sobrevivência. No entanto, muitas decisões foram postadas, mas muitas delas não puderam ser colocadas em prática porque não se conhece a biodiversidade do planeta. Assim, as autoridades se viram pressionadas pela lógica e alarde dos cientistas ambientalistas, a estabelecerem programas de incentivo ao estudo da biodiversidade, como a formação de taxonomistas e a criação de coleções científicas. Aqui no Brasil, embora antes tarde do que nunca, surgiu esta iniciativa de pesquisadores em organizar, informatizar e divulgar a fauna brasileira”.
O Catalogo Taxonômico da Fauna Brasileira é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Zoologia, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto está sendo coordenado pelo Museu de Zoologia/USP. Para a execução do projeto, foram convidados taxonomistas zoólogos do Brasil. “Vamos envidar esforços, cada um no seu grupo, para reunir o que já existe publicado sobre nossa fauna. Da minha parte, fui convidado para catalogar as espécies de percevejos da família Miridae, que no Brasil é representada por aproximadamente 1.100 espécies” – destaca Fiuza.
O CTFB representa um grande empreendimento da taxonomia no Brasil. O professor da Entomologia enfatiza que “embora esse catálogo vá representar uma porcentagem muito pequena da verdadeira diversidade, principalmente em se tratando de insetos, já é um grande passo para dar suporte e subsídios mais seguros ao entendimento da nossa fauna, e uma partida para a inclusão e ampliação de novos dados da fauna brasileira, a primeira em biodiversidade do planeta”.
Entomologia promove workshop sobre técnica pouco difundida no Brasil: EPG (Electrical Penetration Graph)
A técnica de monitoramento eletrônico EPG (Electrical Penetration Graph) foi tema de um workshop promovido pela Entomologia neste mês de agosto, na UFV. O evento contou com a participação de três pesquisadores visitantes: o professor do Conselho Superior de Investigação Científica de Madri (CSIC) – Instituto de Ciências Agrárias (Espanha), Dr. Alberto Fereres, que coordenou o workshop; o Dr. Felix Cervantes da University of California/USDA e a doutoranda Lilian Pereira do Instituto Agronômico de Campinas, que ministraram palestras.
O Dr. Felix Cervantes, a doutoranda Lilian Pereira e o Dr. Alberto Fereres.
Foi uma semana de discussões sobre a técnica que permite estudar com precisão o comportamento alimentar de insetos sugadores. Contudo, EPG ainda é pouco difundida no Brasil. De acordo com o Dr. Alberto Fereres, as principais aplicações de EPG são na “área de resistência planta-inseto, estudos sobre mecanismos de transmissão de microrganismos fitopatogênicos, estudos sobre modos de ação de inseticidas e estudos básicos sobre mecanismos de alimentação de insetos sugadores”.
Organizado pelo professor Eugenio Eduardo de Oliveira, o workshop realizado na UFV foi o quinto sobre o tema que o pesquisador espanhol ministrou no Brasil. Para Fereres, a semana de discussões na UFV “foi muito produtiva, alunos mostraram grande interesse. Acho que foi muito satisfatório para alunos e professores” – avalia.
O evento reuniu 30 participantes. Além de estudantes vinculados ao PPG em Entomologia, também participaram do workshop, alunos do curso de Agronomia da UFV, estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Brasília (UnB), e profissionais da Embrapa Hortaliças (sediada em Brasília).
Os doutorandos em Entomologia da UFV, Mauricélia Ferreira Almeida e Edmar Teulher, também ministraram palestras durante o workshop. Mauricélia passou um ano em treinamento na Espanha, com a equipe do Dr. Alberto Fereres, desenvolvendo pesquisas sobre comportamento alimentar de insetos fitossuccívoros, utilizando a técnica de monitoramento eletrônico EPG. Assim, além de promover a capacitação e difusão da técnica, o workshop na UFV foi uma boa oportunidade para o Dr. Alberto Fereres reencontrar a sua aluna que retornou de Madrid em março deste ano.
Esta foi a terceira vez que Fereres veio a Viçosa. A primeira visita aconteceu há dois anos, quando atendendo ao convite do professor Eugenio, o pesquisador conheceu a UFV e ministrou uma palestra. A segunda visita foi no ano passado, quando Fereres veio fazer os ajustes necessários para colocar em funcionamento o equipamento de EPG adquirido pelo Laboratório de Fisiologia e Neurobiologia de Invertebrados.
Entomologia recebe inscrições de candidatos para mestrado e doutorado
Começaram nesta terça-feira, dia 25, as inscrições para o Processo Seletivo 2016/I da Entomologia. São oferecidas oito vagas para o mestrado e três para o doutorado. Mas o número de vagas pode ser ampliado ou reduzido de acordo com a disponibilidade de bolsas.
Ao mestrado, as etapas da seleção compreendem prova escrita classificatória e análise de currículo. Ao doutorado, a prova escrita é eliminatória. O candidato que não alcançar nota igual ou superior a 5,0 será eliminado. Além da prova escrita, os candidatos ao doutorado passam por análise de currículo e arguição oral. Será eliminado o candidato ao doutorado que não alcançar nota igual ou superior a 5,0 na arguição oral.
A prova escrita consistirá na interpretação de um artigo científico escrito em inglês. A prova será realizada em Viçosa, no dia 6 de novembro, das 8 às 11h30min (horário local). Visando facilitar a participação, o Programa de Pós-Graduação em Entomologia oferece ao candidato a possibilidade de fazer a prova escrita em outros locais do Brasil e exterior. Contudo, isso não se configura como direito adquirido.
Os candidatos que desejarem fazer a prova fora de Viçosa precisam informar no momento da inscrição o local pretendido e deve contatar previamente um pesquisador ou professor que se disponha a aplicar a prova numa instituição sediada na cidade escolhida. Feito isso, é preciso enviar essas informações à secretaria do PPG em Entomologia, através do e-mail ent@ufv.br, com cópia para entomoprova@gmail.com .
A arguição oral, etapa exclusiva para os candidatos ao doutorado, também poderá ser realizada via Skype para residentes em outras cidades, desde que os candidatos avisem com antecedência à secretaria do Programa.
Os interessados têm até o dia 16 de outubro para se inscreverem no Processo Seletivo. Para mais informações, acesse os Critérios para a seleção de candidatos 2016/I .
Saiba quem são os autores premiados no V Simpósio Internacional de Entomologia
Os melhores trabalhos apresentados durante o V Simpósio Internacional de Entomologia foram premiados no final do evento. Quem recebeu o prêmio pelo melhor pôster foi o estudante de Ciências Biológicas da UFV, Arthur Mayrink Elizeu. E o primeiro lugar das apresentações orais foi para o também estudante de Ciências Biológicas da UFV, João Paulo Pereira de Almeida. Conheça os demais autores premiados:
Apresentação oral
1º lugar: João Paulo Pereira de Almeida (UFV)
2º lugar: Débora Mello Furtado de Mendonça (UFV)
3º lugar: Emile Dayara Rabelo Santana (UFSE)
Premiado em primeiro lugar, João Paulo apresentou “First report of Wolbachia infection in Zaprionus indianus: evidence of a recent symbiont acquisition”, que é parte do seu trabalho de conclusão de curso. “Nós estudamos a mosca invasora Zaprionus indianus por causa de uma bactéria muito interessante, a Wolbachia, que é transmitida da fêmea para a prole. Essa transmissão direta causa efeitos impressionantes na prole, ela tende a aumentar a viabilidade das fêmeas. Então, utilizamos drosofilídeos como modelo para entender a dinâmica de como essa bactéria está se dispersando aqui na América do Sul”- explica o autor.
O estudante de Ciências Biológicas da UFV, João Paulo Almeida, premiado pela melhor apresentação oral.
Para João Paulo receber o prêmio pela melhor apresentação oral foi muito gratificante: “o evento teve muitas inscrições, foram muitos trabalhos bons, de alta qualidade científica. Então, é uma sensação muito boa, de representar o trabalho da minha orientadora Karla Yotoko, do meu laboratório (Laboratório de Bioinformática e Evolução), de representar o trabalho da minha equipe” – descreve.
Pôster
1º lugar: Arthur Mayrink Elizeu (UFV)
2º lugar: Marinely Bustamante Gomez (Fiocruz)
3º lugar: Gabriel Khattar (UFRJ)
Prestes a concluir a graduação em Ciências Biológicas, Arthur Mayrink Elizeu, teve o seu pôster selecionado entre 299 trabalhos. Ele apresentou o trabalho intitulado “Cytogenetic characterization of Sitophilus granarius (Coleoptera: Curculionidae)”. O estudante avalia que o seu trabalho tem grande relevância pela importância comercial dos insetos pesquisados. “Sitophilus granarius é uma espécie praga de grãos estocados. Ele é muito parecido morfologicamente com outras espécies do gênero. A citogenética veio justamente ajudar a caracterizar cariotipicamente essa espécie, de forma a conseguir diferenciá-la das demais”.
Premiado pela primeira vez, Arthur se diz um pouco surpreso e manifesta a sua gratidão àqueles que foram fundamentais para o êxito do trabalho: “Não poderia deixar de agradecer ao Lucas Braga, esse trabalho foi parte da dissertação de mestrado dele, e também agradecer à minha orientadora Mara Garcia Tavares”.
O estudante de Ciências Biológicas da UFV, Arthur Mayrink Elizeu, premiado pelo melhor pôster.
Para saber mais sobre os trabalhos, baixe o caderno de resumos do evento.
Veja outros autores premiados:
Além de premiar os autores dos melhores pôsteres e apresentações orais, o V Simpósio também elegeu os vencedores dos concursos de fotografia e ilustração científica. Neste link , você pode conferir a relação de todos os vencedores, bem como as fotografias e ilustrações premiadas.
Termina o V Simpósio Internacional de Entomologia e já começam expectativas para o próximo
Seis dias de evento, 687 participantes inscritos, dez palestras, sete mesas redondas, 20 minicursos e um saldo final muito positivo. Assim, chegou ao fim no último sábado, dia 15, o V Simpósio Internacional de Entomologia. E como é sabido, nenhum evento acontece de uma hora para outra. É preciso muito planejamento, organização e dedicação. Por trás de um grande evento, tem sempre uma grande equipe.
O resultado do V Simpósio não poderia ser melhor. Quem garante é o coordenador geral, Vinícius Rodrigues: “Este é o maior evento organizado por alunos na UFV. Atingimos um limite máximo, só não recebemos mais inscrições porque não tínhamos espaço. O Simpósio saiu melhor do que o esperado. Tínhamos algumas expectativas com relação à aceitação por ser um evento muito grande. Mas foi bem interessante ver toda a receptividade dos simposistas”.
Como um evento internacional, o idioma que prevaleceu na maioria das palestras e mesas redondas do Simpósio foi o inglês. O doutorando em Ecologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Bruno Corrêa Barbosa, esteve na UFV pela segunda vez para um Simpósio de Entomologia e destaca: “Como era esperado, o evento cresceu, superou o tamanho do anterior, se fortaleceu e manteve a qualidade. A mesa redonda de entomologia forense foi bem interessante para quem não é da área e a parte de parasitas e evolução de eussocialidade, que é a minha área de pesquisa, também foi muito interessante”. Bruno já faz planos para retornar à UFV em 2017, e deixa a sua sugestão para a próxima edição: “Já que o evento é internacional e como a maioria do público é estudante de graduação, talvez fosse interessante disponibilizar alguns pontos de tradução para facilitar que os estudantes acompanhem as discussões”.
Dos 687 participantes, 511 eram estudantes de graduação, 127 pós-graduandos, 44 profissionais e cinco estudantes do Colégio de Aplicação da UFV (Coluni). De acordo com o coordenador geral, a organização optou por não fazer tradução simultânea porque a “língua da ciência é o inglês. Os grandes pesquisadores falam inglês, a cobrança por publicação é na língua inglesa. E se você quer fazer mestrado ou doutorado você tem que saber inglês. Ainda mais no nosso Programa, onde a cobrança é muito alta. Somos conceito 7. Existe toda uma filosofia para que o aluno saiba inglês. Esperamos que o Simpósio sirva como estímulo aos estudantes de graduação, pois eles vão encontrar esse obstáculo na vida acadêmica, então é bom que eles vivam isso agora. Não tem como fugir do inglês para quem quer fazer ciência” – pondera Vinícius.
Ciência acessível a todos
O coordenador destaca que “o grande objetivo do V Simpósio foi fazer ciência de qualidade acessível a todas as pessoas. Tanto é que o valor das inscrições foi muito baixo se comparado a outros eventos. A graduação, por exemplo, pagou apenas 50 reais. Não temos nenhum fim lucrativo e só conseguimos manter os valores baixos porque contamos com o apoio de agências financiadoras como Fapemig, Capes e CNPq, que contribuíram muito para esse evento”.
Vinícius avalia o V Simpósio com a visão de quem já participou das cinco edições. Nas duas primeiras, quando ainda estudava em Cataguases (MG), ele foi participante do Simpósio. Nas edições seguintes, já cursando a pós-graduação em Entomologia na UFV, Vinícius participou da organização dos simpósios realizados em 2011, 2013 e 2015. Ele que acompanhou todo o crescimento do evento, acredita que sempre dá para melhorar, mas reconhece também que “a organização desta última edição foi muito boa, dado o tamanho do evento e por ser organizado por alunos da pós-graduação”.
Trabalho gratificante
Para que o V Simpósio acontecesse, 30 estudantes conciliaram as atividades do mestrado e do doutorado com a organização do evento, que começou há um ano. Nesse intervalo, alguns saíram para fazer doutorado sanduíche e não puderam ver de perto o resultado do trabalho da equipe, que também contou com a ajuda dos professores.
Mesmo com o encerramento do Simpósio no último final de semana, a comissão organizadora ainda tem trabalho pela frente. “Agora vem o próximo passo que é a prestação de contas. Temos aí um mês de trabalho ou mais. Mas é um trabalho muito gratificante, tanto é que esta é a minha terceira organização” – sorrindo, comenta Vinícius.
Como bem destacou o professor Eraldo Lima aos integrantes da comissão organizadora durante a sessão de encerramento do Simpósio: “vocês agarraram essa causa, decidiram, atuaram, movimentaram, sacrificaram tempo de curso, mas foram fantásticos nessa empreitada, de forma profissional. Vocês estão preparados a organizar grandes eventos, esse aprendizado é importante para a vida de vocês”.
Aprendizado para quem organizou o evento e para quem dele participou. Foram dias intensos de discussões promovidas por palestrantes internacionais e de universidades brasileiras. O V Simpósio só alcançou a magnitude que teve pela presença massiva dos participantes, que representou o Brasil de norte a sul, e que também vieram de outros países, promovendo uma grande troca científica e cultural. Também citando o discurso de encerramento do professor Eraldo, “aguardamos vocês no nosso próximo simpósio ou no nosso programa de pós-graduação”. Até breve!
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