EntomoQuiz garante descontração e bons desafios no Congresso Brasileiro de Entomologia

O XXVI Congresso Brasileiro de Entomologia (CBE) repetiu o sucesso das edições anteriores. Aproximadamente 1300 participantes da América Latina e dos Estados Unidos estiveram em Maceió para o evento. Neste ano, a exemplo da edição anterior, o CBE contou com um atrativo a mais na sua programação: o EntomoQuiz. Num clima descontraído, estudantes, professores e pesquisadores vibraram com a competição. Além de animar as torcidas, o jogo de perguntas e respostas desafiou as equipes participantes e os organizadores também.

Organizado por Alexandre José Ferreira Diniz (UNISO), Daniell Rodrigo Rodrigues Fernandes (INPA), Rafael Major Pitta (Embrapa Agrossilvipastoril) e Tiago Cardoso da Costa Lima (Embrapa Semiárido), o EntomoQuiz requer tempo e dedicação dos organizadores. De acordo com a comissão, “um dos desafios é a elaboração de perguntas. Despendemos muito tempo na elaboração, pois o recebimento de perguntas é aquém da quantidade necessária. Além disso, é preciso que o grupo faça um pente fino nas perguntas para eliminar questões dúbias ou respostas incompletas. Isso toma muito tempo, e mesmo assim uma ou outra pergunta passa despercebida. Nas duas edições, passamos os dias e as noites do congresso envolvidos apenas com o EntomoQuiz”.

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A plateia estava animada com a competição.   Foto: Saulo Coelho

Em 2016, seis equipes compostas por estudantes de pós-graduação disputaram a competição: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual Paulista (Unesp Jaboticabal), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Segundo os organizadores, a inscrição de equipes é outro desafio que eles vêm enfrentando desde a primeira edição: “Foram necessários diversos convites para termos as equipes inscritas. A maioria dos estudantes não se sente confortável em participar da competição pelo temor de um desempenho insatisfatório. Porém, acreditamos que com essas duas edições, os alunos estão percebendo o clima descontraído de uma competição saudável. Com isso, em pouco tempo, esperamos que faltem vagas para equipes pela grande procura dos estudantes”.

Os organizadores ainda destacam um ponto relevante a ser considerado pelos competidores: “É importante ter em mente que ao responder errado, não necessariamente o aluno não saiba a resposta, pois o fator nervosismo influencia muito. Diversas respostas foram consideradas erradas, pois os alunos responderam de forma incompleta ou não conseguiram explicar de forma clara durante os 30 segundos permitidos para a resposta. Assim como, quando as equipes não sabiam as respostas, as perguntas eram direcionadas para a plateia, que muitas vezes também não soube responder”.

Disputa acirrada

Esta foi a primeira vez que a UFV participou do EntomoQuiz, e a equipe conseguiu chegar à final da competição. A UFV disputou a final com a Unesp Jaboticabal. O jogo estava empatado, 60 a 60, e na pergunta de morte súbita, a equipe da UFV respondeu de forma incompleta. Assim, a Unesp foi declarada vencedora do EntomoQuiz.

Final EntomoQuiz 2016

Equipes da Unesp e UFV durante a disputa final.   Foto: Saulo Coelho

A doutoranda Nathaly Lara Castellanos integrou a equipe da UFV juntamente com os mestrandos Jaciara Gonçalves, Wilson RodriguesValbon e Hígor de Souza Rodrigues. Nathaly descreve que a sensação de participar do jogo foi muito gratificante: “Ainda que a nossa equipe não tenha se preparado, respondemos muitas perguntas. Pudemos perceber que toda a bagagem que acumulamos durante o nosso processo de formação se manteve fresca e atual. Estávamos muito nervosos, não esperávamos chegar à final, pois notávamos que outras equipes haviam se preparado com mais tempo. Talvez o trabalho em equipe tenha sido o fator que mais nos ajudou, uma vez que as discussões nos ajudaram a completar os conceitos que não tínhamos muito claros. Foi muito legal o apoio que tivemos de nossos colegas que estavam na plateia, torcendo por nós e nos dando ânimo. Alguns ex-alunos do nosso Programa estavam presentes e torcendo pela nossa equipe. Era possível sentir que eles têm muito orgulho de ter estudado na UFV”. Para Nathaly, que é colombiana, participar do EntomoQuiz teve um sentimento ainda mais especial. “De forma pessoal, me senti muito feliz em participar de um concurso em língua portuguesa e ser completamente entendida por todo o público” – completa.

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Parte da delegação da UFV em Maceió.

Rumo a Gramado

Para quem pensa em participar da próxima edição do EntomoQuiz, a ser realizada em Gramado, no Rio Grande do Sul, em 2018, Nathaly faz uma recomendação: “Estudar os conceitos básicos ligados ao tema, ler jornais científicos e estudar a história da SEB (Sociedade Entomológica do Brasil). Muitas das perguntas bônus eram sobre curiosidades científicas e história da entomologia brasileira, e as perguntas bônus ajudam muito no final”.

Para 2018, os organizadores do EntomoQuiz ainda não sabem se as regras sofrerão alterações. As mudanças que já estão sendo discutidas são relacionadas às tarefas necessárias para a realização da competição: “Estamos tentando profissionalizar o Quiz. Para isso, elaboraremos um protocolo de execução com descrição de todos os itens necessários para a realização da competição e de uma equipe de apoio para nos auxiliar. Até então, chegávamos um dia antes do evento para testar o equipamento, negociávamos com a equipe de TI do Congresso a instalação e disposição de mais monitores e datashows. Instalávamos e desmontávamos o equipamento a cada disputa para liberar a sala para as palestras que iniciavam na sequência. Até mesmo as placas com os nomes das equipes e solicitação de água para os participantes nós que providenciávamos. Com esse protocolo, ganharemos mais agilidade e ficará menos desgastante” – avaliam.

Apesar do desgaste, a comissão afirma que tem sido muito gratificante organizar a competição: “As diversas palavras de incentivo fazem com que tenhamos o sentimento de que valeu a pena. Ao longo das edições ganhamos mais experiência. É bem complicado conduzir o Quiz, pois envolve muita atenção, principalmente durante a competição, para não confundir o placar das equipes que muda o tempo todo, cuidar para que a plateia entusiasmada não assopre as respostas para os participantes, controlar o equipamento de buzina e moderar as perguntas e respostas. Mas é bacana que ao organizarmos a competição, somos ‘forçados’ a estudar novamente disciplinas realizadas durante a pós-graduação, e  nos atualizarmos sobre o que tem de mais novo na entomologia, para sempre trazermos perguntas relacionadas aos conhecimentos básicos da área e também das atualidades”.

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 Veja mais fotos do XXVI CBE, tiradas pelo jornalista Saulo Coelho.

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