Egressos levam suas experiências de mercado para o Congresso de Entomologia

Nem só de professores e estudantes se fez a representação do Programa de Pós-Graduação no XXVIII Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado na semana passada em Fortaleza. Dezenas de egressos dos cursos também estavam presentes, muitos deles apresentando os trabalhos que hoje realizam junto às empresas de ponta no disputado mercado do agronegócio mundial. 

Renata Ramos Pereira (foto acima), que concluiu seu doutorado em 2017, acaba de assumir uma nova função na Corteva, depois de cinco anos coordenando três insetários da companhia em Toledo, no Paraná. “Estou sendo direcionada para uma função relacionada a manejo de resistência. É um cargo global, então será muito interessante em diversos aspectos”, diz ela, que se prepara para mudar para os Estados Unidos nos próximos meses. No Congresso, ela apresentou um poster de um trabalho realizado na empresa, e comemorou a oportunidade de ouvir os colegas especialistas na área de resistência. “Todos os dias houve ao menos uma palestra neste assunto, então para mim foi muito interessante”. 

Geverson é pesquisador de biotecnologia da Bayer

Oficialmente, a transição de Renata da academia para o mercado aconteceu poucos meses depois da conclusão do doutorado, mas os caminhos, ela acredita, foram construídos bem antes. “Eu tinha muitas dúvidas sobre o que eu gostaria de fazer e, por isso, eu tentei me preparar tanto para a vida acadêmica quanto para a indústrias. Mas quando cheguei aqui, senti desde o meu primeiro dia de trabalho que era onde eu gostaria de estar, e o Programa me ajudou muito. Todos os professores com que tive contato sempre nos orientaram neste sentido, de estar preparado para assumir qualquer desafio que aparecesse.” Ao longo do mestrado e do doutorado, Renata teve a oportunidade de realizar parte de sua formação em universidades americanas, outro fator que ela julga determinante para a consolidação de uma carreira internacional. 

A oportunidade de estudar fora do Brasil também marcou a passagem de Geverson Resende Silva pelo programa. Ele, que hoje é pesquisador da área de biotecnologia da Bayer, passou um ano de seu doutorado no Canadá. “A internacionalização do programa foi essencial para eu estar onde estou hoje. Trabalho diariamente com americanos, essa parte de biotecnologia é toda feita lá”, conta ele. Geverson terminou seu doutorado em 2019, cursou o pós-doc por mais 6 meses e, em seguida, conseguiu uma colocação no mercado – primeiro no Fundecitrus e, em seguida, na empresa multinacional. “Acho fundamental os programas de pós-graduação trabalharem próximo das indústrias e, agora que estou nas empresas, tento colaborar o máximo possível, porque sei o quanto essa relação pode ser importante para a empresa e para a UFV.” 

Ancidériton apresentou palestra sobre o trabalho que executa na Provivi

Mercado mais sustentável
O pesquisador Ancidériton Castro concluiu seu doutorado pelo PPG em 2013, logo após uma temporada de estudos na Flórida, Estados Unidos. Ele também chegou a iniciar o pós-doc pelo programa, mas pouco tempo depois optou por aceitar o desafio oferecido pela Monsanto. De lá, assumiu uma vaga na Bayer, até que, há dois anos, passou a atuar na Provivi, uma startup americana que trabalha com manejo comportamental de pragas. No congresso, o pesquisador apresentou uma palestra sobre o manejo de pragas, especialmente em grandes culturas, com feromônios. “De um tempo pra cá tem crescido bastante o mercado de biológicos, de feromônios, que tem foco em uma agricultura mais sustentável. O feromônio é um exemplo do que não agride o meio ambiente, não é tóxico, e essa linha de sustentabilidade tem crescido muito, no mercado de trabalho e, claro, também em eventos como esse.”

Para Ancidériton, o ponto chave da construção de sua carreira foi antecipar tudo o possível para ter a chance de aproveitar novas oportunidades que surgissem, desde o mestrado. “Academia e mercado são mundos muito distintos. O PPG te orienta no sentido de saber onde buscar as informações, saber fazer pesquisa, deixa as portas abertas, mas no ambiente corporativo contam muito suas habilidades de relacionamento, de comunicação. É preciso fazer as coisas andarem juntas.”

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